Destaques

quarta-feira, 4 de abril de 2018

FCE Pharma apresenta estudo inédito sobre o futuro de laboratórios farmacêuticos brasileiros


Megatendências para consumo de medicamentos no Brasil e inteligência artificial também fazem parte do debate

Para que os laboratórios de capital nacional sigam colhendo resultados como no passado, é preciso buscar novas rotas de crescimento

Boston Consulting Group (BCG) apresenta estudo inédito sobre o “Futuro dos Laboratórios Farmacêuticos Brasileiros” durante a FCE Pharma, o principal ponto de encontro do segmento de tecnologias para a indústria farmacêutica, que acontece em maio, no São Paulo Expo. Na ocasião, a consultoria será curadora do encontro Insight Experience, que ocorre em paralelo à exposição, no dia 23 de maio.

O BCG analisa que o mercado farmacêutico segue em ascensão, apesar da perda de ritmo provocada pela crise econômica no país. Por isso, as perspectivas para o futuro são promissoras. Mas, para que os laboratórios de capital nacional sigam colhendo resultados como no passado, é preciso buscar novas rotas de crescimento, na medida que a velha fórmula de desenvolver genéricos e similares de medicamentos campeões de venda começa a dar sinais de esgotamento. A apresentação abre os trabalhos do encontro começa às 9h.

A partir das 9h30, é apresentado o painel “Eleições 2018 e o futuro do Brasil – Impactos para o setor e mercado farmacêutico”, pela consultoria Prospectiva. Depois é a vez da apresentação “Megatendências para o consumo de medicamentos no Brasil e no mundo”, que explorará temas como a digitalização na relação entre laboratório-médico-paciente, os body and health sensors, passando por inteligência artificial, possíveis novos players na cadeia de distribuição (como a Amazon) e impressão e produção de medicamentos por demanda específica (medicina personalizada). Após os painéis, acontece debate com a participação dos convidados, liderado pelos consultores da BCG, seguido por um tour pela feira.

A programação faz parte do programa Hospitality Class, criado pela organizadora da FCE Pharma, a NürnbergMesse Brasil. Em sua edição 2017, o programa de compradores premium reuniu os principais tomadores de decisão do setor, como diretores, executivos c-level, presidentes e vice-presidentes, gerentes, entre outros profissionais de destaque do Brasil e América Latina.

A FCE Cosmetique e FCE Pharma acontecem de 22 a 24 de maio – a exposição nos estandes vai das 13h às 20h.

Serviço:
FCE Pharma – Insight Experience por BCG – Boston Consulting Group
Data: 23 de maio
Horário: a partir das 8h30
Local: São Paulo Expo
Endereço: Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, São Paulo, SP


Workshop promove atualização dos conceitos relacionados à cadeia fria


Promovido pelo Sindusfarma, o evento acontece nos dias 9 e 10 de abril em São Paulo

O curso tem como objetivo propiciar uma visão atualizada sobre os conceitos envolvendo a conservação, manejo, transporte e distribuição de produtos sensíveis à temperatura e tempo

Profissionais da Indústria Farmacêutica que atuam na área de Garantia e Controle de Qualidade, Produção, Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Engenharia têm a oportunidade de atualizar seu conhecimento em cadeia fria no workshop promovido pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma). O curso, que acontece nos dias 9 e 10 de abril, tem como objetivo propiciar uma visão atualizada sobre os conceitos envolvendo a conservação, manejo, transporte e distribuição de produtos sensíveis à temperatura e tempo.

A gerente de Desenvolvimento Estratégico em Cold Chain do Grupo Polar, Liana Montemor, é uma das organizadoras e palestrantes e discutirá o Guia de Qualificação de Transportes de Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mostrando os principais aspectos das diretrizes que resultam em melhores práticas, procedimentos e rotinas.

“Pretendemos prover informação detalhada sobre a aplicação do guia da Anvisa, como requerimentos de usuário, caracterização de rotas e perfil de temperatura, qualificação de desenho, operação e desempenho, além de outros assuntos que envolvem o monitoramento da temperatura e o polêmica da avaliação da temperatura interna da carga no momento do recebimento”, explica a farmacêutica.

