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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

ALFOB participa da BIO LATIN 2015 com o tema das PDPs


A primeira participação institucional da ALFOB na Bio Latan 2015, estabelece um divisor histórico na Associação dos produtores públicos de medicamentos e insumos estratégicos destinados ao Sistema Único de Saúde.

De produtores de medicamentos destinados à assistência farmacêutica básica, soros, vacinas e insumos estratégicos, em sua maioria verdadeiros “commodities” para o SUS, à protagonistas no mundo dos biológicos, induzidos na esteira do desenvolvimento Produtivo, proporcionado por parcerias com a iniciativa privada objetivando a absorção de plataformas tecnológicas de última geração.

O Conferência da “Bio Latam 2015”, copatrocinada pela ALFOB, reuniu centenas de atores do “mundo da biotecnologia”, especialmente, voltados para as “ciências da vida”. O Encontro realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 15 e 16 de outubro, com mais de 500 inscritos, entre especialistas, empresários, investidores, pesquisadores, instituições públicas e privadas e outros participantes, confirma o mercado potencial e estratégico do País.

Interessados de diferentes portes e origens – de empresas nascentes, incubadas a detentoras de patentes, grandes complexos transnacionais, investidores e órgãos do governo como BNDES, FINEP, ANVISA, INPI, MDIC, ABDI, SEBRAE, CNPq, FAPERJ, Associações como ABQUIM, ALFOB, , proporcionaram juntos excepcional ambiente, único, estruturado para apresentar projetos, desenvolvimentos, plataformas tecnológicas, tratar de interesses comerciais e acadêmicos, buscar alianças e consolidar parcerias.

Com a implementação das PDP no âmbito do chamado “Complexo Industrial e Econômico da Saúde”- CIES a REDE de laboratórios Públicos produtores de medicamentos e insumos estratégicos se consolidaram como principais Parceiros da Política de Estado, introduzida pelo “Plano Brasil Maior”,  que tem a responsabilidade de receber, absorver e perpetuar o conhecimento proporcionado através das transferência de tecnologia, originária de Parceiros Privados, detentores de patentes de medicamentos e produtos para saúde inovadores.

A ALFOB como representante oficial do segmento de produtores públicos não poderia deixar de participar, contribuir e fomentar reflexões que induzam o crescimento, e, promovam a consolidação da Política estratégica de Estado, além de expor ao “mundo biológico” o imprescindível papel estratégico dos Laboratórios Produtores como ferramentas insubstituíveis nos contratos de PDPs com o Ministério da Saúde, que usa seu poder de compras para impulsionar toda cadeia envolvida na produção de medicamentos e insumos estratégicos, desde a fabricação até a dispensação pelo SUS.

Membros da Direção Executiva e Associados, como BioManguinhos, Funed, Instituto Vital Brazil e Tecpar, além de alguns parceiros privados, participaram ativamente de todo encontro. O IVB, um dos principais incentivadores e patrocinadores coordenou várias rodadas de apresentação de potenciais parceiros, debate e reflexão sobre diferentes fases do segmento.

O Presidente da ALFOB e do TECPAR, Julio C. Felix e também moderador da rodada, juntamente com o Presidente do IVB, Antonio Joaquim Werneck, o Diretor da ANVISA, Renato Porto, o Presidente da Biomm, Heraldo Marchezini e o Consultor Independente João Sanches protagonizaram um dos mais concorridos momentos da conferência “The Evolution of Public-Private Development Partnerships in Brazil”.

Plena sexta-feira, 15h30 no Rio de Janeiro de frente para o mar na região de São Conrado, dezenas de pessoas de fora da Cidade, lotaram o auditório principal para acompanhar as reflexões, sucessos, mudanças, impactos e futuro das PDPs dentro do segmento da biotecnologia e seus impactos para o País.

