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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

O FUTURO DA CANNABIS MEDICINAL NO BRASIL É UMA INCÓGNITA. CONHEÇA AS EMPRESAS QUE RESOLVERAM “COMPRAR” ESSA BRIGA


                                         Leonardo Maran Neiva - 26 nov 2019
Viviane Sedola, CEO da Dr. Cannabis: a plataforma online promete conectar pessoas que precisam de tratamento à base de cannabis com uma rede de médicos dispostos a prescrevê-los (foto: Marcos Credie).

O uso medicinal da cannabis é permitido no Brasil? Se um médico prescreve um medicamento à base da planta, o paciente tem direito de comprar e usar esse fármaco? Com a liberação desse novo mercado, as empresas farmacêuticas já estão investindo fortemente no setor no país?

As respostas não são simples. A legislação brasileira sobre o tema ainda está a léguas de distância daquela em vigor em países como Canadá, Argentina e Chile, onde o uso medicinal da planta é legalizado.

No Brasil, a Lei das Drogas, de 2006, autorizou o plantio da cannabis em casos específicos — desde que seu uso seja medicinal e científico, e passando sempre pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Mesmo assim, foram oito anos até a autorização da primeira importação legal de um medicamento feito com a planta. Aconteceu em 2014, quando a família Fischer, de Brasília, recebeu aval para importar o remédio necessário para tratar os sintomas da filha, Anny (então com 6 anos), que sofre de uma síndrome rara.

A agência passou a analisar todos os pedidos do tipo. Em 2015, a Anvisa retirou o canabidiol, um composto da cannabis, do rol de substâncias proibidas. No ano seguinte, autorizou a importação de medicamentos com THC, principal substância psicoativa da planta.

Essas decisões ajudaram a dar o pontapé inicial num mercado ainda incipiente, com empreendedores de olho no potencial comercial dos fármacos à base de cannabis.

SÓ 1 100 MÉDICOS TÊM AUTORIZAÇÃO PARA RECEITAR OS MEDICAMENTOS
Uma dessas empreendedoras é Viviane Sedola. Formada em Relações Públicas, ela criou, em 2018, a Dr. Cannabis. A plataforma online promete conectar pessoas que precisam de tratamento à base de cannabis com uma rede de médicos dispostos a prescrevê-los.

“Quando começamos, ligamos para todos os nomes em uma lista de médicos prescritores. Quando perguntávamos para a secretária se o médico receitava medicamentos de cannabis, quase todas respondiam que não. O estigma da planta ainda está muito presente dentro dos consultórios”

Hoje, são cerca de 5 mil pacientes cadastrados e 500 médicos. A Dr. Cannabis quer organizar um curso para que mais profissionais se sintam confortáveis em prescrever os medicamentos. Esbarra, porém, numa restrição imposta pela Anvisa:

“Há mais de 450 mil médicos no Brasil hoje. Ter só cerca de 1 100 aprovados pela Anvisa para receitar esses medicamentos ainda é um proporção muito pequena, se formos pensar na porcentagem da população que poderia se beneficiar deles”, diz.

No fim do ano passado, a Dr. Cannabis recebeu R$ 750 mil por meio de um equity crowdfunding. A empresa também auxilia nos pedidos de autorização de importação dos fármacos à Anvisa, ajudando a lidar com a dor de cabeça dos trâmites legais (a espera pelo ok da agência dura até 60 dias), e faz a ponte com fornecedores dos produtos, ficando com uma porcentagem nas vendas das farmacêuticas.

A FALTA DE REGULAMENTAÇÃO SABOTA UM MERCADO POTENCIAL DE R$ 4,7 BI
Uma projeção da consultoria americana New Frontier Data, em parceria com a startup brasileira The Green Hub, afirma que uma suposta legalização da venda medicinal resultaria em um total de R$ 4,7 bilhões anuais em vendas de medicamentos no país para um público estimado em 3,4 milhões de pacientes em tratamento de ansiedade, autismo, câncer e dores crônicas.

O caminho para esse mercado, porém, é pedregoso. Contrário à posição da Anvisa, o Conselho Federal de Medicina (CFM) hoje só reconhece a aplicação medicinal da cannabis para pacientes menores de idade com epilepsia, apesar de haver evidências de benefícios do seu uso contra doenças como autismo e esclerose múltipla.


Representantes do governo federal, além do CFM e da Associação Brasileira de Psiquiatria, se manifestaram contra uma proposta que liberaria o plantio da cannabis para pesquisa e produção de medicamentos no país. Em outubro, a Anvisa adiou a votação do projeto (e não há uma previsão oficial para que seja retomada).

O receio de quem atua na área é que novos adiamentos levem à rejeição da proposta. Dos cinco diretores da Primeira Diretoria da Anvisa, três (William Dib, atual presidente do órgão, Renato Porto e Alessandra Bastos) já se manifestaram a favor da regulação. Porém, Porto deixará a Anvisa em 12 de dezembro, e o mandato de Dib se encerra no dia 26. A escolha dos substitutos, pelo Governo, pode sepultar de vez o projeto.

