Panoramas político e econômico
dividem as atenções das revistas que circulam no fim de semana. Pauta variada
marca perfil da cobertura.
ÉPOCA, em reportagem de capa,
aponta que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está desgastado no Congresso, é
sabotado pelo PT e ignorado pela presidente Dilma Rousseff e perdeu o grau de
confiança. "Os amigos recomendam que saia do governo. Mas não existe, até
agora, um sucessor à altura para ele", afirma a revista.
Capa da VEJA destaca que o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso produziu, com seus diários, um dos mais
extraordinários documentos da política brasileira. Revista traz entrevista com
ex-presidente, que fala que a crise ainda vai piorar, afirma que acha difícil o
governo Dilma se recuperar e critica que Lula está “enterrando a própria
história”.
Reportagem de capa da ISTOÉ
alerta que a recessão, o desemprego e o recuo nas políticas sociais estão
empurrando milhares de brasileiros para a pobreza extrema.
CARTA CAPITAL adverte que a
concentração de riqueza no mundo é hoje semelhante à da Inglaterra de Charles
Dickens ou da França de Victor Hugo. Segundo a reportagem, 1% da população
mundial detém 50% da riqueza, e o Brasil não escapa à regra.
Na agenda de negócios, ISTOÉ
DINHEIRO aponta que, com estilo próprio de gestão, as Lojas Renner, rede gaúcha
que se destaca entre as varejistas de moda e consegue manter um ritmo de
crescimento de dois dígitos.
Exposição pontual marca a
agenda de interesse no noticiário semanal. Está em foco o cenário fabril e há
menção a dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Eduardo Oinegue, em artigo na
VEJA, relata que o Brasil exportou 225 bilhões de dólares em 2014 com uma pauta
diversificada: 7000 itens diferentes, sendo que cinco concentram mais de 40% do
valor das vendas - açúcar, carne, soja, petróleo e minério de ferro.
Mas ele pondera que “não se
chegará a canto algum sem o fortalecimento da indústria nacional e o estímulo à
inovação. A indústria nacional vem perdendo espaço na economia, e seu grau de
inovação é limitadíssimo”.
Oinegue aponta que “uma
pesquisa recente feita pela Confederação Nacional da Indústria mostrou que,
para o empresário, a competição é o principal estímulo à inovação”.
Em um país burocrático,
cartorial, extremamente regulamentado, de alta e complexa carga tributária, com
baixo nível educacional e baixíssima produtividade, o estímulo à competição
tende a zero. Vale mais aplicar os recursos excedentes no rentável mercado de
papéis do governo do que arriscar-se no desenvolvimento, fabricação e venda de
um produto verdadeiramente inovador”.
Abordagens sobre investimentos
em infraestrutura estão em destaque no noticiário de interesse.
ISTOÉ destaca que depois de
consolidar as delações premiadas como método de investigação, o Brasil precisa
aprimorar a legislação sobre os acordos de leniência para combater a corrupção
sem paralisar empresas e gerar desemprego.
Reportagem situa que, de
acordo o Cadastro de Empregos com Carteira Assinada (Caged), desde o início da
operação que investiga o propinoduto instalado na Petrobras, a construção civil
registrou uma perda de 250 mil empregos no País. "Uma das principais
causas disso é a Lava Jato, pois estão envolvidas nas investigações as maiores
empreiteiras do Brasil e 70% do setor tem contrato com a Petrobras",
avalia Vilmar Santos, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas
Indústrias da Construção Pesada.
Segundo a reportagem de ISTOÉ,
a situação poderia ser evitada se a legislação brasileira sobre os acordos de
leniência estivesse preparada. "Os acordos de leniência permitem que as
empresas continuem suas obras, sem que haja pacto com o crime", diz o
presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio
Gouvêa Vieira.
VEJA adverte que enquanto o
governo e o Congresso medem forças em um embate cujo interesse é a salvação
mútua de denúncias graves, “a economia brasileira se paralisa e sangra por
falta de investimentos, com aumento dramático do desemprego”. Segundo a
reportagem, animosidade entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, "parecem fruto do descontrole verbal de um de
outro".
Em outra reportagem, VEJA
adverte que o impasse político inviabiliza a aprovação de reformas e que a
recessão na atividade econômica derrubou a arrecadação tributária.
