Destaques

domingo, 18 de março de 2018

Doentes renais querem ser reconhecidos como pessoas com deficiência


Pessoas que enfrentam inúmeras limitações na vida e no mercado de trabalho em razão de seus problemas de saúde, mas que não têm os benefícios garantidos pela Lei Brasileira de Inclusão, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Assim vivem os doentes renais crônicos, de acordo com participantes de audiência pública realizada nesta quinta-feira (15) na Comissão Senado do Futuro (CSF).  A intenção das entidades em defesa desses doentes é que eles sejam reconhecidos como pessoas com deficiência.

- Nós estamos tentando fazer o renal e o transplantado terem o direito de ser reconhecidos como pessoa com deficiência, simplesmente isso, para que tenham um processo normal de vida, de cidadão e cidadã, com dignidade – explicou o presidente da Federação das Associações de Renais e Transplantados do Brasil (Farbra), João Adilberto Xavier.

Na avaliação de Xavier, a lei está falhando.  O estatuto define como pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.  O problema, de acordo com Xavier, é que o critério previsto para avaliar a deficiência é o biopsicossocial, e não o patológico (de doença), que serviria para enquadrar os pacientes renais.

- É uma tragédia nacional quando há milhares de pessoas ligadas a uma máquina, três vezes por semana, quatro horas por dia e elas continuam sendo invisíveis para a sociedade brasileira. Nós somos invisíveis, absolutamente invisíveis – lamentou.

Limitações
De acordo com Jaqueline Silva Misael, da Coordenação Geral de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, os principais fatores de risco para a doença renal crônica (DRC) são o diabetes e a hipertensão. No Brasil, 10,46% na população adulta têm DRC. Deles, 150 mil dependem de terapia renal substitutiva, como é o caso da hemodiálise, e 85% são atendidos exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde.

A nefrologista Lívia Cláudio, que assistia à audiência, pediu a fala para dar aos demais participantes uma ideia da dimensão da incapacitação causada pela DRC nos pacientes. Ela citou estudo norte-americano feito com crianças e adolescentes que faziam hemodiálise sobre o impacto da DRC na qualidade de vida. O impacto encontrado era tão grande quanto o causado pela amputação de dois membros e maior que o relatado por crianças com outras deficiências graves.

- Somente alguns pacientes em quimioterapia frequentam o hospital mais vezes que o paciente com hemodiálise. E eu digo alguns porque a maioria dos pacientes quimioterápicos faz quimioterapia semanal na fase pior da doença e o renal crônico faz de três a seis sessões de hemodiálise por semana. Tem criança que faz sete – relatou.

O médico Mário Ernesto Rodrigues, da Sociedade Brasileira de Nefrologia, lembrou que, por precisarem ficar afastados do trabalho durante várias horas por semana, os pacientes com DRC enfrentam dificuldade de contratação na iniciativa privada. Nos concursos públicos, normalmente são reprovados nos exames médicos para as vagas regulares, em razão das alterações encontradas, mas não são aceitos como pessoas com deficiência.

- A maioria se sente incapacitada. Aqueles que são extremamente ativos, que conseguem fazer tudo, são a minoria. A maioria precisa de um suporte social – disse o médico.

Mudanças
Patricia Freire, que representou o Sistema Nacional de Transplante do Ministério da Saúde na audiência, disse considerar bem-vinda qualquer iniciativa que amplie os direitos dos doentes renais crônicos e dos transplantados.

- O doente renal crônico é um doente sofrido, e um doente que precisa de muito cuidado. A doença renal crônica expolia bastante o indivíduo, incapacita, fragiliza e causa um grande impacto na capacidade física dos doentes – disse.

O senador Hélio José, presidente da comissão, disse ter a intenção de elaborar um projeto de lei para resolver a questão. Para o senador, após todas as informações colhidas na audiência, o texto tem que ser elaborado com a maior brevidade possível, em respeito ao sofrimento dessas pessoas.

Roque de Sá/Agência Senado Agência Senado


Presidente da CSSF recebe em seu gabinete a Relatora do PL 9001 de 2017 e o Presidente da Anvisa


Foi realizada na última quarta-feira (14/03) um encontro no gabinete da presidência da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) para tratar do Projeto de Lei 9001 de 2017 que autoriza a prescrição da Ozonioterapia em todo território nacional.

Estiveram presentes o presidente da CSSF, Dep. Hiran Gonçalves, a relatora do projeto, Dep. Carmen Zanotto e o diretor presidente da Anvisa, Sr. Jarbas Barbosa, além da assessoria legislativa do Senador Valdir Raupp, autor da proposição.