O evento contará ainda com a participação do especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da Gerência de Avaliação de Produtos Biológicos (GPBIO) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Bernardo Luiz Moreira, que abordará o Guia da Anvisa para Qualificação de Transporte de Produtos Biológicos. Também estará em pauta a discussão de possíveis soluções para atender a consulta pública 343, que menciona a necessidade de controle e monitoramento da temperatura dos medicamentos, independentemente de sua faixa de temperatura, em especial para 15 a 25°C e 15 a 30°C.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo site. Para mais informações, acesse aqui ou entre em contato pelo telefone (11) 3897-9779.

Workshop: Atualização dos conceitos relacionados à cadeia fria
Data: 9 e 10 de abril
Local: Sede do Sindusfarma (Rua Alvorada, 1280 – Vila Olímpia – São Paulo)

Fonte:labnetwork


Cientistas buscam vacina mais eficaz


A vacina da gripe foi menos efetiva neste ano globalmente, comparado a períodos recentes. Isso aconteceu porque os vírus da influenza mudam constantemente, assim como as cepas que circulam por todas as regiões do mundo. Agora, cientistas do Instituto de Pesquisa The Scripps, na Califórnia, descobriram um novo aspecto do micro-organismo e como ele interage com os anticorpos nos pulmões. Esse estudo, de acordo com os pesquisadores, poderá levar a novos tratamentos para pessoas que estão infectadas. O trabalho foi publicado hoje na revista Cell Reports.

“Isso foi totalmente inesperado”, disse Lars Hangartner, professor de imunologia no Scripps e autor sênior do estudo. “Nós descobrimos que anticorpos chamados IgAs, comumente encontrados na superfície das mucosas, podem nos proteger de infecções de duas formas distintas.” As vacinas de gripe funcionam apresentando moléculas virais, os antígenos, ao sistema imunológico. Essas substâncias agem ensinando o organismo a reconhecer e produzir anticorpos contra o vírus, caso o vejam novamente.

Hoje, as vacinas de gripe estimulam mais os outros anticorpos que o IgA, mas, baseados na nova descoberta, os pesquisadores estimaram que essa pode não ser a melhor abordagem. Os cientistas estudaram quatro tipos de anticorpos em culturas de células para descobrir quais eram mais potentes contra o vírus influenza. Eles constataram que um subtipo chamado IgA1 era o mais efetivo. Pesquisas posteriores revelaram que uma parte do IgA em particular o tornou tão eficaz — um tipo de rabo no fim da molécula que pode inibir diretamente a gripe e outros vírus.

Bloqueio
Trabalhando com colaboradores da Universidade de Zurique, os pesquisadores descobriram que esse rabo bloqueia a parte do vírus que permite a ele se ligar às células que o micro-organismo quer infectar. Isso sugere que o anticorpo IgA trabalha por meio de duas atividades imunes diversas: a adquirida, que é tradicionalmente associada a anticorpos que especificamente reconhecem patógenos, e inata, que é um ataque mais amplo e menos específico.

Como é difícil de trabalhar com os IgAs, Hangartner diz que pesquisas futuras vão focar no desenvolvimento de anticorpos que sejam mais fáceis de produzir e que possam ser testados em ratos. Segundo o cientista, as descobertas podem ser traduzidas em tratamentos efetivos para pessoas que já estão infectadas ou que têm contato próximo com variantes da gripe potencialmente letais. Isso significa que o tratamento futuro pode ser oferecido a mais pessoas, e a um custo mais baixo, esclarece.



Médicos do Hospital das Clínicas usam celular para monitorar cirurgias no cérebro

Iniciativa pioneira no mundo surgiu durante a pesquisa de doutorado do médico Maurício Mandel.

Uma equipe de médicos do Hospital das Clínicas usa o aparelho celular para monitorar cirurgias no cérebro. Com o telefone acoplado a uma lente e a um endoscópio, os neurocirurgiões fecham aneurismas, removem coágulos e tratam pacientes com hidrocefalia.

A iniciativa pioneira no mundo surgiu durante a pesquisa de doutorado do médico Maurício Mandel.

O trabalho foi divulgado no Journal of Neurosurgery, a publicação mais importante da área. O estudo destacou que todos os procedimentos foram bem sucedidos.

