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quarta-feira, 4 de abril de 2018

Cientistas buscam vacina mais eficaz


A vacina da gripe foi menos efetiva neste ano globalmente, comparado a períodos recentes. Isso aconteceu porque os vírus da influenza mudam constantemente, assim como as cepas que circulam por todas as regiões do mundo. Agora, cientistas do Instituto de Pesquisa The Scripps, na Califórnia, descobriram um novo aspecto do micro-organismo e como ele interage com os anticorpos nos pulmões. Esse estudo, de acordo com os pesquisadores, poderá levar a novos tratamentos para pessoas que estão infectadas. O trabalho foi publicado hoje na revista Cell Reports.

“Isso foi totalmente inesperado”, disse Lars Hangartner, professor de imunologia no Scripps e autor sênior do estudo. “Nós descobrimos que anticorpos chamados IgAs, comumente encontrados na superfície das mucosas, podem nos proteger de infecções de duas formas distintas.” As vacinas de gripe funcionam apresentando moléculas virais, os antígenos, ao sistema imunológico. Essas substâncias agem ensinando o organismo a reconhecer e produzir anticorpos contra o vírus, caso o vejam novamente.

Hoje, as vacinas de gripe estimulam mais os outros anticorpos que o IgA, mas, baseados na nova descoberta, os pesquisadores estimaram que essa pode não ser a melhor abordagem. Os cientistas estudaram quatro tipos de anticorpos em culturas de células para descobrir quais eram mais potentes contra o vírus influenza. Eles constataram que um subtipo chamado IgA1 era o mais efetivo. Pesquisas posteriores revelaram que uma parte do IgA em particular o tornou tão eficaz — um tipo de rabo no fim da molécula que pode inibir diretamente a gripe e outros vírus.

Bloqueio
Trabalhando com colaboradores da Universidade de Zurique, os pesquisadores descobriram que esse rabo bloqueia a parte do vírus que permite a ele se ligar às células que o micro-organismo quer infectar. Isso sugere que o anticorpo IgA trabalha por meio de duas atividades imunes diversas: a adquirida, que é tradicionalmente associada a anticorpos que especificamente reconhecem patógenos, e inata, que é um ataque mais amplo e menos específico.

Como é difícil de trabalhar com os IgAs, Hangartner diz que pesquisas futuras vão focar no desenvolvimento de anticorpos que sejam mais fáceis de produzir e que possam ser testados em ratos. Segundo o cientista, as descobertas podem ser traduzidas em tratamentos efetivos para pessoas que já estão infectadas ou que têm contato próximo com variantes da gripe potencialmente letais. Isso significa que o tratamento futuro pode ser oferecido a mais pessoas, e a um custo mais baixo, esclarece.



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