PARA AS IMPORTADORAS, A OPÇÃO É MANTER LABORATÓRIOS FORA DO PAÍS
A RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 17/2015 da Anvisa restringe a pacientes, apenas, a importação direta dos produtos. Significa que só é possível importar depois que o paciente já recebeu a aprovação para o uso do medicamento. Por isso os preços são tão altos — não é possível nem sequer fazer estoque no Brasil.

A alternativa às empresas, hoje, é manter laboratórios fora do país e fazer o “meio de campo” para a importação. Com sede na Vila Madalena, a GreenCare — fundada em 2018 como uma farmacêutica de nicho para a comercialização de medicamentos feitos com canabidiol — comercializa fármacos produzidos por um laboratório americano, sob a marca própria Hempflex, que custam de R$ 189 aos R$ 1 690.

O trio de sócios é formado por Martim Prado Mattos, ex-CFO da Hypera Pharma; Marcelo Marco Antonio, da família fundadora do Hospital São Luiz; e Fábio Furtado, cofundador da Grid, de serviços automotivos. Presidente da empresa, Martim afirma que a GreenCare também investe na formação continuada de médicos para a prescrição de medicamentos à base de cannabis:

“É um conhecimento ao qual o médico não teve acesso, não tem aula sobre o sistema canabinoide na faculdade. É uma oportunidade muito grande de mostrar o potencial desses remédios para a classe médica e o nível baixo de efeitos adversos, se comparados a outros tratamentos para as mesmas patologias”

Segundo ele, mais de mil pacientes já receberam receitas de medicamentos de cannabis prescritas por profissionais orientados pela GreenCare.

OS REMÉDIOS AINDA SÃO CAROS. E DOENÇA NÃO ESCOLHE CLASSE SOCIAL
Outro player é a HempMeds Brasil. A empresa — que tem Norberto Fischer, pai de Anny, como diretor de assuntos internacionais — é uma subsidiária da norte-americana Medical Marijuana, Inc., a primeira companhia a ter um produto de cannabis medicinal com a importação e o uso legalizados no Brasil.

Medicamentos da HempMeds Brasil: produzidos nos Estados Unidos, são importados pela empresa e comercializados por preços que vão de US$ 65 a US$ 349.

Ao contrário da matriz (que também investe em cosméticos), a HempMeds Brasil foca 100% no uso medicinal da planta, atuando na importação e venda dos fármacos produzidos nos EUA. Um time dá apoio consultivo ao paciente durante o processo de envio de informações à Anvisa.


Matheus Patelli, gerente de marketing da empresa, diz que os preços dos remédios à base de cannabis estão fora da realidade de muitos brasileiros. No primeiro semestre de 2019, o estado de São Paulo recebeu 148 ações na Justiça obrigando o fornecimento de remédios derivados da cannabis (quase 18 vezes mais do que em 2015).

“O tratamento ainda é caro no Brasil — e doença não escolhe classe social. Muita gente entra na Justiça para conseguir os remédios, o que acaba ficando pesado para o SUS. O ideal seria uma legislação mais branda que possibilitasse manter estoque aqui, reduzindo a demora da entrega e o custo logístico dos produtos”

Os medicamentos são divididos em categorias: green label, com componentes integrais da planta; blue label, em que os componentes são transformados em CBD (canabidiol) e THC (tetraidrocanabinol); gold label, no qual o extrato passa por filtragem adicional; e RSHO-X, que contém apenas canabidiol. Os preços vão de US$ 65 a US$ 349.

DESENVOLVER OS PRODUTOS NO PAÍS É A META PARA BARATEAR O CUSTO
O advogado Caio Santos Abreu descobriu o potencial medicinal da cannabis com o tratamento da mãe, que sofria de câncer desde 2005 e teve uma boa resposta à droga. Mesmo com sua morte, em 2009, ele não parou de pesquisar o assunto. E, em 2015, após captar R$ 11 milhões com investidores estrangeiros, criou a Entourage Phytolab.

Com sede em Valinhos (SP) e foco na pesquisa e produção de remédios à base de cannabis, a Entourage ainda não está comercializando — mas nasceu com o objetivo de levar ao mercado os primeiros fármacos totalmente made in Brazil. A empresa tem uma autorização especial da Anvisa para receber a planta, com propósito de pesquisa.

Segundo Caio, a regulamentação pela Agência de Vigilância Sanitária poderia ajudar no aporte de investimentos no setor, assim como melhorar a percepção interna sobre o produto. O empreendedor, porém, demonstra pessimismo:

“Estamos acompanhando o processo de perto, mas infelizmente não esperamos que essa aprovação aconteça. É uma tristeza ver que o Brasil não dá o devido valor à regulamentação do uso medicinal da cannabis, mesmo com a proposta por aqui sendo muito mais conservadora do que as de outros países”

A Entourage Phytolab desenvolveu processos produtivos de extração, ativação da matéria-prima e formulações, além da realização de estudos pré-clínicos. A expectativa é que os testes clínicos comecem a partir de 2020, com a perspectiva de registro dos produtos para a venda no mercado brasileiro nos próximos anos.




COMUNICADO Nº 8, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2019 - DOU - Imprensa Nacional


DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 28/11/2019 | Edição: 230 | Seção: 3 | Página: 2

Órgão: Presidência da República/Conselho de Governo/Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos

COMUNICADO Nº 8, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2019

Divulga o Fator de Produtividade (Fator X) para o ano de 2020, referente ao ajuste de preços de medicamentos.