Os médicos descobriram vantagens em relação à endoscopia tradicional.

“No equipamento tradicional, você tem que focar a sua atenção no paciente, no campo cirúrgico, mas trocar essa atenção pra tela”, explica Mandel, neurocirurgião do Hospital das Clínicas. Você tira duas dúvidas na tela e foca de volta no campo cirúrgico e esse movimento é repetido diversas vezes durante o procedimento. Voltar o foco o cirurgião e deixar ele exclusivamente no paciente, porque a tela do celular permite isso, quer dizer, você nunca tira atenção pro campo cirúrgico, isso tornou o procedimento mais fluido, seguro, intuitivo, muito diferente do que era feito antes em neuroendoscopia.”

O equipamento tradicional de endoscopia custa de R$ 200 mil a R$ 300 mil. O celular e o adaptador juntos saem por apenas seis mil reais. A ideia agora é baratear esse tipo de procedimento e torná-lo acessível em hospitais com menos estrutura, no Brasil e no mundo.

Mais de 150 cirurgias já foram feitas pelos pesquisadores da USP.

Max Antônio dos Santos, auxiliar administrativo, foi um dos primeiros pacientes submetidos à nova técnica. Ele se curou de um aneurisma.

“Para mim foi um sentimento de alívio”, afirmou. “Então assim, é tanto importante para nós da sociedade e pra tecnologia também, porque isso vai mostrar tanto pra gente aqui do Brasil e pro mundo afora aí.”

A nova técnica virou notícia em países como Polônia, França e Indonésia. “Com ideias diferentes a gente consegue com certeza diminuir alguns custos e tornar isso muito mais disponível no brasil inteiro”, disse o neurocirurgião.

Por Alan Severiano, SP2, São Paulo


Ruth Nussenzweig morre aos 89 anos nos Estados Unidos


Cientista foi referência mundial em pesquisa sobre a biologia da malária e o desenvolvimento de vacinas (foto: Eduardo Cesar / Pesquisa FAPESP)

Ruth Nussenzweig, referência mundial em pesquisa sobre a biologia da malária e o desenvolvimento de vacinas, primeira pesquisadora brasileira eleita membro da Academia de Ciências dos Estados Unidos, morreu em 1º de abril, aos 89 anos.

Nascida na Áustria, chegou ao Brasil em 1938, aos 11 anos. Viveu aqui por pouco mais duas décadas, antes de transferir-se com o marido, Victor Nussenzweig, para o Departamento de Parasitologia da Escola de Medicina da New York University, onde trabalhou desde então. Mas era no Brasil que ela se “sentia bem”, como disse em entrevista à revista Pesquisa FAPESP em 2014: “Meus amigos são daqui”.

Nascida Sonntag, Ruth era judia, filha dos médicos Eugenia e Baruch, que chegaram ao Brasil fugidos do nazismo. Cresceu em Guarulhos. Aos 18 anos ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), onde conheceu Victor Nussenzweig.

“Namorávamos falando de ciência”, disse Victor na mesma entrevista à Pesquisa FAPESP. Tanto que se casaram na Biblioteca da Faculdade de Medicina, em 1953, tendo como testemunha o catedrático de Parasitologia Samuel Pessoa, que influenciou fortemente a decisão de Ruth de investigar a biologia da malária. Uma foto publicada no livro Circa 1962 – A Ciência Paulista nos Primórdios da FAPESP, registra a cerimônia de casamento.

O casal ficou dois anos na França, durante o doutorado, e em 1960 tentou se estabelecer no Brasil. “Mas verificamos que não dava para fazer o que queríamos de forma rápida”, disse Victor. Foram para Nova York. Uma nova tentativa de retorno, em abril de 1964, abortou depois de uma conversa de Victor com um coronel instalado na Faculdade de Medicina da USP.

Voltaram ao Brasil, entre 2012 e 2015, em várias ocasiões, para coordenar o projeto “Caracterização da proteína fosfatase UIS2 de Plasmodium como alvo para desenvolvimento de drogas contra a malária”, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com o apoio da FAPESP no âmbito do programa São Paulo Excellence Chair (SPEC). O SPEC foi criado em 2012 com o objetivo de atrair cientistas de renome para a coordenação de projetos temáticos em suas áreas de atuação.