Reportagem relata que “o
governo cortou o equivalente a 19 bilhões de reais em investimentos do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), essencialmente na área de infraestrutura;
outros 12 bilhões de reais foram economizados com a redução de despesas administrativas,
como hospedagem e passagens aéreas, serviços de manutenção e alimentação;
programas tratados como prioritários também sofreram corte, caso do Pronatec,
de ensino tecnológico, e do Fies, o financiamento estudantil”.
Na reportagem, VEJA avalia que
“parece muito, mas o esforço foi insuficiente diante do aumento de 13 bilhões
de reais em subsídios concedidos a diferentes setores e da queda de 23 bilhões
de reais nas receitas advindas da cobrança de tributos de empresas e famílias e
de contribuições para a Previdência”.
“Ao mesmo tempo, projetos para
reavivar a economia não saíram como planejado. As concessões de rodovias,
ferrovias, portos e aeroportos ao setor privado atrasaram, e a simplificação
tributária (na cobrança do ICMS e do PIS/Cofins) ainda está em discussão no
Congresso”, acrescenta.
“O ministro Levy, mesmo mal
tendo conseguido cortar gastos, é diariamente responsabilizado pela recessão e
vive um processo constante de fritura política”, afirma VEJA.
CARTA CAPITAL publica série de
reportagens especiais sobre infraestrutura e logística.
Em um dos textos, CARTA
CAPITAL destaca que o governo federal mantém firme o propósito de conceder à
iniciativa privada dezenas de projetos logísticos, cujos valores somados chegam
a R$ 198,4 bilhões.
“Além do conturbado cenário
político e econômico, as novas condições de financiamento dos empreendimentos e
o impacto da Operação Lava Jato sobre o setor de infraestrutura criam
obstáculos extras”, situa a reportagem. Revista informa que os leilões das
primeiras concessões de terminais portuários, por meio de outorga, poderão ser
realizados ainda neste ano.
Em outra abordagem, CARTA
CAPITAL aponta que os investimentos em infraestrutura ainda estão concentrados
no orçamento do banco estatal de fomento e que a participação do mercado de
capitais ainda é incipiente. Texto analisa como criar mecanismos de
financiamento fora das tradicionais linhas do BNDES.
DINHEIRO EM AÇÃO, na ISTOÉ
DINHEIRO, aponta que “enquanto a discussão sobre o impeachment da presidente
Dilma Rousseff perdeu espaço nas manchetes, a nova preocupação do mercado é
sobre a consistência do ajuste fiscal projetado para 2016. Há um consenso
crescente de que um superávit primário depende de recursos extraordinários,
como os oriundos da arrecadação da CPMF e os da taxação sobre grandes fortunas
e repatriação de capital”.
Coluna segue: “Se confirmados,
esses prognósticos podem levar a um novo rebaixamento da classificação de risco
do Brasil. O impacto dessa decisão, porém, ainda é objeto de discussão. Vários
analistas avaliam que boa parte da temida saída de recursos já ocorreu ao longo
dos últimos meses, o que limitaria a volatilidade quando da confirmação da
notícia”.
BRASIL CONFIDENCIAL, na ISTOÉ,
aponta que “uma pesquisa de opinião encomendada por petistas sobre a avaliação
do governo Dilma Rousseff comprova o que Lula sempre diz: a falta de dinheiro
incomoda mais que a corrupção. Segundo o levantamento, a maior parte dos
entrevistados em todo Brasil aponta a crise econômica como principal motivo de
desaprovação da atual gestão. Já a corrupção aparece em segundo lugar, cinco
pontos atrás”.
Segundo BRASIL CONFIDENCIAL,
“as iniciativas de enxugar ministérios e cortar gastos da máquina pública
surtiram maior aprovação na região Sul do país, considerada, ao lado do
Sudeste, a mais politizada. As entrevistas mostraram o aumento da avaliação de
‘ótimo e bom’ de 10 para 15 pontos, entre agosto e outubro. Já na região
Nordeste, a queda continua incessante: de 17 para 13 pontos”.
Ainda conforme BRASIL
CONFIDENCIAL, “a pesquisa qualitativa contratada por petistas demonstra que a
proposta da reforma administrativa que mais agradou a população foi o corte de
10% no salário da presidente Dilma, do vice, Michel Temer, e dos ministros. O
resultado surpreendeu”.