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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Análise Diária de Mídia - 13 de fevereiro de 2015

Contexto econômico volta a influenciar a maneira como os principais jornais do país abordam os temas de interesse da indústria. Nesta sexta-feira (13), a pauta do setor ganha fôlego a partir de debates que se associam a comércio internacional e aos efeitos do ajuste promovido pelo governo.

Entre os destaques do dia, O ESTADO DE S.PAULO informa que Brasil e Estados Unidos decidiram voltar a conversar em tomo de uma agenda "realista" de facilitação do comércio e convergência regulatória, definida nos últimos dois dias em visita a Washington do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.

Texto relata que o ministro afirmou que, como os Estados Unidos já têm baixas tarifas de importação de bens industrializados, essas medidas são tão ou mais importantes do que acordos comerciais para dinamizar o comércio.

ESTADÃO adverte ainda que, em reuniões com a secretária de Comércio, Penny Pritzker, e o Representante Comercial dos Estados Unidos, Michael Froman, Armando Monteiro discutiu acordos que poderiam facilitar o comércio bilateral, entre os quais mencionou a uniformização de normas e a interligação dos Portais de Comércio Exterior.

O ministro avaliou ainda que a desvalorização do real em relação ao dólar deverá impulsionar as exportações de manufaturados e ajudar a levar a balança comerciai de volta a um resultado positivo, depois do déficit registrado em 2014.

VALOR ECONÔMICO ressalta que o ministro Armando Monteiro concentrou os esforços numa agenda que possa trazer resultados concretos no curto prazo na relação entre Brasil e EUA, com foco na facilitação de comércio e convergência regulatória. Segundo o ministro, técnicos do MDIC e do Departamento de Comércio [dos EUA] vão se reunir na capital americana entre 18 e 20 de março para tratar desses assuntos, para melhorar as condições de acesso dos produtos brasileiros no mercado americano e dos produtos americanos no mercado brasileiro.

Na cobertura com foco em itens ainda mais específicos para o segmento fabril, destaque para o Plano Nacional de Exportação, formulado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Assunto ganha repercussão na FOLHA DE S.PAULO.

Reportagem da FOLHA adverte que a proposta, anunciada ao setor privado como uma das prioridades do segundo mandato de Dilma Rousseff, “inclui somente uma nova medida de alívio à indústria” – texto foi considerado "tímido" por integrantes do governo.

FOLHA afirma que teve acesso ao documento que apresenta como novidade o fim da cobrança de Imposto de Renda na fonte sobre remessas para o exterior, despesas relacionadas à venda de produtos e prestação de serviços.

A minuta do plano, ainda preliminar, prevê a "manutenção da alíquota de 3% do Reintegra, que devolve créditos tributários aos exportadores, até 2018, e a edição de uma MP para permitir a compensação de créditos existentes de PIS/Cofins e de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) com débitos previdenciários das empresas", resume a FOLHA.

FOLHA observa também que essas medidas não estão garantidas. Segundo o jornal paulista, o MDIC enfrenta oposição da equipe econômica, preocupada com o ajuste nas contas públicas. Texto afirma ter apurado que as propostas vêm sendo debatidas com a Fazenda, mas ainda não receberam o aval final da pasta.

Na mesma reportagem, FOLHA completa ainda que, segundo um empresário com interlocução no Executivo, o documento produzido pelo MDIC não é ambicioso como gostaria a indústria, mas tem o mérito de colocar na mesa medidas básicas que deveriam ter sido implementadas há anos pelo governo Dilma. A expectativa do MDIC é lançar o programa em março, já com a lista de 30 países que serão alvo da estratégia comercial brasileira.

Em sua coluna quinzenal na FOLHA DE S.PAULO, Pedro Luiz Passos, presidente do Iedi, avalia que o Brasil não aproveita a força das empresas estrangeiras para impulsionar as exportações e o crescimento. "Penso que a razão de fundo está na falta de uma política de comércio exterior consistente. Ela deveria ser alicerçada em uma maior aproximação dos grandes centros comerciais do mundo via acordos bilaterais com os EUA, a Europa e outros países."