O Projeto de Lei foi anteriormente discutido em audiência pública no dia 07 de dezembro de 2017, com participação da presidente da Associação Brasileira de Ozonioterapia, a Sr.ª Maria Emília Gadelha Serra, o presidente do Centro de Apoio às Pessoas com Câncer de Bauru, Sr. Carlos Eduardo Faraco Braga, o membro da câmara técnica de novos procedimentos do Conselho Federal de Medicina – CFM, Aníbal Gil Lopes e a representante da Associação Brasileira de Ozonioterapia, Srª Celina Martins Ramalho.

De acordo com o relatório preliminar da Dep. Carmen Zanotto, "a Ozonioterapia é uma técnica utilizada há várias décadas em diversos países, inclusive sendo regulamentada pelos respectivos órgãos de vigilância e normatização. Trata-se de um procedimento médico complementar com baixo custo e elevado grau de eficácia. Esse tratamento corresponde a uma técnica que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, por diversas vias de administração, com finalidade terapêutica”. Dessa forma, a aplicação do ozônio medicinal será sempre uma mistura de ozônio e oxigênio, cabendo ao profissional habilitado determinar a dose adequada para cada paciente."

Benedito Mendonça


Comissão da Lei de Licitações promove audiência sobre gestão no setor público


 A comissão especial que analisa a nova Lei de Licitações (PL 6814/17) realiza audiência pública nesta terça-feira (20) com representantes do setor público na área de gestão. O relator da proposta, deputado João Arruda (PMDB-PR), pretende apresentar seu relatório no início de maio. 

Cleia Viana/Câmara dos Deputados 

Deputado João Arruda, relator da nova Lei de Licitações

Ele quer focar seu parecer na exigência de prazos para diversas etapas das obras licitadas como a obtenção de licenciamentos, a medição de serviços executados e a análise de aditivos. "Muitas vezes o servidor público senta em cima de um pedido de aditivo e aquela empresa fica lá anos esperando para concluir uma obra", criticou.

João Arruda também considerou pequeno o valor de R$ 150 mil estipulado pelo Senado para a contratação de obras por pregão eletrônico. Hoje o pregão não pode ser usado para licitar obras.

"Hoje uma emenda individual parlamentar para a infraestrutura é de R$ 250 mil. Então com R$ 150 mil, a empresa não é capaz de concluir, de executar; acaba fechando no meio do caminho pelo preço que tem ou pedindo aditivos abusivos. Essa relação cria instabilidade entre todas as partes, principalmente para quem quer a obra concluída", argumentou.

RDC
Para o líder da Oposição, deputado José Guimarães (PT-CE), o país deveria ampliar o uso do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) utilizado para acelerar as obras da Copa do Mundo de 2014.
"Nós queremos que essas mesmas regras se transformem na norma geral do processo licitatório brasileiro, tem que ser simplificado. Com transparência, com rigor, com acompanhamento dos órgãos de controle", defendeu.

Novo modelo
O professor de Direito Murilo Jacoby destaca a criação de um novo formato de contratação que está sendo proposto. "Nessa modalidade que se chama diálogo competitivo, é possível trazer os particulares para discutir métodos e ideias de como executar esse projeto. E depois de discutir e escolher o melhor jeito de executar esse projeto, abre-se a etapa de preços."

O professor afirma ainda que a nova Lei de Licitações tem o mérito de unificar a legislação sobre o assunto e tornar mais claros temas como o que pode ser exigido em uma licitação e o que pode ser cobrado na entrega da obra.

Ele também defende que o texto faça referência à necessidade de treinamento dos servidores para lidar com os processos licitatórios e que a internet seja mais utilizada para dar transparência aos processos.

Convidados

A comissão especial da Lei de Licitações vai promover outras audiências públicas com profissionais da área de controle no setor público, especialistas, representantes da sociedade civil e do setor privado.

Para esta audiência, foram convidados:
- o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Oliveira;
- o secretário de coordenação de projetos da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, Tarcísio Gomes de Freitas;
- o diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, Halpher Luiggi Mônico Rosa;
- o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração – CONSAD, Livânia Maria da Silva Farias;
- o presidente da Confederação Nacional de Municípios – CNM, Paulo Ziulkoski;
- o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, Ernesto Lozardo;
- o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos – FNP, Jonas Donizette

A audiência pública ocorre nesta terça-feira (20), às 14h30, no plenário 14.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA: PL-6814/2017
Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição - Geórgia Moraes


CÂMARA DOS DEPUTADOS - Agenda da próxima semana



SEGUNDA-FEIRA (19)
9 horas
Comissão Externa sobre a Intervenção Federal na Segurança Pública do RJ

Reunião com o interventor da Segurança Pública no RJ, general Braga Netto, e com o secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, general Richard Fernandez Nunes.
Centro Integrado de Comando e Controle, Praça Onze, Rio de Janeiro
10 horas
Sessão Solene 

