Temas variados são abordados
nas capas das revistas que circulam neste fim de semana.
VEJA informa que o Ministério
Público irá denunciar “o ex-presidente Lula por ocultação de patrimônios depois
de confirmar ser ele o dono do triplex reformado e mobiliado por empreiteira
punida rio escândalo do petrolão”. Veja a integra no final da análise de mídia
das revistas.
ISTOÉ destaca o avanço do
Aedes aegypti e afirma que a “inércia do governo para mobilizar a sociedade e o
baixo investimento em pesquisas” transformaram o inseto “em um supermosquito
que ameaça a população e as futuras gerações”.
ÉPOCA trata do submundo das
gangues virtuais, um “universo desconhecido em que jovens promovem ataques
racistas e homofóbicos em busca da fama no Facebook”.
As referências à Indústria
aparecem de forma pontual na cobertura das revistas.
CARTA CAPITAL aponta que,
segundo levantamento do BNDES, são necessários R$ 235 bilhões em linhas de
metrô, corredores expressos de ônibus e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT),
entre outros, para minimizar a paralisia nas principais regiões metropolitanas.
Conforme a reportagem, a
avaliação do transporte público tem piorado. “O porcentual de brasileiros que o
avalia como ótimo ou bom caiu de 39% em 2011 para 24% três anos depois, segundo
pesquisa da CNI”.
CARTA CAPITAL publica
comentário atribuído ao gerente da CNI, RENATO DA FONSECA, “os três principais
problemas são capilaridade, frequência e preço da passagem", analisa.
Em outro texto, CARTA CAPITAL
destaca os trabalhadores perdem cada vez mais tempo no trânsito, “Além de novos
modelos de financiamento atraentes para o capital privado e da adoção de
múltiplas opções de transporte, mudar a quadro atual dos congestionamentos nas
metrópoles exige uma política capaz de reduzir disparidades regionais e
aumentar a criação de empregos nas regiões periféricas”.
“Um em cada dez brasileiros
alega que o preço do transporte público é um limitador e outros 8% dizem que o
transporte público é desconfortável, sujo, cheira mal ou está sempre lotado,
aponta pesquisa da Confederação Nacional da Indústria”, menciona a revista.
Novas normas de repartição do
ICMS e o debate sobre a volta da CPMF são destaques na pauta setorial.
ISTOÉ DINHEIRO publica
entrevista com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, que afirma que
sua batalha mais recente é para aprovar um programa de crédito contra a crise e
para reverter um novo revés com o Fisco.
“Uma Emenda Constitucional
pretendia melhorar a repartição do ICMS entre os Estados, o que é uma discussão
justa. Mas sua implementação foi um desastre. Não levaram em conta o tratamento
diferenciado do Simples”, afirma Domingos.
Questionado sobre se aumentou
a tributação, o presidente do Sebrae responde que para “a pequena empresa, sim,
porque quando o produto é fruto de substituição tributária, vai ter de pagar de
novo o imposto que já recolheu na substituição, pagar como empresa do Simples
num Estado e bancar a diferença da alíquota em outro Estado”.
“O ICMS é um negócio que não
tem conserto. Não existe imposto de circulação nacional com legislação
estadual. O Brasil é um continente sem fronteiras, menos na questão do imposto.
Criou-se uma República com fronteiras. Quando se olha as legislações do ICMS,
percebemos que vivemos num verdadeiro manicômio tributário. E o ICMS é o dono
do manicômio”, avalia Guilherme Afif Domingos.
FRASES DA SEMANA, na ISTOÉ,
reproduz frase atribuída a Nelson Barbosa, ministro da Fazenda, no Fórum
Econômico Mundial, em Davos. "A CPMF é uma poupança necessária para
atravessarmos esse período de maior instabilidade, enquanto atuamos em outras
áreas da política fiscal e fazemos reformas estruturais para controlar o
crescimento do gasto público", disse o ministro.
MOEDA FORTE, na ISTOÉ
DINHEIRO, assinala que “saiu Joaquim Levy, entrou Nelson Barbosa e o assunto no
ministério da Fazenda continua o mesmo: a recriação da CPMF. Na semana passada,
em seu primeiro dia em Davos, Barbosa dizia que conta com o imposto do cheque
até maio. Como seu antecessor, terá de vencer a forte resistência no
Congresso”.
ISTOÉ DINHEIRO registra que,
no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o Brasil desempenha papel coadjuvante e
retrata perda de brilho dos emergentes no cenário econômico global, “um sinal
das dificuldades adiante nas tentativas de angariar recursos no exterior”.
Em reportagem de capa, ISTOÉ
DINHEIRO explica como “a Quarta Revolução Industrial” tem transformado o mundo
do trabalho e como tem afetado a maneira como as empresas e as pessoas
produzem.
“Mesmo em setores tradicionais
da indústria, como o automotivo, essa nova ordem mundial está se
espalhando", afirma o texto.
