As perspectivas em longo prazo para as Américas como resultado do surto do vírus zika são incertas e o número de pessoas afetadas é difícil de mensurar, entretanto a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) está respondendo com uma forte estratégia de quatro níveis para apoiar seus países, de acordo com Sylvain Aldighieri, gerente de incidentes sobre zika.
Ao informar os membros do Comitê Executivo da OPAS, que se reuniu nesta semana, Aldighieri disse que a OPAS enviou 88 especialistas em 53 missões para países e territórios, com foco em áreas prioritárias de detecção, prevenção, resposta e pesquisa sobre zika. Ele disse ainda que há muito trabalho a ser feito em pesquisa para definir o risco absoluto de malformações congênitas e para descrever o espectro clínico de infecções congênitas causadas por zika.
Carissa F. Etienne, diretora da OPAS, assegurou aos membros do Comitê que a organização continuará a fornecer liderança e coordenação na resposta ao zika. “Nosso desafio sobre o vírus zika continuará em médio e longo prazo. O Aedes aegypti é um vetor muito evasivo e com altas taxas de infestação, mas estamos plenamente comprometidos com nossos Estados-Membros no que se refere ao zika.”
O Comitê Executivo, presidido pelo Ministro de Saúde Pública do Equador, também avançou sobre uma nova estratégia para prevenir e controlar arboviroses, incluindo dengue, chikungunya, febre amarela e zika – todas com grande impacto nas Américas. Marcos Espinal, diretor de Doenças Transmissíveis e Análise de Saúde da OPAS, afirmou que apesar dos esforços para controle, os casos de dengue continuam a crescer, com 14 milhões de casos e 7 mil mortes registrados entre os anos 2000 e 2014. O chikungunya já alcançou mais de 1,7 milhão de casos desde que chegou à região, em dezembro de 2013.
“Devemos aproveitar a estratégia de gestão integrada atual para a prevenção da dengue e atualizá-la como uma estratégia para a prevenção e controle de arboviroses”, disse Espinal.
A nova estratégia, que provavelmente terá aprovação final durante o Conselho Diretivo da OPAS em setembro, foca na vigilância reforçada, detecção precoce de arboviroses emergentes e reemergentes, controle integrado, melhoria na detecção e diagnóstico e um melhor controle dos mosquitos vetores dessas doenças.
A OPAS tem “respondido de maneira oportuna e eficaz a uma série de desastres e surtos, baseando-se em sua ampla experiência no manejo de desastres. Temos sido capazes de trabalhar com parceiros para garantir um apoio concreto aos Estados-Membros afetados”, afirmou Etienne. A Diretora da OPAS destacou a importância da “abordagem integrada para a prevenção contra zika, dengue, chikungunya e febre amarela” na nova Estratégia Regional para a Prevenção e o Controle das Doenças causadas por Arbovírus.
As deliberações do Comitê determinam a agenda final do 55º Conselho Diretor da OPAS, que se reunirá entre 26 e 30 de setembro deste ano. O Comitê Executivo é composto por nove Estados-Membros eleitos pela Conferência Sanitária Pan-Americana ou pelo Conselho Diretor da OPAS por períodos escalonados de três anos. Seus membros atuais são Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Chile, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala e Trindade e Tobago.
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