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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Brasil é exemplo de acesso universal a medicamentos de ponta para HIV

Conheça a história de Welber, de 23 anos, de Ribeirão Preto, que descobriu que vivia com HIV no final do ano passado, um dia após o Natal. Após os temores iniciativas, o jovem descobriu que, com a terapia antirretroviral, ele conseguiria enfrentar o vírus. O Brasil investe 1,1 bilhão de reais no fornecimento do tratamento e adota procedimentos e medicamentos modernos para o HIV na rotina do SUS.

Welber fala abertamente com amigos e colegas de trabalho sobre seu estado sorológico e também sobre métodos de prevenção do HIV.

As festas que marcaram a virada de 2016 para 2017 tiveram um gosto amargo para Welber Moreira. O jovem de 23 anos descobriu um dia depois do Natal que estava vivendo com o HIV.

Ele conta que se sentiu doente e procurou uma clínica de saúde pública para obter respostas. O médico lhe fez uma pergunta que pegou o jovem de surpresa. “Ele me perguntou: ‘Posso ver seu resultado de teste de HIV mais recente?’”, conta. Welber nunca pensou que um vírus que ele estudou tempos atrás em uma aula de biologia mudaria sua vida um dia.

Foi então que o médico o encaminhou a um dos centros públicos de aconselhamento e testagem de sua cidade natal, Ribeirão Preto, no norte de São Paulo. No local de atendimento, o rapaz fez um teste rápido de HIV. Seu diagnóstico positivo foi confirmado por um segundo exame.

“Chorei pra caramba na frente dela (a enfermeira) e ela falou ‘calma, não é assim!’. Mas eu não via uma saída. Eu achava que eu ia morrer, não conhecia sobre a doença, não sabia como era o tratamento, eu só sabia que HIV era AIDS e AIDS matava. E a AIDS ia me matar e eu ia ficar doente, e ia ficar na cama, ia ficar fedendo, ia depender das pessoas e ninguém ia me amar mais”, lembra Welber sobre o momento do diagnóstico.

“E eu assim, em desespero: eu tenho uma namorada e estava junto com ela quando eu descobri. Eu tinha que informar a ela que eu estava com HIV porque a gente tinha relação sexual sem camisinha.”

Sua namorada teve resultado negativo para o HIV. Ela começou a tomar a profilaxia pós-exposição — ou PEP, um tratamento de prevenção de 28 dias —antes mesmo de Welber começar a terapia com antirretrovirais.

Mas algo mais o deixou preocupado. “Eu estava muito assustado e com medo dos efeitos colaterais”, afirma. Surpreendentemente, o jovem se sentiu bem desde o início do tratamento. Agora, antes de ir para a cama, ele toma duas pílulas à noite. “Não consigo imaginar como era no passado, ter que tomar várias pílulas por dia em momentos diferentes e com efeitos colaterais desagradáveis.”

Welber está entre os mais de 100 mil brasileiros que irão iniciar este ano o tratamento com um novo medicamento contra o HIV. Chamado dolutegravir (DTG), o remédio tem menos efeitos colaterais e é mais eficaz na supressão viral. No início de 2017, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou que negociou com sucesso a compra desse medicamento, obtendo um desconto de 70% — o que reduziu o preço por comprimido de 5,10 dólares para 1,50 dólar.

Passado o trauma inicial do diagnóstico, Welber descobriu que o tratamento antirretroviral consegue salvar vidas e tem menos efeitos colaterais do que em décadas anteriores. Foto: UNAIDS/Produtora Burn

Como resultado, mais pessoas poderão ter acesso ao dolutegravir dentro do orçamento de 2017 aprovado para o fornecimento de tratamento no país. O montante investido pelo Brasil é de 1,1 bilhão de reais.

Welber é grato pelo apoio que recebeu de sua namorada e pela eficiência da clínica e do centro de atendimento. Isso, segundo ele, o ajudou a superar o trauma inicial. Falar de HIV e revelar sua sorologia não mais incomoda o rapaz. Ele conta que fala abertamente sobre isso para seus amigos e no trabalho. Uma pequena parte de sua família não recebeu muito bem a notícia, mas o jovem não perdeu a esperança.

Ele tem grandes planos com sua namorada. “Nós planejamos ter dois filhos, dentro de três anos”, diz.

Welber também disse sentir que tem que ajudar os outros. “Sempre que posso, por exemplo, eu passo na clínica de saúde local e pego alguns preservativos para os meus colegas do trabalho e meus amigos”, conta. “É uma oportunidade para compartilhar com eles o que eu conheço e falar sobre prevenção.”

A ONU e o combate ao HIV
A história de Welber faz parte de uma série sobre os vínculos entre a epidemia de HIV e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Conheça a série clicando aqui. Entre as metas acordadas pelos Estados-membros da ONU, está a erradicação da epidemia como ameaça de saúde pública até 2030.

A ampliação do tratamento de HIV nos países de baixa e média renda nos últimos 15 a 20 anos é uma das maiores histórias de sucesso da saúde global. Na África Subsaariana, ao final de 2002, apenas 52 mil pessoas estavam sob tratamento. Com o aumento na produção e no uso total das flexibilizações de patentes, o número de indivíduos em terapia cresceu para 12,1 milhões em 2016.