Homenagem à Ordem DeMolay Brasileira e ao Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil.
Plenário Ulysses Guimarães
14 horas
Sessão de Debates

Plenário Ulysses Guimarães

TERÇA-FEIRA (20)
14 horas
Comissão externa sobre a chacina de trabalhadores rurais no Pará 

Discussão e votação do relatório da deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA).
Plenário 8
14h30
Comissão Especial da Nova Lei de Licitações (PL 6814/17)

Audiência pública para debater o PL 6814/17.
Foram convidados, entre outros, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira; o secretário de Coordenação de Projetos da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, Tarcísio Gomes de Freitas; e o diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Halpher Luiggi Mônico Rosa.
Plenário 14
14h30
Comissão Especial sobre o Enfrentamento ao Homicídio de Jovens (PL 2438/15)

Audiência pública sobre o tema.
Foi convidado o doutor em Sociologia e coordenador do Centro de Estudos e Pesquisa em Segurança Pública da PUC-Minas, Flávio Sapori.
Plenário a definir
15 horas
Comissão Mista sobre a MP 810/17

Medida provisória que fortalece pesquisa e desenvolvimento de tecnologias da informação e comunicação.
Audiência pública sobre o tema.
Foram convidados o diretor de Relações Governamentais da Motorola Mobility, Luiz Carneiro; e representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee); da Datacom; e da Ericsson no Brasil.
Evento interativo pelo e-Cidadania
Plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado
15 horas
Comissão Mista sobre a MP 815/17

Medida provisória que libera R$ 2 bilhões em caráter emergencial a municípios.
Apreciação de relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG).
Plenário 3 da ala Alexandre Costa, no Senado
15 horas
Grupo de Trabalho da Segurança Pública

Definição das proposições prioritárias para o trabalho do GT.
Plenário a definir
16 horas
Votações em Plenário

Entre os itens da pauta está o Projeto de Lei 3734/12, que cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
Plenário Ulysses Guimarães
16 horas
Comissão Externa sobre a Intervenção Federal na Segurança Pública do RJ

Votação de requerimentos.
Plenário a definir

QUARTA-FEIRA (21)
9h30
Comissão Especial sobre o Marco Regulatório da Economia Colaborativa

Audiência pública para debater os Provedores de Turismo - Apps Turismo; e votação de requerimentos.
Foram convidados, entre outros, os presidentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio; da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih Nacional), Manoel Cardozo Linhares; e representantes do Ministério do Turismo.
Plenário 9
9h30
Comissão externa destinada a acompanhar o fluxo crescente de imigrantes venezuelanos em Roraima

Reunião técnica com o Comitê Federal de Assistência Emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária.
Casa Civil da Presidência da República
14 horas
Comissão Mista sobre a MP 814/17

Medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras.
Apreciação do plano de trabalho.
Plenário 6 da ala Nilo Coelho, no Senado

14h30
Comissão Mista sobre a MP 810/17

Medida provisória que fortalece pesquisa e desenvolvimento de tecnologias da informação e comunicação.
Audiência pública sobre o tema.
Foram convidados representantes do Ministério das Relações Exteriores; do TCU; do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União; e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Evento interativo pelo e-Cidadania 
Plenário 3 da ala Alexandre Costa, no Senado
14h30
Comissão Mista sobre a MP 809/17

Medida provisória que autoriza a criação de fundo para gerir compensação ambiental.
Audiência pública sobre o tema.
Foram convidados, entre outros, os presidentes do ICMBio, Ricardo Soavinski; e do Ibama, Suely Mara Vaz Guimarães de Araújo.
Evento interativo pelo e-Cidadania 
Plenário 9 da ala Alexandre Costa, no Senado
15 horas
Comissão Mista sobre a MP 811/17

Medida provisória que autoriza empresa pública a vender diretamente petróleo do pré-sal da União.
Audiência pública.
Foram convidados representantes da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia; da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); da ANP; e do BNDES.
Evento interativo pelo e-Cidadania 
Plenário 6 da ala Nilo Coelho, no Senado
16 horas
Votações em Plenário

Proposições remanescentes do dia anterior.
Plenário Ulysses Guimarães

QUINTA-FEIRA (22)
9 horas
Votações em Plenário

Análise de proposições remanescentes do dia anterior e de acordos internacionais.
Plenário Ulysses Guimarães
9h05
Sessão Solene

Homenagem ao Dia Internacional do Direito à Verdade, sobre Graves Violações aos Direitos Humanos e da Dignidade das Vítimas.
Plenário Ulysses Guimarães
10 horas
Edições Câmara
Lançamento de “O Voto Feminino no Brasil” e palestra de Teresa Marques sobre “Voto feminino: concessão ou conquista?”.
Salão Nobre


SEXTA-FEIRA (23)
9 horas
Sessão de Debates 

Plenário Ulysses Guimarães
15 horas
Sessão Solene 

Homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down.
Plenário Ulysses Guimarães


Anvisa participa de reunião sobre combate a entorpecentes


Comissão da ONU aprovou proposta da OMS para a inclusão de 12 substâncias nas listas dos Tratados Internacionais, que passarão a ser mundialmente controladas.
  
