O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) formalizou sua nova unidade de negócios da organização em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O Laboratório de Produção de Medicamentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Lapmed) passa a contar com CNPJ próprio e se junta aos demais campi da organização, oficializando o ingresso do Tecpar na produção de medicamentos sintéticos.
O instituto agora está instalando o novo campus, incorporando a estrutura e equipamentos do laboratório farmacêutico existente na UEPG e se preparando para iniciar duas linhas de produção de medicamentos, uma de sólidos e outra de semi-sólidos. A diretoria pretende implantar no Lapmed uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), programa do Complexo Industrial da Saúde para produzir medicamentos e biológicos que atendam às demandas do Ministério da Saúde.
Para o diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, o trabalho desenvolvido pelos pesquisadores em Ponta Grossa vai possibilitar a transferência de tecnologia com futuros parceiros privados, gerando emprego e renda na região. “Isso representa a transferência da tecnologia do Tecpar para a produção de medicamentos de alto custo, atendendo a demandas importantes da saúde pública”, afirmou Felix.
Hoje o Tecpar tem dois campi em Curitiba, um na Cidade Industrial e outro no bairro Juvevê; um em Araucária, na região metropolitana de Curitiba; um em Jacarezinho, no Norte Pioneiro; e três em Maringá, estando um deles em obras.
No formato de uma PDP, o Ministério da Saúde elenca uma lista de produtos prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS) e induz a demanda nacional com a garantia de compra dos itens. Para isso, solicita que a empresa privada detentora de tecnologia se una a uma entidade pública para produzir o insumo nesta parceria. O Tecpar hoje já atua em três PDPs, para o desenvolvimento do Bevacizumabe, produto de última geração que combate o câncer e a degeneração macular relativa à idade, que será produzido em Maringá; a cola de fibrina, primeiro selante de fibrina obtido por rota biotecnológica, com produção 100% nacional e em desenvolvimento no campus CIC; e ainda a Rede Cegonha, para a montagem de kits de medicamentos que tratam a mortalidade materna e neonatal.
Parceria para o Desenvolvimento Produtivo
As PDPs são parcerias realizadas entre instituições públicas e entidades privadas com objetivo de dar acesso a tecnologias prioritárias, de reduzir a vulnerabilidade do SUS a longo prazo e de racionalizar preços de produtos estratégicos para saúde, com o comprometimento de internalizar e desenvolver novas tecnologias estratégicas e de valor agregado elevado. As PDPs fabricam produtos enquadrados nos grupos de fármacos, medicamentos, adjuvantes, hemoderivados e hemocomponentes, vacinas, soros, produtos biológicos ou biotecnológicos de origem humana ou animal e produtos para diagnóstico de uso in vitro. Os produtos e bens priorizados pelas PDPs, cuja demanda possa ser induzida pelo poder de compra do Ministério da Saúde, são estabelecidos em listas específicas definidas pelo próprio ministério.
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