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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Diretora do DDAHV confirma compromisso do Brasil em eliminar níveis epidêmicos da aids até 2030

Em pronunciamento durante a Reunião de Alto Nível, em Nova Iorque, Adele Benzaken apresentou o avanço do país no tratamento com antirretrovirais

Em seu pronunciamento durante o painel “A aids dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: aproveitando o fim da aids para a transformação social e desenvolvimento sustentável”, durante a High Level Meeting (Reunião de Alto Nível) da ONU, em Nova Iorque (EUA), a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, confirmou o comprometimento do Brasil em eliminar os níveis epidêmicos da aids até 2030. Segundo ela, o país cumpre o compromisso de atingir a meta 90-90-90 ao ter 90% das pessoas com HIV com carga viral suprimida devido ao tratamento com medicamentos antirretrovirais.

A diretora também apresentou dados que confirmam a evolução do tratamento no país, nos últimos anos. “O Brasil implementou as recomendações da OMS, indicando o tratamento antirretroviral a todas as pessoas que vivem com o HIV, em qualquer contagem de células CD4 desde 2013. Em abril de 2016, cerca de 475.000 pessoas estão em terapia antirretroviral no Brasil (um aumento de 80% na comparação 2012-2015). Em 2015, quase 80 mil novos tratamentos começaram”, disse durante sua explanação.

Adele Benzaken destacou que o Brasil utiliza recursos próprios para garantir o tratamento a todas as pessoas e a expansão do acesso ao diagnóstico e à prevenção combinada. “O Brasil implementou iniciativas inovadoras, tais como o investimento na produção local. Atualmente, o país produz metade dos medicamentos antirretrovirais consumidos internamente. Contribuímos para a obtenção de transferências de tecnologia, de mecanismos inovadores de pesquisa e desenvolvimento relacionados com as doenças que afetam os países em desenvolvimento e com incentivos ao uso de medicamentos genéricos”.

A diretora do DDAHV afirmou a intenção do Brasil em apoiar a Declaração Política e sua implementação na resposta à epidemia de aids e reforçou o foco nos grupos da população que precisam de atenção na luta contra o HIV. “Entendemos que é necessário adotar uma abordagem global para a saúde, com políticas específicas para populações-chave. No Brasil, os grupos fundamentais para a nossa epidemia são pessoas que usam drogas - principalmente crack e outros estimulantes -, trabalhadores do sexo, transexuais, gays e outros homens que fazem sexo com homens, e nesses grupos, especialmente os jovens e as pessoas privadas de liberdade. Estamos trabalhando para tê-los nas políticas públicas de saúde que atendam às suas necessidades, como demonstração de nosso respeito e preocupação”.

Na sessão de abertura do evento, o embaixador do Brasil junto às Nações Unidas, Antonio Patriota, frisou a importância de se mapear a localização das pessoas vulneráveis ao HIV/aids. “É preciso criar um banco de dados com informações sobre renda, educação e saúde dessa população. Assim, será possível desenhar uma política pública efetiva e abrangente”, afirmou. A distribuição de antirretrovirais e a atenção aos grupos vulneráveis foi outro tema da fala do embaixador. “O fato de o Brasil distribuir tais medicamentos foi fundamental para conseguir controlar a epidemia. O país desenvolve um trabalho de destaque com a sociedade civil e o conceito de população-chave é importante para a declaração que se espera aprovar durante a Reunião de Alto Nível”, disse.

Evento - Chefes de Estado e de Governo, ministros, pessoas que vivem com HIV, representantes da sociedade civil, organizações internacionais, o setor privado, cientistas e pesquisadores participam da Reunião de Alto Nível, a fim de construir compromissos assumidos para colocar o mundo no caminho certo para acabar com a epidemia da aids como uma ameaça à saúde pública até 2030. O evento irá até sexta-feira, 10, e o objetivo é elaborar a Declaração Política no enfrentamento ao HIV/Aids por todos os Estados-Membros.
Na delegação brasileira que participa do evento, estão três representantes do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde: a diretora Adele Benzaken; a chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, Juliana Givisiez; e o técnico da Coordenação Geral de Prevenção e Articulação Social Diego Callisto.

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