No Brasil, quando o governo concedeu acesso universal aos medicamentos antirretrovirais em 1996, o curso da epidemia a nível nacional mudou, e as taxas de sobrevivência aumentaram notavelmente. Previsões sobre as mortes relacionadas à AIDS em larga escala nunca se concretizaram. O Sistema Único de Saúde (SUS) continua a demonstrar liderança na resposta ao HIV, incorporando nos serviços de rotina as tecnologias médicas e científicas mais avançadas para o tratamento do vírus.

A história de Welber nos diz o quanto o ODS de nº 9 — construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação — está associado à ampliação do acesso equitativo aos medicamentos, bem como ao progresso para acabar com a epidemia de AIDS até 2030.

Foto: UNAIDS/Produtora Burn



O que observar ao escolher casa de repouso para idosos?

As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que incluem os asilos e as casas de repouso para idosos, são reguladas pela Anvisa (RDC 283/2005) e fiscalizadas pelas Vigilâncias Sanitárias locais.

A população do Brasil está envelhecendo. Em 2015, o IBGE estimou que 14,3% da população do país tinha mais de 60 anos. Já um estudo das Nações Unidas mostra que, daqui a 24 anos, a parcela de idosos na população pode chegar a 23,5%. Isso tem tornado cada vez mais comum a busca por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que têm caráter residencial e incluem os asilos e as casas de repouso.

A Anvisa regula este tipo de serviço de interesse à saúde desde 2005, quando publicou a RDC 283/2005.



O que os familiares devem observar na hora de escolher um serviço deste tipo?
Um primeiro passo é definir que tipo de instituição deve ser contratada. As Instituições de Longa Permanência são residências para os idosos. Elas são diferentes de uma clínica geriátrica. O idoso que precisa de cuidados médicos constantes, medicação e assistência à saúde deve ser levado a uma clínica geriátrica.

As Instituições de Longa Permanência são destinadas ao acolhimento de idosos saudáveis, com autonomia, que eventualmente precisam de ajuda para se alimentar ou tomar banho, por exemplo, mas que não necessitam de cuidados médicos constantes.

Regularização
O segundo aspecto a ser observado é se a instituição tem cadastro e licença de funcionamento na Vigilância Sanitária do município.

Também é importante garantir a celebração de um contrato entre o idoso ou sua família e a instituição. Esse contrato deve ter todas as informações sobre o serviço a ser prestado.

Instalações
Quanto à parte física, é importante verificar se o local é seguro para evitar quedas. Tapetes não são indicados, mas corrimãos devem estar presentes nos corredores e mesmo nas áreas externas pois trazem mais segurança para os residentes. As barras de proteção nos banheiros são de extrema importância tendo em vista o risco de queda nesses locais. Dê preferência a instituições que não tenham escadas. Se não for possível, é importante que haja corrimãos nas escadas e telas de segurança nas janelas.

Alguns sinais físicos podem indicar se o local tem uma manutenção adequada. Observe a se as paredes têm mofo, se há odores fortes nos ambientes e se as roupas de cama estão limpas.

Alimentação
O cuidado com a alimentação também é fundamental para que os idosos tenham um atendimento adequado, por isso, é importante que a instituição ofereça o acompanhamento de um nutricionista. A norma exige que as casas de repouso para idosos tenham pelos menos seis refeições diárias.

Qualquer instituição de longa permanência para idosos deve ter um responsável técnico com nível superior. Como esses locais não são serviços de saúde, não é obrigatório que o responsável seja médico ou enfermeiro.

Visitas
O idoso pode e deve levar seus pertences. Pergunte sobre os horários de visitação, que devem ser livres. Desconfie se há restrição de horários.

Sempre que for visitar alguém em uma ILPI, avalie o local e o atendimento prestado.

Cuidadores
A Anvisa determina o número de cuidadores na instituição dependendo do grau de autonomia dos idosos. Em uma instituição onde os idosos são mais dependentes, a Resolução RDC 283/2005 prevê um cuidador para cada seis idosos.  

Leia a íntegra da Resolução RDC 283/2005. Se você tiver dúvidas ou identificar irregularidades, procure a Vigilância Sanitária local, que é responsável pela autorização de funcionamento e fiscalização desses serviços.

Ascom/Anvisa


ANVISA REDUZ SIGNIFICATIVAMENTE PRAZOS DE LIBERAÇÃO EM PORTOS E AEROPORTOS

Com esforços e reivindicações do SINDASP, resultados atuais mostram que Guarulhos, que teve um pico de espera em abril de 35 dias úteis, agora, em junho, ficou em 10 dias. Viracopos, em 06. Outras localidades acompanham melhorias.

Após insistentes gestões junto à ANVISA – Agência de Vigilância Sanitária, o SINDASP (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo) comemorou números recentes do Órgão, divulgados em estudo da ABRAIDI (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde). O SINDASP se movimentou neste ano com visitas constantes em Brasília (DF), Sede da Anvisa, e protocolos de documentos junto ao Órgão Federal e ao Ministério da Saúde.