A Anvisa e o Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal realizaram nesta quinta-feira (15/03) uma reunião paralela à 61ª Sessão da Comissão de Entorpecentes das Nações Unidas (ONU), que ocorre durante esta semana em Viena, na Áustria.

A reunião explorou a função dos laboratórios forenses na geração de dados e evidências na área de drogas que sejam insumo para atividades além do contexto criminal, o que pode se utilizado na melhoria da legislação nacional, desenvolvimento de sistemas de alerta e desenho de políticas em saúde pública. A Seção Científica e de Laboratórios do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apoiou a organização do evento.

A abertura da reunião foi realizada pelo embaixador brasileiro na Áustria, Ricardo Neiva Tavares, e a coordenação esteve a cargo da equipe do UNODC. Foram apresentadas as experiências nacionais do Brasil, Hungria e Finlândia.

O chefe do Serviço de Perícias de Laboratório e Balística do INC, Élvio Dias Botelho, palestrou em nome da delegação brasileira e mencionou o trabalho conjunto realizado entre a Polícia Federal e a Anvisa nesta área, que resultou em importantes mudanças na forma de regulação de substâncias controladas no Brasil.

A colaboração interinstitucional realizada por meio do Grupo de Trabalho para classificação de substâncias controladas, coordenado pela Agência, é considerada pela ONU um exemplo de boa prática nacional. Um resultado efetivo desta cooperação foi a adoção pela Anvisa de uma abordagem inovadora de controle de substâncias, a partir de um “enquadramento genérico” de substâncias nas listas de controle – em especial drogas ilícitas sintéticas.

Nesta 61ª Sessão, a Comissão de Entorpecentes da ONU aprovou, ainda, a proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a inclusão de 12 substâncias nas listas dos Tratados Internacionais de Drogas, que passarão a ser mundialmente controladas. A posição técnica brasileira defendida na votação foi elaborada pelo Grupo de Trabalho, sob coordenação da Gerência de Produtos Controlados da Anvisa.



Informação de qualidade é a base para a tomada de decisão


Seminário realizado pela Anvisa envolve outras agências reguladoras em debate sobre importância da análise de dados na definição de regras para o mercado.
  
O levantamento das reais necessidades regulatórias e a análise sobre a criação de novas regras para o mercado foram os temas centrais do seminário sobre “Análise de Impacto Regulatório e o processo de qualificação da tomada de decisão nas Agências Reguladoras Brasileiras”, realizado nesta quinta-feira (15), em Brasília. Promovido pela Anvisa, o evento reuniu, na sede da Agência, representantes da Casa Civil e de outras quatro instituições reguladoras – ANTT, ANAC, ANEEL e ANS - em torno de temas como a necessidade de mudança de cultura nas instituições sobre avaliação da regulação no país.

Para o diretor de Regulação Sanitária (Direg) da Anvisa, Renato Porto, que abriu o seminário, o objetivo da reunião foi promover a troca de experiência entre as agências reguladoras, que, mesmo em níveis diferentes, estão em pleno processo de discussão e implementação da Análise de Impacto Regulatório (AIR), ferramenta de gestão que passará a ser obrigatória a partir deste ano. O modelo pode ser definido como um processo de gestão baseado em evidências e com foco em resultados. É um instrumento que tem o objetivo de qualificar a atuação das agências, agregando dados e informações essenciais ao processo de construção de uma norma. “Trata-se de uma ferramenta que deve ser usada de forma ágil e inteligente pelos órgãos reguladores”, disse Renato Porto.

Durante o seminário, o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, afirmou que o tema é de extrema importância e que, sem dúvida nenhuma, a AIR é umas das ações mais importantes para as agências. “Ela orienta sobre a avaliação de qual é a melhor escolha regulatória com menor impacto possível, entre outras variáveis. Além disso, cada vez mais a sociedade cobra que as agências expliquem porque tomam certas decisões e se seus impactos estão sendo avaliados”, afirmou Jarbas.

A diretora de Coordenação e Articulação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (DSNVS) da Anvisa, Alessandra Bastos, afirmou que a AIR tem desdobramentos importantes para o país, o que desafia as agências a buscarem melhorias todos os dias. Já o diretor de Autorização e Registro Sanitários (Diare), Fernando Mendes, reforçou a importância da discussão sobre AIR e parabenizou toda a equipe técnica envolvida na realização do seminário.

