Fatos políticos que marcaram a
semana são os principais destaques das revistas que circulam no fim de semana.
Reportagem de capa da ÉPOCA
destaca que as derrotas da semana passada ensinam que a presidente está sem
poder exatamente onde não poderia: no Congresso, para onde convergem as ameaças
a seu mandato.
Na mesma linha, reportagem de
capa da VEJA destaca que “com a popularidade no chão, a economia em frangalhos,
acuada pelos tribunais e sem apoio no Congresso, Dilma dificilmente conseguirá
evitar a abertura de um processo de impeachment”.
ISTO É, também em reportagem
de capa, aponta que uma investigação do MP revela que o governo voltou a
cometer este ano os crimes de responsabilidade fiscal rejeitados pelo TCU. “A
reincidência no segundo mandato da presidente era o argumento que faltava à
oposição para colocar em marcha o impeachment”, destaca.
Já a CARTA CAPITAL afirma que
a obsessão oposicionista em derrubar a presidente Dilma Rousseff recebeu
providenciais empurrões de dois tribunais, o TSE e TCU. “No TSE, abriu-se um
processo de cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, fato inédito no
Brasil, no caso de candidaturas presidenciais. No TCU, outro acontecimento
incomum. As contas do governo foram reprovadas pela primeira vez de 1937”,
destaca.
A aprovação preliminar do
Tratado Transpacífico (TTP) é o principal destaque no noticiário de interesse.
Abordagens avaliam como negativo o fato de o Brasil ter ficado de fora da
parceira comercial.
O acordo de comércio, patentes
e direitos autorais inclui Estados Unidos, Japão, México, Canadá, Austrália,
Nova Zelândia, Malásia, Cingapura, Vietnã, Brunei, Chile e Peru, com 40% do PIB
mundial e população total de 792 milhões de habitantes.
CARTA CAPITAL destaca que a
aprovação foi “festejada no Brasil como um avanço do mundo e mais uma evidência
do atraso do País” e representa uma “renúncia sem precedentes ao poder dos
Estados nacionais em favor das empresas privadas”.
Reportagem pondera que até os
defensores desse acordo reconhecem que ele trará efeitos negativos para a
manufatura brasileira. “Um estudo da Confederação Nacional da Indústria aponta
a possibilidade de perda de 3% do PIB de 14 setores. Os críticos da negociação
receiam o aniquilamento da indústria e a perda de autonomia do governo na
definição de políticas”, aponta CARTA CAPITAL.
Reportagem de capa da ISTO É
DINHEIRO destaca que “sem costurar parcerias comerciais relevantes e olhando
demasiadamente para o próprio umbigo, o Mercosul incluído, o Brasil perdeu
relevância”. Texto relata que o País assistiu, “atônito”, ao anúncio do maior
acordo comercial da história, que acentuará seu isolamento comercial.
A Parceria Transpacífica, que
envolve 40% do PIB mundial, tem o objetivo de diminuir barreiras comerciais
para bens e serviços e de fixar regras internas para assuntos tão abrangentes
quanto propriedade intelectual, trabalho infantil e combate à corrupção.
“O impacto, porém, será muito
mais amplo, atingindo outros emergentes, como o Brasil. As exportações tanto de
produtos agrícolas quanto de manufaturados terão maiores dificuldades para
concorrer nos mercados abrangidos pela Parceria Transpacífica”, adverte
DINHEIRO.
"Esse avanço faz com que
as empresas dos países participantes do TPP já passem a dar preferência a
parceiros comerciais dos demais membros", afirma Diego Bonomo, gerente da
CNI.
"É urgente que o Brasil
inicie uma negociação para um acordo de livre comércio com os EUA", diz
Bonomo (leia mais em ANÁLISE SETORIAL).
Em outra frente, VEJA aponta
que “a retração na atividade econômica deverá ficar em torno de 3% neste ano, e
tudo indica que ainda não chegamos ao fundo do poço”.
“A severa retração do mercado
de trabalho e a inflação elevada fizeram as famílias segurar o consumo, o que
alimenta um círculo vicioso que derruba ainda mais a atividade na economia. A
queda na confiança fica evidente em uma pesquisa da CNI: três a cada quatro
brasileiros empregados temem ser demitidos nos próximos doze meses”, situa
VEJA.
Em uma das reportagens da
série O BRASIL QUE CONSTRÓI, ISTOÉ DINHEIRO mostra que a multinacional
brasileira Weg, uma das maiores fabricantes de motores elétricos do mundo, não
para de crescer. Reportagem situa que “o sucesso da Weg está em sua cultura
empresarial, que valoriza a excelência tecnológica e o desenvolvimento dos
funcionários”.
Reportagem relata que, em
1969, sentindo a carência de mão de obra especializada, o trio de sócios da
empresa criaram o Centroweg, uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai) para a capacitação de mão de obra especializada.
“De lá para cá, mais de três
mil alunos foram formados nesse centro, todos incorporados pela Weg, que
atualmente conta com mais de 30,6 mil funcionários em todas as suas unidades.
Empresas como a Weg são grandes porque se preocupam em ter produtividade de
classe mundial”, assinala. “Elas dão muita ênfase à formação e à qualificação
profissional”, diz Gustavo Leal, diretor nacional de operações do Senai.
Entre os temas de interesse do
setor, RICARDO BOECHAT, na ISTO É, registra que “com petroleiros e bancários
nas ruas brigando por aumento, entre outras categorias, o Dieese revela que o
primeiro semestre foi o mais difícil para os trabalhadores desde 2008, no
tocante aos reajustes salariais”.