Tendo em vista o aumento crescente da demanda para análise dos processos de importação nos postos da Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados de São Paulo (CVPAF/SP) – Guarulhos e Congonhas, a Anvisa ativou no final de maio uma Força-Tarefa, formada por servidores de outros seis estados, para suporte à análise documental e liberação remota desses processos. Tal atitude, foi antecipadamente formalizada ao SINDASP por ocasião de um dos pleitos.

E o levantamento da ABRAIDI realmente constatou essas melhorias. A liberação sanitária de cargas para produtos importados pela Anvisa caiu significativamente no mês passado, em relação a maio e abril. A maior queda foi no aeroporto de Guarulhos que chegou demorar 35 dias úteis e agora está em 10 dias úteis. O aeroporto de Congonhas também reduziu de 26 para 7 dias úteis. Houve reduções ainda no aeroporto de Viracopos de 11 para 6 dias úteis e no porto do Rio de Janeiro de 11 para 10 dias. A única exceção ainda é o porto de Santos que mantém em 14 dias úteis a espera pela liberação sanitária de cargas. Todos os demais portos e aeroportos tem espera inferior a 6 dias úteis.

O levantamento faz parte do “Monitoramento ABRAIDI de Liberação Sanitária em PAFs – Portos, Aeroportos e Fronteiras” que é feito desde 2014. O estudo contempla, além dos já mencionados, os aeroportos do Galeão, Curitiba, Maringá, Recife, Confins, Brasília e Porto Alegre e portos de Paranaguá (PR), Fronteira de Guaíra (PR), Recife (PE) e Suape (PE). O processo de fiscalização sanitária da importação de mercadorias é manual e necessita da checagem de inúmeras informações espalhadas em fontes diferentes. Em alguns casos, é realizada, inclusive, uma inspeção física, com contagem e verificação da conformidade da mercadoria com os documentos de embarque e transporte.

Força-Tarefa
Em maio uma Força-Tarefa foi instituída com a participação de servidores do Paraná, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraíba. A estimativa, à época, com a iniciativa, era que cerca de 300 processos fossem analisados diariamente, reduzindo imediatamente a fila de análise dos processos de importação da CVPAF/SP, obtendo, uma redução do atual prazo médio para a liberação de cargas de 30 para apenas sete dias. “Pela previsão, o objetivo foi cumprido”, lembrou Farneze, presidente do SINDASP, que completou, dizendo que “a Anvisa, que é um órgão essencial, possui uma dificuldade muito grande, e não podemos culpar os seus servidores, que estão em quantidade pequena. Não existe reposição de servidores para a Anvisa e os poucos que ela possui trabalham muito. Sou testemunha e presencio. No aeroporto de Guarulhos, entram cerca de 2.000 processos por dia e temos lá uns dez servidores para atender a toda a demanda.

Infelizmente, a legislação feita para produtos farmacêuticos, por exemplo, é muito burocrática e deveria ser revista. Estão fazendo isso, pelas informações que tenho. A ideia no comércio exterior é facilitar com segurança. Se não tiver uma facilitação da parte de exigências, você não consegue ter agilidade e segurança, que é o que o comércio exterior hoje requer”, conclui Farneze.

No início de junho a novidade da força-tarefa atingiu a um dos maiores centros cargueiros do País: o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), que agora está com a liberação em 06 dias úteis, segunda, ainda, o estudo divulgado.

Sobre o Sindasp:
Para os profissionais atuantes nos processos de comércio internacional, 180 anos de história seriam suficientes para justificar a força e importância da categoria. O Despachante Aduaneiro é hoje um dos principais intervenientes do comércio exterior brasileiro, O início da organização da categoria deu-se em torno de uma associação, fundada pelos 20 primeiros despachantes, que escolheu Antonio Suplicy como presidente.

O primeiro endereço da entidade, foi à Rua João Adolfo, 118 – 7º andar, sala 706, e o presidente na época era Silvio Gouveia. A história dos despachantes aduaneiros de São Paulo foi construída sem sobressaltos e com muito trabalho. Prova disso é que nestes 47 anos de existência (comemorados dia 3 de dezembro de 1996), nunca ocorreu nenhum movimento de paralisação ou de desagravo junto aos clientes ou ao Governo Federal. Além disso, a categoria sempre se comportou de maneira apolítica, apesar de atuar diretamente com o consórcio de exportação e de importação normatizados pelo Ministério da Fazenda.

O status da profissão foi estabelecido no ano de 1946 pelo então presidente da República Eurico Gaspar Dutra, que nomeou interinamente 20 despachantes que na época, atuavam junto à Estação Aduaneira de Importação Aérea de São Paulo, um departamento do Ministério da Fazenda. Nos anos 60, a base territorial de atuação foi ampliada para Campinas e em 1985 nova extensão da base territorial incluiu o município de Guarulhos, quando da inauguração do aeroporto de Cumbica.

O perfil da categoria nos dias de hoje é caracterizado por intensa concorrência, tendência reforçada por um Decreto de 1988 que ampliou as possibilidades para nomeação de despachantes, somando-se a isso, as frequentes mudanças ocorridas no âmbito do comércio exterior, principalmente as relativas ao restabelecimento do livre comércio com outros países, exigindo dos profissionais constantes mudanças, sobretudo as ligadas à especialização.

