Iniciativa pioneira no mundo
surgiu durante a pesquisa de doutorado do médico Maurício Mandel.
Uma equipe de médicos do
Hospital das Clínicas usa o aparelho celular para monitorar cirurgias no
cérebro. Com o telefone acoplado a uma lente e a um endoscópio, os
neurocirurgiões fecham aneurismas, removem coágulos e tratam pacientes com
hidrocefalia.
A iniciativa pioneira no mundo
surgiu durante a pesquisa de doutorado do médico Maurício Mandel.
O trabalho foi divulgado no
Journal of Neurosurgery, a publicação mais importante da área. O estudo
destacou que todos os procedimentos foram bem sucedidos.
Os médicos descobriram
vantagens em relação à endoscopia tradicional.
“No equipamento tradicional,
você tem que focar a sua atenção no paciente, no campo cirúrgico, mas trocar
essa atenção pra tela”, explica Mandel, neurocirurgião do Hospital das
Clínicas. Você tira duas dúvidas na tela e foca de volta no campo cirúrgico e
esse movimento é repetido diversas vezes durante o procedimento. Voltar o foco
o cirurgião e deixar ele exclusivamente no paciente, porque a tela do celular
permite isso, quer dizer, você nunca tira atenção pro campo cirúrgico, isso
tornou o procedimento mais fluido, seguro, intuitivo, muito diferente do que era
feito antes em neuroendoscopia.”
O equipamento tradicional de
endoscopia custa de R$ 200 mil a R$ 300 mil. O celular e o adaptador juntos
saem por apenas seis mil reais. A ideia agora é baratear esse tipo de
procedimento e torná-lo acessível em hospitais com menos estrutura, no Brasil e
no mundo.
Mais de 150 cirurgias já foram
feitas pelos pesquisadores da USP.
Max Antônio dos Santos,
auxiliar administrativo, foi um dos primeiros pacientes submetidos à nova
técnica. Ele se curou de um aneurisma.
“Para mim foi um sentimento de
alívio”, afirmou. “Então assim, é tanto importante para nós da sociedade e pra
tecnologia também, porque isso vai mostrar tanto pra gente aqui do Brasil e pro
mundo afora aí.”
A nova técnica virou notícia
em países como Polônia, França e Indonésia. “Com ideias diferentes a gente
consegue com certeza diminuir alguns custos e tornar isso muito mais disponível
no brasil inteiro”, disse o neurocirurgião.
Por Alan Severiano, SP2, São Paulo
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