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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Saiba sobre a grande importância da pequena glândula tireoide

Você sabia que 10% da população apresentam alguma disfunção na tireoide? Esse dado da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) reforça a importância de cuidar dessa glândula, responsável por produzir os hormônios T3 (tiiodotironina) e T4 (tiroxina) que regulam funções de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Por isso, é fundamental estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo.

Os tipos de disfunções mais comuns são o hipertireoidismo, quando a tireoide libera hormônios T3 e T4 em excesso, e o hipotireoidismo, em quantidade insuficiente.

Algumas alterações no corpo podem indicar alteração na tireoide. A diretora do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Gisah Carvalho, explica que o aumento de peso é um dos principais sinais de alteração das funções da tireoide. “A tireoide é responsável pelo metabolismo. Ela atua em quase todos os órgãos, inclusive na temperatura corporal e no gasto energético. Quando corrigida a disfunção, o peso volta ao normal”, explica a endocrinologista.

Mas os efeitos da alteração da tireoide vão além do aumento do peso. “Normalmente, cerca de 30% a 40% do hipotireoidismo apresentam depressão. Sempre é importante paciente com depressão fazer avaliação da função da tireoide”, avalia. Outros sinais da disfunção na tireoide são cansaço, desregulação do ciclo menstrual, dificuldade de concentração , falta de memória e variação de humor.

DIAGNÓSTICO

A disfunção na tireoide pode ocorrer em qualquer etapa da vida. O problema é simples de se diagnosticar e o tratamento pode salvar a vida da pessoa. O exame de sangue para dosagem do TSH, hormônio que estimula a tireoide, é o teste mais robusto, sensível e confiável para detectar alteração nas funções da glândula. De acordo com o nível do TSH é possível identificar se o paciente tem hipotireoidismo, hipertireoidismo e/ou tumor. O tratamento para regular o funcionamento da tireoide é feito com a reposição do hormônio T3 e T4.

Quando fazer o exame de nível de TSH :

• Teste do pezinho
• Primeiro trimestre da gestação
• Mulheres acima de 35 a cada 5 anos
• Mulheres na menopausa anualmente

O câncer de tireoide é raro. Geralmente aparece após um longo período de disfunção da glândula. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 6.960 casos novos de câncer na tireoide em 2016, sendo 1.090 para o sexo masculino e 5.870 para o sexo feminino. “De 4% a 7% das pessoas apresentam nódulos clinicamente identificáveis com a palpação. Desses nódulos, 5% serão malignos. No entanto, os exames são simples e a grande maioria tem bom prognóstico com o tratamento adequado”, explica Carvalho.

ALERTA PARA O HORMÔNIO T3

A endocrinologista também faz um alerta sobre o risco de usar indevidamente o hormônio T3 para emagrecimento. “Não se deve usar o hormônio tireoidiano para perder peso. Isso gera risco à saúde. Você emagrece rápido, mas com perda de massa muscular e óssea, além de taquicardia e arritmia”, alerta Gisah Carvalho. Ela explica que, ao parar o uso do hormônio, a pessoa voltará ao peso inicial, sem a reposição da massa muscular e óssea.

A analista de Sistemas Henriette Ferreira , por exemplo, sofreu os efeitos do uso do hormônio da tireoide para emagrecer. Ela conta que depois de um período usando remédios para emagrecer começou a sentir cansaço, desânimo e fadiga. Foi constatado hipotireoidismo causado por um dos medicamentos que tinha o hormônio da tireoide na composição. “O médico disse que isso sobrecarregou a minha tireoide”. Por causa disso, Henriette precisa fazer uso contínuo de T3 e T4 para regular o nível dos hormônios.

Carlos Américo, para o Blog da Saúde

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