O Secretário-Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, no uso da competência que lhe confere o inciso XIII do artigo 12 da Resolução CMED nº 3, de 29 de julho de 2003, tendo em vista o disposto no Decreto nº 4.937, de 29 de dezembro de 2003 e considerando ainda a decisão do Comitê Técnico-Executivo da CMED em reunião extraordinária realizada em 08 de novembro de 2019, expede o presente Comunicado:
1  - O Fator de Produtividade (Fator X) de que tratam os §§ 1º e 3º do artigo 4º da Lei nº 10.742, de 6 de outubro de 2003, assim como os artigos 1º e 2º da Resolução CMED nº 1, de 23 de fevereiro de 2015, fica definido, para o ano de 2020, em 1,98% (um inteiro e noventa e oito centésimos por cento).
2  - Este Comunicado entra em vigor na data de sua publicação.
RICARDO SANTANA

Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.



NOVO MARCO LEGAL DAS CONCESSÕES


A comissão especial que analisou a proposta de novo marco legal das
concessões e parcerias público-privadas (PPPs) aprovou nesta quarta-feira
(28) o
<https://www.camara.leg.br/noticias/615214-DEPUTADO-APRESENTA-RELATORIO-PARA
-MARCO-LEGAL-DE-CONCESSOES;-TEXTO-PODE-SER-VOTADO-NA-TERCA
> parecer do
relator, deputado  <https://www.camara.leg.br/deputados/141391> Arnaldo
Jardim (Cidadania-SP). Um acordo entre parlamentares e representantes do
governo permitiu a aprovação e o fim dos trabalhos.

O relatório final da comissão este disponível, em anexo.

O presidente do colegiado, deputado
<https://www.camara.leg.br/deputados/141459> João Maia (PL-RN), e o líder do
governo na Câmara, deputado  <https://www.camara.leg.br/deputados/179587>
Vitor Hugo (PSL-GO), explicaram que o texto deverá ser melhorado quando for
levado ao Plenário da Câmara dos Deputados, também sob a relatoria de
Arnaldo Jardim. Caberá a ele promover as alterações consideradas
necessárias.

Arnaldo Jardim também será o relator da matéria no Plenário da Câmara

Durante a reunião de hoje, que durou cerca de 30 minutos, João Maia afirmou
esperar que as sugestões sejam apresentadas até 9 de novembro. O Tribunal de
Contas da União (TCU), informou o parlamentar, também deve apresentar
colaborações. Vitor Hugo, por sua vez, ressaltou que a importância da
proposta levou o Executivo a apoiar o acordo.

Em uma aposta no diálogo para superar as divergências, integrantes da
comissão especial também defenderam o texto. Os deputados
<https://www.camara.leg.br/deputados/73466> Rubens Bueno (Cidadania-PR),
<https://www.camara.leg.br/deputados/204536> Kim Kataguiri (DEM-SP),
<https://www.camara.leg.br/deputados/141450> Hugo Leal (PSD-RJ),
<https://www.camara.leg.br/deputados/204527> Geninho Zuliani (DEM-SP),
<https://www.camara.leg.br/deputados/204575> Gil Cutrim (PDT-MA) e
<https://www.camara.leg.br/deputados/74159> Odair Cunha (PT-MG) manifestaram
apoio ao acordo.

"Há o que aprimorar, há mais sugestões vindas das entidades e da sociedade,
do diálogo com o Poder Executivo e com cada um dos integrantes da comissão
especial", afirmou Arnaldo Jardim mais tarde, durante a sessão do Plenário
da Câmara. "Estabelecemos o compromisso para que a matéria chegue aqui bem
constituída."

Principais pontos
Com 224 artigos, a proposta foi aprovada na forma do substitutivo
apresentado pelo relator ao Projeto de Lei
<https://www.camara.leg.br/noticias/525291-projeto-diminui-minimos-de-parcer
ias-publico-privadas-de-estados-e-municipios/
> 7063/17 e é considerada a
maior alteração feita na legislação sobre o assunto desde os anos 1990,
quando as concessões de serviços públicos ao setor privado ganharam espaço
na agenda econômica do País.

Chamado de Lei Geral de Concessões (LGC), o texto elaborado por Arnaldo
Jardim consolida em um único documento, com diversas mudanças, as normas
atuais que tratam de concessões, PPPs e fundos de investimentos em
infraestrutura. A ideia é garantir segurança jurídica e possibilitar a
retomada de investimentos privados.

O relatório amplia o uso da arbitragem nos contratos, a fim de facilitar a
solução de pendências relacionadas ao equilíbrio econômico-financeiro. O
texto possibilita o uso do comitê de resolução de disputa (os dispute
boards), nos quais especialistas indicados pelas partes buscam acordo em
algum assunto.

O substitutivo cria novos tipos de contratos de concessão, como a concessão
simplificada, para projetos de menor valor e com rito mais rápido, e a
concessão conjunta de serviços conexos, que possibilitará ao concessionário
assumir um serviço ligado à concessão principal quando isso se justificar
economicamente.

