Em
pronunciamento durante a Reunião de Alto Nível, em Nova Iorque, Adele Benzaken
apresentou o avanço do país no tratamento com antirretrovirais
Em
seu pronunciamento durante o painel “A aids dentro dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável: aproveitando o fim da aids para a transformação
social e desenvolvimento sustentável”, durante a High Level Meeting (Reunião de
Alto Nível) da ONU, em Nova Iorque (EUA), a diretora do Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, confirmou o comprometimento do Brasil
em eliminar os níveis epidêmicos da aids até 2030. Segundo ela, o país cumpre o
compromisso de atingir a meta 90-90-90 ao ter 90% das pessoas com HIV com carga
viral suprimida devido ao tratamento com medicamentos antirretrovirais.
A
diretora também apresentou dados que confirmam a evolução do tratamento no
país, nos últimos anos. “O Brasil implementou as recomendações da OMS, indicando
o tratamento antirretroviral a todas as pessoas que vivem com o HIV, em
qualquer contagem de células CD4 desde 2013. Em abril de 2016, cerca de 475.000
pessoas estão em terapia antirretroviral no Brasil (um aumento de 80% na
comparação 2012-2015). Em 2015, quase 80 mil novos tratamentos começaram”,
disse durante sua explanação.
Adele
Benzaken destacou que o Brasil utiliza recursos próprios para garantir o
tratamento a todas as pessoas e a expansão do acesso ao diagnóstico e à
prevenção combinada. “O Brasil implementou iniciativas inovadoras, tais como o
investimento na produção local. Atualmente, o país produz metade dos
medicamentos antirretrovirais consumidos internamente. Contribuímos para a
obtenção de transferências de tecnologia, de mecanismos inovadores de pesquisa
e desenvolvimento relacionados com as doenças que afetam os países em
desenvolvimento e com incentivos ao uso de medicamentos genéricos”.
A
diretora do DDAHV afirmou a intenção do Brasil em apoiar a Declaração Política
e sua implementação na resposta à epidemia de aids e reforçou o foco nos grupos
da população que precisam de atenção na luta contra o HIV. “Entendemos que é
necessário adotar uma abordagem global para a saúde, com políticas específicas
para populações-chave. No Brasil, os grupos fundamentais para a nossa epidemia
são pessoas que usam drogas - principalmente crack e outros estimulantes -,
trabalhadores do sexo, transexuais, gays e outros homens que fazem sexo com
homens, e nesses grupos, especialmente os jovens e as pessoas privadas de
liberdade. Estamos trabalhando para tê-los nas políticas públicas de saúde que
atendam às suas necessidades, como demonstração de nosso respeito e
preocupação”.
Na
sessão de abertura do evento, o embaixador do Brasil junto às Nações Unidas, Antonio
Patriota, frisou a importância de se mapear a localização das pessoas
vulneráveis ao HIV/aids. “É preciso criar um banco de dados com informações
sobre renda, educação e saúde dessa população. Assim, será possível desenhar
uma política pública efetiva e abrangente”, afirmou. A distribuição de
antirretrovirais e a atenção aos grupos vulneráveis foi outro tema da fala do
embaixador. “O fato de o Brasil distribuir tais medicamentos foi fundamental
para conseguir controlar a epidemia. O país desenvolve um trabalho de destaque
com a sociedade civil e o conceito de população-chave é importante para a
declaração que se espera aprovar durante a Reunião de Alto Nível”, disse.
Evento
- Chefes de Estado e de Governo, ministros, pessoas que vivem com HIV, representantes
da sociedade civil, organizações internacionais, o setor privado, cientistas e
pesquisadores participam da Reunião de Alto Nível, a fim de construir
compromissos assumidos para colocar o mundo no caminho certo para acabar com a
epidemia da aids como uma ameaça à saúde pública até 2030. O evento irá até
sexta-feira, 10, e o objetivo é elaborar a Declaração Política no enfrentamento
ao HIV/Aids por todos os Estados-Membros.
Na
delegação brasileira que participa do evento, estão três representantes do
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde: a diretora
Adele Benzaken; a chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, Juliana
Givisiez; e o técnico da Coordenação Geral de Prevenção e Articulação Social
Diego Callisto.
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