VEJA
A hora da verdade
O Ministério Público decide
denunciar o ex-presidente Lula por ocultação de patrimônios depois de confirmar
ser ele o dono do triplex reformado e mobiliado por empreiteira punida rio
escândalo do petrolão
Robson Bonin
Um truque recorrente na
carreira política do ex-presidente Lula é reescrever a história de modo a
exaltar feitos pessoais e varrer pecados para debaixo do tapete. Mas os fatos
são teimosos. Quando se pensa que estão enterrados para sempre, eles voltam a andar
sobre a terra como zumbis de filmes de terror. O mensalão, no plano mestre de
Lula, deixaria de existir se fosse negado três vezes todas as noites antes de o
galo cantar. O petrolão, monumental esquema de roubalheira na Petrobras
idealizado, organizado e consumado em seu governo - e, segundo testemunhas, com
reuniões no próprio gabinete presidencial - , entraria para a história como
mais um ardil dos setores conservadores da sociedade para impedir o avanço dos
defensores dos pobres. Nem o mais cego dos militantes do PT ainda acredita
nessas patacoadas que afrontam os fatos. Sim, os fatos, sempre eles. O tríplex
de Lula no Guarujá é outro desses fatos que o ex-presidente esperava ver se
dissipar no meio do redemoinho. Mas o tríplex está lá com seu elevador
privativo e linda vista para o Atlântico, e vai continuar. De nada adiantou a
pregação de Lula, na semana passada, para seu coro de blogueiros chapabranca
muito bem remunerados com o dinheiro escasso e suado do pobre povo brasileiro:
"Não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Pode ter igual, mas eu
duvido". Pode até ser que a alma não veja o que o corpo faz e se
entretenha no engano, mas a opinião pública há muito tempo não se ilude mais
com essas mandingas autolaudatórias de Lula.
Pelo tríplex que queria manter
clandestino, Lula será denunciado pelo Ministério Público por ocultação de
propriedade, uma das modalidades clássicas do crime de lavagem de dinheiro. A
denúncia contra o ex-presidente decorre da investigação de fraudes em negócios
realizados pela Bancoop, cooperativa habitacional de bancários que deu calote
em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT. A Bancoop
quebrou em 2006 e deixou quase 3000 famílias sem seus imóveis, enquanto viam,
inermes, petistas estrelados receber seus apartamentos. Em abril do ano
passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então
presidente da OAS, Léo Pinheiro, seu amigo do peito condenado a dezesseis anos
de prisão no petrolão, a empreiteira assumiu a construção de vários prédios da
cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João
Vaccari Neto, aquele mesmo que, até ser preso pela Operação Lava-Jato, comandou
a própria Bancoop e a tesouraria do PT. A OAS assumiu também a reforma do
tríplex de 297 metros quadrados no Edifício Solaris, de frente para o mar do
Guarujá, pertencente ao ex-presidente Lula e a sua esposa, Marisa Letícia.
A OAS desempenhou ainda o
papel de "laranja" de Lula, passando-se por dona do tríplex. A
manobra foi cuidadosamente apurada pelos promotores do Ministério Público de
São Paulo, que trabalham a apenas quinze minutos de carro da sede do Instituto
Lula. Durante seis meses, eles se dedicaram a esquadrinhar a relação entre a
OAS e o patrimônio imobiliário dos chefes petistas. Concluíram que o tríplex no
Guarujá é a evidência material mais visível da rentável parceria de Lula com os
empresários corruptores que hoje respondem por seus crimes diante do juiz
Sérgio Moro, que preside a Operação Lava-Jato. Os promotores ouviram testemunhas
e obtiveram recibos e contratos que colocam o ex-presidente na posição de ter
de explicar na Justiça as razões pelas quais tentou de todas as maneiras negar
ser o dono do tríplex. Para os promotores, as negaças de Lula configuram o
crime de lavagem de dinheiro.
VEJA teve acesso ao conjunto
de documentos que embasam a denúncia a ser oferecida contra Lula pelo MP.
Escondidas em meio a formalismos e tecnicalidades, emergem as provas daquilo
que o Brasil inteiro já desconfiava: Lula é o verdadeiro dono do tríplex no
Guarujá. As visitas do ex-presidente e da ex-primeira-dama ao imóvel estão
registradas em depoimentos prestados por funcionários da OAS, moradores e
funcionários do Edifício Solaris. A porteira Letícia Rodrigues disse ter visto
o ex-presidente e sua esposa no prédio e que a empreiteira providenciava
"arranjos florais" para receber os ilustres proprietários. A teimosia
dos fatos, mais uma vez, contesta as versões falsas tão diligentemente
divulgadas na internet pelos blogueiros oficiais do lulopetismo remunerados com
dinheiro dos impostos pagos pelos brasileiros - ou alguém acredita que esses
mercenários têm a vontade e a capacidade de ganhar o pão de cada dia com o suor
do próprio rosto? Ora, isso é coisa de pésrapados, como o zelador e a porteira
do Solaris, que testemunharam sobre as visitas do casal Lula ao seu luxuoso
ninho com vista para o Atlântico.
