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sábado, 25 de junho de 2016

Farmanguinhos busca aprovação na OMS para antimalárico artesunato+mefloquina

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) busca a pré-qualificação do antimalárico artesunato+mefloquina (ASMQ) junto à Organização Mundial da Saúde (OMS). A auditoria às instalações do Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM)  segue os mesmos trâmites preconizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para Certificação de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) e está agendada para o início de setembro (de 5 a 9). Uma vez qualificada a planta o medicamento poderá ser comercializado a nível mundial.
O ASMQ é um medicamento inovador capaz de curar a malária em até três dias.
Desenvolvido por Farmanguinhos/Fiocruz em parceria com a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês). A tecnologia foi transferida para Cipla, empresa indiana que já registrou o produto no seu país em 2011 e na Malásia em 2012. Obtendo a pré-qualificação do produto junto à OMS, em 2012, o que permitiu o abastecimento no Sudeste Asiático.
200 milhões de casos por ano
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Apresenta cura se for tratada em tempo oportuno e adequadamente. De acordo com informações da DNDi, surgem cerca de 216 milhões de novos casos por ano em todo o mundo, levando 655 mil pessoas ao óbito anualmente. Em todo o globo, estima-se que cerca de 3,3 bilhões de pessoas vivam em situação de risco de contrair a doença.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, somente em 2013, a malária levou ao óbito 40 pessoas no país. A maioria dos casos se concentra na região Amazônica. Nas demais regiões, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, já que a letalidade é mais elevada do que na região endêmica.
A maioria dos casos ocorre em áreas rurais, mas há registro da doença também em áreas urbanas (cerca de 15%). Mesmo na área endêmica, o risco de contrair a doença não é uniforme. Esta ameaça é medida pela incidência parasitária anual (IPA), que serve para classificar as áreas de transmissão em alto, médio e baixo risco, de acordo com o número de casos por mil habitantes. Apesar dos números, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a quantidade de óbitos causados pela doença caiu para 70% na última década.
PAÍSES DA AMÉRICA LATINA JÁ UTILIZAM O MEDICAMENTO
A unidade envia doações do medicamento a países da América Latina, desde 2012, a fim de combater o surto da doença nas populações adultas e infantis e contribui para o registro do produto na região, onde recentemente obteve a outorga da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) - uma espécie de sinal verde para a pré-qualificação da OMS para o medicamento nesta área do mundo.
Mario Sergio Ramalho

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