Serão vacinadas 54,4
milhões de pessoas, que pertencem a grupos mais suscetíveis ao agravamento
de doenças respiratórias. O Dia D de mobilização nacional será 12 de maio
Crédito: Rodrigo Nunes/MS
O Ministério da Saúde, em
conjunto com os estados e municípios, realiza a 20ª Campanha Nacional de
Vacinação contra a Influenza. A mobilização começa no dia 23 de abril e seguirá
até 1º de junho, sendo sábado (12 de maio), o dia de mobilização nacional. Ao
todo, deverão receber a vacina 54,4 milhões de pessoas que integram os grupos
prioritários. Para isso, o Ministério da Saúde adquiriu 60 milhões de doses da
vacina, que serão entregues em etapas aos estados.
O anúncio da campanha de
vacinação contra gripe deste ano foi feito em coletiva pelo ministro da Saúde,
Gilberto Occhi, nesta quarta-feira (18). O Ministério da Saúde está assegurando
vacina para 100% do público-alvo da campanha. “É importante reforçar que temos
vacina disponível para todas as pessoas que fazem parte do grupo prioritário.
No ano passado não faltou vacina e neste ano também não faltará. Nosso objetivo
é vacinar 100% do público-alvo”, concluiu o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
O grupo prioritário da
campanha são pessoas a partir de 60 anos, crianças de seis meses aos menores de
cinco anos, trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada,
povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas
privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em
medidas socioeducativas - e os funcionários do sistema prisional.
Os portadores de doenças
crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais também devem
se vacinar. Este público deve apresentar prescrição médica no ato da vacinação.
Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema
Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que estão registrados
para receberem a vacina, sem a necessidade de prescrição médica.
A escolha dos grupos
prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa
definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do
comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os
vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de
doenças respiratórias. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do
Ministério da Saúde, Carla Domingues, explica como a campanha de vacinação em
grupos específicos protege, inclusive, as pessoas que não se vacinam. “Quando
se vacina um grande grupo de pessoas como estamos fazendo, mais de 54 milhões
de pessoas há uma diminuição da circulação do vírus e as que não são vacinadas
indiretamente ficam protegidas. É o que nós chamamos de imunidade de grupo ou
rebanho. Por isso, a necessidade de que o público prioritário tenha elevada
cobertura vacinal porque, desta forma, também estaremos protegendo aqueles que
não terão acesso a vacinação”, concluiu Carla Domingues.
O Ministério da Saúde alerta
para que as pessoas se vacinem dentro do prazo da campanha para evitar gripe e
seus possíveis agravamentos. É preciso que todos estejam devidamente protegidos
antes do inverno chegar, já que a vacina precisa de 15 dias para garantir a
proteção. “O Brasil é o país que mais oferta vacina de gripe gratuitamente no
mundo, mas é preciso alertar que a campanha não será prorrogada. Portanto as
pessoas alvo da campanha devem procurar os postos de saúde até o dia 1º de
junho”, informou o ministro da Saúde. “Após o término da campanha e se houver
sobra, o Ministério irá, junto aos estados, definir outro público para se
vacinar”, completou Gilberto Occhi.
DIA D
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No dia 12 de maio, quando
ocorre a mobilização nacional, estarão abertos 65 mil postos de vacinação,
sendo 37 mil de rotina e 28 mil volantes, com envolvimento de 240 mil pessoas.
Também estarão disponíveis, para a mobilização, 27 mil veículos terrestres,
marítimos e fluviais.
A vacina contra gripe é segura
e reduz as complicações que podem produzir casos graves da doença, internações
ou, até mesmo, óbitos. Ela protege contra os três subtipos do vírus da gripe
que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação
da OMS, (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). Neste ano, apenas a cepa da influenza A
(H1N1) não foi alterada: A/Michigan/45/2015 (H1N1)pdm09;
A/Singapore/INFIMH-16-0019/2016 (H3N2); e B/Phuket/3073/2013.
DISTRIBUIÇÃO DE DOSES
Desde o dia 9 de abril, as
doses adquiridas pelo Ministério da Saúde estão sendo distribuídas aos estados,
que são responsáveis pelo repasse aos municípios para a realização da campanha.
Até o dia 20 de abril, 17,2 milhões de doses terão sido enviadas aos estados,
representando 41% da entrega da campanha. No total, oito remessas de doses
foram programadas para o envio até o dia 25 de maio, totalizando 100%.