A partir de 7 de outubro de 1996 o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo, Campinas e Guarulhos passa a atender em sua nova sede, à Av. Paulista, 1337 – 22 º andar, o que constituiu-se em uma das maiores vitórias da categoria, no primeiro ano de gestão de sua atual diretoria.

Export News


Painel discute descarte e reuso de linhas de diálise

Painel realizado nesta quarta-feira (19/7) avaliou os impactos da reutilização e do descarte de linhas de diálise. A proibição de reuso foi suspensa para avaliar melhor os impactos da medida.

A proibição ou a permissão do reuso de linhas de diálise foram o tema da discussão durante o painel técnico realizado pela Anvisa nesta quarta-feira (19/7). Durante o evento, foram apresentados pontos favoráveis e contrários à reutilização das linhas para procedimentos de diálise como hemodiálise, hemofiltração, diálise peritoneal, entres outros.
Esses procedimentos são utilizados por pessoas com problemas renais, em que os rins não funcionam corretamente, tanto crônicos como agudos. As linhas de diálise são os materiais que ligam o paciente ao dialisador, composta por cateteres e outros materiais.

Estima-se que, no Brasil, mais de 100 mil pessoas estão incluídas em programa de diálise. Todo ano, são realizados cerca 5,5 mil transplantes de rins e, de 2000 a 2014, o número de pacientes renais subiu 134%.

A reunião foi aberta pelo diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, que destacou a sensibilidade do tema para os serviços de saúde no Brasil. Segundo ele, o desafio da Anvisa é encontrar o equilíbrio entre a segurança dos pacientes e a viabilidade econômica dos tratamentos. “É um tema importante que está em qualquer mapeamento de risco em serviços de saúde”, lembrou Jarbas.

O evento contou com representantes de diferentes associações da área médica, de pacientes e das clínicas que oferecem esses serviços.

Entenda a discussão
Em 2014, a Anvisa publicou a Resolução RDC 11 que dava um prazo de três anos para que os serviços de diálise adotassem o descarte após o uso, de todas as linhas arteriais e venosas utilizadas em procedimentos hemodialíticos, proibindo o reuso desses materiais.
Apesar disso, em março deste ano, a Anvisa suspendeu o prazo, tendo em vista uma série de questionamentos sobre a viabilidade econômica da proibição, já que as clínicas teriam que usar linhas novas a cada procedimento realizado.

A iniciativa de revisar a norma foi aprovada no último mês de junho e o painel desta quarta-feira faz parte do processo de discussão do tema.


Especialistas discutem o que está sendo feito para coibir a má conduta científica

O número de artigos científicos publicados mundialmente em revistas indexadas pelo PubMed na área de ciências biomédicas que tiveram que sofrer retratação por suspeita de fraude aumentou 10 vezes nas últimas quatro décadas, apontou um estudo publicado em 2012 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS), da Academia de Ciências dos Estados Unidos.

A quantidade de iniciativas lançadas por universidades, instituições de pesquisa, revistas científicas e agências de fomento em diferentes partes do mundo para coibir a má conduta científica, contudo, também tem aumentado nos últimos anos – o que demonstra que o sistema de produção do conhecimento tem se movido para coibir a má conduta científica.

A avaliação foi feita por participantes de uma mesa-redonda sobre ética na ciência promovida pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação –São Paulo (DWIH-SP) na segunda-feira (17/07), na 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Com o tema “Inovação – Diversidade – Transformações”, o evento, que ocorre até o próximo sábado (22/07) no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), reúne pesquisadores do Brasil e do exterior e gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia.

“Temos visto que os pesquisadores e as instituições têm sido proativos e estão bastante inclinados a desenvolver mecanismos para coibir a má conduta científica, como novas políticas editoriais para publicação de artigos e para reprodutibilidade de dados de pesquisas” disse Sonia Maria Ramos de Vasconcelos, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Essas iniciativas são crescentes e as instituições de pesquisa têm o dever de acompanhar a discussão sobre boas práticas científicas, monitorar os problemas e solucioná-los com transparência, para que a sociedade saiba que problemas existem, mas que o sistema tem tentado se organizar da melhor maneira para resolvê-los", indicou.

Na avaliação da pesquisadora, a discussão sobre má conduta científica tem ganhado maior fôlego à medida que as instituições envolvidas na produção e difusão do conhecimento têm sido cobradas a assumir maiores responsabilidades nesse campo.

Um dos desdobramentos da maior preocupação das instituições com a ética na ciência e do aumento da sensibilidade dos pesquisadores para esse tema é a forma como o artigo científico tem sido concebido hoje e como a revisão dos dados de pesquisa vem sendo administrada pela própria comunidade científica, avaliou.

“O peer review [revisão por pares] dos artigos científicos, após a publicação, tem se tornado cada vez mais intenso, de modo a manter a confiabilidade nos dados científicos. E se, por exemplo, a correção da literatura científica, por meio de artigos retratados, tem crescido, é um sinal de que o processo de autorregulação da ciência tem caminhado, com todas as dificuldades naturais do sistema, para se organizar e solucionar os problemas”, avaliou.