Nos Estados Unidos, Ruth publicou em 1967 um artigo que marcaria sua carreira. Nele, mostrou que era possível imunizar roedores contra a malária por meio da irradiação dos esporozoítos, um dos estágios de vida do parasita do gênero Plasmodium.

Alguns anos depois, isolou o antígeno CSP (circumsporozoite protein), responsável por proteger os animais da doença e, a partir daí, começou a trabalhar em vacinas e tratamentos.

“Seus trabalhos na área de imunologia servem como guia para o desenvolvimento de uma nova geração de vacinas recombinantes”, disse Maurício Martins Rodrigues (1961-2015), professor da Unifesp, que fez o pós-doutorado na Universidade de Nova York com Ruth Nussenzweig, na ocasião da eleição da pesquisadora para a Academia de Ciências dos Estados Unidos, em 2013. 

As investigações de Ruth foram fundamentais para que a ciência chegasse à RTS,S/AS01, vacina contra a malária causada pelo Plasmodium vivax – de maior prevalência nas Américas – que já obteve 45% de eficácia em testes com camundongos.

A estratégia da nova vacina se baseia em desenvolver versões recombinantes de proteínas encontradas no esporozoíto. A nova vacina já passou por testes clínicos de fase 3 e recebeu sinalização positiva da Organização Mundial de Saúde (OMS) para estudo piloto de implementação.

O artigo que comunica os resultados da pesquisa, publicado na revista Frontiers in Immunology, tem entre seus signatários Ruth e Victor Nussenzweig (leia mais em http://agencia.fapesp.br/27129/).

Ruth deixa os filhos Michel, professor da Rockefeller University e, como a mãe, membro da Academia de Ciências dos Estados Unidos, Sonia, antropóloga da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, e André, que trabalha nos National Institutes of Health (NIH).



Parasita da malária usa sinais do ambiente para regular ciclo de vida


Estudo publicado na Cell indica que queda nos níveis de um fosfolipídeo no sangue do hospedeiro humano sinaliza para o Plasmodium que é hora de se transformar na forma sexuada capaz de infectar o mosquito vetor (imagens: divulgação / Cell)

Pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos começaram a desvendar os mecanismos pelos quais o parasita causador da malária regula uma etapa crucial do seu ciclo de vida: o momento em que ele para de se reproduzir dentro das células sanguíneas do hospedeiro humano – causando sintomas como febre, dores e calafrios – e assume uma forma sexuada conhecida como gametócito, capaz de infectar o mosquito vetor.

De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Cell, a queda nos níveis plasmáticos de um fosfolipídeo chamado lysofosfatidilcolina parece funcionar como um sinal de que é hora de “abandonar o barco” e buscar um novo hospedeiro.

O estudo foi apresentado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), pelo professor de Parasitologia Molecular da Universidade de Glasgow (Escócia) Matthias Marti. A palestra ocorreu em março, durante a São Paulo School For Advanced Science In Cell Biology (SPCell), evento apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada.

“O entendimento de como ocorre a transformação do parasita em gametócito pode apontar alvos para o desenvolvimento de fármacos capazes de bloquear a transmissão da doença”, disse Marti em entrevista à Agência FAPESP.

Os resultados obtidos até o momento são de experimentos feitos in vitro com protozoários da espécie Plasmodium falciparum, responsável pela maioria dos casos de malária em humanos e também pelos mais graves. O objetivo era investigar quais fatores no organismo hospedeiro poderiam alertar o parasita de que seria o momento de avançar em seu ciclo de vida.

“Há muitas hipóteses para explicar o fenômeno, como a existência de fatores genéticos ou de moléculas liberadas pelo sistema imune humano. Nós estávamos desconfiados de que poderia ser o estado nutricional do hospedeiro. Ou seja, uma vez que o parasita percebe que há disponibilidade limitada de nutrientes, ele busca meios de ser transmitido para outro organismo”, disse Marti.

