O Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em março registrou alta de 3,54%; em
comparação a meses anteriores, a taxa está recuando
Entre os grupos de serviços e
produtos analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais apresentou a maior variação do
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Estado de São Paulo em março.
Apesar disso, de acordo com os dados divulgado pelo IBGE, a inflação do grupo
está desacelerando. Com alta de 7,08% no acumulado em 12 meses, o setor de
Saúde chegou a apresentar variação de 10,98% nos 12 meses imediatamente
anteriores. Ano passado, o item Gastroprotetor puxou a alta, com 21,94% do
total do grupo. Em 2018, no entanto, o registro foi de apenas 2,80%.
“O preço dos combustíveis está
aumentando”
ANTÔNIO CARLOS DOS SANTOS,
PROFESSOR DE ECONOMIA
O Plano de Saúde (13,60%) é
agora o principal fator para a alta do setor. “Os planos de saúde são
geralmente registrados nesse período. Esse item acaba pesando no setor de
Saúde”, explicou o professor de economia da Pontifí- cia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP), Antônio Carlos Alves dos Santos. Segundo ele, além
disso, os ajustes salariais dos profissionais do seg mento também influenciaram
a alteração da taxa acumulada. Assim como Saúde, os grupos de Transportes e
Educação também tiveram altas significativas na taxa acumulada de março, com
5,99% e 4,61%, respectivamente.
No setor de Transportes, os
itens responsáveis pela alta foram: Passagem Aérea (19,95%) e Gasolina
(14,83%). “O preço dos combustíveis está aumentando. A conjuntura atual faz com
que o preço dos derivados do petróleo cresça no mercado mundial. E acabamos de
entrar no verão americano, o que gera um aumento no gasto de combustível. Por
isso, não vejo, por enquanto, uma possível queda no setor”, afirmou o
especialista da PUC. No caso da Educação, Curso de Idioma (11,16%) e
Pós-Graduação (10,92%) foram os itens que mais influenciaram no resultado da
taxa. “Essa época do ano, não há mais gastos relacionados à escola, como
material escolar e matrículas”, acrescentou.
Os Artigos de Residência
registraram uma taxa negativa de 0,49%, assim como Alimentação e Bebida
(-0,20%) e Comunicação (-0,08%). Os três grupos foram os únicos, entre os oito
setores analisados pelo IBGE, a registrar variações negativas em São Paulo
durante o período. Recuo da inflação O IPCA acumulado em 12 meses do estado em
março marcou 3,54%. Quando comparado com as taxas de meses anteriores, é
possível analisar que a inflação está recuando. O índice geral foi inferior à
de março de 2017 (4,37%) e à de fevereiro desse ano (3,64%). Para Alves dos
Santos, a inflação brasileira está controlada. “Como a economia de São Paulo é
a mais importante do país, se a inflação do Brasil está controlada, a do estado
também está”, explicou. O professor de economia da Fundação Armando Alvares
Penteado (FAAP), Eduardo Mekitarian, por sua vez, comentou sobre a demora do
aumento da taxa. “A inflação está caindo, porém ainda é uma variação pequena.
Vejo a situação como um fator positivo, mas a recuperação econômica está
lenta”.
Fernanda Gütschow
São Paulo
Fonte: DCI
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