No dia 24 de outubro,
Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear reunirá representantes da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária; da Comissão Nacional de Energia
Nuclear; e da Agência Internacional de Energia Atômica
O panorama atual e desafios
à expansão da medicina nuclear no Brasil; a fragilidade enfrentada no que cabe
à produção e distribuição de radiofármacos no Brasil – ainda totalmente
dependente da importação de matéria-prima; o acesso deficitário a procedimentos
diagnósticos e terapêuticos via saúde pública e suplementar; bem como os
desafios para o ensino e pesquisa da especialidade, são os principais aspectos
a serem debatidos na sessão “Perspectivas da Medicina Nuclear no Brasil”.
A atividade é destaque na
programação do segundo dia do XXIX Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear,
encontro que acontece de 23 a 25 de outubro, no Rio de Janeiro. A mesa reunirá
representantes da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), entidade
organizadora do evento, da Gerência-Geral de Produtos Biológicos, Sangue,
Tecidos, Células e Órgãos (GGPBS) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa); da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); e da Agência
Internacional de Energia Atômica (IAEA) – que trará uma ampla abordagem das
oportunidades e desafios do uso pacífico da energia nuclear empreendido no
campo da saúde por meio da medicina nuclear.
De acordo com o presidente
da SBMN e do Congresso, Claudio Tinoco Mesquita, a especialidade vivencia um
momento de rápidas transformações, tanto no campo educacional, quanto
científico e na prática clínica, seja ela diagnóstica ou terapêutica. Segundo
Tinoco, este cenário derivou o mote do encontro, intitulado: Medicina Nuclear
em Movimento. “A medicina nuclear mudou a história de várias doenças, mas ainda
é subutilizada no Brasil. Nossa especialidade tem crescido e precisamos unir esforços
neste sentido, sobretudo, por meio do estímulo à produção científica
multicêntrica no País e ampliação do acesso à especialidade via saúde pública”,
relatou Tinoco.
Embora ainda pouco conhecida
entre a população e até mesmo entre seus pares médicos, a especialidade atua no
campo diagnóstico e terapêutico em diversas áreas como cardiologia, oncologia,
hematologia e neurologia, por exemplo. Por serem menos invasivos e capazes de
detectar alterações funcionais decorrentes de algumas doenças antes que outros
métodos de imagem sejam capazes de realizá-lo, os procedimentos em medicina
nuclear são extremamente úteis. Além disso, são indicados em todas as
faixas etárias, desde a primeira infância, a adolescentes, adultos e idosos,
sem representar riscos à saúde. Seu mecanismo consiste em utilizar quantidades
mínimas de substâncias radioativas (radiofármacos) como ferramenta para acessar
o funcionamento dos órgãos e tecidos vivos, realizando imagens, diagnósticos e,
também, tratamento.
Com 430 serviços de medicina
nuclear no Brasil, entre clínicas, hospitais e centros de pesquisa, nos últimos
20 anos - desde 1995 - mais de 30 milhões de procedimentos foram realizados no
Brasil. Entretanto, mesmo frente a esta evolução que vem sendo alcançada nos
últimos anos, a medicina nuclear ainda é notoriamente subutilizada pela
população brasileira, em especial pelos usuários do Sistema Único de Saúde
(SUS).
No que cabe ao potencial de
uso o Brasil ainda ocupa a 25ª posição de um ranking de quantidade de exames
realizados por ano. Como comparativo, o Canadá executa 64,6 exames por mil
habitantes/ano, o Brasil realiza apenas 2,5. Isso demonstra claramente a necessidade
de se difundir a especialidade no País.
A maior parcela (82%) dos
procedimentos ambulatoriais de medicina nuclear diagnóstica realizados pelo SUS
são feitos na esfera privada, que precisa manter a sua sustentabilidade
financeira. Ao SUS são fornecidos 23 radiofármacos, enquanto no Brasil há
aproximadamente 40 radiofármacos.
“É preciso dobrar o número
de serviços para 800 e de médicos nucleares, também – alcançando 1.400
especialistas, para assim atingir o padrão internacional mínimo”, analise o presidente
da SBMN. Um maior investimento no desenvolvimento e produção de radiofármacos
no Brasil. Desenvolver novos radiofármacos e alcançar soberania na área de
pesquisa e desenvolvimento são outros pontos a serem alcançados, visto que
somos dependentes de insumos importados – os radiofármacos. Precisamos deles
assim como é necessário o combustível para o carro andar.
“É lamentável que a medicina
nuclear ainda não se apresente adequadamente empregada. Se nada for feito para
aumentar e for esperado um aumento “natural” da capacidade de seu potencial de
atendimento aos usuários da saúde pública, levará aproximadamente 54 anos para
que chegue ao valor de hoje alcançado na esfera privada no país”, analisa
Mesquita.
XXIX Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear
Data: 23 a 25 de outubro
Local: Centro de Convenções do Hotel Royal Tulip – Rio de Janeiro (RJ)
Organização: Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN)
Programação: www.sbmn.org.br/
Pré-Congresso – I Fórum Educacional
Práticas da Medicina Nuclear na Saúde
Data: 22 de outubro
Horário: 13h às 17h
Atividade gratuita e aberta a todos
Local: Centro de Convenções do Hotel Royal Tulip – Rio de Janeiro (RJ)
Informações:www.sbmn.org.br/ congresso/forum-dos-pacientes. php
Data: 22 de outubro
Horário: 13h às 17h
Atividade gratuita e aberta a todos
Local: Centro de Convenções do Hotel Royal Tulip – Rio de Janeiro (RJ)
Informações:www.sbmn.org.br/
Fonte: SBMN
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