Para testar sua teoria, o britânico realizou uma série de ensaios em colaboração com Jon Clardy, da Escola de Medicina Harvard, nos Estados Unidos, e outros colaboradores.
Os cientistas observaram que quando o soro sanguíneo convencional era adicionado à cultura de parasitas, nenhum indivíduo se transformava em gametócito e todos continuavam a se reproduzir normalmente nas células sanguíneas. Porém, quando a cultura era tratada com um soro que já tinha previamente sido exposto aos parasitas, eles passavam a se reproduzir mais lentamente e uma parte dos indivíduos se transformava em gametócito.

“Certamente algo importante estava faltando, então decidimos fracionar o soro e testamos seus componentes um a um nas culturas”, contou Marti.

Inicialmente, os pesquisadores imaginaram que o nível de glicose no sangue seria o fator-chave para a mudança de fase parasitária. No entanto, os experimentos mostraram que mais gametócitos se formavam na ausência da lysofosfatidilcolina – um fosfolipídeo bastante abundante no sangue humano e essencial para a síntese de membranas celulares.

“Nossos testes mostraram que esse fosfolipídeo é rapidamente sequestrado pelo parasita, que quebra a molécula e usa seus componentes para sintetizar a membrana de novos parasitas. Na falta do nutriente, cerca de 30% dos protozoários que infectam as células sanguíneas se transformam em gametócitos. Os outros 70% passam a se replicar mais lentamente”, explicou Marti.

Segundo o pesquisador, o nível de lysofosfatidilcolina no sangue normalmente cai cerca de cinco vezes durante qualquer processo infeccioso importante – sendo esse fator considerado um marcador inespecífico de inflamação. No caso da malária, o fosfolipídeo parece funcionar como um sensor ambiental para o parasita

“O Plasmodium se desenvolve em um ambiente em constante alteração – tanto no hospedeiro humano quanto no mosquito. Ele precisa colher amostras do ambiente com frequência e ajustar seu metabolismo quando necessário”, disse Marti.

O cientista acredita que o mesmo mecanismo esteja presente no caso da espécie Plasmodium vivax, principal responsável pelos casos de malária no Brasil. No entanto, não foi possível testar a hipótese no laboratório porque essa espécie não sobrevive em cultura.

Lacunas no conhecimento
Entender como exatamente a ausência de lysofosfatidilcolina resulta na transformação em gametócito é um dos objetivos atuais do grupo coordenado por Marti. Segundo o cientista, porém, há várias outras questões ainda em aberto.

“Quando tiramos o fosfolipídeo do soro, apenas uma parte dos parasitas avança no ciclo de vida. Por que não todos? Como é decidido quais indivíduos vão se transformar em gametócitos e quais vão permanecer se reproduzindo assexuadamente? É possível que seja um processo aleatório ou que existam outras moléculas no meio extracelular regulando o processo. Não entendemos ainda”, disse o pesquisador.

Outra possibilidade futura é avaliar se o tipo de dieta do hospedeiro altera os níveis de lysofosfatidilcolina e se isso influencia no processo infeccioso ou na transmissão do parasita. Também é possível olhar em populações humanas como a variação no nível do fosfolipídeo durante a infecção impacta o processo de transmissão.

“Duas das enzimas usadas pelo parasita para metabolizar essa molécula já são alvos conhecidos de drogas, que estão atualmente em fase de ensaios clínicos. A nova descoberta abre a possibilidade de fazer experimentos mais direcionados”, comentou Marti.

Sensores do microambiente
Para a professora da FCF-USP e organizadora da SPCell, Celia Garcia, os estudos conduzidos por Marti oferecem uma grande contribuição para o entendimento dos mecanismos de sinalização e comunicação do Plasmodium com o microambiente do hospedeiro durante o estágio de gametócito.

Em seu laboratório, Garcia coordena um esforço complementar: entender como o parasita percebe o microambiente do hospedeiro durante o período de desenvolvimento dentro do glóbulo vermelho.

“O estudo da sinalização celular na relação Plasmodium-hospedeiro deu um salto nos últimos anos e vários trabalhos vêm sendo publicados por diversos laboratórios, reforçando a relevância deste conceito de sensores de microambientes para regular aspectos do ciclo de vida do parasita da malária, o que era impensável e criticado anos atrás”, disse a pesquisadora.