BOECHAT segue: “O aumento real
médio ficou só em 0,5% frente à inflação medida pelo IBGE. Foram consideradas
302 mesas de negociação do setor privado e empresas estatais, com data-base no
período. A indústria foi quem mais sentiu o impacto da baixa atividade
econômica, pagando menos a seus trabalhadores”.
BRASIL CONFIDENCIAL aponta que
“o ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro,
defende que a atual crise política/econômica pode ser o ambiente ideal para
unir as fratricidas situação e oposição. Juntos, ver onde há consenso e
promover mudanças ‘há muito tempo adiadas, por conta da bonança que o Brasil
vivia’. Fala sobre reformas previdenciária, tributária e política. Como diria
Augusto dos Anjos: vão-se sonhos nas asas da Descrença, voltam sonhos nas asas
da Esperança”.
ISTO É DINHEIRO aponta que a
13ª rodada de leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP) não empolgou as
grandes empresas do setor. Texto relata que sem a presença da gigante
Petrobras, pela primeira vez em 16 anos, e de nomes de peso do mercado
internacional, quem se destacou durante o pregão foram as pequenas e médias
empresas. “Dos 266 blocos colocados à venda (nenhum na área do pré-sal), apenas
37 foram arrematados, gerando uma arrecadação de R$ 121,1 milhões, longe dos R$
2 bilhões previstos pelo Ministério de Minas e Energia”, situa a reportagem.
José de Sá, líder de Petróleo
e Gás da Bain & Company, afirma à reportagem que em países como Noruega e
Malásia, o modelo de partilha entre companhias nacionais e internacionais
incentiva a competitividade. “Para ele, com a revisão desses pontos, o Brasil
pode transformar o setor de petróleo em uma nova indústria aeronáutica, que
através de empresas como a Embraer, exporta produtos e conhecimento”, resume.
Cálculos da consultoria GO
Associados, feitos a pedido da DINHEIRO, mostram que a redução de investimentos
da Petrobras podem causar um impacto negativo de 3,3% no PIB, em um intervalo
de 12 meses. “Cientes da gravidade da situação, representantes de 23 entidades
do setor resolveram arregaçar as mangas em busca de medidas que ajudem a
retomar a competitividade do setor no Brasil”, aponta. “As entidades defendem
também a criação de uma agenda de políticas públicas industriais focadas nas
áreas mais promissoras de exploração de petróleo e a diminuição do gargalo
entre fornecedores e operadores.”
O Tratado Transpacífico também
repercute em outras revistas.
ISTOÉ posiciona que o Tratado
Transpacífico expõe o fracasso da política comercial brasileira e inaugura uma
nova era, a dos acordos megaregionais. Reportagem adverte que “com a
preferência do comércio entre os países do bloco, as exportações brasileiras
podem encolher até 2,7%, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas”.
VEJA alerta que o acordo
comercial assinado por 12 países do Pacífico é uma ótima notícia para a
economia mundial e “já o Brasil, preso ao Mercosul, perderá ainda mais
mercados”. “A consequência para o Brasil será claramente negativa. Um quarto de
tudo o que o país exporta vai para os países da TPP. Um dos setores mais
afetados será o de carnes”, assinala a reportagem.
BRASIL CONFIDENCIAL, na ISTOÉ,
aponta que “em meio à pressão após a Parceria Transpacífica (TPP), maior acordo
comercial da história, o Brasil espera, nos próximos dias, a apresentação das
ofertas para selar o pacto entre Mercosul e União Europeia. Ao contrário de
outras tentativas frustradas, o bloco sul-americano apresentará dessa vez
amplas concessões no setor industrial.
BRASIL CONFIDENCIAL adiciona:
“Serão ofertas de mercado que vão desde a produção de têxteis, calçados até a
indústria química. Em contrapartida, espera-se que os europeus ofereçam mais
espaço para os bens agrícolas. Contam, em especial, que a França diminua o
protecionismo aos produtos lácteos”.
OITO NOTAS, na ÉPOCA, assinala
que “preso ao Mercosul, o Brasil, é claro, ficou fora da festa”.
Em entrevista às PÁGINAS
AMARELAS da VEJA, o publicitário baiano André Torretta, especialista no
movimento de ascensão da população brasileira na base da pirâmide social,
afirma que o Pronatec “surgiu como consequência de uma tese em voga em todo o
mundo segundo a qual haveria escassez de profissionais de nível técnico em
vários países, enquanto sobravam universitários”.
“Há uns seis anos, o governo
federal investiu muito para aumentar o número de técnicos disponíveis. Como
vivíamos uma situação de pleno emprego, era difícil saber por que uma pessoa
conseguia uma vaga, mas era certo que conseguiria. Agora, com a crise, técnicos
e universitários correm o risco de ficar desempregados”, alerta.
Segundo ele, o governo está
tirando benefícios da população. “E as pessoas sentem isso. O maior pecado de
Dilma Rousseff, do ponto de vista dos mais pobres, foi mexer na educação, em
vez de cortar um monte de outras coisas. Com isso, ela arruinou o slogan que
seu governo criou, o da ‘Pátria Educadora’”, afirma Torretta.
CLAYTON NETZ, na ISTO É
DINHEIRO, reproduz frase atribuída a Eduardo Gouvêa Vieira, presidente da
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan): "O governo
fez uma meia-sola de reforma fiscal, cobrando mais da sociedade em todos os
sentidos. Mas o que o país precisa é de um choque de privatização".