A distribuição do
imunobiológico é feita em etapas, de acordo com a capacidade de armazenamento
das vacinas nos estados e municípios. O cronograma de entrega das vacinas segue
critérios técnicos, como incidência de casos e óbitos e logística de
distribuição para áreas de difícil acesso. O Ministério da Saúde considera que
os estados devem priorizar o envio de vacinas aos municípios com maior
incidência da doença.
CAMPANHA
Neste ano, a Campanha Nacional
de Vacinação contra a Influenza terá como padrinho, o ex-jogador de futebol
Pelé, que vai convocar todos os públicos a se vacinarem. A campanha
publicitária começa a ser veiculada no próximo domingo (22/04) e continua até o
final da mobilização nacional.Com o slogan, “Entre para o time da saúde.
Vacine-se contra a gripe e fique protegido”, o Rei do Futebol faz um convite
para o grupo prioritário se proteger contra a gripe. A campanha publicitária
será exibida em TV aberta, rádio, nos meios impresso (jornais e revistas),
mídia exterior (busdoor, placas em ruas e avenidas, abrigo de ônibus, metrô),
no meio online (internet e com ações nas redes sociais).
PREVENÇÃO
A transmissão dos vírus
influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias,
eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre
por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas
(boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a
adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como:
lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca com lenço
descartável ao tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal;
além de evitar locais com aglomeração de pessoas.
REAÇÃO ADVERSA
Após a aplicação da vacina,
podem ocorrer, de forma rara, dor, vermelhidão e endurecimento no local da
injeção. São manifestações consideradas benignas, cujos efeitos costumam passar
em 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com história de
reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham
alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. É importante
procurar o médico para mais orientações.
MEDICAMENTO
O uso do antiviral Oseltamivir
(Tamiflu) está indicado para os casos de síndrome respiratória aguda grave e
casos de síndrome gripal com condições e fatores de risco para complicações, de
acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza 2015, do Ministério da Saúde.
No caso de pacientes com síndrome gripal, sem condições e fatores de risco para
complicações, a prescrição do fosfato de Oseltamivir deve ser considerada por
avaliação clínica. O tratamento deve ser realizado, preferencialmente, nas
primeiras 48h após o início dos sintomas.
Todos os estados estão
abastecidos com o medicamento e devem disponibilizá-lo de forma estratégica em
suas unidades de saúde. Desde o início deste ano, foram enviados 7,3 milhões de
unidades do medicamento Oseltamivir aos estados, que estão devidamente
abastecidos. Cabe aos estados, Distrito Federal e os municípios a responsabilidade
pelo armazenamento, distribuição e dispensação do medicamento.
CASOS DA DOENÇA
Em 2018, até 14 de abril,
foram registrados 392 casos de influenza em todo o país, com 62 óbitos. Do
total, 190 casos e 33 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram
registrados 93 casos e 15 óbitos. Ainda foram registrados 62 casos e 6 óbitos por
influenza B e os outros 47 casos e 8 óbitos por influenza A não subtipado.
No mesmo período de 2017,
foram registrados 394 casos e 66 óbitos por influenza no país. Desse total, 25
casos e 7 mortes foram por H1N1; 244 casos e 30 óbitos por H3N2; 81 casos e 24
óbitos por influenza B; e 44 casos e 5 mortes por influenza A não subtipada. Em
todo o ano de 2017, foram registrados 2.691 casos e 498 óbitos por
influenza.
O Brasil possui uma rede de
unidades sentinelas para vigilância da influenza, distribuídas em serviços de
saúde de todas as unidades federadas, que monitoram a circulação do vírus
influenza por meio de casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória
aguda grave (SRAG).
A OMS estima que cerca de 1,2
bilhão de pessoas no mundo apresentam risco elevado para complicações da
influenza: 385 milhões de idosos acima de 65 anos de idade, 140 milhões de
crianças, e 700 milhões de crianças e adultos com doença crônica. Em populações
não vacinadas, a maioria das mortes por influenza sazonal é registrada em
idosos.
CASOS E ÓBITOS POR
SRAG/INFLUENZA NO BRASIL
Público-alvo da campanha de
2018
Total do público-alvo e doses
da vacina por UF
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