O artigo Lysophosphatidylcholine Regulates Sexual Stage Differentiation in the Human Malaria Parasite Plasmodium falciparum, de Matthias Marti, Jon Clardy e colaboradores, pode ser lido em: www.cell.com/cell/fulltext/S0092-8674(17)31242-4


Derrubado veto a projeto que muda remuneração e atribuições dos agentes comunitários de saúde


Congresso derrubou nesta terça-feira (3) o Veto 4/2018, parcial, à lei que reformula a carreira de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias (Lei 13.595/2018). A lei teve origem no Projeto de Lei da Câmara (PLC)56/2017, aprovado no Senado e na Câmara dos Deputados no final de 2017.

Foram recolocados na lei mais de 60 dispositivos que haviam sido vetados pela Presidência da República, como a carga horária de 40 horas semanais para a categoria e a indenização de transporte ao trabalhador para o exercício de suas atividades.

Também foi derrubado o veto à lista de atividades a serem exercidas pelos agentes no atendimento domiciliar às famílias, como atendimento à gestante, no pré-natal, no parto e no puerpério; atendimento da criança, do adolescente, dos idosos e dos dependentes químicos, e acompanhamento de homens e mulheres para prevenção da saúde, assim como grupos de risco ou vulnerabilidade.

Toda a lista de atividades havia sido vetada pelo presidente Temer com a justificativa de que poderia ser interpretada como competência privativa do agente, o que já é normatizado pelo Ministério da Saúde e por meio da Lei 11.350/2006.

Senadores e deputados derrubaram ainda a exigência de que o profissional deva residir na comunidade em que trabalha. Com isso, fica permitida ao agente morar longe da comunidade em que atua, no caso de comprar de uma casa própria em outra localidade.

Ficou mantida na lei, entretanto, a obrigação de os agentes passarem por cursos de formação introdutória e continuada a cada dois anos, durante a jornada de trabalho. Temer havia vetado, alegando que os dispositivos gerariam despesa adicional.

Acordo
Em acordo com a categoria, os parlamentares mantiveram o veto à obrigatoriedade de estados e municípios oferecerem curso técnico aos agentes de carga horária mínima de 1.200 horas e à determinação para que os agentes notifiquem casos suspeitos de zoonoses à unidade de saúde e à estrutura de vigilância epidemiológica de sua região.

O acordo manteve também o veto ao dispositivo que passava ao Ministério Público e à Defensoria Pública a responsabilidade por medidas para impedir contratação temporária de novos agentes sem vínculo direto com a administração. Temer havia justificado que o trecho da lei atribuía competência ao Ministério Público por meio de lei ordinária, o que é inconstitucional.

Para o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), a derrubada do veto não gerará gastos para o governo, mas oferecerá ao cidadão atendido por um agente comunitário a possiblidade de prestar mais informações para os médicos — seja uma parturiente, um diabético crônico, um cardiopata ou todos com doenças crônicas reumáticas.

— O que nós precisamos é cada vez mais enaltecer o trabalho dos agentes comunitários, para melhorar a qualidade de vida do nosso interior do país — afirmou o senador, lembrando que a lei ganhou o nome de Ruth Brilhante, agente comunitária que dedicou a vida a trabalhar pela categoria.

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) também apoiou a derrubada do veto que, em sua avaliação, significou “fazer justiça e garantir dignidade e respeito às categorias essenciais para a saúde preventiva do país”. Já o senador José Serra (PSDB-SP), ex-ministro da Saúde responsável por criar o programa Saúde na Família, destacou que a derrubada do veto foi “um tema decisivo para o país”.



INCUBADORA DO TECPAR SELECIONA 32 NOVAS EMPRESAS INOVADORAS


A Incubadora Tecnológica do Tecpar (Intec) está com 32 vagas abertas para empresas inovadoras que buscam o apoio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para desenvolver seus negócios. As regras para o mais novo processo seletivo já estão disponíveis no último edital da incubadora.

Neste ano, estão sendo ofertadas 16 vagas para a modalidade de incubação residente (quando a empresa fica nas dependências da Intec) e outras 16 para a incubação não residente, quando o empresário não se instala na incubadora, mas conta com o apoio dos especialistas do instituto. As vagas estão divididas nas duas unidades da Intec, em Curitiba (20 vagas) e em Jacarezinho (12 vagas).