Também na FOLHA, coluna MERCADO ABERTO informa que o Conselho Empresarial Brasil-China e a Apex (agência de promoção de exportações) lançarão no dia 26 um estudo sobre oportunidades de negócios para empresas brasileiras na China. Coluna expõe que, entre os segmentos que serão destacados, estão os de carnes e de café. “O estudo indica a viabilidade da entrada de redes brasileiras de restaurantes no mercado chinês.”

Entre os itens ligados ao ajuste fiscal proposto pelo governo, em referência às medidas que promovem mudanças na concessão de benefícios trabalhistas, CORREIO BRAZILIENSE registra, como ponto de atenção, que "a base de sustentação do Planalto mobiliza-se para conseguir promover mudanças no ajuste fiscal elaborado pela equipe econômica".

A intenção do PT, adianta o CORREIO, é que a regra das pensões (que reduz o benefício de 100% para 50%) “valha apenas para o funcionalismo, preservando os contribuintes do regime geral da Previdência, já prejudicados pelo teto geral do INSS”.

Na mesma reportagem, CORREIO reforça a informação adiantada ontem que líderes do PMDB vai se reunir com o setor produtivo. "Os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vão se reunir com empresários pesos-pesados do PIB brasileiro na Confederação Nacional da Indústria (CNI), no dia 25. Os peemedebistas querem um levantamento da pauta econômica que está no parlamento para discutir com o setor produtivo."

CORREIO afirma que algumas matérias que interessam à indústria foram incluídas na agenda legislativa da CNI, divulgada no ano passado.

Em quadro relacionado com a reportagem acima, CORREIO BRAZILIENSE registra como estão as negociações do pacote econômico do governo. Jornal também destaca as medidas focadas no setor produtivo e apresenta algumas das propostas que a indústria deve apresentar ao PMDB no almoço do dia 25.

Ainda com foco nas ações de austeridade que o governo está implantando, VALOR ECONÔMICO informa que o setor de comércio e serviços está preocupado com a proposta de reforma do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), mencionada pela presidente Dilma Rousseff na primeira reunião ministerial do seu segundo mandato.

VALOR lembra que o discurso de Dilma trouxe novamente à tona o receio de entidades que representam os dois segmentos de que a alíquota do PIS e da Cofins seja uniformizada a 9,25% sobre o faturamento. Segundo estudos já existentes, isso elevaria em 104%, em média, a carga tributária das empresas de serviços com as duas contribuições. Os cálculos apontam ainda para uma alta de 4,3% dos preços no setor. Os dados foram reunidos em estudo encomendado pela Fenacon, entidade que reúne empresas de contabilidade, ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

Na agenda macro, o câmbio é outro fator que apresenta itens relacionados à agenda de interesse da indústria. Mídia nacional registra as oscilações do dólar e os efeitos que podem gerar para a atividade.

O ESTADO DE S.PAULO, em reportagem, informa que a desvalorização do câmbio, que está fazendo o dólar beirar os R$ 3, e o estreitamento das relações comerciais entre Argentina e China melhoram as expectativas de exportação da indústria brasileira de alimentos para este ano.

Julio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, avalia, em coluna no BRASIL ECONÔMICO, que "o comércio varejista entrou em nova fase após a desaceleração de 2013/2014, o que significa dizer que as empresas deverão a partir de agora adequar toda a sua estratégia de negócio, já que, talvez por alguns anos, o setor poderá ter evolução muito baixa ou mesmo negativa".
 
Ainda na pauta econômica, jornais apresentam os dados do IBC-Br, indicador do Banco Central, apontando que a economia brasileira teve uma queda de 0,15% no ano passado (leia mais em ECONOMIA).

FOLHA DE S.PAULO avança e informa que os cálculos do BC já antecipam tendências negativas. "Com o pessimismo disseminado entre consumidores e empresários, a atividade conjunta de indústria, comércio, serviços e agropecuária caiu 0,55% em dezembro e 0,15% no último trimestre do ano passado, na comparação com os períodos imediatamente anteriores".

Complementando a pauta do dia, coluna MOSAICO POLÍTICO, no BRASIL ECONÔMICO, informa como ponto de atenção que, segundo comentários no governo, a passagem de Gilberto Carvalho, ex-secretário-Geral da Presidência, no Conselho Nacional do SESI deve ser breve. De acordo com o texto, decisão será formalizada em junho, no congresso do PT. Na sequência, Carvalho deverá assumir um cargo na direção do PT.

