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sábado, 15 de novembro de 2014

Análise de Mídia - REVISTAS

Revistas em circulação neste fim de semana passam a limpo o cenário político. VEJA e ÉPOCA registram desdobramentos da Operação Lava-Jato da Polícia Federal que, em nova fase realizada na sexta-feira (14), levou à prisão executivos de algumas das maiores empreiteiras do país, além de outro ex-diretor da Petrobras.

Reprisando a tendência registrada desde o fim das eleições, noticiário volta a especular sobre o troca-troca de cadeiras de ministros. Assunto ganha novo fôlego com o pedido de demissão da ministra da Cultura, Marta Suplicy, que entregou carta à presidente Dilma Rousseff essa semana e surpreendeu o Palácio do Planalto com a antecipação da saída.

Nesse contexto, agenda da indústria perde espaço e ganha abordagens pontuais e dispersas. Destaque para pontuações sobre a política fiscal e as tentativas do governo de alterar as regras de cumprimento de metas.
 
·  CARTA CAPITAL destaca que o governo pediu ao Congresso a votação com urgência de uma mudança legal “que livraria o governo de dissabores jurídicos na hipótese de descumprir a meta fiscal de 2014”. Miriam Belchior, ministra do Planejamento, disse que o governo fará "o máximo superávit primário possível". “Igual termo foi repetido por Mercadante (ministro da Casa Civil) no dia seguinte, após reunir-se com o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade: ‘Não faremos uma política fiscal ortodoxa’”, menciona a reportagem.

·  Nesse sentido, ISTOÉ sugere que as promessas de campanha eleitoral e os números de crescimento defendidos pela presidente Dilma Rousseff durante os debates eram parte dos “relatórios maquiados do Tesouro” e não condiziam com a real situação financeira do país.

·  Reportagem registra que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, pediu a parlamentares a aprovação de um projeto que, na prática, abandona o compromisso do Executivo de alcançar o superávit primário nas contas de 2014. “Isso quer dizer que, embora tenha prometido economizar R$ 99 bilhões este ano para pagar os juros da dívida pública, o governo alcançou até setembro um déficit superior a R$ 25,5 bilhões”, afirma a revista.

·  Para, PRIMEIRO PLANO, na ÉPOCA, ao propor o abandono da meta fiscal de 2014, o governo Dilma Rousseff quer transformar em lei a “contabilidade criativa”. VEJA faz avaliação semelhante ao afirmar que o governo busca agora aprovar uma lei para escapar da obrigatoriedade de fazer com que suas despesas caibam no Orçamento.

·  Na contramão, A SEMANA, na CARTA CAPITAL, posiciona que o projeto, considerado pela oposição e pelo sistema financeiro uma manobra contábil para viabilizar o atendimento à meta de superávit fiscal, está em sintonia com a economia mundial e o comportamento da maioria dos países do G-20 e proporcionará maior autonomia para a execução da política econômica.

·  “A aprovação da proposta permitiria ao governo abater da meta fiscal os totais de investimentos do PAC e das desonerações até o fim deste ano. Segundo o Ministério do Planejamento, o procedimento justifica-se pelo enfraquecimento da economia em decorrência da crise mundial.” Conforme a revista, “a mudança pode abrir espaço para o governo estabelecer uma meta exequível e transparente de controle das contas públicas”.

·  Também na CARTA, ANTONIO DELFIM NETTO destaca que é preciso corrigir a situação atual com urgência. "Isso exige um novo diagnóstico, ajustado às novas condições internas e externas, envolverá mudanças na política macroeconômica e, ainda mais, na micro, para encurtar a distância entre o governo e o setor privado produtivo", pontua. Ele indaga ainda por que não dar à presidente Dilma “algum tempo para que apresente um bom programa de política fiscal?”.

Passando a abordagens macroeconômicas, ISTOÉ DINHEIRO traz reportagem sobre a desvalorização real e lembra que a apreciação da moeda nacional atrapalha alguns setores da indústria.
 
·  "O câmbio valorizado, que prejudicou as exportações brasileiras nos últimos cinco anos, era uma das queixas centrais da indústria. O setor de calçados espera ter agora a primeira elevação no valor vendido ao exterior depois de uma sequência de pioras”. Segundo o texto, “a indústria de máquinas é outra que acredita numa recuperação aos destinos tradicionais”.

·  Como ponto de atenção, CARTA CAPITAL aponta que, em três décadas, o Brasil tornou-se o principal fornecedor agrícola do mundo, enquanto a participação da indústria no PIB foi reduzida à metade. Texto detalha que o setor agrícola, responsável por cerca de 30% do PIB brasileiro e 37% dos empregos gerados no País, tornou-se mais competitivo, abastece plenamente o mercado interno e se tornou a principal contribuição positiva da balança comercial nos últimos anos.

·  “Caminho oposto seguiu a indústria de transformação, com peso superior a 30% no PIB no início da década perdida de 1980. Trinta anos depois, sua participação caiu para menos da metade, pressionada pela crise da dívida externa da década de 1980, câmbio valorizado, custos elevados e problemas de infraestrutura e logística. O Brasil continua hoje entre o seleto grupo dos 20 países concentradores de 80% da produção industrial no mundo, mas a fragilidade das suas empresas é cada vez maior, assim como a sua inserção nas cadeias globais de valor”, adverte a reportagem.