Educação e prevenção
A questão da ética na ciência, contudo, só tem entrado na pauta das universidades e instituições de pesquisa quando surge algum escândalo na imprensa, apontou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

"São raras as vezes que as universidades e instituições de pesquisa promovem um workshop para promover boas práticas em pesquisa", disse.

"A FAPESP quer que as universidades e instituições de pesquisa de São Paulo façam isso todos os semestres, para falar sobre o assunto com estudantes, pesquisadores e todas as pessoas envolvidas com a atividade de pesquisa. É preciso conversar sobre um tema que não deve ser varrido para debaixo do tapete. Ele tem que estar no centro da sala do mundo da pesquisa", avaliou.

A fim de estimular as universidades e instituições de pesquisa paulistas a tratarem desse assunto mais frequentemente com seus pesquisadores – que, juntos, publicam uma quantidade de artigos científicos maior do que qualquer país da América Latina –, a FAPESP lançou em 2011 um Código de Boas Práticas Científicas.

Publicado após três anos de debates e consultas a entidades como a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o Código se assenta em três pilares: educação, prevenção e a investigação e sanção justa e rigorosa.

Desses três elementos, os dois primeiros deveriam ser mais importantes e tratados com maior afinco pelas universidades e instituições de pesquisa no Brasil, avaliou Brito Cruz.
"Deveria ser gasto muito mais tempo em educação e prevenção do que com a investigação e sanção de casos de má conduta científica. Só que a maioria das instituições de pesquisa no Brasil trata do terceiro pilar – sanção justa e rigorosa – e quando aparece a notícia no jornal", afirmou.

"É preciso inverter essa equação. É necessário promover a educação e prevenção para evitar ter casos que precisem ser investigados e aplicar sanções", avaliou Brito Cruz, que também participou de outra mesa-redonda sobre educação superior para o mundo contemporâneo.

Exemplos internacionais
A Alemanha e o Japão, dois dos cinco países apontados pelo estudo publicado na PNAS como os mais afetados pelo aumento do número de artigos científicos retratados na área de ciências biomédicas – atrás apenas dos EUA e à frente da China e os do Reino Unido –, também têm se mobilizado para coibir a má conduta científica entre seus pesquisadores.

Em razão de uma série de casos de fabricação e falsificação de dados de pesquisa por pesquisadores japoneses que começaram a surgir em 2014, o Science Council of Japan (SCJ) lançou no final de 2013 várias medidas para prevenir a fraude em atividades de pesquisa e de ações de correção para melhorar a integridade da ciência produzida pelo país.

E em 2014, o ministro da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia daquele país revisou as diretrizes para responder à má conduta científica de pesquisadores japoneses, contou Satoru Ohtake, da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia (JST, na sigla em inglês).

"A integridade científica é importante para manter o ambiente de pesquisa saudável e assegurar o progresso da ciência, de modo que ela produza seus efeitos e seja convincente. Além disso, assegura a confiabilidade das sociedades nos cientistas", avaliou.
Por sua vez, as instituições de amparo à pesquisa na Alemanha, como a Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG, na sigla em alemão), tem criado uma série de medidas para fortalecer as boas práticas científicas entre os pesquisadores alemães, contou Jens Ried, diretor do Centro de Gestão, Tecnologia e Sociedade da Friedrich-Alexander-Universität (FAU), de Erlangen-Nuremberg.

Entre elas, a instituição da figura de um ombudsman, com o qual os pesquisadores podem se consultar sobre o assunto.

"A ciência baseia-se na integridade. Este é um dos princípios mais fundamentais da boa prática científica e da pesquisa, em geral. É obrigação de cada cientista garanti-la", disse Ried. 


Inovação no Setor Público - Evento Gratuito - 22 de agosto

O Fórum de Inovação lança seu olhar para o setor público. Para que o Brasil recupere seu protagonismo mundial torna-se vital disponibilizar serviços públicos eficazes em desempenho e custo. Será preciso desvencilhar-se de modelos do século XX para atender as demandas do século XXI. Esta mudança será mais rápida e eficaz se houver sinergia e alinhamento entre os meios empresarial, acadêmico, governo e sociedade para avaliar e propor mudanças que alavanquem o desempenho do setor público.

O Fórum Permanente de Inovação no Setor Público se propõe a reunir esses setores para que, com a participação de especialistas nacionais e internacionais, busquem propostas para simplificar, desburocratizar, reduzir custos e incorporar inovações em atividades do setor público. Podemos e devemos pensar no futuro do Brasil, plantando boas sementes agora e dando um rumo ao Estado e uma esperança aos cidadãos.

No evento de lançamento do Fórum de Inovação no Setor Público, que será conduzido por Florencia Ferrer(Pós-doutora em Governo Eletrônico e Especialista em Inovação no Setor Público) e Miguel Sacramento(professor doutor da EAESP/FGV e Especialista em Cenários Futuros), teremos as ilustres presenças de:

Pedro Parente (presidente da Petrobrás),
Floriano Pesaro (Secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo),
Regis Matos (Presidente do CONSEPLAN),
Cibele Franzese (Doutora em Administração Pública e Governo),
Gustavo Nogueira (Secretário de planejamento do Rio Grande do Norte)
Daniel Annenberg (Secretário de Inovação e Tecnologia da cidade de São Paulo),
Paulo Tafner (Economista e pesquisador do IPEA) e
Roberto Agune (Coordenador do Grupo de Apoio Técnico à Inovação da Prefeitura de São Paulo).

