Ministros da Saúde dos países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) anunciaram hoje (5) uma estratégia conjunta para ampliar o fornecimento de remédios para pacientes com tuberculose – em seus próprios países e em países de baixa renda. Eles estavam reunidos desde a última terça-feira (2), em Brasília.
O documento prevê a construção de uma proposta para o acesso universal a medicamentos de primeira linha contra a doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul representam, juntos, 50% dos casos de tuberculose notificados. O plano será finalizado em março de 2015, quando especialistas do Brics devem definir estratégias e metas a serem adotadas pelos países.
O enfrentamento à má nutrição e as trocas de experiências em relação às ações de prevenção à aids e ao ebola também foram citados pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, como compromissos firmados pelo grupo. “São cinco países extremamente populosos, em desenvolvimento, com papel estratégico hoje, no mundo, e que se reúnem sobre várias agendas. Na área da saúde, temos desafios comuns”, disse.
Na área de HIV e aids, o debate foi em torno da adesão às metas para melhorar a qualidade de vida das pessoas infectadas. Os países pretendem cumprir, até 2020, a meta estabelecida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e pela OMS, conhecida como 90-90-90 – testar 90% da população e, das pessoas que apresentarem resultado positivo, tratar 90% delas. Como resultado, conseguir que 90% das pessoas tratadas apresentem carga viral indetectável.
Sobre a epidemia de ebola, os representantes do Brics aprovaram a criação de um grupo de trabalho para desenvolver um plano conjunto de enfrentamento à doença. “Sob hipótese alguma podemos ficar tranquilos sobre ebola. Há a necessidade de continuar vigilante. Cada país fará a lição de casa, trabalhando no controle de portos e aeroportos, informando a população”, destacou Chioro.
De acordo com a pasta, nos encontros anteriores de ministros da Saúde do Brics – China (2011), Índia (2013) e África do Sul (2013) –, os governos apresentaram a necessidade de equacionar as diversas assimetrias na área de saúde. “Esta foi considerada por todos a mais proveitosa. Dá muita esperança de que nossa cooperação será cada vez mais produtiva”, concluiu o ministro da Saúde.
Editor Stênio Ribeiro
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