·  Texto da CARTA indica ainda que a participação declinante da indústria brasileira coincidiu com a ascensão da China, principal responsável pelo dinamismo das exportações agrícolas.

·  Ainda em CARTA CAPITAL, divulgação do ranking das empresas mais admiradas do Brasil. Publicação traz uma série de análises sobre o desempenho empresarial em diferentes setores. Um dos textos, sobre a categoria “construtoras e incorporadoras”, mostra que, após crescimento explosivo, os juros e preços altos refreiam o mercado.

·  Reportagem menciona que a Sondagem Indústria da Construção, estudo da Confederação Nacional da Indústria para aferir a confiança do empresariado, registrou o índice de 49 (em uma escala até 100) em agosto do ano passado e de 43 no mesmo mês deste ano, um pessimismo bem diferente do existente até meados de 2012. Segundo dados do IBGE, o PIB do setor encolheu 0,9% no primeiro trimestre deste ano.

Já no campo do emprego, destaque está na ISTOÉ que aponta diminuição do desemprego, mas pondera aumento dos gastos do governo com auxílio-desemprego em percentuais até três vezes maiores.
 
·  Revista destaca declaração da presidente Dilma Rousseff: "O seguro-desemprego é um grande patrocinador de fraudes". Reportagem indica que, em vez de amparar apenas os trabalhadores postos na rua de maneira involuntária, os pagamentos favorecem também pessoas que pedem demissão para ficarem paradas e receberem a remuneração, e adverte que o seguro-desemprego virou alvo fácil para criminosos especializados em delitos contábeis.​

·  DINHEIRO EM NÚMEROS, na ISTOÉ DINHEIRO, reproduz dados da CNI: "A reforma da previdência é aprovada por 73% dos brasileiros, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria. O levantamento mostra que 37% dos entrevistados defendem mudança para todos. 18% dizem que as regras só devem mudar para quem contribui e ainda não se aposentou, e 18% acreditam que deve ser corrigido apenas para quem nunca contribuiu. Dos 27% restantes. 13% afirmam que o modelo deve ser mantido como está, e 14% não sabem ou não responderam".


Reportagens e colunas pegam carona na saída da ministra da Cultura, Marta Suplicy, de seu posto e trazem novas especulações em torno de quem deve entrar e sair das gestões na Esplanada dos Ministérios.
 
·  Reportagem de capa da CARTA CAPITAL destaca que a presidente Dilma Rousseff, além de ter de lidar com uma forte oposição, enfrenta um descontentamento interno e a pressão de aliados. Texto aponta que ela se enfureceu com a carta de demissão enviada ao Palácio do Planalto pela ministra da Cultura, Marta Suplicy.

·  "A precipitação do pedido de demissão foi provocada por uma trapalhada que deve ser debitada ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante", avalia a reportagem. Revista situa que o centro da tensão está na política econômica para o segundo mandato e reitera o clima de expectativa quanto ao anúncio do nome do futuro ministro da Fazenda.

·  PODER, na ISTOÉ DINHEIRO, registra: “A julgar pela sua carta de demissão do Ministério da Cultura, na volta ao Senado, a petista Marta Suplicy terá, no discurso econômico, mais afinidade com os colegas da bancada do Estado do que com os governistas. Os outros dois representantes paulistas são os tucanos Aloysio Nunes e, a partir de fevereiro, José Serra. Na carta enviada a Dilma, Marta enfatizou a necessidade de recuperar a credibilidade da equipe econômica”.

·  Também em PODER: “Mesmo sem saber se permanecerão nos cargos ou quais projetos terão continuidade, os ministros trabalham a todo vapor, dedicados ao Portal da Transição, um banco de dados sobre as atividades do governo. Os ministérios têm de fazer um balanço até 2014, listar avanços em marcos regulatórios, informar o que ainda está previsto para ser anunciado até dezembro e organizar a agenda para o início de 2015”.

Passando à nova fase da Operação Lava Jato, que encerra cobertura, revistas destacam a prisão do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, e de diretores de empreiteiras acusados de participar do esquema de propinas envolvendo a Petrobras.
 
·  RADAR, de VEJA, assinala que "o grande desespero das empreiteiras em tempos de Operação Lava-Jato é a lembrança do que ocorreu no julgamento do mensalão. Em suas conversas, reiteram o fato de que as maiores penas do mensalão foram dadas aos empresários. E que eles, ao contrário de boa parte dos políticos condenados, ainda estão presos".

·  Nesse contexto, PODER, da ISTOÉ DINHEIRO, situa que Petrobras havia anunciado que não divulgaria seu balanço do terceiro trimestre, porque a auditoria se recusou a endossar os dados sem ter certeza sobre o tamanho do estrago. O resultado é a queda das ações da empresa e uma incerteza muito grande sobre o futuro do seu bilionário plano de investimento. Pelo seu volume bilionário, os investimentos da Petrobras influenciam vários setores da economia, da indústria naval a pequenas empresas especializadas em serviços de engenharia.


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