Publicado em 18/01/2023 -12:13 Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, disse hoje (18) que o país pode pedir mudanças na proposta de
adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O
tema, segundo afirmou, é debatido em um grupo de trabalho que vai subsidiar o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os próximos passos a serem tomados
pelo Brasil.
O ministro salientou que não
existe nenhum impedimento para que o Brasil pleiteie uma adesão em conformidade
com seus interesses. “Não há uma rigidez que é tudo ou nada, você tem espaço
para discussão. O Brasil pode fazer mudanças no seu pedido. Assim como os
outros países também podem”, explicou, após se reunir com o secretário-geral da
OCDE, Mathias Cormann, no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
Perguntado, durante
entrevista, se na reunião houve a apresentação de algum pleito do Brasil,
Haddad disse que não e que o encontro foi curto, de 15 minutos. O ministro
explicou ainda que o país já participa de vários espaços em comitês técnicos da
OCDE.
“Essa aproximação está
acontecendo naturalmente. Vou ver com o Itamaraty e a Presidência da República
os próximos passos”, disse o ministro.
G20, Brics e Mercosul
Em entrevista, o ministro da
Fazenda destacou que a agenda internacional do Brasil - nos próximos anos - vai
ser muito complexa, uma vez que o país vai assumir a presidência de diversos
organismos multilaterais, como o grupo do G20, que reúne as 19 maiores
economias do mundo, mais a União Europeia, no final deste ano; e a presidência
dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Esta última prevista
é para 2024, mas foi adiada em um ano, a pedido do governo brasileiro. Haverá,
ainda, uma retomada mais intensa nas relações com o Mercosul.
“Até adiamos a presidência dos
Brics para não coincidir com a do G20 para que a gente possa fazer um bom
trabalho em cada oportunidade que aparecer”, justificou.
Segundo o ministro da Fazenda,
é preciso desenhar uma política voltada para a participação do Brasil nesses
mecanismos multilaterais. Ele disse, a seguir, que o governo vai fazer reuniões
específicas com o presidente Lula para que ele possa orientar as ações do
Itamaraty e demais ministérios.
“A relação do Brasil com o
mundo é muito complexa, envolve muitos fóruns. O Brasil assume a presidência do
G20, depois a dos Brics, do Mercosul. [O país] tem uma participação intensa em
todos os fóruns e participa de todas as organizações multilaterais. Então, precisa
desenhar uma política e isso vai ser feito com o Itamaraty e aí os ministérios
se alinham à determinação do presidente da República”, afirmou.
Balanço de Davos
O ministro fez um balanço da
participação do Brasil no Fórum de Davos. Segundo Haddad, o resultado foi
positivo e o país conseguiu levar uma mensagem de tranquilidade para a
comunidade internacional, após os ataques golpistas do dia 8 de janeiro último.
“Saio satisfeito com o que
ouvi sobre o Brasil e acho que cheguei aqui surpreso com o grau de preocupação
com o Brasil. Penso que as mensagens da Marina Silva [ministra do Meio
Ambiente] e a minha foram no sentido de mostrar que o Brasil segue forte e as pessoas
ficaram felizes de ouvir isso”, disse.
“Não há motivo para o mundo
ter preocupação. Os ataques estão sendo enfrentados com a dose certa e legal”,
finalizou.
Edição: Kleber Sampaio
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