Em reunião técnica nesta
terça-feira (01), Ministério da Saúde informou que grupos prioritários
receberão as doses conforme logística de recebimento e distribuição
O Ministério da Saúde
apresentou, nesta terça-feira (01), definições preliminares da estratégia que
vai pautar a vacinação da população contra a Covid-19. Pontos como grupos
prioritários, eixos estratégicos do plano operacional, expectativas de prazos,
investimento na rede de frio para armazenamento das doses, processos de
aquisição de agulhas e seringas para atendimento da demanda e as fases da
vacinação dos grupos prioritários foram tratados durante o encontro.
Na ocasião, o ministro da
Saúde, Eduardo Pazuello, frisou a importância de viabilizar o Plano de
Vacinação e reforçou que o Ministério e entidades parceiras possuem ampla base
técnica para elaboração das estratégias de forma a atender com excelência a
todos os objetivos propostos no plano. “É um grande desafio que temos pela
frente. Mas temos capacidade técnica, tempo, expertise e pessoas reunidas com
vontade de fazer o melhor plano do mundo”, afirmou.
O ministro Pazuello reforçou,
ainda, que o SUS tem hoje o maior programa de vacinação do mundo, o que
fortalece a estratégia de vacinação contra a Covid-19.
O secretário de Vigilância em
Saúde da Pasta, por sua vez, salientou que o plano apresentado hoje é
preliminar e que sua estrutura final dependerá das vacinas disponibilizadas. “É
importante destacar que o plano que está sendo discutido ainda é preliminar e
sua validação final vai depender da disponibilidade, licenciamento dos
imunizantes e situação epidemiológica”, disse. Todas essas questões serão
relevantes, inclusive, para definição final dos grupos prioritários, onde são
levados em consideração os critérios de testes realizados por cada laboratório
que disponibilizar vacinas”.
Além do Ministério, integram o
grupo de discussão a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o
Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), a Fiocruz, o
Instituto Butantan, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), sociedades
médicas, conselhos federais da área da saúde, Médicos Sem Fronteiras e
integrantes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de
Saúde (Conass e Conasems) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Eles
fazem parte da Câmara Técnica para elaboração do plano, implementada a partir
de Portaria nº28 de 03 de setembro de 2020.
QUATRO FASES
Durante a reunião, a
coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério, Francieli
Fontana, detalhou que a vacinação deve ocorrer em quatro fases, obedecendo a
critérios logísticos de recebimento e distribuição das doses. As fases
desenhadas pela equipe técnica priorizam grupos, que levam em conta informações
sobre nuances epidemiológicas da Covid-19 entre os brasileiros, bem como
comorbidades e dados populacionais.
Na primeira fase, conforme a coordenadora
do PNI, devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75
anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa
permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena. Em
um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos. A terceira fase prevê a
imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para
agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas,
cardiovasculares, entre outras). A quarta e última fase deve abranger
professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema
prisional e população privada de liberdade.
Ao todo, os quatro momentos da
campanha somam 109,5 milhões de pessoas vacinadas, em duas doses, como previsto
pelos esquemas vacinais dos imunizantes já garantidos pelo Ministério da Saúde
– Fiocruz/AstraZeneca e por meio da aliança Covax Facility. Na reunião,
Francieli reforçou que o planejamento dos grupos a serem vacinados e fases é
preliminar e pode sofrer alterações, a depender de novos acordos de aquisição
de vacinas com outras farmacêuticas, após resultados dos estudos das vacinas
candidatas e regulamentação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).
SERINGAS E AGULHAS
A coordenadora do PNI também
detalhou que o Ministério da Saúde negocia aquisições de seringas e agulhas
para atender à demanda para vacinação contra o coronavírus. Segundo ela, no
momento, encontra-se em andamento processo de compra de 300 milhões de seringas
e agulhas no mercado nacional para aplicação das doses, e outras 40 milhões no
mercado internacional. Para a aquisição interna, já foi realizada pesquisa de
preços e emissão de nota técnica para elaboração do edital de compra, que será
lançado na próxima semana.
PROGRAMA NACIONAL DE
IMUNIZAÇÕES
O Programa Nacional de
Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde é o maior programa de vacinação do
mundo e atende, atualmente, uma população de 212 milhões de pessoas. Durante a
reunião, Francieli lembrou que o programa já possui ampla expertise em
vacinação em massa e está preparado – tanto no âmbito técnico quanto no de
infraestrutura – para a vacinação contra a Covid-19, sem que a demanda do
calendário normal de vacinação da população seja afetada.
Apenas em 2020, mais de R$ 42
milhões foram investidos para estruturação da rede de frio que armazena as
doses do PNI, e que hoje atende na faixa de temperatura preconizada de 2ºC a
8ºC para todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, com exceção da
Vacina Oral Poliomielite, armazenada a -20ºC na instância nacional. O recurso
serviu à compra de câmaras refrigeradas, computadores e novos aparelhos de
ar-condicionado.
Em novembro, a Pasta realizou
um workshop junto às secretarias municipais e estaduais de Saúde a fim de
preparar as salas de vacinação para introdução das doses contra a Covid-19.
Foram tratados no treinamento temas como as entregas das cargas, investimentos
na rede de frio, riscos de armazenamento, as vacinas contra a doença em fase 3 de
pesquisa e orientações técnicas sobre qualidade. Atualmente, o Brasil possui 38
mil salas de vacinação espalhadas por todo o país.
Os eixos prioritários que
guiam o Plano de Vacinação são: situação epidemiológica, atualização das
vacinas em estudo, monitoramento e orçamento, operacionalização da campanha,
farmacovigilância, estudos de monitoramento pós marketing, sistema de informação;
monitoramento, supervisão e avaliação; comunicação; encerramento da
campanha.
O Brasil já possui atualmente
garantidas 142,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por meio dos
acordos Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões) e Covax Facility (42,5 milhões). No
mês passado, o Ministério da Saúde sediou encontros com representantes dos
laboratórios Pfizer BioNTech, Moderna, Bharat Biotech (covaxin) e Instituto
Gamaleya (sputinik V), que também possuem vacinas em estágio avançado de
pesquisa clínica, para aproximação técnica e logística.
O ministro Eduardo Pazuello
disse, na reunião, que nenhuma delas está descartada. “Estamos na prospecção de
todas as vacinas. Todas são importantes”. Ele aproveitou também para frisar a
importância do tratamento precoce como aliado contra a Covid-19 até que sejam
disponibilizadas vacinas para toda a população. “Enquanto a vacina não chega, precisamos
focar no diagnóstico clínico do médico, no tratamento precoce e no manejo
correto do paciente”, disse.
Da Assessoria de Comunicação
Ministério da Saúde
(61)
3315-3435