Avaliado em 2,5 milhões de
reais, o imóvel tem três quartos, suíte, cinco banheiros, dependência de
empregada, sala de estar, sala de TV, varanda gourmet e área de festas com
sauna e piscina na cobertura. O tríplex passou por uma ampla reforma, que
custou cerca de 800000 reais e incluiu a troca de revestimentos, a modificação
de paredes, a instalação de armários e até de um elevador privativo, que custou
à OAS quase 70 000 reais. A reforma completa, executada pela construtora
Tallento, como revelou VEJA em outubro passado, foi paga pela OAS em três
parcelas. Foram cerca de 14000 reais gastos só na pintura das paredes, quase 9
000 reais no encanamento da piscina e outros 30 000 na instalação de uma nova
escada entre o l1º e o 2º andares do tríplex. A equipe da reforma ainda renovou
o de que de madeira na área da piscina, os acabamentos em gesso, os balcões de
granito, colocou novo porcelanato na sauna e instalou armários que custaram
132000 reais. Durante a reforma, coube a Marisa Letícia acompanhar as
modificações realizadas no imóvel e o cronograma de execução da obra.
O objetivo dos Lula da Silva
era terminar as mudanças a tempo de passar o Natal de 2014 no imóvel. O plano
só não foi adiante porque o jornal O Globo publicou trechos da investigação do
Ministério Público sobre a Bancoop revelando a existência do tríplex.
"Marisa Letícia, esposa de Lula, chegou a frequentar o espaço comum do
edifício indagando sobre o salão de festas, piscina e áreas comuns",
revelou o zelador do prédio, Afonso Pinheiro, ressaltando que também foi
orientado pela OAS a manter tudo isso em segredo. Responsável pelos trabalhos,
o promotor Cássio Conserino ouviu quase trinta testemunhas. A VEJA ele disse
que a tentativa de ocultar a propriedade do apartamento terá consequências
judiciais para o casal Lula da Silva. "As investigações estão avançadas e
não há mais dúvida de que o único caminho é a denúncia", disse o promotor
(leia a entrevista na pág. 48). Nas próximas semanas, Lula e Marisa, juntamente
com o empreiteiro Léo Pinheiro, serão chamados a depor como investigados pelo
Ministério Público.
O promotor Cássio Conserino
ouviu também depoimentos de testemunhas relacionadas a outra propriedade, um
sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, usado frequentemente pelos Lula da
Silva e, a exemplo do tríplex do Guarujá, reformado com dinheiro da OAS, sob a
orientação direta do casal. O sítio está registrado no cartório de imóveis de
Atibaia em nome de dois sócios de um dos filhos de Lula. Conserino suspeita
fortemente que o sítio se encaixe nos mesmos capítulos que punem a ocultação de
patrimônio. Quando deixou o governo, no Fim de 2010, Lula divulgou que levaria parte
da mudança presidencial para o "seu" sitio, um recanto de 150000
metros quadrados em Atibaia. Conforme VEJA revelou, o recanto presidencial
passou por uma reforma completa paga pela OAS. A propriedade mudou de padrão.
As antigas moradias foram modernizadas e ampliadas. No curso das investigações,
o Ministério Público interrogou o arquiteto Igenes Irigaray, que comandou parte
da reforma do sítio e já prestou serviços a José Carlos Bumlai, outro amigão de
Lula preso na Lava-Jato. Encarregado de construir a parte mais luxuosa da
propriedade, um anexo de 110 metros quadrados para quatro suites, Irigaray
contou ainda que a empresa contratada para fazer o serviço foi a FA Montagem de
Estruturas. Na semana passada, VEJA foi até o município de Colorado, no interior
do Paraná, para visitar a sede da construtora. Ao chegar ao endereço, encontrou
uma casa simples numa rua de chão batido. Os moradores da casa informaram que
nunca tinham ouvido falar da empresa. Localizado pelo telefone, o proprietário,
Adriano Fernandes dos Anjos, confirmou que, a pedido de Bumlai, realmente
cuidou de uma etapa da obra. Ele contou que a mão de obra e os materiais de
construção foram fornecidos "por uma empreiteira", mas que ele não
sabe precisar se foi mesmo a OAS.
Outro truque clássico de Lula
é deixar os companheiros feridos no campo de batalha e seguir em frente como se
não tivesse nada com a refrega. Na semana passada, curiosamente a mesma em que
exaltou suas próprias virtudes de santo do pau oco, Lula defendeu a libertação
imediata de seu ex-braço-direito, José Dirceu, e do tesoureiro Vaccari. Ambos
estão em prisão preventiva em Curitiba. Qual seria a razão para essa súbita
demonstração de solidariedade por parte do ex-presidente
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