O texto também regulamenta a colação nos contratos, que se destina à seleção
e contratação de técnicos para estruturar as regras de concessão e de PPPs.
Outro ponto tratado é o procedimento de manifestação de interesse (PMI),
quando o particular realiza, por conta e risco, estudo visando a concessão.

Outros destaques
O relator buscou ainda contornar dois gargalos da concessão. Primeiro, deu
prazo máximo de 120 dias para os tribunais de contas deliberarem sobre os
editais e os estudos de viabilidade das concessões. Depois, tornou
prioritária a tramitação, nos órgãos ambientais, dos licenciamentos para
projetos de concessão.

Jardim estendeu a possibilidade de ganhos dos concessionários com receitas
acessórias. Atualmente, já é possível obter receitas alternativas - por
exemplo, quando um concessionário de rodovia explora um shopping na beira da
pista. A diferença é a abertura da possibilidade de exploração dos
empreendimentos "alternativos".

A proposta de novo marco legal prevê ainda a possibilidade de apresentação
de plano de transferência de controle pela concessionária na hipótese de
caducidade, além da apresentação de plano de recuperação e correção das
falhas em caso de intervenção ou caducidade.

Reportagem - Ralph Machado, Edição - Marcelo Oliveira, Foto - Luis
Macedo/Câmara dos Deputados


Anexo:




CONGRESSO DERRUBA VETO A PROJETO QUE DESTINA RECURSOS A VACINAS E DOENÇAS RARAS


Em sessão nesta quarta-feira (27), o Congresso Nacional decidiu derrubar o veto integral do presidente da República ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 231/2012, que reserva pelo menos 30% dos recursos do Programa de Fomento à Pesquisa da Saúde para o desenvolvimento de medicamentos, vacinas e terapias para doenças raras ou negligenciadas pela indústria farmacêutica (Veto 36/2019). Aprovado pelo Senado em 2013, o projeto foi referendado pelos deputados em setembro deste ano.

O texto altera a Lei 10.332, de 2001, que institui programas de incentivo à pesquisa. Pela norma, o Programa de Fomento à Pesquisa em Saúde recebe 17,5% da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente sobre o pagamento de royalties por transferência de tecnologias, exploração de patentes e marcas e afins. Com o projeto, 30% desse recurso será destinado a pesquisas de remédios para doenças raras.

Ao justificar o veto, o Executivo argumentou que, apesar de meritória, a proposta pode “comprometer a exequibilidade do referido fundo e o financiamento/pagamento de projetos e pesquisas em andamento, além de não contribuir, da forma como proposto, para o aumento do interesse do setor privado no tema”. Apesar dos argumentos do governo, deputados e senadores decidiram pela rejeição do veto. 

Proposições legislativas
Agência Senado


DIABÉTICOS SERÃO 700 MILHÕES NO MUNDO ATÉ 2045, ALERTA DEBATE NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS - CAS


O atual número de 463 milhões de diabéticos no mundo deverá aumentar em 51% até o ano de 2045, passando para 700 milhões. Esse alerta foi feito por especialistas ouvidos em audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta quarta-feira (27). O debate sobre a prevenção do diabetes e o acesso aos tratamentos da doença atendeu requerimento dos senadores Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Romário (Podemos-RJ), que preside o colegiado. 


Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Hermelinda Pedrosa ressaltou que um em cada nove brasileiros tem diabetes e o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial da doença. A especialista reconheceu o desafio do país para enfrentar o problema, pela sua diversidade e dimensões continentais. Mas defendeu um rastreamento integrado e medidas para prevenção e capacitação dos profissionais da saúde em todas as regiões. 

— Há um desequilíbrio no controle. Apenas 10% dos pacientes com diabetes tipo 1 estão dentro das metas. Esse é um dado funesto, porque traz outra série de complicações. Os estados do Norte e Nordeste têm um quadro muito pior — destacou. 

Representando a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o médico Fábio Viegas informou que 69,3% do total de mortes no Brasil são atribuídas a doenças crônicas não transmissíveis, entre elas o diabetes, que corresponde a 5,3%. A despesa anual do Ministério da Saúde com insulinas, em 2018, foi de R$ 338 milhões, e R$ 96.9 milhões por ano é o custo estimado total de internações devido ao diabetes. Segundo Viegas, em 2018 foram realizadas 30.497 internações com amputações em pacientes diabéticos no país.

— Vejam o impacto que essa doença leva, não somente ao SUS, mas também à saúde suplementar. O paciente com diabetes e com obesidade fica na intersecção de políticas públicas, sem ser diretamente atendido por nenhuma delas — afirmou. 
Viegas defendeu que a cirurgia metabólica seja inserida como opção de tratamento do diabetes. Segundo ele, o procedimento é simples e resulta em benefícios para pacientes que não conseguem controlar o tipo 2 da doença. Segundo Fábio, são altas as chances de remissão da enfermidade com a medida, inclusive em pacientes obesos. 

— Não temos que falar de cura, mas de controle. E esses níveis [de controle] chegam acima de 70%. É uma alternativa que, sim, deve ser considerada. 

Novembro Azul
O representante da Associação de Diabetes Juvenil, Heithor Zanini, frisou a importância da campanha Novembro Azul no combate ao diabetes e da sanção da Lei 13.895/2019, que institui a Política Nacional de Prevenção ao Diabetes e de Assistência Integral à Pessoa Diabética. Zanini disse, no entanto, que ainda é necessário melhorar as políticas públicas. Ele sugeriu, por exemplo, que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS passe por uma reformulação e tenha representantes de cada secretaria do Ministério da Saúde. 