Qualificação
Logo após a solenidade de abertura, houve uma palestra do subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais (SAG) da Casa Civil da Presidência da República, Marcelo Pacheco dos Guaranys. O tema foi “O Valor da Análise de Impacto Regulatório na Qualificação da Regulação”.

Na opinião de Guaranys, a AIR contribui para o bom desempenho dos governos e da economia, pois estimula não só a qualificação das análises sobre a criação de normas, mas também a concorrência e o ambiente de negócios. “Precisamos parar para pensar o que estamos fazendo e qual o objetivo da regulação”, disse o representante da Presidência da República, que fez uma contextualização geral da discussão liderada pela Casa Civil. Entre outros pontos, ele destacou a necessidade de ampliar a participação social, melhorar o monitoramento de ações e sensibilizar os atores envolvidos na criação de normas.

A Casa Civil, em conjunto com as agências reguladoras federais, vem desenvolvendo projeto no âmbito do Programa de Fortalecimento da Capacidade Institucional para Gestão em Regulação (PRO-REG). A proposta é fortalecer a AIR na prática regulatória brasileira, o que inclui esforços para produção de diretrizes gerais e um guia com orientações para as agências reguladoras, que já estão disponíveis para consulta. Confira informações sobre o processo de discussão da AIR.

Mesa
O seminário contou também com a realização de uma mesa redonda com o tema “A AIR e a Qualificação do Processo de Decisão das Agências Reguladoras”, com mediação da gerente-geral de Regulamentação e Boas Práticas Regulatórias (GGREG), Gabrielle Troncoso. Ela destacou “os notáveis esforços para formar uma agenda com foco nas agências reguladoras, que tem sido bastante importante para dar os próximos passos para a efetiva implementação da AIR. “A própria OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) já destacou a necessidade do uso contínuo e sustentável da AIR pelas agências reguladoras brasileiras para a redução de barreiras regulatórias e melhoria do ambiente de negócios”, comentou Gabrielle.

A mesa contou com a participarão de Renato Porto, que informou sobre o processo de desenvolvimento da AIR na Anvisa: “Precisamos pensar de forma estruturada. Qualquer ação regulatória precisa levar em consideração as alternativas e dados disponíveis, além da dimensão do mercado. Por isso, precisamos promover a qualidade e a incorporação efetiva das etapas da Análise de Impacto Regulatório na rotina das agências”, disse o diretor da Anvisa.

Logo depois, foi a vez da diretora da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Elisabeth Alves da Silva Braga. Entre os tópicos abordados, ela disse que há necessidade de “mudança de cultura” nas instituições e que a ANTT já realizou capacitações e promoveu seminário para mobilizar e sensibilizar servidores sobre o tema. Na sequência, Rodrigo Aguiar, diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), comentou a necessidade de aprimoramento da regulação e de implementação da AIR, que está em fase de consulta interna no órgão. Ele disse, ainda, que a instituição já elaborou guia de boas práticas e um manual sobre o tema.

Já o diretor Ricardo Fenelon apresentou o processo de desenvolvimento da AIR na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ele defendeu uma maior participação do setor regulado na discussão de temas e a ampliação de espaços de debate, tais como workshops, tomada pública de subsídios, reuniões participativas e grupos de estudos.

Encerrando as participações na mesa redonda, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Tiago de Barros Correia, reforçou que deve haver condições de medir problemas e seus impactos no âmbito das agências reguladoras e que a regulação deve ser feita com base em evidências. Ele destacou que, na ANEEL, a AIR está implantada desde 2013 e que, até 2017, foram realizadas 120 análises.

No debate final, os participantes concordaram que novos cenários e tecnologias inovadoras mudam os rumos da regulação e que é preciso estar preparado. Também foi consenso que é essencial haver equilíbrio entre os interesses da sociedade, setor regulado e governo nas decisões sobre a regulamentação no país.


Boas Práticas Regulatórias


Desde a década de 2000, a Casa Civil, por meio da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais (SAG), esteve diretamente envolvida em ações relativas ao fortalecimento do Sistema Regulatório Brasileiro.

Tendo em vista o caráter estratégico dessas ações para a melhoria do ambiente de negócios e, consequentemente, para a ampliação das oportunidades de investimentos, o incremento da competitividade da economia e a geração de empregos, o fortalecimento do Sistema Regulatório Brasileiro foi definido como prioritário. Coube à SAG, em decorrência de suas competências legais, coordenar as ações pertinentes.