Para participar do processo seletivo, o empreendedor deve submeter seu Plano de Negócios à avaliação de uma banca julgadora. “O documento deve levar em conta o desempenho da empresa em um período de dois anos, com informações como descrição das atividades e da concorrência”, exemplifica Gilberto Passos Lima, gerente do setor de Parques e Incubadoras Tecnológicas do Tecpar.

O projeto deve conter três requisitos: inovação (introdução de novidade ou aperfeiçoamento que resulte em novos produtos, serviços ou processos), base tecnológica (aplicação de conhecimento técnico-científico e investimento em Pesquisa e Desenvolvimento) e prova de conceito ou protótipo (modelo prático que possa provar o conceito estabelecido).

Incubação Verde
Outra modalidade de incubação é o programa Incubação Verde, que busca acelerar o desenvolvimento de negócios sustentáveis e os pedidos de patentes de tecnologias verdes – o programa é executado entre o Tecpar e a Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre).

A parceria oferece apoio ao desenvolvimento e na criação de negócios inovadores com o uso de tecnologias sustentáveis, além de ofertar infraestrutura inicial para esses projetos e sensibilização de empreendedores e empresários quanto ao tema da sustentabilidade.

Custos
O valor mensal a ser pago pela empresa incubada depende do modelo de incubação e da etapa do processo de incubação em que a empresa se encontra. A incubada residente, por exemplo, ao usar espaços exclusivos da Intec, tem o custo mensal de R$ 24 por metro quadrado utilizado, durante a fase de implantação da empresa.

Já a incubada não residente pagará mensalmente o valor-base de R$ 468,60, neste primento momento. “Como forma de incentivo aos novos negócios, a Intec oferece, durante o período de implantação, um desconto de 70% no valor da mensalidade”, ressalta Lima.

Etapas
Durante o programa de incubação a empresa passa por quatro níveis de maturidade: implantação (estruturação da empresa), crescimento (expansão dos negócios), consolidação (início da sustentabilidade financeira) e liberação (com o aumento da fatia do mercado e posterior graduação da incubadora).

A partir do início da etapa de consolidação até o final da etapa de liberação, a incubada passa a pagar mensalmente ao Tecpar uma retribuição ao incentivo que corresponde a 3% do faturamento bruto mensal da empresa.

Os interessados em participar do processo seletivo podem acessar o edital pelo site da Intec (intec.tecpar.br/comoincubar). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3316-3176.

Intec
Ao longo de 28 anos, a Intec já deu suporte tecnológico a mais de 100 negócios. Atualmente, seis empresas passam pelo programa da Intec, com o desenvolvimento de tecnologias em diversas áreas: Compracam, Provena, RR Import, Forrest Brasil Tecnologia, Neurocel e Toys for Boys – Chemistry Automotive.



Confira nova regra sobre Resíduos de Serviços de Saúde


Resolução trata sobre as práticas de manejo, armazenamento, coleta e transporte dos resíduos e de seu destino final de acordo com o grupo de risco.

As atividades que envolvem qualquer etapa do gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – RSS, sejam eles públicos ou privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa, foram regulamentadas pela Resolução da Diretoria Colegiada – RDC  222/18, da Anvisa, publicada na última sexta-feira (29/3), no Diário Oficial da União.

O regulamento definiu todos os serviços cujas atividades estejam relacionadas principalmente à atenção à saúde humana ou animal, não se aplicando a fontes radioativas seladas, que devem seguir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, e às indústrias de produtos sob vigilância sanitária, que devem observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental

Elaboração do Plano de Gerenciamento
Vale destacar que o serviço gerador de RSS é responsável pela elaboração, implantação, implementação e monitoramento do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, documento que aponta e descreve todas as ações relativas ao gerenciamento dos resíduos de serviços de Saúde, observadas suas características e riscos. Os novos geradores de resíduos terão prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir do início do funcionamento, para apresentar o Plano.