Caso tenha interesse em participar desse projeto, entre em contato conosco pelo e-mail: forumdeinovacao@fgv.br

Data: 22 de agosto
Horário: 7h30 às 17h00.
Local: FGV/EAESP – Rua Itapeva, 432, 4º andar – Salão Nobre -SP/SP.



Rodada de Inovação em São Paulo transforma ideias em negócios

Com reuniões agendadas e duração estimada de uma hora, indústrias e centros de pesquisa se unem para parcerias e desenvolvimento de novas tecnologias em prol da saúde

Ideias são como sementes para transformações, sem elas pouco se produz, porém apenas com elas nada é possível fazer. Partindo desse pressuposto, indústrias nacionais e centros de pesquisa e tecnologia com projetos compatíveis têm encontro marcado nos dias 17 e 18 de agosto, na Rodada de Inovação Tecnológica, evento que vai proporcionar um ambiente favorável para empresários e acadêmicos realizarem conversas iniciais sobre a possibilidade de parceria para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para a saúde.

O encontro acontece durante a sexta edição do CIMES (Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde), promovido pela ABIMO.

Por meio de alianças firmadas com importantes parceiros, como a Investe SP e Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), além de conceituadas universidades, a ABIMO irá conduzir um processo de agrupamento de diversos centros de pesquisa em todo o país que desenvolvam pesquisas importantes no progresso de novas tecnologias para a indústria da saúde.

“Está disponibilizada uma ferramenta online para que as indústrias participantes no CIMES possam selecionar os centros de pesquisa de maior interesse para que as reuniões sejam pré-agendadas durante a Rodada de Inovação Tecnológica”, explica Clara Porto, gerente de projetos e marketing internacional da ABIMO.

A fim de preparar o encontro com os centros de pesquisa, as indústrias receberão suas agendas de reuniões e um roteiro preparatório para a rodada contendo os principais pontos que devem levar para debate, de acordo com os projetos de cada centro de pesquisa agendado. “As reuniões acontecerão em um espaço próprio dentro do CIMES e em mesas individuais. Com o intuito de tornar as conversas mais técnicas e, consequentemente, efetivas, o tempo estimado por reunião é de uma hora”, pontua Clara.

Apenas as indústrias participantes do CIMES podem se inscrever na Rodada de Inovação Tecnológica, sem nenhum custo extra.

Informações:
Rodada de Inovação Tecnológica – 6º CIMES
Datas: 17 e 18 de agosto de 2017
Local: Hotel Maksoud Plaza – Al. Campinas, 150 – São Paulo
Informações: http://cimes.org.br/



A importância de tecnologias 3D para a saúde é tema de congresso de inovação

Jorge Vicente Lopes da Silva, responsável pela divisão de tecnologias tridimensionais do CTI Renato Archer, será um dos palestrantes convidados do evento

A impressão 3D, tecnicamente conhecida como manufatura aditiva, é uma das tecnologias mais importantes em várias áreas do conhecimento e, como consequência, a área da saúde tem também se beneficiado fortemente dessa técnica. Um dos grupos de pesquisa pioneiro no ramo é o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, pertencente ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Por meio do ProMed (Programa de Tecnologias Tridimensionais Aplicadas à Saúde), desde 2000 o centro desenvolve ferramentas auxiliares com base na impressão 3D.

Tendo em vista esse novo cenário, Jorge Vicente Lopes da Silva, responsável pela divisão de tecnologias tridimensionais do CTI Renato Archer, é um dos palestrantes do talk show cujo título é “Saúde 4.0 – Inovação e Conectividade”, evento que terá como alicerce a utilização de tecnologias 3D para a área da saúde. O encontro acontece no dia 17 de agosto durante a sexta edição do CIMES (Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde), promovido pela ABIMO.

Outro ponto a ser amplamente discutido durante o talk show é a influência da indústria 4.0 (ou manufatura avançada) na saúde. “Vamos discutir o que é exatamente esse conceito, sua forma de operar e o impacto dele na área industrial e na economia dos países. Creio que essa discussão deverá também ser ampliada para a medicina”, pontua o palestrante.

Pela necessidade de alimentar o setor da saúde com inovações e novas tecnologias que beneficiarão pacientes e melhorarão a rotina de hospitais e centros de saúde, a medicina 4.0 pode ser um tópico de futuro próximo, segundo Silva, e apresentar a necessidade de definir novos parâmetros e tecnologias para a área. “Vejo que no futuro poderemos ter fábricas de tecidos e órgãos humanos, utilizando os conceitos em desenvolvimento da biofabricação, uma tecnologia fortemente baseada na tecnologia da informação e impressão 3D”, explica.

