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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Saúde tem maior variação na inflação do Estado de S. Paulo


O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em março registrou alta de 3,54%; em comparação a meses anteriores, a taxa está recuando

Entre os grupos de serviços e produtos analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais apresentou a maior variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Estado de São Paulo em março. Apesar disso, de acordo com os dados divulgado pelo IBGE, a inflação do grupo está desacelerando. Com alta de 7,08% no acumulado em 12 meses, o setor de Saúde chegou a apresentar variação de 10,98% nos 12 meses imediatamente anteriores. Ano passado, o item Gastroprotetor puxou a alta, com 21,94% do total do grupo. Em 2018, no entanto, o registro foi de apenas 2,80%.

“O preço dos combustíveis está aumentando”

ANTÔNIO CARLOS DOS SANTOS, PROFESSOR DE ECONOMIA

O Plano de Saúde (13,60%) é agora o principal fator para a alta do setor. “Os planos de saúde são geralmente registrados nesse período. Esse item acaba pesando no setor de Saúde”, explicou o professor de economia da Pontifí- cia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Antônio Carlos Alves dos Santos. Segundo ele, além disso, os ajustes salariais dos profissionais do seg mento também influenciaram a alteração da taxa acumulada. Assim como Saúde, os grupos de Transportes e Educação também tiveram altas significativas na taxa acumulada de março, com 5,99% e 4,61%, respectivamente.

No setor de Transportes, os itens responsáveis pela alta foram: Passagem Aérea (19,95%) e Gasolina (14,83%). “O preço dos combustíveis está aumentando. A conjuntura atual faz com que o preço dos derivados do petróleo cresça no mercado mundial. E acabamos de entrar no verão americano, o que gera um aumento no gasto de combustível. Por isso, não vejo, por enquanto, uma possível queda no setor”, afirmou o especialista da PUC. No caso da Educação, Curso de Idioma (11,16%) e Pós-Graduação (10,92%) foram os itens que mais influenciaram no resultado da taxa. “Essa época do ano, não há mais gastos relacionados à escola, como material escolar e matrículas”, acrescentou.

Os Artigos de Residência registraram uma taxa negativa de 0,49%, assim como Alimentação e Bebida (-0,20%) e Comunicação (-0,08%). Os três grupos foram os únicos, entre os oito setores analisados pelo IBGE, a registrar variações negativas em São Paulo durante o período. Recuo da inflação O IPCA acumulado em 12 meses do estado em março marcou 3,54%. Quando comparado com as taxas de meses anteriores, é possível analisar que a inflação está recuando. O índice geral foi inferior à de março de 2017 (4,37%) e à de fevereiro desse ano (3,64%). Para Alves dos Santos, a inflação brasileira está controlada. “Como a economia de São Paulo é a mais importante do país, se a inflação do Brasil está controlada, a do estado também está”, explicou. O professor de economia da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Eduardo Mekitarian, por sua vez, comentou sobre a demora do aumento da taxa. “A inflação está caindo, porém ainda é uma variação pequena. Vejo a situação como um fator positivo, mas a recuperação econômica está lenta”.

Fernanda Gütschow

São Paulo


Fonte: DCI


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