Nesse sentido, a SAG retomou a discussão com os atores envolvidos sobre o PLS nº 52/2013, que dispõe sobre a gestão, a organização e o controle social das Agências Reguladoras, acompanhando a sua aprovação no Senado Federal, ocorrida em dezembro de 2016, e a sua tramitação na Câmara dos Deputados (PL 6621/2016), onde se encontra aguardando constituição de Comissão Especial.

A SAG também passou a coordenar reuniões técnicas com todas as Agências Reguladoras Federais e com os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, além do INMETRO, com o intuito de retomar o debate sobre boas práticas regulatórias. Como primeiro resultado, foram elaboradas conjuntamente as Diretrizes Gerais e Roteiro Analítico Sugerido para Análise de Impacto Regulatório – Diretrizes Gerais AIR e o Guia Orientativo para elaboração de AIR – Guia AIR, ambos levados à consulta pública que teve seu resultado final publicado em 09 de março de 2018.

Outra frente de atuação na qual a SAG está envolvida são as questões de coerência regulatória. Esta frente tem sido coordenada pela Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior - SE/CAMEX. A SE/CAMEX tem trabalhado para promover a transparência da regulamentação comercial, revisar seu estoque regulatório e estabelecer áreas prioritárias para a melhoria da regulamentação relacionada ao comércio internacional e ao investimento. Cabe destacar que as ações desenvolvidas pela Casa Civil e pela SE/CAMEX são complementares e se reforçam mutuamente.

Para 2018, estão previstas reuniões mensais do grupo técnico e a discussão de temas relativos a boas práticas regulatórias em eventos na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) - Programação 2018.   Considerando que ampliar o diálogo e o intercâmbio de experiências práticas entre os níveis federal e subnacional é fundamental para o aprimoramento do Sistema Regulatório Brasileiro, as Agências Reguladoras Subnacionais, por meio da Associação Brasileira de Agências de Regulação (ABAR) foram convidadas a participar. 

Essas ações são seguimento às iniciativas implementadas anteriormente no âmbito do Programa de Fortalecimento da Capacidade Institucional para Gestão em Regulação (PRO-REG), instituído em 2007, pelo Decreto nº 6.062. O PRO-REG foi criado com a finalidade de contribuir para a melhoria do sistema regulatório, da coordenação entre as instituições que participam do processo regulatório, dos mecanismos de prestação de contas, de participação e de monitoramento por parte da sociedade civil e da qualidade da regulação.


Fernando Luiz do Nascimento


Ministério da Saúde informa, em resposta ao MPF, que garantiu tratamento para 152 pacientes com doenças raras


O Ministério da Saúde inicia na próxima semana a entrega de medicamentos judicializados para 152 pacientes com doenças raras. Os produtos, Aldarazyme, Fabrazyme e Myozyme, foram adquiridos por meio de novo processo de compra aberto para garantir a assistência dos pacientes. Atualmente, uma disputa judicial entre distribuidores tem impedido a finalização de compras.

Na tarde desta sexta-feira (16/3), o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública sobre o assunto. Em específico, trata da aquisição de medicamentos por meio da Global Gestão em Saúde S/A que obteve liminar contra Anvisa para importar os produtos após vencer a concorrência realizada pelo Ministério da Saúde.

Na liminar contra a Anvisa, o desembargador federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da Primeira Região, destacou: “o condicionamento da importação em referência à apresentação da referida declaração, que, no caso, somente poderia ser emitida por empresa concorrente, caracteriza, num exame superficial, afronta ao princípio de ampla concorrência de que deve ser revestir todo e qualquer procedimento licitatório”.

Diante da liminar, o Ministério da Saúde informa que não pode suspender a compra com a Global. A pasta aguarda a solução judicial da disputa entre os distribuidores, e, agora, o Ministério Público Federal, para que possa finalizar o processo de aquisição.

A Global Gestão em Saúde S/A venceu a concorrência aberta pelo Ministério da Saúde classificada em primeiro lugar, ao apresentar menor preço para o mesmo produto da segunda colocada.

Assim, o Ministério da Saúde defende o interesse público e o cumprimento da Lei de Licitações, independente do vencedor.

ENTENDA O CASO

O Ministério da Saúde tem buscado auxílio para finalizar o processo de compra dos medicamentos Soliris, Fabrazyme, Myosyme, Aldurazyme. A vencedora do processo de compra em andamento teve a licença de importação negada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para entregar produtos registrados pela própria agência. Uma liminar concedida no início de março aponta que a medida contraria a lei de licitações. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, acionou representantes dos pacientes, órgãos de controle, Justiça, Advocacia Geral da União e parlamentares para acompanhar e tomar as medidas cabíveis.

