Uma criança da Costa do Marfim
tomou a primeira pílula da fase II do estudo clínico que está testando uma
formulação pediátrica para o praziquantel. Seguro e eficaz contra a
esquistossomose, esse medicamento, entretanto, estava disponível apenas na
formulação para crianças maiores que seis anos e adultos. A nova etapa do
estudo começou em meados de junho e envolve cerca de 500 crianças do país do
Oeste africano.
Destinada aos pequenos na
faixa etária de três meses e seis anos de idade, a nova formulação, concebida
para desmanchar na boca (orodispersível), é fruto de iniciativa de um consórcio
internacional, denominado Consórcio Praziquantel Pediátrico, que reúne, dentre
outros laboratórios, Merck e o Instituto de Tecnologia em Fármacos
(Farmanguinhos/Fiocruz). O projeto conta com financiamento da Fundação Bill e
Melinda Gates e do Fundo Global de Inovação para a Saúde.
Representante de Farmanguinhos
no Consórcio, o farmacêutico Daniel Lacerda, que atua na Coordenação de
Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da unidade, explica que esta fase do estudo
clínico definirá qual formulação de praziquantel pediátrico seguirá em
desenvolvimento (são testadas duas opções paralelamente). "Além disso, no
fim deste ano, os pesquisadores definirão também a dose ideal do medicamento. A
previsão é de que no início do ano que vem seja concluída esta etapa do
estudo", ressalta.
Lacerda mostra-se otimista
devido ao começo da nova fase do estudo clínico, e com o avanço do consórcio
que resultará em uma formulação mais apropriada ao tratamento infantil.
"Esta é uma iniciativa muito importante para o controle desta
doença", diz. "Terminando essa etapa, o desenvolvimento seguirá para
a fase III, que comprovará a eficácia do medicamento em um grupo maior de
crianças", assinala o farmacêutico.
Fonte: Farmanguinhos / Fiocruz
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