— Mas se tivéssemos que escolher o problema agudo, crítico e urgente em relação ao tratamento de diabetes no país, seria a dispensação das insulinas análogas de ação rápida. As entregas de outubro, dezembro e março somam 3,9 milhões de canetas. Em estoque ainda há 2,9 milhões. É claramente um gargalo que dificulta o acesso dos pacientes a um melhor tratamento.

Ação multidisciplinar
Integrante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Maria José Oliveira Evangelista observou que mudar estilos de vida não é tarefa simples. Segundo ela, não basta que os profissionais de saúde orientem os pacientes a parar de fumar, de beber e diminuir a ingestão de açúcares, por exemplo. Mas o autocuidado apoiado, que sugere uma mudança gradativa de costumes, segundo a debatedora, é um caminho para diminuir os índices de diabetes no país. 

Maria José pediu aos parlamentares que destinem emendas para a aquisição de equipamentos e insumos e defendeu a regionalização dos atendimentos, para que os pacientes não precisem percorrer longas distâncias. Ela sugeriu ainda o fortalecimento da atenção primária, bem como a integração das consultas, em caráter multidisciplinar.   

— É preciso que um centro, em qualquer lugar, não atenda apenas aos pacientes de alto risco, mas faça educação permanente junto à equipe da atenção primária, dos ambulatórios, e seja aquele formador, porque não temos pessoas formadas adequadamente no país inteiro. 

Médico cirurgião do aparelho digestivo, Áureo Ludovico observou que o diabetes é um problema de dimensão mundial. Segundo ele, países como a Índia têm quase o equivalente à população brasileira de diabéticos. Por isso, o médico disse que o problema não tem foco único e deve ser tratado de modo compartilhado com todas as entidades e pessoas ligadas ao assunto. 

— Todos têm importância na abordagem. Não há como tratar esse problema sem uma atenção combinada ou todos dando a mão e entendendo de forma a ajustar a nossa postura a cada situação. Essa é uma doença que tem a alternativa de remissão, mas, infelizmente, representa apenas uma parte do tratamento. Os órgãos competentes devem “abrir a cabeça” para todas as alternativas de tratamento, encaixando a todos, porque todos são importantes — pontuou. 

A oftalmologista Francyne Veiga Cyrino destacou o risco de cegueira entre os diabéticos. Ela citou a importância de mutirões em várias partes do país que ajudam no diagnóstico precoce, com vistas a minimizar complicações futuras nesses pacientes. E defendeu a realização de mais campanhas de conscientização pelo Brasil. 

Governo
O diretor de Programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Lucas Wollmann, mostrou ações do governo para melhorar o tratamento e diminuir os índices de diabetes no país. Entre essas iniciativas, ele destacou o programa Saúde na Hora, que oferece mais cobertura na atenção primária, o Médicos pelo Brasil, que levará profissionais para áreas mais carentes, e o Previne Brasil, que foca nos resultados de saúde da população. 

Wollmann garantiu que há medicamentos para tratamento do diabetes disponíveis no SUS e que o ministério tem um pacote de ações direcionadas a gestores, profissionais e pacientes, com definições sobre a atribuição de cada integrante dessa rede. O intuito do governo, segundo o debatedor, é dar transparência e clareza nas informações e orientar melhor a sociedade sobre os serviços. 

Agência Senado




PLENÁRIO DO SENADO APROVA NOVAS REGRAS PARA REVALIDAÇÃO DE DIPLOMA MÉDICO


O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) novas regras para o Revalida, exame nacional de revalidação de diplomas de medicina expedidos por universidades estrangeiras. O projeto aprovado (PL 6.176/2019) agora vai para a sanção presidencial.

Pela sistemática prevista no projeto, tanto faculdades de medicina privadas quanto públicas poderão revalidar os diplomas dos candidatos aprovados, e não somente as públicas, como é a regra geral para qualquer diploma expedido no exterior. Para participar do Revalida, contudo, as instituições precisarão ter curso de medicina com nota 4 ou 5 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

Além disso, as provas de revalidação passarão a ser aplicadas duas vezes por ano. Atualmente, não há periodicidade fixa. A última vez que se aplicaram os exames foi em 2017.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) apoiou o projeto:
— A aprovação do projeto permitirá que milhares de brasileiros tenham acesso ao registro nos conselhos de medicina. E isso dará acesso aos serviços médicos a milhões de brasileiros das regiões Norte e Nordeste.

Os médicos formados no exterior que quiserem revalidar o diploma no Brasil passarão por uma prova teórica e um exame de habilidades clínicas. A mesma prova será aplicada por todas as escolas médicas participantes do Revalida.

Pelo sistema atual, os médicos formados no exterior que desejam revalidar seus diplomas no Brasil passam por um complexo processo que inclui a apresentação de currículos e históricos escolares e a participação em aulas de disciplinas consideradas faltantes. Só depois disso se submetem às provas.