De acordo com a norma, os RSS que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico podem ser encaminhados para reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem, aproveitamento energético ou logística reversa. Esses rejeitos podem, também, ser encaminhados para disposição final ambientalmente adequada. Os demais grupos de risco estão descritos detalhadamente nos anexos I e II da RDC 222/2018 e podem ser acessados no link


A Resolução está restrita a exigências diretamente relacionadas à questão do risco à saúde, tratando especificamente sobre o manejo, armazenamento, coleta e transporte dos resíduos e de destino de acordo com o grupo de risco específico.



Regra estabelece critérios e procedimentos para reavaliação de agrotóxicos


Atualização da norma visa garantir maior objetividade, clareza, transparência e efetividade aos procedimentos de reavaliação toxicológica

Os ingredientes ativos de agrotóxicos já registrados e que apresentarem indícios de alteração dos riscos à saúde humana têm novos critérios e procedimentos para reavaliação toxicológica, de acordo a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC 221/18, da Anvisa, que foi publicada no Diário Oficial da União, na última sexta-feira (29/3). Dessa forma, a norma pretende evitar que a população esteja exposta a riscos relacionados a agrotóxicos, sejam eles ocupacionais ou dietéticos.

A nova Resolução revoga a RDC 48/08, que já não atendia à complexidade inerente ao processo de reavaliação, prejudicando a efetividade da reavaliação toxicológica realizada pela Anvisa. A atualização da norma visa garantir maior objetividade, clareza, transparência e efetividade aos procedimentos de reavaliação, de forma que eles correspondam às reais necessidades e à finalidade da atividade.

Um dos pontos mais importantes da nova norma é a definição de critérios para a seleção dos ingredientes ativos de agrotóxicos que deverão ser submetidos à reavaliação. A resolução prevê, ainda, a publicação de uma lista dos ingredientes ativos selecionados para reavaliação, com a devida antecedência, de forma a dar maior previsibilidade à sociedade, ao setor produtivo de agrotóxicos e aos usuários desses produtos.

Com a mudança, os usuários e o setor produtivo terão mais tempo para iniciar a busca de alternativas aos ingredientes ativos que poderão sofrer restrições ou proibição após reavaliação.

Reavaliação toxicológica
A reavaliação toxicológica é o instrumento disponível para a revisão da avaliação toxicológica de ingredientes ativos de agrotóxicos com potenciais riscos à saúde que não haviam sido identificados no momento da concessão de registro, mas que posteriormente foram revelados em decorrência de novos estudos ou de novas interpretações e percepções do risco decorrentes do avanço do conhecimento científico.




Cerimônia de posse da Diretora da DSNVS será dia 12/4


Você está convidado para a posse da Diretora de Coordenação e Articulação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (DSNVS), Alessandra Bastos Soares. A cerimônia ocorrerá no dia 12 de abril, quinta-feira, às 10 horas, no auditório da sede da Anvisa. Não é necessário realizar inscrição para participar do evento.




terça-feira, 3 de abril de 2018

Participe do webinar sobre SNGPC no dia 5 de abril


O seminário virtual vai esclarecer dúvidas e orientar sobre as funcionalidades do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados.

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) será o tema do próximo webinar da Anvisa. O seminário virtual ocorrerá na quinta-feira, dia 5 de abril, a partir das 15h, e será ministrado pelos profissionais da Gerência de Produtos Controlados da Anvisa. Durante o evento, a área orientará o setor regulado quanto as funcionalidades e esclarecerá dúvidas sobre o SNGPC.

O webinar é transmitido pela internet e permite a interação dos participantes por meio de um chat aberto durante a transmissão. Para assistir ao seminário basta acessar o link: 


A partir do horário agendado. Mesmo após encerrada a transmissão ao vivo, o seminário gravado poderá ser acessado a qualquer momento por meio desse endereço eletrônico.

Atendimentos
Nestes primeiros meses do ano, o SNGPC ocupou a oitava posição dentre os assuntos mais questionados à Central de Atendimento da Anvisa. Foram quase 4 mil ligações com dúvidas sobre esse assunto, o que demonstra a relevância do tema.

Seminário Virtual
O webinar é uma iniciativa da Anvisa que tem por objetivo fortalecer as iniciativas de transparência ativa da Agência, levando conhecimento atualizado aos usuários.



Calendário Agenda