A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou para a semana que vem uma reunião de emergência para tratar do surto do vírus zika, às vésperas dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em agosto, informou nesta terça-feira (7) o porta-voz da agência da ONU, Christian Lindmeier.
A data e o horário da reunião ainda não foram confirmados. Segundo o porta-voz, a cada três meses as reuniões precisam ocorrer para analisar a situação de emergência, sendo que o último encontro ocorreu em março. O papel do comitê é analisar todas as novas descobertas científicas dos últimos meses para fazer novas recomendações, caso seja necessário.
De acordo com Lindmeier, o comitê analisará se as recomendações anteriores, incluindo a qualificação do vírus zika como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, ainda valem.
Ele declarou também que o comitê da OMS provavelmente revisará a recomendação de viagem para os Jogos Olímpicos.
Segundo o porta-voz da OMS, não há risco significativo de disseminação global do vírus zika. “O risco inerente do zika é significativo, mas pode ser minimizado por meio de uma série de medidas a serem tomadas pelas autoridades brasileiras, pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, administradores de hotéis, assim como por medidas de proteção pessoal”, disse.
Novo boletim sobre o vírus
Em junho, a OMS divulgou mais um boletim sobre indícios de ligação entre mulheres grávidas contaminadas com o vírus zika e casos de nascimento de bebês com microcefalia e outras malformações congênitas.
“Uma análise mais aprofundada dos dados de mulheres grávidas com infecção pelo vírus zika é necessária para entender todos os resultados de infecção pelo vírus zika na gravidez”, disse o novo boletim da OMS.
Até 5 de maio, informações de bebês ou fetos com microcefalia e outras malformações — supostamente associadas com a infecção pelo vírus zika — foram registradas no Brasil (1.271); Cabo Verde (3 casos); Colômbia (7 casos); Polinésia Francesa (8 casos); Martinica (2 casos) e Panamá (4 casos). Casos adicionais também foram reportados na Eslovênia e nos Estados Unidos, envolvendo mães com histórico de viagem ao Brasil.
Os casos levaram a um forte consenso na comunidade científica de que o vírus zika está envolvido nos casos de anormalidades congênitas em recém-nascidos.
No boletim, a OMS alertou ainda que o vírus zika pode estar ligado a uma nova síndrome congênita, que inclui outras manifestações para além da microcefalia, entre elas disfunções cerebrais incluindo dificuldade de alimentação, anormalidades oculares e calcificações neurais. Alguns casos também apresentaram problemas digestivos e cardíacos.
“A série de anormalidades vistas e a provável relação causal com o vírus zika sugerem a presença de uma nova síndrome congênita”, disse a OMS no boletim. “A OMS estabeleceu um processo para definir o espectro dessa síndrome”, completou.
0 comentários:
Postar um comentário