As taxas do Revalida também terão regras. O valor da prova teórica a ser cobrado dos inscritos não poderá ser superior a 10% da bolsa mensal do médico residente. O valor do exame de habilidades clínicas será limitado a 100% da bolsa do residente.

De acordo com o projeto aprovado, o Revalida será implementado pelo governo federal e acompanhado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

O projeto aprovado é um substitutivo da Câmara dos Deputados ao texto inicial do Senado. Por causa das alterações feitas pelos deputados, teve de voltar para os senadores. O projeto foi para o Plenário em regime de urgência.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, esteve no Senado para assistir à votação no Plenário.

Agência Senado


COBERTURA VACINAL DO MERCOSUL - SEMINÁRIO REALIZADO PELA COMISSÃO SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA


A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados realizou seminário nesta quarta-feira (27) para discutir estratégias de imunização para a região do Mercosul. A representante da Organização Pan Americana de Saúde (Opas) no debate, Maria Tereza da Costa Oliveira, destacou que, por meio de um fundo comum, os países da região estão conseguindo garantir a compra de vacinas para um bom número de doenças.

O áudio está disponível no link: TAudio_359937_2711192226431143.mp3 e as imagens no link: https://youtu.be/kAAatbc6K0g

“A região acumulou muitos êxitos. No entanto, existem barreiras que nós precisamos transpor com a maior urgência possível para a vacina chegar a todos os lugares”, afirmou.
Seminário discutiu a "Importância da vacinação entre Brasil e países vizinhos"

Sarampo
A representante do Ministério da Saúde, Franciele Fontana, disse que, apesar dos esforços do Programa Nacional de Imunização, os índices de cobertura vêm diminuindo ano a ano, e doenças que já tinham sido erradicadas, como o sarampo, voltaram a atingir a população. Em 2018, o Brasil registrou 10.274 casos confirmados da doença.

Para Franciele, a sensação de desaparecimento de algumas doenças levou à falsa conclusão de que elas não voltariam a acometer a população.

O Ministério da Saúde está realizando campanhas de vacinação contra o sarampo por meio da vacina tríplice viral, que atualmente está disponível para jovens de 20 a 29 anos, que representam mais de 9 milhões de pessoas que não foram vacinadas ou não tomaram todas as doses.

O surto de sarampo continua neste ano. Já foram confirmados 5.660 casos, e em 19 estados há transmissão ativa --  que ocorre quando o vetor é infectado e então infecta outra espécie de organismo.

Baixa cobertura 
O parlamentar paraguaio Manoel Moringo defendeu que, para reduzir as desigualdades regionais, é preciso ajudar os países com menor grau de desenvolvimento. Ele lamentou que em seu país os índices de cobertura vacinal sejam ainda muito baixos, o que coloca em risco a saúde das pessoas com menos de 15 anos, que correspondem a 37% da população.

O presidente da Comissão de Saúde do Parlamento do Mercosul (Parlasul), deputado Carlos Gomes (Republicanos-RS), disse que é preciso um esforço coletivo para garantir a erradicação de doenças preveníveis com vacinas.

“O tráfego de pessoas é muito grande, é livre no Uruguai, Argentina, Paraguai e, daqui a pouco, se um trabalho não for bem feito em um país pode prejudicar todo um trabalho sendo realizado ali do outro lado da fronteira, e para a a doença não existe fronteira”, afirmou ele.

Reportagem - Karla Alessandra, Edição - Wilson Silveira, Cleia Viana/Câmara dos Deputados


quarta-feira, 27 de novembro de 2019

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA-Vacinação nos países vizinhos


DETALHES
Tema:
Importância da vacinação entre Brasil e países vizinhos
Local:
A Definir
Início:
27/11/2019 às 15h00
Situação:
Convocada
Informações:
(Requerimento nº 329/2019, do Deputado Pedro Westphalen)

MANOEL GAONA MORINIGO (Confirmado)
Parlamentar do Paraguai, membro do Parlasul

MARIA TEREZA DA COSTA OLIVEIRA (Confirmada)
Representante da OPS/OMS

MARCELA LEMGRUBER NUNES DA SILVA (Confirmada)
Representante do Unicef

FRANCIELE FONTANA SUTILE TARDETTI (Confirmada)
Coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde

Deputado CARLOS GOMES (Confirmado)
Presidente da Comissão de Saúde do Parlasul


Comissões debatem inclusão de mais exames preventivos na rede pública de saúde


Alberto Coutinho/Governo da Bahia
Importância de investir em medicina preventiva será debatida na Câmara

As comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa; e de Seguridade Social e Família realizam audiência pública hoje para discutir a inclusão de exames fisiológicos de triagem cardioneurometabólica na rede pública de saúde.

Esses exames são indolores, não invasivos e feitos por meio de tecnologia que afere padrões fisiológicos do paciente, detectando, por exemplo,  aspectos específicos como diabetes, resistência à insulina, síndrome metabólica, intolerância à glicose, hipertensão, fisiopatologia da hipertensão, rigidez arterial, débito cardíaco,  resistência vascular sistêmica e neuropatia autonômica cardiovascular.

O autor do requerimento para a realização da audiência, deputado Felício Laterça (PSL-RJ), destaca que investir em diagnóstico e tratamento precoce de doenças é muito mais barato e eficaz que arcar com políticas curativas caras em estágios tardios.

"Doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes que aquelas devidas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que as todas as causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções incluindo a AIDS. A identificação das pessoas com este risco, o mapeamento e georreferenciamento e a partir daí, o planejamento de medidas preventivas e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças cardiovasculares podem reverter essa grave situação", destaca Laterça.

Foram convidados para o debate:
- o doutor pela Unicamp e pesquisador em tecnologias de exames não invasivos Daniel Ianni Filho; e
- representantes do Ministério da Saúde e do Sistema Único de Saúde.

O debate ocorrerá às 14 horas, no plenário 12. Os internautas podem assistir e participar enviando perguntas clicando na imagem abaixo.


Da Redação - AP


Câmara aprova regras para revalidação de diplomas de médicos formados no exterior


O Revalida será implementado pela União e poderá ter a participação de universidades públicas e privadas

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Deputados aprovaram a aplicação semestral do Revalida e o reajuste das taxas de inscrição

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (26) o Projeto de Lei 4067/15, do Senado, que regulamenta o Revalida, um exame nacional de revalidação de diplomas estrangeiros de médicos. Devido às mudanças, a matéria retornará ao Senado.
O texto aprovado é um substitutivo apresentado pelo relator, deputado Ricardo Barros (PP-PR). O projeto foi votado após um acordo que envolveu a tramitação da Medida Provisória 890/19, sobre a criação do programa Médicos pelo Brasil.

O relator da MP, senador Confúcio Moura (MDB-RO), havia inserido pontos sobre o Revalida, que acabaram sendo incorporados ao texto do projeto.

O Revalida atesta, por meio de provas escrita e prática, os conhecimentos e as competências de médicos, brasileiros ou estrangeiros, formados no exterior. A novidade em relação ao modelo atual é a participação de faculdades privadas de Medicina no processo.

Segundo o texto aprovado, o Revalida será implementado pela União e acompanhado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Os exames poderão ter a participação de instituições de educação superior públicas e privadas que tenham curso de Medicina com avaliação 4 e 5 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

Atualmente, o exame conta apenas com a participação de universidades públicas e é regulado por uma portaria.

Sistema Único de Saúde
A rigor, o Revalida não é obrigatório para a revalidação de diplomas estrangeiros, regulada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9.394/96), mas facilita o processo, que pode demorar muito tempo.

Com a nova sistemática, as faculdades que participarem do exame poderão revalidar os diplomas dos candidatos aprovados e não somente as universidades públicas, como é a regra geral para quaisquer diplomas expedidos no exterior.

O exame pretende verificar se o médico formado em outro país detém os conhecimentos, as habilidades e as competências para atender as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) em nível equivalente ao exigido pelas diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina no Brasil.

Se o projeto virar lei, o Revalida será aplicado semestralmente, e os candidatos terão acesso ao edital com 60 dias de antecedência do exame escrito.

Preço
O substitutivo aprovado reajusta os valores que poderão ser cobrados dos candidatos. Hoje são devidas taxas de inscrição de R$ 150,00 para a prova escrita e de R$ 450,00 para o exame prático.

Os novos valores serão de até 10% da bolsa mensal de médico-residente para a primeira etapa, o equivalente a R$ 333 atualmente; e até o valor integral dessa bolsa para a segunda etapa (R$ 3.330,00).

Quem passar na primeira etapa e for reprovado na segunda poderá tentar mais duas vezes essa segunda fase sem precisar se submeter à primeira novamente.

CONTINUA


COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS


DETALHES
Tema:
O desenvolvimento das cadeias produtivas
Local:
Anexo II, Plenário 05
Início:
27/11/2019 às 10h00
Situação:
Convocada
Informações:
Req. 94/2019
Iniciativa: Dep. Zé Neto (PT/BA) e Dep. Hugo Leal (PSD/RJ)

Mesa 1- Tema: Fomento ao desenvolvimento das cadeias produtivas

Convidados

1) REPRESENTANTE
Ministério da Economia

2) IRECE FRAGA KAUSS LOUREIRO
Chefe do Departamento de Produção e Inovação
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
(Confirmada)

3) JOÃO EMÍLIO PADOVANI GONÇALVES
Gerente Executivo de Política Industrial
Confederação Nacional da Indústria - CNI
(Confirmado)

4) MARIA CRISTINA ZANELLA
Gerente Divisional de Economia, Estatística e Competitividade
Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos - ABIMAQ
(Confirmada)

5) JOSÉ CARLOS RODRIGUES MARTINS
Presidente
Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC


Mesa 2 -Tema: Desafios para o desenvolvimento das cadeias produtivas

Convidados:

6) FÁBIO BENTES
Economista da Divisão Econômica
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo - CNC
(Confirmado)

7) WELLINGTON MESSIAS DAMASCENO
Diretor Executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e representante da
Central Única dos Trabalhadores - CUT
(Confirmado)

8) ADAUTO MODESTO JUNIOR
Economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e representante da
Associação Brasileira de Desenvolvimento - ABDE
(Confirmado)

9) GERALDO DE CARVALHO BORGES
Presidente
Associação Brasileira dos Produtores de Leite - ABRALEITE

10) JOÃO SANZOVO NETO
Presidente
Associação Brasileira de Supermercados - ABRAS

11) EMERSON LUÍS DESTRO
Presidente
Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores - ABAD


Câmara aprova MP que cria o programa Médicos pelo Brasil


Medida provisória precisa ser votada pelo Senado até quinta-feira, quando perde a validade

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Deputados aprovaram a reincorporação dos médicos cubanos por mais dois anos

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (26) a Medida Provisória 890/19, que cria o programa Médicos pelo Brasil para substituir o Mais Médicos, em vigor desde 2013, com o objetivo de ampliar a oferta de serviços médicos em locais afastados ou com população de alta vulnerabilidade. A matéria perde a vigência na quinta-feira (28) e deve ser votada ainda pelo Senado.