O palestrante adverte que o caminho de transformação que as pesquisas, as indústrias e os hospitais vêm sofrendo precisa ser cada vez mais estimulado no Brasil, visando ao benefício dos pacientes, que são os usuários finais das tecnologias. “A integração entre centros de pesquisa, indústrias e hospitais, de modo que o ciclo seja completado de forma mais harmônica e otimizada, pode levar a resultados cada vez mais favoráveis”.

“O encurtamento, com a devida segurança desse ciclo, está sendo buscado e deve ser fortemente fomentado no nosso país. As tecnologias para a saúde são estratégicas para qualquer estado, tanto do ponto de vista de domínio tecnológico quanto do econômico”, completa.

Congresso
Além do representante do CTI Renato Archer, a sexta edição do CIMES receberá grandes nomes nacionais e internacionais da indústria, da academia e do setor regulatório da área da saúde que se reunirão em prol do incentivo à cooperação entre representantes do governo, da indústria e da academia em busca do desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira da saúde.

O ponto central do congresso, que acontece nos dias 17 e 18 agosto, em São Paulo, é ser palco para ouvir sugestões, ideias e temáticas relevantes às novas tecnologias em saúde e odontologia, enquanto representantes do governo e pesquisadores do setor irão debater e propor o aprimoramento das políticas públicas da saúde.

Abimo


OMS alerta para crescente resistência a medicamentos contra HIV

Mulheres soropositivas seguram laços que são símbolo da luta contra a Aids no centro de Bangalore, uma cidade da Índia - MANJUNATH KIRAN / AFP

GENEBRA — Apesar de as Nações Unidas (ONU) terem anunciado, nesta quinta-feira, que o número de mortes por Aids caíram quase pela metade em uma década, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, também nesta quinta, um relatório no qual alerta para a crescente resistência a medicamentos contra o HIV. O documento mostra que em seis dos 11 países pesquisados na África, Ásia e América Latina, mais de 10% das pessoas que iniciaram a terapia antirretroviral apresentaram uma cepa de HIV resistente a alguns dos remédios mais amplamente utilizados.

Uma vez que o limite de 10% foi atingido, a OMS recomenda que esses países revisem urgentemente seus programas de tratamento contra HIV. A organização adverte que essa crescente ameaça poderia prejudicar o progresso global no tratamento e na prevenção da infecção, se não forem tomadas medidas precoces e efetivas.

— A resistência aos medicamentos antimicrobianos é um desafio crescente para a saúde global e o desenvolvimento sustentável — destacou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. — Precisamos abordar de forma proativa os níveis crescentes de resistência aos medicamentos contra o HIV, se quisermos atingir o objetivo global de acabar com a AIDS até 2030.

Esse tipo de resistência se desenvolve quando as pessoas não aderem a um plano de tratamento prescrito, muitas vezes porque não têm acesso consistente a cuidados de qualidade para o HIV. Os indivíduos com resistência ao fármaco do HIV começarão a ter falhas na terapia, além de poderem transmitir vírus resistentes para outras pessoas.
Índice de resistência a medicamentos que tratam o HIV, em percentagem:

19,3 NICARÁGUA, 9,2 MÉXICO, 3,9 MIANMAR, 8,1 CAMARÕES, 13,2 GUATEMALA, 15,4 UGANDA, 6,8BRASIL, 10,9 ZIMBÁBUE, 13,8 NAMÍBIA, 10,9 ARGENTINA

Estes índices mostram a prevalência de resistência apenas para as duas drogas recomendadas de primeira linha do tratamento, efavirenz e nevirapina, do tipo conhecido como inibidores da transcriptase reversa não-nucleosídicos (NNRTI, na sigla em inglês), que é a fonte de preocupação da OMS. Se for levar em conta as taxas de resistência do HIV a qualquer dos tipos de remédios, o número aumenta.

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)
Uma vez resistente à droga utilizada para combater o vírus, a pessoa verá o nível de HIV em seu organismo subir, o que exigirá que ela mude de tratamento — algo que pode ser mais caro e, em alguns países, difícil de obter.

— Precisamos garantir que as pessoas que iniciam o tratamento possam permanecer em um tratamento eficaz, para evitar o surgimento da resistência aos medicamentos contra o HIV — aconselhou Gottfried Hirnschall, diretor do Departamento de HIV da OMS e do Programa Global de Hepatite. — Quando os níveis de resistência aos medicamentos contra o HIV se tornam elevados, recomendamos que os países mudem para uma terapia alternativa de primeira linha para aqueles que estão iniciando o tratamento.

Dos 36,7 milhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo, 19,5 milhões iniciaram a terapia antirretroviral em 2016. A maioria dessas pessoas passa bem, com o tratamento demonstrando alta eficácia na supressão do vírus. No entanto, um número crescente desses pacientes enfrenta as consequências da resistência aos medicamentos.
O aumento da resistência aos medicamentos contra o HIV pode levar a mais infecções e mortes. Uma estimativa matemática feita pela OMS indica que 135 mil mortes adicionais e 105 mil novas infecções podem acontecer nos próximos cinco anos se nenhuma ação for tomada, e os custos de tratamento do HIV poderiam aumentar em US$ 650 milhões — o equivalente a R$ 2 bilhões — durante esse período.

