Ao detectar o biomarcador da doença, a nanomáquina acende uma luz (no alto da estrutura). [Imagem: Marco Tripodi]
Máquina de DNA
Uma equipe internacional de
pesquisadores projetou e construiu uma "máquina de DNA" em escala
nanométrica, que pode ser ajustada para reconhecer anticorpos específicos.
A expectativa é que essa abordagem
possa revolucionar o processo de realização dos exames de laboratório, que
procuram anticorpos específicos para fazer o diagnóstico de doenças infecciosas
e autoimunes, da artrite reumatoide ao HIV.
O resultado é fruto de uma técnica
conhecida como origami de DNA, que
permite a construção de nano-objetos com moléculas de DNA e
já resultou até mesmo em um nanorrobô humanoide capaz de mexer
os braços.
Detecção de
anticorpos
Para configurar a nanomáquina para
que ela saia à caça de anticorpos específicos, basta plugar nela os acessórios
adequados, capazes de reconhecer cada anticorpo. Quando o anticorpo liga-se à
máquina de DNA, isto provoca uma alteração estrutural que faz com que ela gere
um sinal luminoso, literalmente acendendo a luz indicadora da presença da
doença.
O biossensor não precisa ser
quimicamente ativado e é mais rápido que abordagens similares, dando o
resultado em cerca de cinco minutos. Além disso, ele funcionou em amostras
clínicas complexas, como o soro de sangue.
Sua fabricação também é muito barata:
a equipe afirma que, para funcionar, as nanomáquinas precisam de materiais com
um custo ao redor de US$0,15 por exame.
Exame pelo celular
"Uma das vantagens da nossa
abordagem é que ela é altamente versátil," disse o Prof. Francesco Ricci,
da Universidade de Roma. "Esta nanomáquina de DNA pode de fato ser
personalizada para detectar uma enorme variedade de anticorpos, o que torna
nossa plataforma adaptável para muitas doenças diferentes".
"Estamos entusiasmados com estes
resultados preliminares, mas estamos ansiosos para melhorar a nossa plataforma
de detecção ainda mais," disse Simona Ranallo, que projetou e construiu
a nanomáquina. "Por
exemplo, podemos adaptar a nossa plataforma para que o sinal da nanochave possa
ser lido através de um telefone celular. Isso tornará nossa abordagem realmente
disponível para qualquer um! Estamos trabalhando nesta ideia e gostaríamos de
começar a envolver empresas de diagnóstico."
Bibliografia:
A Modular, DNA-Based Beacon for Single-Step Fluorescence Detection of Antibodies and Other Proteins
Simona Ranallo, Marianna Rossetti, Kevin W. Plaxco, Alexis Vallée-Bélisle, Francesco Ricci
Angewandte Chemie
Vol.: Article first published online
DOI: 10.1002/ange.201505179
A Modular, DNA-Based Beacon for Single-Step Fluorescence Detection of Antibodies and Other Proteins
Simona Ranallo, Marianna Rossetti, Kevin W. Plaxco, Alexis Vallée-Bélisle, Francesco Ricci
Angewandte Chemie
Vol.: Article first published online
DOI: 10.1002/ange.201505179
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