Uma comitiva da Fundação
Oswaldo Cruz formada pelo presidente da instituição, Paulo Gadelha, pelo
diretor do Centro de Relações Internacionais (Cris/Fiocruz), Paulo Buss, pelo
diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Carlos
Morel e pelo professor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e
chefe do Programa Especial sobre Desenvolvimento Sustentável e Equidade em
Saúde da Organização Panamericana da Saúde (Opas), Luiz Augusto Galvão,
participa nesta segunda e terça-feira (6 e 7/6) do primeiro Fórum
Multissetorial sobre Ciência, Tecnologia e Inovação para os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (Fórum de ODSs), na sede das Nações Unidas, em Nova
York.
O Fórum tem por objetivos
oferecer recomendações e consultorias envolvendo o uso da ciência, tecnologia e
inovação para o Fórum Político de Alto Nível da ONU, que acontece no próximo
mês de julho, assim como envolver todos os segmentos da sociedade para o
cumprimento dos ODSs.
As discussões se concentram
sobretudo em três temas: 1) ações e políticas que possam fortalecer os ODSs e a
capacidade humana em todos os países; 2) o desenvolvimento de plataformas para
o compartilhamento de conhecimento, informações e conselhos entre os países e
sociedades sobre políticas, ações, parcerias e tecnologias; 3) a elaboração de
mecanismos para o desenvolvimento de planos de ações nacionais e internacionais
para o cumprimento dos ODSs individual e coletivamente.
Além de integrar a comitiva,
Gadelha é também um dos dez membros do Mecanismo de Facilitação Tecnológica
(TFM), formado por representantes da sociedade civil, do setor privado e da
comunidade científica, que ajudou a organizar o Fórum, além de oferecer
recomendações de alto nível para a condução do mesmo. Gadelha foi eleito para o
cargo em janeiro, e cumpre mandato de dois anos. A criação do Mecanismo está
prevista no documento Transformando nosso mundo: Agenda para o desenvolvimento
sustentável 2030, adotado na 3ª Convenção Internacional de Financiamento para o
Desenvolvimento, ocorrida em setembro em Addis Ababa, na Etiópia.
Em seu comunicado aos
participantes, presente em um documento conjunto emitido pelos membros do Mecanismo,
Gadelha destacou que “consideramos as áreas da saúde e do desenvolvimento
praticamente áreas siamesas. A saúde é um direito individual e coletivo,
articulando a base produtiva e a inovação aos direitos humanos, à equidade e à
inclusão social”, disse. “Uma vez tenhamos atingido uma boa relação entre o
setor da saúde e os ODSs, os efeitos econômicos e sociais serão extremamente
expressivos para a Agenda 2030”.
Na abertura do evento, o
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, enfatizou a importância da
tecnologia e da ciência para o desenvolvimento sustentável. “Nos próximos 15
anos, os avanços em ciências, tecnologias e inovação serão fundamentais para o
cumprimento de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da
erradicação da pobreza à agricultura e à segurança alimentar, incluindo ainda a
energia, a água, o saneamento e as mudanças climáticas”, disse Ban. “Conectar a
ciência, a tecnologia e a inovação ao progresso no desenvolvimento sustentável,
com efeitos práticos, é o desafio mais difícil. É este vazio que se espera que
o Fórum preencha. Vocês têm uma missão crítica a cumprir”.
Em comunicado transmitido ao
evento, o empresário e filantropo Bill Gates, falando em nome da Fundação Bill
e Melinda Gates, que ajudou a financiar o Fórum, ressaltou a necessidade de se
apoiar o desenvolvimento sustentável para além dos países ricos. “Em países
pobres, há poucos incentivos financeiros em áreas cruciais ao desenvolvimento,
então os mercados nem sempre oferecem a velocidade ou a escala de inovações
para as comunidades que mais precisam delas. Para acelerar o progresso e
alcançar as ambiciosas metas dos ODSs, é importante que invistamos em mentes
brilhantes e em ideias audazes que possam entregar uma nova geração de soluções
para as pessoas, em todos os lugares. Este Fórum é um passo importante para que
possamos fazer isto de modo coordenado e relevante”, disse o comunicado, lido
pelo presidente do Conselho Social e Econômico da ONU, Mogens Lykketoft.
Além de acompanhar as
discussões do Fórum principal, a comitiva da Fiocruz coordena uma mesa nesta
terça-feira (7/6) em um evento paralelo à programação central, sobre desafios e
oportunidades para a ciência, a tecnologia e a inovação para a implementação
dos SDGs relacionados à saúde na Agenda 2030.
A programação completa do
evento, assim como documentos relacionados a ele, podem ser acessados no site
das Nações Unidas. Parte da programação do Fórum tem cobertura ao vivo da TV ONU.
Por: André Costa
(Agência Fiocruz de Notícias)
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