A Anvisa publicou um alerta
sanitário sobre os riscos de ingestão do medicamento Flogo-Rosa® (cloridrato de
benzidamina), especialmente em crianças. A ingestão acidental de doses elevadas
do Flogo-Rosa® pode causar agitação, ansiedade, alucinações e convulsões. Além
disso, essa ingestão pode levar à doenças como gastrite, úlcera, falência
renal, entre outras.
O Flogo-Rosa® destina-se ao
uso de lavagens vaginais e não deve ser ingerido. Este é um medicamento
anti-inflamatório destinado ao tratamento da vulvovaginite aguda (inflamação
dos tecidos da vulva e vagina), associada aos sintomas de dor, ardor, coceira e
corrimento e doença inflamatória do colo do útero de qualquer tipo ou origem. O
Flogo-Rosa também pode ser indicado como auxiliar no tratamento de micose e de
doença sexualmente transmissível causada por um parasita, como preventivo no
pré e pós-operatório de cirurgia vaginal, e na higiene íntima do pós-parto.
De acordo com a Gerência de
Farmacovigilancia da Anvisa, o alerta pretende chamar a atenção para um
problema de uso indevido do produto que tem sido relatado para a Agência. Algumas
pessoas ingeriram o medicamento ou deram à crianças por via oral, ao invés de
usá-lo apenas no local conforme está no modo de uso da bula. A própria
embalagem do medicamento adverte que o Flogo-Rosa não deve ser ingerido. O
problema pode ter origem na automedicação e na orientação médica insuficiente
do médico ao prescrever ou do farmacêutico ao dispensar o medicamento, enfatiza
Márcia Gonçalves, Gerente de Farmacovigilância.
Ao realizar o monitoramento de
risco de uso dos medicamentos foram observados diversos casos de ingestão
acidental do medicamento Flogo-Rosa®, por crianças e adultos pelo Centro de
Vigilância de São Paulo (CVS-SP) e o Centro de Assistência Toxicológica de São
Paulo (CEATOX-SP).
Na ocasião, a Anvisa
determinou à empresa Aché a elaboração de um Plano de Minimização de Risco, que
previu a mudança na embalagem com a inserção de figuras e frases com os dizeres
“proibido ingerir”. A efetividade desse plano vem sendo, desde então,
monitorada pela Anvisa e pela detentora do registro do produto.
O que a Anvisa recomenda?
Seguem abaixo algumas
orientações importantes aos pacientes em tratamento com o Flogo-Rosa®:
* O uso do medicamento só deve
ser realizado SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA.
* Pergunte ao seu médico a
forma de utilização do produto antes do início do tratamento;
*Em caso de ingestão
acidental, procure imediatamente orientação médica ou um pronto-socorro,
informando a quantidade ingerida, o horário da ingestão e os sintomas. Se
possível leve a embalagem ou bula do medicamento.
*Caso necessite de mais
orientações sobre como proceder em situações de intoxicação, ligue para o
Centro de Assistência Toxicológica mais próximo.
O link a seguir informa o
contato dos centros brasileiros:
* Adote em sua casa medidas
para prevenir a ingestão acidental de medicamentos e a ocorrência de
intoxicações. Mantenha o medicamento longe do alcance das crianças. Para isso,
recomenda-se guardar o produto em locais altos. Caso outra pessoa cuide de seus
filhos durante algum período do dia, repasse essas orientações ao cuidador.
* A Anvisa solicita aos
cidadãos que comuniquem casos relacionados ao modo indevido do uso do
Flogo-Rosa®. Essa notificação pode ser realizada por meio do Formulário de
Notificação de Eventos Adversos para o Cidadão, no portal da Anvisa: (http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/formularios.htm).
A notificação de pacientes também pode ser realizada gratuitamente por meio do
Anvisa Atende - 0800-642-9782 ou pela Ouvidoria.
*Para o profissional de saúde,
a Anvisa disponibiliza o sistema Notivisa para a realização das notificações de
eventos adversos: (http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/formularios.htm).
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