Destaques

domingo, 11 de outubro de 2015

Análise de Mídia - Revistas

Fatos políticos que marcaram a semana são os principais destaques das revistas que circulam no fim de semana.

Reportagem de capa da ÉPOCA destaca que as derrotas da semana passada ensinam que a presidente está sem poder exatamente onde não poderia: no Congresso, para onde convergem as ameaças a seu mandato.

Na mesma linha, reportagem de capa da VEJA destaca que “com a popularidade no chão, a economia em frangalhos, acuada pelos tribunais e sem apoio no Congresso, Dilma dificilmente conseguirá evitar a abertura de um processo de impeachment”.

ISTO É, também em reportagem de capa, aponta que uma investigação do MP revela que o governo voltou a cometer este ano os crimes de responsabilidade fiscal rejeitados pelo TCU. “A reincidência no segundo mandato da presidente era o argumento que faltava à oposição para colocar em marcha o impeachment”, destaca.

Já a CARTA CAPITAL afirma que a obsessão oposicionista em derrubar a presidente Dilma Rousseff recebeu providenciais empurrões de dois tribunais, o TSE e TCU. “No TSE, abriu-se um processo de cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, fato inédito no Brasil, no caso de candidaturas presidenciais. No TCU, outro acontecimento incomum. As contas do governo foram reprovadas pela primeira vez de 1937”, destaca.



A aprovação preliminar do Tratado Transpacífico (TTP) é o principal destaque no noticiário de interesse. Abordagens avaliam como negativo o fato de o Brasil ter ficado de fora da parceira comercial.

O acordo de comércio, patentes e direitos autorais inclui Estados Unidos, Japão, México, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Cingapura, Vietnã, Brunei, Chile e Peru, com 40% do PIB mundial e população total de 792 milhões de habitantes.

CARTA CAPITAL destaca que a aprovação foi “festejada no Brasil como um avanço do mundo e mais uma evidência do atraso do País” e representa uma “renúncia sem precedentes ao poder dos Estados nacionais em favor das empresas privadas”.

Reportagem pondera que até os defensores desse acordo reconhecem que ele trará efeitos negativos para a manufatura brasileira. “Um estudo da Confederação Nacional da Indústria aponta a possibilidade de perda de 3% do PIB de 14 setores. Os críticos da negociação receiam o aniquilamento da indústria e a perda de autonomia do governo na definição de políticas”, aponta CARTA CAPITAL.

Reportagem de capa da ISTO É DINHEIRO destaca que “sem costurar parcerias comerciais relevantes e olhando demasiadamente para o próprio umbigo, o Mercosul incluído, o Brasil perdeu relevância”. Texto relata que o País assistiu, “atônito”, ao anúncio do maior acordo comercial da história, que acentuará seu isolamento comercial.

A Parceria Transpacífica, que envolve 40% do PIB mundial, tem o objetivo de diminuir barreiras comerciais para bens e serviços e de fixar regras internas para assuntos tão abrangentes quanto propriedade intelectual, trabalho infantil e combate à corrupção.

“O impacto, porém, será muito mais amplo, atingindo outros emergentes, como o Brasil. As exportações tanto de produtos agrícolas quanto de manufaturados terão maiores dificuldades para concorrer nos mercados abrangidos pela Parceria Transpacífica”, adverte DINHEIRO.

"Esse avanço faz com que as empresas dos países participantes do TPP já passem a dar preferência a parceiros comerciais dos demais membros", afirma Diego Bonomo, gerente da CNI.

"É urgente que o Brasil inicie uma negociação para um acordo de livre comércio com os EUA", diz Bonomo (leia mais em ANÁLISE SETORIAL).

Em outra frente, VEJA aponta que “a retração na atividade econômica deverá ficar em torno de 3% neste ano, e tudo indica que ainda não chegamos ao fundo do poço”.

“A severa retração do mercado de trabalho e a inflação elevada fizeram as famílias segurar o consumo, o que alimenta um círculo vicioso que derruba ainda mais a atividade na economia. A queda na confiança fica evidente em uma pesquisa da CNI: três a cada quatro brasileiros empregados temem ser demitidos nos próximos doze meses”, situa VEJA.

Em uma das reportagens da série O BRASIL QUE CONSTRÓI, ISTOÉ DINHEIRO mostra que a multinacional brasileira Weg, uma das maiores fabricantes de motores elétricos do mundo, não para de crescer. Reportagem situa que “o sucesso da Weg está em sua cultura empresarial, que valoriza a excelência tecnológica e o desenvolvimento dos funcionários”.

Reportagem relata que, em 1969, sentindo a carência de mão de obra especializada, o trio de sócios da empresa criaram o Centroweg, uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para a capacitação de mão de obra especializada.

“De lá para cá, mais de três mil alunos foram formados nesse centro, todos incorporados pela Weg, que atualmente conta com mais de 30,6 mil funcionários em todas as suas unidades. Empresas como a Weg são grandes porque se preocupam em ter produtividade de classe mundial”, assinala. “Elas dão muita ênfase à formação e à qualificação profissional”, diz Gustavo Leal, diretor nacional de operações do Senai.



Entre os temas de interesse do setor, RICARDO BOECHAT, na ISTO É, registra que “com petroleiros e bancários nas ruas brigando por aumento, entre outras categorias, o Dieese revela que o primeiro semestre foi o mais difícil para os trabalhadores desde 2008, no tocante aos reajustes salariais”.