ANCELMO GOIS, em sua coluna em O GLOBO, informa que a presidente Dilma Rousseff cai lançar um programa que permitirá abrir e fechar empresas no mesmo dia. "Hoje, encerrar as atividades de uma firma leva, em média, três meses, podendo chegar a anos. A medida faz parte de um pacote de desburocratização e de incentivo ao investimento, a ser lançado no final de fevereiro."

Manchetes dos principais jornais do país trazem hoje novos desdobramentos sobre a operação Lava Jato. Ênfase está no vazamento de declarações prestadas pelo doleiro Alberto Yousseff que, segundo a mídia nacional, comprometem personalidade do mundo político.

Conforme registram as reportagens, o delator disse à Polícia Federal que eram indicados para receber o dinheiro, para pagamento das empresas Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao PT, o ex-ministro José Dirceu e o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto.

FOLHA DE S.PAULO avança e afirma ainda que o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, assim como Dirceu, tinha “ligações” com um dos empresários que admitiram ter pago suborno a diretores da estatal.

O depoimento de Youssef, ocorrido em outubro, foi divulgado ontem. De forma associada, jornais também incorporam ao noticiário do caso Petrobras novos detalhes da delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

O ESTADO DE S.PAULO ressalta que, conforme o ex-diretor, a Odebrecht “fez depósitos ‘a cada dois ou três meses’ em suas contas no exterior entre 2008 e 2013 a título de ‘política de bom relacionamento’”. O montante teria chegado a US$ 31,5 milhões.

Nas reportagens, também há espaços para que empresas e políticos citados por Youssef e Costa, neguem as declarações dos dois delatores.

FOLHA reforça que Vaccari Neto “classificou as afirmações como ‘mentirosas’”. Também contradizem os depoimentos, as empresas Toshiba e a Odebrecht.

CORREIO BRAZILIENSE registra que, em seu blog, Dirceu divulgou nota em que "repudia, com veemência, as declarações do doleiro Alberto Youssef de que teria recebido recursos ilícitos do empresário Julio Camargo, da Toyo Setal, ou de qualquer outra empresa investigada pela Operação Lava-Jato".

Com menor visibilidade, ESTADÃO mostra a movimentação do PT para tentar incluir na CPI da Petrobras na Câmara o período do governo Fernando Henrique Cardoso. Assunto também está no BRASIL ECONÔMICO.

Já a FOLHA reproduz declaração atribuída ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para quem as “denúncias de pagamento de propina na Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, devem ser investigadas na Operação Lava Jato”.

Notícias associadas ao mensalão do PT também estão em foco e são alvos de registros generosos nos jornais devido à decisão da Justiça italiana, que ontem decidiu extraditar Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil. Condenado a 12 anos e 7 meses no processo julgado pelo STF, Pizzolato se entregou à polícia italiana. A decisão agora cabe ao governo daquele país.

Ainda que de forma bem menos expressiva do que nos últimos dias, jornais expõem questões associadas às divergências entre Executivo e Legislativo.

Destaque também para o encontro da presidente Dilma Rousseff com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, em São Paulo.

O GLOBO descreve que a reunião entre Lula e Dilma, a primeira reunião entre os dois desde o início do segundo mandato, serviu para tratar da crise política. “Na véspera, Lula já demonstrara o papel que terá para tentar neutralizar a crise com o PMDB: no Rio, se encontrou com o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral. A viagem indica o papel que Lula deve desempenhar neste momento de crise do PT e do governo: o de articulador com os partidos e com os setores da sociedade”, pontua o jornal.

Já a FOLHA DE S.PAULO registra o suposto movimento de Lula para tentar restabelecer pontes entre o PT, PMDB e PSB. Reportagem também fala sobre a reunião com lideranças do PMDB no Rio na quarta-feira, e cita ainda que o ex-presidente se reuniu, recentemente, com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). “Segundo aliados, o ex-presidente busca uma reaproximação com os partidos contra quais o PT concorreu na eleição.”