Uma resolução da diretoria da agência reguladora proíbe distribuidoras que não tenham aval do laboratório produtor de comercializar seus medicamentos Brasil. O laboratório, por sua vez, apenas autoriza a entrega por um único distribuidor indicado por ela. Uma das distribuidoras que venceu um dos quatro processos de concorrência do Ministério da Saúde, a Global Gestão em Saúde, conseguiu nesta semana uma liminar do desembargador federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da Primeira Região. O texto aponta que “o condicionamento da importação em referência à apresentação da referida declaração, que, no caso, somente poderia ser emitida por empresa concorrente, caracteriza, num exame superficial, afronta ao princípio de ampla concorrência de que deve ser revestir todo e qualquer procedimento licitatório”.

O Ministério da Saúde baseia a aquisição na lei de licitações (8.666/1993), dentro do sistema de compras emergenciais, que obriga a fazer uma tomada de preços e adquirir o medicamento da empresa que oferta o menor valor. Assim, a definição de um único distribuidor configura-se monopólio, gerando a falta de concorrência e, consequentemente, maior custo para o poder público. Ressalta-se que a discussão é sobre os mesmos produtos, com registro na Anvisa, comercializados por distribuidoras diferentes.

“Este impasse jurídico impede que o Ministério da Saúde cumpra as decisões judiciais para o fornecimento de medicamentos para os pacientes com doenças raras. Já fizemos uma reunião na semana passada com os órgãos de controle, magistrados e associações mostrando com clareza a questão e pedindo ajuda para resolver. Recebemos, hoje, novamente os pacientes para buscar uma solução. O Ministério da Saúde não consegue concluir as compras apenas com uma decisão administrativa. A judicialização dos contratos de aquisição está atrapalhando a judicialização da saúde”, explicou o ministro.

No caso da aquisição dos medicamentos Fabrazyme, Myosyme, Aldurazyme a vencedora do processo de compra, a empresa Global Gestão em Saúde, apresentou um preço menor do que a distribuidora Sanofi Genzyme, detentora do registro do país. A economia estimada, em um ano, chega a R$ 400 mil para atender 303 pacientes.

Já na aquisição do medicamento Soliris a empresa Tuttopharma apresentou valor inferiores ao da Multicare, detentora do registro no Brasil, totalizando uma diferença de R$ 4,6 milhões para atendimento de 296 pacientes. As distribuidoras, agora, entraram na Justiça para garantir o direito de entregar os medicamentos ao Ministério da Saúde.


sábado, 17 de março de 2018

Webinar: regulação de produtos de terapias avançadas


Evento on-line vai apresentar os conceitos regulatórios para os produtos de terapias avançadas e as perspectivas da Anvisa para o tema.

A Anvisa realiza na próxima semana um webinar sobre produtos de terapias avançadas. Essas terapias envolvem produtos de terapias celulares, tecnologia que utilizam células humanas, entre outras. O evento acontece no dia 22 de março, às 15h.

Durante o webinar, a Gerência de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos fará uma apresentação sobre o tema e responderá perguntas dos participantes sobre a regulação do setor.

O webinar é uma conferência virtual transmitida pela internet e na qual os participantes podem interagir por meio de um serviço de mensagens, como um chat, e enviar perguntas à área técnica palestrante. A palestra transmitida fica arquivada no portal da Agência e pode ser acessada em outros momentos, para o saneamento de dúvidas.

Como participar
Para participar, basta acessar o link abaixo no dia 22 de março às 15h.


O webinar é uma iniciativa da área de Gestão do Conhecimento da Anvisa e visa fortalecer as iniciativas de transparência ativa da Agência, levando conhecimento atualizado ao público externo.




sexta-feira, 16 de março de 2018

REVALIDADOS TODOS PROJETOS DE PDP APRESENTADOS E INSTAURADOS ATÉ 20 DE DEZEMBRO NA ÉGIDE DA POLÍTICA NACIONAL DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA SAÚDE



Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

Altera o Decreto nº 9.245, de 20 de dezembro de 2017, que institui a Política Nacional de Inovação Tecnológica na Saúde.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 3º, § 11, e no art. 24, caput, incisos XXV, XXXI e XXXII, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e na Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, 
DECRETA: 
Art. 1º  O Decreto nº 9.245, de 20 de dezembro de 2017, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 20.  O disposto neste Decreto não se aplica:
I - aos processos administrativos de PDP, ETECS e MECS instaurados até 20 de dezembro de 2017, independentemente da fase em que se encontrem; e
II - aos instrumentos relacionados a PDP, ETECS e MECS vigentes em 21 de dezembro de 2017, exceto se for possível adequá-los de forma a torná-los compatíveis com o disposto neste Decreto, sem acarretar prejuízo ao erário, e houver manifestação expressa de interesse das partes envolvidas.” (NR)
Art. 2º  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.  
Brasília, 15 de março de 2018; 197º da Independência e 130º da República. 
MICHEL TEMER
Ricardo José Magalhães Barros
Marcos Jorge
Dyogo Henrique de Oliveira
Gilberto Kassab
Este texto não substitui o publicado no DOU de 16.3.2018  



Ineficácia da vacina contra gripe pode ser questão imunológica


Vacina contra a gripe e imunidade

Uma nova pesquisa sobre por que a vacina contra a gripe está-se mostrando apenas modestamente eficaz nos últimos anos mostrou que o histórico imunológico com a gripe influencia a resposta de uma pessoa à vacina.