BOECHAT segue: “O aumento real médio ficou só em 0,5% frente à inflação medida pelo IBGE. Foram consideradas 302 mesas de negociação do setor privado e empresas estatais, com data-base no período. A indústria foi quem mais sentiu o impacto da baixa atividade econômica, pagando menos a seus trabalhadores”.

BRASIL CONFIDENCIAL aponta que “o ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, defende que a atual crise política/econômica pode ser o ambiente ideal para unir as fratricidas situação e oposição. Juntos, ver onde há consenso e promover mudanças ‘há muito tempo adiadas, por conta da bonança que o Brasil vivia’. Fala sobre reformas previdenciária, tributária e política. Como diria Augusto dos Anjos: vão-se sonhos nas asas da Descrença, voltam sonhos nas asas da Esperança”.

ISTO É DINHEIRO aponta que a 13ª rodada de leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP) não empolgou as grandes empresas do setor. Texto relata que sem a presença da gigante Petrobras, pela primeira vez em 16 anos, e de nomes de peso do mercado internacional, quem se destacou durante o pregão foram as pequenas e médias empresas. “Dos 266 blocos colocados à venda (nenhum na área do pré-sal), apenas 37 foram arrematados, gerando uma arrecadação de R$ 121,1 milhões, longe dos R$ 2 bilhões previstos pelo Ministério de Minas e Energia”, situa a reportagem.

José de Sá, líder de Petróleo e Gás da Bain & Company, afirma à reportagem que em países como Noruega e Malásia, o modelo de partilha entre companhias nacionais e internacionais incentiva a competitividade. “Para ele, com a revisão desses pontos, o Brasil pode transformar o setor de petróleo em uma nova indústria aeronáutica, que através de empresas como a Embraer, exporta produtos e conhecimento”, resume.

Cálculos da consultoria GO Associados, feitos a pedido da DINHEIRO, mostram que a redução de investimentos da Petrobras podem causar um impacto negativo de 3,3% no PIB, em um intervalo de 12 meses. “Cientes da gravidade da situação, representantes de 23 entidades do setor resolveram arregaçar as mangas em busca de medidas que ajudem a retomar a competitividade do setor no Brasil”, aponta. “As entidades defendem também a criação de uma agenda de políticas públicas industriais focadas nas áreas mais promissoras de exploração de petróleo e a diminuição do gargalo entre fornecedores e operadores.”

O Tratado Transpacífico também repercute em outras revistas.

ISTOÉ posiciona que o Tratado Transpacífico expõe o fracasso da política comercial brasileira e inaugura uma nova era, a dos acordos megaregionais. Reportagem adverte que “com a preferência do comércio entre os países do bloco, as exportações brasileiras podem encolher até 2,7%, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas”.

VEJA alerta que o acordo comercial assinado por 12 países do Pacífico é uma ótima notícia para a economia mundial e “já o Brasil, preso ao Mercosul, perderá ainda mais mercados”. “A consequência para o Brasil será claramente negativa. Um quarto de tudo o que o país exporta vai para os países da TPP. Um dos setores mais afetados será o de carnes”, assinala a reportagem.

BRASIL CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, aponta que “em meio à pressão após a Parceria Transpacífica (TPP), maior acordo comercial da história, o Brasil espera, nos próximos dias, a apresentação das ofertas para selar o pacto entre Mercosul e União Europeia. Ao contrário de outras tentativas frustradas, o bloco sul-americano apresentará dessa vez amplas concessões no setor industrial.

BRASIL CONFIDENCIAL adiciona: “Serão ofertas de mercado que vão desde a produção de têxteis, calçados até a indústria química. Em contrapartida, espera-se que os europeus ofereçam mais espaço para os bens agrícolas. Contam, em especial, que a França diminua o protecionismo aos produtos lácteos”.

OITO NOTAS, na ÉPOCA, assinala que “preso ao Mercosul, o Brasil, é claro, ficou fora da festa”.

Em entrevista às PÁGINAS AMARELAS da VEJA, o publicitário baiano André Torretta, especialista no movimento de ascensão da população brasileira na base da pirâmide social, afirma que o Pronatec “surgiu como consequência de uma tese em voga em todo o mundo segundo a qual haveria escassez de profissionais de nível técnico em vários países, enquanto sobravam universitários”.

“Há uns seis anos, o governo federal investiu muito para aumentar o número de técnicos disponíveis. Como vivíamos uma situação de pleno emprego, era difícil saber por que uma pessoa conseguia uma vaga, mas era certo que conseguiria. Agora, com a crise, técnicos e universitários correm o risco de ficar desempregados”, alerta.

Segundo ele, o governo está tirando benefícios da população. “E as pessoas sentem isso. O maior pecado de Dilma Rousseff, do ponto de vista dos mais pobres, foi mexer na educação, em vez de cortar um monte de outras coisas. Com isso, ela arruinou o slogan que seu governo criou, o da ‘Pátria Educadora’”, afirma Torretta.

CLAYTON NETZ, na ISTO É DINHEIRO, reproduz frase atribuída a Eduardo Gouvêa Vieira, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan): "O governo fez uma meia-sola de reforma fiscal, cobrando mais da sociedade em todos os sentidos. Mas o que o país precisa é de um choque de privatização".

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