Inaugurando as falas o Diretor da ANVISA, Renato Porto reiterou o interesse e a proximidade com que a Agencia, que recente passou a integrar ativamente a gestão da Política induzida pelo CIES, deixando a posição isolada de Instituição reguladora para ocupar uma postura de maior parceria, priorizando as ações de interesse do SUS, mas sem deixar de registrar sua preocupação com o necessário cuidado com a segurança, eficácia e garantia da qualidade dos produtos “bioequivalentes” produzidos a partir das PDPs – que continuam em permanente acompanhamento e ainda serão objeto de melhor regulamentação, inclusive na questão da identificação e rastreabilidade do produto. Evidenciou a importância da verticalização das plantas industriais sem que se perca a necessária pulverização do conhecimento, onde todos os LOs envolvidos devem ter o completo domínio da tecnologia transferida.

Na sequência o Presidente do Instituto Vital Brazil, Dr. Antonio Joaquim Werneck assumiu a palavra para registrar que embora a Política tenha sido rebatizada com o novo nome de PDPs, as parcerias entre a REDE pública e os produtores privados existem há mais de 20 anos. As parcerias iniciadas com as vacinas, foram maturadas dentro de um ambiente muito mais aberto, espontâneo, amplamente discutido entre todos os atores, sem as “amarras”, o que possibilitou ao País capacitação para receber transferências de tecnologias já consolidadas que permite ao País ter um dos melhores programas do mundo na área de imunização.

Enfatizou sua preocupação com as limitações impostas através do “engessamento” preconizado pelo rito “obrigatório” de preenchimento dos atuais formulários destinados à apresentação dos projetos que, na sua opinião, restringe e inibe iniciativas para outros modelos de negócios. Também, trouxe a sua preocupação com a necessária previsibilidade e segurança dos contratos.

Em continuidade o painelista, CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, comentou a importância das PDPs para o desenvolvimento do Parque Tecnológico brasileiro, enfatizando que “o Projeto não é um fim, mas um meio” para o desenvolvimento das Empresas públicas e privadas locais, especialmente na absorção de tecnologias embarcadas nas Plataformas Tecnológicas, ressaltando a preocupação para que não se transformem em plantas de mono projeto/produto que comprometam a vocação natural e histórica de cada Laboratório Produtor Oficial, que pode e deve dar continuidade ao seu plano diretor e desenvolver novos produtos, mas, também, perpetuando o conhecimento adquirido que permita ao Brasil, reduzir, gradativamente, a dependência tecnológica. 

Encerrando a rodada de apresentações o Consultor Independente, João Sanches abordou o tema das PDPs, enfocando sua preocupação com a absorção de tecnologias já ultrapassadas, em final de patente, que pouco contribuem para o desejado up grade tecnológico que o País está se propondo com as PDPs. Além de gerar potenciais desconfortos ao próprio MS, especialmente, quanto a governança de preços, citando como exemplo, PDPs em pleno período de vigência com preços muito superiores aos atualmente no mercado privado. Com o término das patentes os preços no mercado privado despencaram a menos de 1/3 do preço original.

Tratou também da necessária verticalização das linhas de produção, provocando a reflexão entre o domínio da tecnologia e a capacidade industrial de fabricar internamente toda demanda.

Sem dúvida o lugar comum se acentua com a necessidade de ampliar o processo de diálogo, intra e extra parceiros e estes com o Ministério da Saúde, outra palavra de ordem fica por conta da previsibilidade, registrando ainda a importância e a necessidade da constante revisão e atualização do marco regulatório, respeito os direitos adquiridos e a propriedade intelectual, mas ao mesmo tempo possibilitando a continuidade de desenvolvimento e inovação sobre a(s) plataformas tecnológicas recebidas, capacitação e motivação permanente dos recursos humanos para que perpetuem o conhecimento  recebido, e, a viabilização de novas fontes de fomento que permitam a atualização e modernização dos LOs  Certificados com CBPF da Anvisa.

Mario Sergio Ramalho
Secretário Executivo
ALFOB – Ass. Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil

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