Algumas vezes, as cepas de gripe escolhidas para a vacina não representam adequadamente as cepas que acabam circulando entre o público, o que acontece especialmente nos anos em que a cepa H3N2 predomina.

Mas a culpa pela baixa eficácia da vacina contra a gripe é mais frequentemente atribuída a problemas na forma como a vacina foi projetada e é produzida. A maioria das vacinas contra a gripe administradas em todo o mundo é cultivada em ovos, o que pode fazer com que o vírus sofra mutações e se diferencie das cepas circulantes.

Mas, em um estudo que acaba de ser publicado na revista Clinical Infectious Diseases, pesquisadores das universidade de Chicago e Harvard (EUA) demonstraram que são as respostas imunes muito fracas - e não as adaptações dos vírus aos ovos - que podem explicar a baixa eficácia da vacina deste ano.

"As adaptações aos ovos têm efeitos variáveis," explicou a Dra Sarah Cobey. "Às vezes elas têm importância e às vezes não, mas o que parece fazer a maior diferença é o histórico imunológico [do paciente]".

Pecado original antigênico

O que está em jogo parece ser um fenômeno que os cientistas chamam de "pecado original antigênico".

As vacinas contra a gripe são projetadas para fazer o sistema imunológico produzir anticorpos que reconheçam as cepas específicas dos vírus com os quais a pessoa poderá entrar em contato em um determinado ano. Esses anticorpos visam pontos específicos do vírus, e grudam neles para desativar o vírus. Uma vez que o sistema imunológico já possua anticorpos para atingir um determinado ponto no vírus, ele preferencialmente reativa as mesmas células imunes na próxima vez que encontrar o mesmo patógeno.

Isso é eficiente para o sistema imunológico, mas o problema é que o vírus sempre muda de ano para ano apenas ligeiramente. O ponto que os anticorpos reconhecem ainda pode estar lá, mas ele pode não ser mais crucial para neutralizar o vírus. Os anticorpos produzidos devido ao nosso primeiro encontro com a gripe - seja de vacinas ou de infecções com o próprio vírus - tendem a prevalecer sobre os anticorpos gerados por inoculações posteriores. Assim, mesmo quando a vacina tem uma boa equivalência para um determinado ano, se alguém tiver um histórico com a gripe, a resposta imune a uma nova vacina pode ser menos protetora.

Essa história pode ser complicada por um fator adicional, que ainda está por ser totalmente explicado: A vacina pode estar induzindo uma resposta imune fraca em muitos que a recebem.

"Nós vimos tanto pessoas vacinadas quanto não vacinadas que foram infectadas com vírus da gripe similares, e a vacina não provocou uma forte resposta imune na maioria das pessoas em nosso estudo," acrescentou Yonatan Grad, coautor do trabalho.

Alternativa? Vacinas diferentes

Isso não quer dizer que as adaptações aos ovos nos quais as vacinas são produzidas são sejam importantes sempre. Em um estudo separado, uma equipe liderada por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia descobriu que as adaptações aos ovos causaram desajustes na vacina mais comum aplicada na estação 2016-17, outra estação dominada pelo H3N2.

As adaptações aos ovos poderão ser um fator importante também durante a temporada de gripe deste ano, que está batendo recordes no hemisfério norte. O H3N2 é novamente a cepa predominante, deixando as pessoas doentes com mais gravidade, e a vacina mais comum é a mesma do ano passado, com suas adaptações aos ovos potencialmente problemáticas.

Assim, de acordo com a equipe, é preciso buscar alternativas se as autoridades de saúde pretendem gastar dinheiro público em vacinas realmente eficazes.

Uma dessas alternativas são novas vacinas produzidas sem ovos, quer em células de insetos ou em células de rim de cães, que são muito menos propensas a desenvolver mutações que podem torná-las menos protetoras contra a gripe - ainda que a equipe ressalte que as mutações induzidas pelos ovos sejam apenas uma pequena parte do problema.

Além disso, essas vacinas são mais caras, mas os pesquisadores esperam que novas pesquisas e melhoramentos ajudem a mudar essa situação.

Com informações do Centro Médico da Universidade de Chicago para o Panorama Farmacêutico.



Alteração do DECRETO PNITS 16.03.18

Calendário Agenda