Com a
medida, mais de 350 mil brasileiros de 20 estados passam a ter acesso a
tratamento dentário. A ação beneficia populações rurais, em local de difícil
acesso, de rua e indígenas
Para
ampliar a assistência bucal na rede pública de saúde do Brasil, 107 municípios
de 20 estados receberão, até o final de outubro, 117 Unidades Odontológicas
Móveis. Também serão beneficiados com a ação cinco Distritos Sanitários Especiais
Indígenas. A expectativa do Ministério da Saúde é que mais de 350 mil pessoas
residentes em locais de difícil acesso, populações indígenas e em situação de
rua passem a ter acesso a tratamento dentário. Ao todo, foram investidos R$ 18
milhões na compra dos veículos e equipamentos, além de R$ 6,5 milhões por ano
que serão repassados pelo governo federal para o custeio das unidades.
As
primeiras 13 unidades, destinadas ao Piauí, foram entregues pelo ministro da
Saúde, Marcelo Castro, nesta sexta-feira (23), durante agenda em Teresina,
capital do estado. As demais serão distribuídas nos próximos dias. Parte da
compra dessas unidades foi anunciada pela presidenta Dilma Rousseff, em julho
deste ano, durante a V Marcha das Margaridas, que reúne trabalhadoras rurais,
extrativistas, indígenas e quilombolas.
“Essa ação
permite descentralizarmos a assistência à saúde e dar atendimento à população
dentro da região onde as pessoas moram. Trata-se de uma medida estratégica para
garantir o acesso aos serviços da rede pública pela população”, destacou o
ministro da Saúde, Marcelo Castro.
As
unidades, doadas pelo Ministério da Saúde às prefeituras, priorizou, para 2015,
117 municípios, sendo que 103 unidades móveis serão destinadas aos municípios
do Plano Brasil Sem Miséria para atender, principalmente, a população rural. Do
total, sete serão alocadas em Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e
sete para Consultórios na Rua, criados com o objetivo de ampliar o acesso das
pessoas em situação de rua aos serviços de saúde.
Entre os
anos de 2010 e 2013, foram entregues pelo Ministério da Saúde 185 Unidades
Odontológicas Móveis, sendo que destas, 25 estão alocadas em Distritos
Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e 160 em municípios pertencentes ao Mapa
da Pobreza, ou seja, municípios prioritários para o Plano Brasil Sem Miséria.
Com a entrega dessas novas 117 unidades, o Brasil passa a contar com 302
unidades móveis em todos os 26 estados do país e no Distrito Federal. Um
investimento total de R$ 46,5 milhões para a compra das unidades e R$ 16,9
milhões repassados anualmente para custeio.
Cada
unidade conta com um consultório odontológico completo, com a mesma capacidade
de atendimento de um consultório odontológico tradicional, contendo cadeira
odontológica, raio-x, autoclave para esterilização do material, além de
equipamentos dentários para o uso dos profissionais. Cada uma delas pode
realizar cerca de 350 atendimentos por mês.
BRASIL
SORRIDENTE - Criado em 2004, o Programa Brasil Sorridente faz parte da Política
Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde e prevê uma série de ações para
facilitar e ampliar o acesso da população ao tratamento odontológico gratuito
por meio do SUS.
O programa
ampliou o acesso na atenção básica e passou de 20.424 Equipes de Saúde Bucal
(ESB), em 2010, para 24.175 ESB em 2015, um crescimento de quase 20% e que,
hoje, é responsável pela cobertura de 38% da população. O programa conta ainda
com 1.034 Centros de Especialidades Odontológicas e 1.721 municípios ofertam
próteses dentárias no SUS.
Estes
serviços proporcionam acesso às ações de saúde bucal para mais de 80 milhões de
pessoas. Em 2014, mais de 129 milhões de procedimentos de promoção e prevenção
e mais de 120 milhões de procedimentos clínicos, de diagnóstico e
reabilitadores, foram realizados. Os investimentos cresceram passaram de R$ 56
milhões em 2002 para R$ 1,28 bilhão em 2014. O valor é 20 vezes maior do que o
total investido antes do início do programa. O investimento da pasta no
programa já ultrapassou R$ 7 bilhões desde seu lançamento para expansão e
manutenção da rede.
A expansão
da assistência trouxe impactos importantes na saúde da população. Depois do
Brasil Sorridente, mais de sete milhões de pessoas tiveram acesso à água
tratada e fluoretada, com 600 novos sistemas de fluoretação. A última Pesquisa
Nacional de Saúde Bucal apontou queda de 26% na incidência de cárie em crianças
de 12 anos entre 2003 e 2010, fazendo com que o Brasil passasse a fazer parte
do grupo de países com baixa prevalência de cárie dentária, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS).
Atualmente,
o SUS emprega cerca de 30% dos dentistas do país, o que representa mais de 66
mil profissionais. Em dez anos, o total de dentistas atuando na rede pública
cresceu 45%.
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