O relatório OMS sobre resistência a medicamentos contra o HIV tem coautoria do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária e dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças, nos Estados Unidos.

— Este novo relatório confirma que devemos avançar nos nossos esforços para combater a resistência: ampliar o teste de carga viral, melhorar a qualidade dos programas de tratamento e a transição para novas drogas como o dolutegravir — afirma Shannon Hader, diretor da Divisão de HIV e Tuberculose Global dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.



Entidades pedem ajustes nos exames de pedidos de patente para biotecnologia

Entidades do ecossistema de inovação, do setor produtivo e acadêmico enviaram uma carta ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) pedindo ajustes nas “Diretrizes de Exame de Pedidos de Patente na Área de Biotecnologia”, norma imposta pelo instituto em 2015. A expectativa é mudar o critério que prevê a inclusão de sequências biológicas no relatório descritivo e a exigência de indicar todas as sequências necessárias à proteção adequada da tecnologia.

De acordo com a carta, o critério estabelecido pelo INPI não é aceito para delimitar o objetivo de proteção dos pedidos de patente. “[Ele] resulta em um cenário de insegurança jurídica e consequente desestímulo à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à atração de novas tecnologias ao país, na área de biotecnologia”, apontou o documento.

Uma das bases para o posicionamento das entidades partiu da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI), que realizou um estudo sobre a prática de exame de pedidos de patentes em nove jurisdições (Estados Unidos, Europa, Japão, Canadá, China, Índia, Austrália, México e Argentina) em comparação com a prática brasileira, bem como intensos debates envolvendo as áreas técnica e jurídica de suas associadas.

“O resultado desse criterioso estudo e rico debate materializa-se no presente posicionamento que apresenta uma discussão minuciosa iniciando-se com o entendimento e prática de exame do INPI e detalhamento do fato gerador da insegurança acima mencionada, até a apresentação de uma proposta de adequação pontual das diretrizes, especificamente no item 6.2, solidamente fundamentada em critérios jurídicos e técnicos”, destacou a carta.

Assinaram o documento a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Associação Brasileira de Propriedade Industrial (ABPI), Associação das Empresas de Biotecnologia na Agricultura e Agroindústria (AgroBio), Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), Conselho de Informações em Biotecnologia (CIB), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Universidade Federal do ABC (UFABC), que juntos representam mais de 300 Instituições, nacionais e multinacionais.

Agência ABIPTI


Projeto exclui da Lei de Patentes exigência de averbação de licenças pelo INPI

A Câmara dos Deputados analisa proposta que exclui da Lei de Patentes (9.279/96) a exigência de averbação, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), de contratos de licença de exploração de patentes. Pela lei, somente com a averbação o contrato produz efeitos em relação a terceiros.

A revogação do dispositivo está prevista no Projeto de Lei 7599/17, do deputado JHC (PSB-AL). Segundo o parlamentar, o averbamento gera a cobrança de taxas que resultam em custos “injustificáveis” para as empresas, “num momento em que o País faz um enorme esforço para reduzir o denominado custo-Brasil”.

“A obrigatoriedade, na prática, tem se mostrado inócua e desnecessária, além de submeter os empresários a um retrógrado óbice burocrático”, argumenta. “Trata-se tão somente de mais um ato cartorial desempenhado pelo INPI, que em nada favorece a dinâmica e a desejável agilidade das transações comerciais envolvendo os agentes econômicos no Brasil”, complementou.

Tramitação
A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

ÍNTEGRA DA PROPOSTAPL-7599/2017

Reportagem - Lara Haje, Edição - Marcia Becker
Agência Câmara Notícias


LFB Biomedicaments (site de Lille) - ANVISA DETERMINA COMO MEDIDA DE INTERESSE SANITÁRIO A SUSPENSÃO DA IMPORTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO PARA O BRASIL DE TODOS OS PRODUTOS REGISTRADOS E FABRICADOS PELA EMPRESA

DIRETORIA DE CONTROLE E MONITORAMENTO SANITÁRIOS
GERÊNCIA-GERAL DE INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA

RESOLUÇÃO-RE Nº - 1.917, DE 19 DE JULHO DE 2017

A Gerente-Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária, Substituta, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pela Portaria nº 973, de 14 de junho de 2017, aliado ao disposto no art. 54, I, § 1º da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 61 de 3 de fevereiro de 2016
Considerando o art. 7° da Lei n° 6.360 de 23 de setembro de 1976;
Considerando o art. 7º, X e XV, da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999;
Considerando ainda, as evidências de não conformidade na fabricação de produtos estéreis quanto aos requerimentos das Boas Práticas de Fabricação, originadas de inspeção conduzida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no período de 12 a 16 de junho de 2017, na empresa LFB Biomedicaments (site de Lille), cujo relatório apontou deficiências críticas,
resolve:

Art. 1º determinar como medida de interesse sanitário, a suspensão da importação e distribuição para território brasileiro, de todos os lotes de produtos hemoderivados nas apresentações registradas, fabricados por LFB Biomedicaments, situado no endereço 59, Rue de Trévise, 59000, Lille, França.

Art.2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
MARIÂNGELA TORCHIA DO NASCIMENTO


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