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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Luiz Marinho pede demissão de Levy

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), pediu a demissão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dizendo ser um dos caminhos para reação da economia no País.
“Eu pressiono o ministro Joaquim Levy porque acho que ele tem uma visão muito conservadora. Estamos pressionando o cabra lá para que ele ou caia na real ou caia fora (do governo). Porque precisamos fazer a economia andar. E pode andar. Tem de liberar as operações de crédito”, discursou durante apresentação da LOA (Lei de Orçamento Anual) de 2016.
As críticas não se concentraram apenas em Levy. Marinho, que recentemente viu a presidente Dilma Rousseff (PT) demitir seu pupilo Arthur Chioro (PT) do Ministério da Saúde, cobrou publicamente a implementação do Minha Casa, Minha Vida 3, que está congelado devido à falta de recursos públicos na União.
“Esperamos que o governo da presidente Dilma anuncie o Minha Casa, Minha Vida 3. Está sendo esperado por todos nós para voltar a funcionar”, afirmou o petista, depois retornando a carga de ataques a Levy. “O ministro precisa dar uma celeridade nas análises, principalmente nos processos dos projetos de operação de crédito. Não estou falando somente por São Bernardo, mas também para o governador (Geraldo) Alckmin (PSDB), no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte.”
Curiosamente, Marinho não teve a mesma celeridade com Cleuza Repulho (PT), sua antiga secretária de Educação. Nem mesmo o fato de a Justiça autorizar ação civil pública proposta pelo Ministério Público – que transformou a petista em ré – fez o prefeito de São Bernardo exonerá-la. Ela é acusada de participar esquema de superfaturamento na compra de mochilas e tênis escolares para rede pública entre 2010 e 2011. Cleuza foi demitida após mais de um ano do processo protocolado no Fórum de São Bernardo.
O posicionamento de Marinho pró-demissão de Levy desmente outra frase do chefe do Executivo são-bernardense proferida recentemente. No mês passado, disse que não iria dar palpites a Dilma, que, à ocasião, ensaiava reforma ministerial para oferecer maior espaço ao PMDB e recuperar a governabilidade no Congresso – com maior objetivo de frear processos de impeachment.
À ocasião, afirmou que “temia barbeiragem” da presidente durante a reformulação ministerial, mas salientou que “a presidente não pediu e nem deveria pedir conselhos a ele”. Na sexta-feira, apenas declarou “lamentar” a demissão, por telefone, de Chioro.

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC

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