A principal novidade do projeto de lei de conversão do senador Confúcio Moura (MDB-RO) é a reincorporação ao programa dos médicos cubanos por mais dois anos. Poderão pedir a reincorporação aqueles que estavam em atuação no Brasil no dia 13 de novembro de 2018 e tenham permanecido no País após o rompimento do acordo entre Cuba e a Organização Pan-Americana da Saúde, que intermediou a vinda dos cubanos para o Brasil.

Outra condição é que o profissional tenha permanecido no território nacional até a data de publicação da MP 890/19 (1º de agosto), na condição de naturalizado, residente ou com pedido de refúgio.

Revalida
Após um acordo entre as lideranças no Plenário, foi retirado do texto o trecho que regulamentava o Revalida, um exame nacional de revalidação de diplomas de Medicina expedidos no exterior. Atualmente, o assunto é regulado por portaria.
O assunto foi aprovado no Projeto de Lei 4067/15, do Senado, cuja votação ocorreu logo antes da MP.

Controle estadual
Um destaque do DEM, aprovado por 295 votos a 82, retirou do texto dispositivo que permitia aos estados, individualmente ou por consórcio, executarem diretamente o programa.

Gratificação
Entretanto, ao rejeitarem destaque do PSL por 197 votos a 168, os deputados mantiveram no texto o aumento de gratificação para servidores médicos da carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho.

O aumento será de cerca de R$ 1,5 mil (11,8%) e é equivalente à gratificação de valor maior paga a profissionais não médicos dessa carreira.

Locais vulneráveis
Segundo o texto, enquadram-se na condição de locais com dificuldade para se manter médicos os municípios com pouca população, baixa densidade demográfica e grande distância de centros urbanos. Os municípios que satisfazem esses parâmetros serão definidos pelo Ministério da Saúde com dados do IBGE.

Também são considerados locais de difícil provimento de médicos os distritos sanitários especiais indígenas e comunidades ribeirinhas. O texto de Confúcio Moura inclui nesse grupo os quilombolas e as localidades atendidas por unidades fluviais de saúde.

Já os locais de vulnerabilidade alta são as cidades com grande proporção de pessoas cadastradas nas equipes de saúde da família e que recebam benefícios do Bolsa Família, de prestação continuada (BPC) ou benefícios previdenciários de até dois salários mínimos.

Residência médica
Para o médico que for aprovado no curso de formação em medicina de família no âmbito do programa, o texto permite a redução de um ano do programa de residência em clínica médica no qual o profissional venha a ingressar futuramente.

Entretanto, as atividades desenvolvidas ao longo do curso de formação devem ser compatíveis com os requisitos mínimos do componente ambulatorial do programa de residência médica.

Da mesma forma, o médico poderá contar com adaptação para o cumprimento dos requisitos mínimos do componente hospitalar da residência médica.

Agência
Uma das diferenças em relação ao Mais Médicos é que o novo programa será conduzido por uma agência a ser criada pelo Poder Executivo. A Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps) funcionará na forma de serviço social autônomo, com personalidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos.

A Adaps poderá desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão na área médica e executará o programa, contratando os médicos, realizando convênios com órgãos e entidades públicas e privadas e promovendo o desenvolvimento e a incorporação de tecnologias assistenciais e de gestão.

Processo seletivo
A agência poderá contratar médicos de família e tutores por meio de processo seletivo público. Para se candidatar, o profissional precisará ter registro em conselho regional de medicina.

Do tutor, a quem caberá supervisionar o curso de formação de médico de família, será exigido ainda especialidade em medicina de família e comunidade ou em clínica médica. Sua seleção constará de prova escrita de caráter eliminatório e classificatório.

Para o médico, além da prova escrita, haverá ainda curso de formação, eliminatório e classificatório, com duração de dois anos, e prova final escrita.

O texto de Moura prevê que a prova de admissão terá apenas conteúdo do curso de graduação em Medicina, proibindo-se exigir do candidato conhecimentos médicos especializados “incompatíveis com o nível de graduação”.

Aqueles que passarem terão o título de especialista em medicina de família e comunidade.
Enquanto houver candidato aprovado dentro do número de vagas ofertadas em processo seletivo anterior, com prazo de validade vigente, não poderá ser aberto novo processo seletivo.

Durante o curso, o médico receberá uma bolsa-formação e as atividades não poderão ser consideradas vínculo empregatício de qualquer natureza, devendo o médico aluno ser enquadrado como contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social.

O curso será ministrado por instituição de ensino parceira, com avaliações semestrais intermediárias.

Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli

CONTINUA
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