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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Ministros da saúde do Mercosul assinam acordos para áreas estratégicas

Autoridades firmam compromissos para o aumento do diagnóstico precoce da aids, prevenção e controle da obesidade, além de debater novos serviços de doação e transplantes de órgãos.

Os representantes da saúde dos países que compõem o Mercosul estão reunidos em Buenos Aires, na Argentina, para traçar estratégias conjuntas para o fortalecimento do setor na região. Nesta sexta-feira (14), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, participou da 36ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul para estabelecer acordos nas áreas de transplantes, HIV e aids, obesidade, sangue e hemoderivados. Os documentos visam contribuir para a prevenção e controle destas doenças.

O ministro Chioro ressaltou a importância das iniciativas em conjunto dos países do Mercosul. “A união dos esforços para uma saúde de mais qualidade se transformou em uma realidade incontornável. Hoje debatemos os caminhos da integração, buscando formas de seguir aprofundando de forma sinérgica e eficiente nesta área. É importante continuar trabalhando arduamente em nossos processos, buscando sempre aperfeiçoá-los”, afirmou o ministro.

Entre os assuntos discutidos pelos ministros está a criação da Tutoria em Doação e Transplante nos sistemas de saúde de cada país do Mercosul. Os participantes também trataram sobre a implantação de novos serviços de doação e transplante de órgãos e tecidos e o fortalecimento dos existentes, bem como a qualificação de profissionais de saúde que atuam neste processo. Durante a reunião, Chioro destacou que o Brasil é referência mundial no campo dos transplantes e 95% dos procedimentos são realizados no SUS, sendo o maior sistema público de transplantes do mundo. Em 2013, o país efetuou 23.457 procedimentos, 11,5% a mais do que em 2010.

Na área de HIV e aids, o debate foi em torno da adesão às metas elaboradas durante o Primeiro Fórum Latino-americano e do Caribe sobre Atenção Contínua, voltadas para melhorar a qualidade de vida das pessoas com aids. Um dos objetivos é aumentar a proporção de pessoas que saibam que estão vivendo com HIV, diminuindo o diagnóstico tardio da doença. No Brasil, estima-se que 720 mil pessoas vivem com a doença, sendo que 150 mil não sabem de sua condição sorológica. As novas metas a serem alcançadas até 2020 preveem ainda chegar em 90% o número de pessoas que possam receber o tratamento antirretroviral.

Os outros itens celebrados no encontro foram em relação a políticas de prevenção e controle da obesidade. A última pesquisa Vigitel divulgada pelo Ministério da Saúde mostra que mais da metade da população brasileira (50,8%) está acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos. Entre os objetivos pactuados, estão o desenvolvimento de uma política alimentar por meio de programas escolares, acrescentar horas de atividades físicas nos estabelecimentos de ensino e adotar medidas para aumentar a acessibilidade aos alimentos saudáveis.

No campo dos hemoderivados, foi elaborado um plano que priorize a disponibilidade de plasma como matéria prima para a produção de derivados sanguíneos de modo a alcançar a autossuficiência nos países. Além dos dirigentes brasileiros, o evento desta sexta-feira (14) contou com a presença de delegações da Argentina, da Bolívia, do Chile, do Equador, do Paraguai e do Uruguai.

EBOLA – O Brasil foi elogiado pela forma como lidou com o caso suspeito de ebola no país. Chioro convidou os países do Mercosul a conhecerem a estrutura estabelecida para o enfrentamento da doença. "Acho que compartilhar as experiências é uma parte das nossas tarefas. A outra é decididamente ajudarmos a Organização Mundial da Saúde a fazer um enfrentamento da África Ocidental”, explicou.

O caso suspeito aconteceu em outubro deste ano em Cascavel, no Paraná. Todas as medidas de biossegurança foram adotadas pelas autoridades brasileiras para isolamento do paciente e os procedimentos necessários para a interrupção de uma possível cadeia de transmissão do vírus. Após o exame apresentar resultado negativo, o caso foi descartado e o paciente liberado.

O ministro Chioro falou também sobre os frutos gerados pela experiência de enfrentamento da doença no continente. "Por meio dessa ação, podemos fortalecer nossos sistemas de vigilância, aprendendo com nossas experiências, e colocando à disposição o conhecimento e capacidade de cada país", completou.

CONGRESSO – Durante a visita à Argentina, o ministro participou também na quinta-feira (13) da mesa de abertura do IV Congresso de Salud Pública, realizado anualmente pelo governo da província de Santa Fé. Chioro explicou como funciona o Sistema Único de Saúde brasileiro e os avanços conquistados nos últimos anos, como a redução da mortalidade infantil, do número de pessoas infectadas por tuberculose e a ampliação do acesso aos medicamentos para HIV e aids, além de destacar ações importantes como o Programa Mais Médicos.


Por Hortência Guedes e Priscila Silva, da Agência Saúde

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