O acidente com o navio-plataforma da Petrobras, no litoral do Espírito Santo, continua entre os temas de maior destaque do noticiário econômico. Jornais, contudo, dividem a cobertura com a agenda macro centrada, especialmente, no ajuste fiscal do governo, no PIB e em questões associadas ao câmbio e ao comércio exterior.

Sobre o acidente que causou a morte de cinco pessoas e deixou outras 26 feridas (quatro ainda estão desaparecidas), mídia nacional pontua que crescem as suspeitas de irregularidades na operação da embarcação. A plataforma era operada pela norueguesa BW Offshore.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) abriu um processo contra a Petrobras para apurar as causas da tragédia.

Entre os itens que marcam a agenda macroeconômica, mídia nacional coloca em evidência cálculos do Banco Central (BC) que apontam: a economia encolheu 0,15% em 2014.

Jornais avaliam que os estímulos do governo, adotados ao longo do ano não surtiram efeito, devido à baixa confiança do setor produtivo e da população em geral.

E tom de alerta, CORREIO BRAZILIENSE afirma que “os temores de que o país voltasse à recessão se confirmaram”. Citando os dados do BC, reportagem expõe que o “resultado, medido pelo Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-BR), denuncia a paralisia que se alastra por todo o país” e que, pelos números, “o país já está em recessão”.

Reportagens registram também que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pediu que o varejo apoiasse as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo, em reunião realizada ontem com representantes do setor.

De acordo com a FOLHA, o recado dado por Levy foi que 2015 é um ano de ajustes, “em que será preciso fazer mais com menos”.


Em artigo publicado no CORREIO BRAZILIENSE, Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do movimento Todos Pela Educação, afirma que, apesar da vigência de 10 anos, prazo razoável para colocar em prática medidas que permitam alcançar as metas, já existem metas do Plano Nacional de Educação que têm como prazo 2015.

Após citar alguns metas de curto prazo, Velasco avalia: "Além dos prazos à vista para o cumprimento das metas intermediárias e estratégias do PNE, é imprescindível que os gestores e toda a sociedade tenham a Educação, efetivamente, como prioridade absoluta, e que sejam feitos os investimentos necessários para o cumprimento das metas estabelecidas para 2024 desse que é o plano norteador desta década, buscando convergir esforços para que a Educação brasileira avance de maneira efetiva".

FOLHA DE S.PAULO escreve sobre a turbulência cambial que, nos últimos dias, elevou a patamares recorde a cotação do dólar. Segundo o jornal, a valorização da moeda americana “é vista pela população como termômetro para verificar se a economia está com febre”. Conforme o texto, porém, “trata-se, naturalmente, de uma simplificação: o dólar caro tem vantagens, como recompor parte da rentabilidade perdida nas exportações, algo crucial para a combalida indústria brasileira”. Em tom de alerta, texto associa o atual momento aos esforços da equipe econômica em levar em frente as medidas de austeridade. “Congressistas e sociedade devem ser convencidos de que o ajuste é necessário. Só assim será possível cumprir as metas – e baixar a febre”.

O GLOBO avalia o que chama de “pressões e contrapressões dentro do Congresso Nacional em relação a políticas e iniciativas adotadas pelo governo”. E atesta: “o ajuste é, no momento, a única forma de se assegurar a continuidade dos alegados direitos e conquistas sociais que o próprio governo deseja preservar (...) não fazer o ajuste significará a perda do "grau de investimento" na nota de risco do país, com desdobramentos péssimos: crédito externo escasso e mais caro, logo, maior desvalorização cambial; portanto, mais pressões inflacionárias, e, em decorrência, juros mais elevados, para conter a alta de preços”.

VALOR ECONÔMICO teoriza sobre os rumos do Mercosul diante de mudanças econômicas e políticas que atingem os países que compõem o bloco. Foco está na Argentina e nas relações do país vizinho com a China. “As dificuldades econômicas da Argentina continuam sendo obstáculos quase intransponíveis para que o Mercosul avance nas negociações com a União Europeia (...) os acordos entre Argentina e China significam o aprofundamento do processo de deslocamento das vendas brasileiras e dos demais sócios do Mercosul no mercado argentino”, resume o texto. ​

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