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sábado, 21 de abril de 2018

Entidades pedem avaliação de Comissão de Ética da Presidência de indicado à diretoria da ANS


Segundo Idec e Abrasco, há conflito de interesses entre a atuação de Rogério Scarabel Barbosa como advogado de planos de saúde e o novo cargo

RIO - O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) encaminharam, nesta sexta-feira, uma carta a Comissão de Ética Pública da Presidência da República pedindo que se abra uma averiguação sobre os antecedentes profissionais de Rogério Scarabel Barbosa indicado para o cargo de diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Na carta, as organizações dizem estar preocupadas com o fato de Barbosa ser sócio coordenador da área hospitalar e de saúde do escritório Imaculada Gordino Sociedade de Advogados. Sediado em Fortaleza, Ceará, o escritório declara representar 90 empresas no Nordeste, e interesses de empresas junto aos órgãos públicos reguladores da área de saúde, entre eles a ANS. Idec e Abrasco ainda chamam atenção para o fato de o advogado ser pós-graduado pela Universidade Unimed, curso ofertado em parceria com o grupo Unimed de Planos de Saúde.

- Nos parece haver um conflito de interesse entre a atuação profissional de Barbosa e a sua indicação para a diretoria da ANS. Afinal, ele passaria a regular as empresas que hoje defende junto aos órgãos reguladores - diz Mário Scheffer, vice-presidente da Abrasco.
Na carta as instituições dizem ainda que há "fortes indícios de que há inadequação, do ponto de vista ético" e pedem que, se confirmada a suspeita, a comissão sugira à Presidência da República a a imediata substituição. A indicação de Barbosa pela Presidência da República foi publicada, no dia 17, no Diário Oficial da União, em substituição a José Carlos Abrahão. Na mesma publicação foi indicado o nome de Davidson Tolentino de Almeida à vaga de Karla Santa Cruz Coelho, que encerra seu mandato em julho.

Almeida é o atual diretor do Departamento de Logística em Saúde, da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde e ex-assessor do deputado Eduardo da Fonte, presidente do PP de Pernambuco.

Em 2013, Idec e Abrasco também se manifestaram à comissão pedindo a exoneração de Elano Figueiredo, ex-presidente da ANS, que havia ocultado em sua sabatina no Senado, antes de assumir o cargo, sua atuação como advogado em favor de planos de saúde e contra a agência reguladora. Figueiredo acabou renunciando ao cargo em outubro daquele ano.

Procurado, Barbosa ainda não deu retorno à reportagem.


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