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domingo, 24 de janeiro de 2016

Análise de Mídia - REVISTAS, sábado 23 de janeiro de 2016

Temas variados são abordados nas capas das revistas que circulam neste fim de semana.

VEJA informa que o Ministério Público irá denunciar “o ex-presidente Lula por ocultação de patrimônios depois de confirmar ser ele o dono do triplex reformado e mobiliado por empreiteira punida rio escândalo do petrolão”. Veja a integra no final da análise de mídia das revistas.

ISTOÉ destaca o avanço do Aedes aegypti e afirma que a “inércia do governo para mobilizar a sociedade e o baixo investimento em pesquisas” transformaram o inseto “em um supermosquito que ameaça a população e as futuras gerações”.

ÉPOCA trata do submundo das gangues virtuais, um “universo desconhecido em que jovens promovem ataques racistas e homofóbicos em busca da fama no Facebook”.



As referências à Indústria aparecem de forma pontual na cobertura das revistas.

CARTA CAPITAL aponta que, segundo levantamento do BNDES, são necessários R$ 235 bilhões em linhas de metrô, corredores expressos de ônibus e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), entre outros, para minimizar a paralisia nas principais regiões metropolitanas.

Conforme a reportagem, a avaliação do transporte público tem piorado. “O porcentual de brasileiros que o avalia como ótimo ou bom caiu de 39% em 2011 para 24% três anos depois, segundo pesquisa da CNI”.

CARTA CAPITAL publica comentário atribuído ao gerente da CNI, RENATO DA FONSECA, “os três principais problemas são capilaridade, frequência e preço da passagem", analisa.

Em outro texto, CARTA CAPITAL destaca os trabalhadores perdem cada vez mais tempo no trânsito, “Além de novos modelos de financiamento atraentes para o capital privado e da adoção de múltiplas opções de transporte, mudar a quadro atual dos congestionamentos nas metrópoles exige uma política capaz de reduzir disparidades regionais e aumentar a criação de empregos nas regiões periféricas”.

“Um em cada dez brasileiros alega que o preço do transporte público é um limitador e outros 8% dizem que o transporte público é desconfortável, sujo, cheira mal ou está sempre lotado, aponta pesquisa da Confederação Nacional da Indústria”, menciona a revista.



Novas normas de repartição do ICMS e o debate sobre a volta da CPMF são destaques na pauta setorial.

ISTOÉ DINHEIRO publica entrevista com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, que afirma que sua batalha mais recente é para aprovar um programa de crédito contra a crise e para reverter um novo revés com o Fisco.

“Uma Emenda Constitucional pretendia melhorar a repartição do ICMS entre os Estados, o que é uma discussão justa. Mas sua implementação foi um desastre. Não levaram em conta o tratamento diferenciado do Simples”, afirma Domingos.

Questionado sobre se aumentou a tributação, o presidente do Sebrae responde que para “a pequena empresa, sim, porque quando o produto é fruto de substituição tributária, vai ter de pagar de novo o imposto que já recolheu na substituição, pagar como empresa do Simples num Estado e bancar a diferença da alíquota em outro Estado”.

“O ICMS é um negócio que não tem conserto. Não existe imposto de circulação nacional com legislação estadual. O Brasil é um continente sem fronteiras, menos na questão do imposto. Criou-se uma República com fronteiras. Quando se olha as legislações do ICMS, percebemos que vivemos num verdadeiro manicômio tributário. E o ICMS é o dono do manicômio”, avalia Guilherme Afif Domingos.

FRASES DA SEMANA, na ISTOÉ, reproduz frase atribuída a Nelson Barbosa, ministro da Fazenda, no Fórum Econômico Mundial, em Davos. "A CPMF é uma poupança necessária para atravessarmos esse período de maior instabilidade, enquanto atuamos em outras áreas da política fiscal e fazemos reformas estruturais para controlar o crescimento do gasto público", disse o ministro.

MOEDA FORTE, na ISTOÉ DINHEIRO, assinala que “saiu Joaquim Levy, entrou Nelson Barbosa e o assunto no ministério da Fazenda continua o mesmo: a recriação da CPMF. Na semana passada, em seu primeiro dia em Davos, Barbosa dizia que conta com o imposto do cheque até maio. Como seu antecessor, terá de vencer a forte resistência no Congresso”.

ISTOÉ DINHEIRO registra que, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o Brasil desempenha papel coadjuvante e retrata perda de brilho dos emergentes no cenário econômico global, “um sinal das dificuldades adiante nas tentativas de angariar recursos no exterior”.

Em reportagem de capa, ISTOÉ DINHEIRO explica como “a Quarta Revolução Industrial” tem transformado o mundo do trabalho e como tem afetado a maneira como as empresas e as pessoas produzem.

“Mesmo em setores tradicionais da indústria, como o automotivo, essa nova ordem mundial está se espalhando", afirma o texto.

VEJA
A hora da verdade
O Ministério Público decide denunciar o ex-presidente Lula por ocultação de patrimônios depois de confirmar ser ele o dono do triplex reformado e mobiliado por empreiteira punida rio escândalo do petrolão
Robson Bonin

Um truque recorrente na carreira política do ex-presidente Lula é reescrever a história de modo a exaltar feitos pessoais e varrer pecados para debaixo do tapete. Mas os fatos são teimosos. Quando se pensa que estão enterrados para sempre, eles voltam a andar sobre a terra como zumbis de filmes de terror. O mensalão, no plano mestre de Lula, deixaria de existir se fosse negado três vezes todas as noites antes de o galo cantar. O petrolão, monumental esquema de roubalheira na Petrobras idealizado, organizado e consumado em seu governo - e, segundo testemunhas, com reuniões no próprio gabinete presidencial - , entraria para a história como mais um ardil dos setores conservadores da sociedade para impedir o avanço dos defensores dos pobres. Nem o mais cego dos militantes do PT ainda acredita nessas patacoadas que afrontam os fatos. Sim, os fatos, sempre eles. O tríplex de Lula no Guarujá é outro desses fatos que o ex-presidente esperava ver se dissipar no meio do redemoinho. Mas o tríplex está lá com seu elevador privativo e linda vista para o Atlântico, e vai continuar. De nada adiantou a pregação de Lula, na semana passada, para seu coro de blogueiros chapabranca muito bem remunerados com o dinheiro escasso e suado do pobre povo brasileiro: "Não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Pode ter igual, mas eu duvido". Pode até ser que a alma não veja o que o corpo faz e se entretenha no engano, mas a opinião pública há muito tempo não se ilude mais com essas mandingas autolaudatórias de Lula.

Pelo tríplex que queria manter clandestino, Lula será denunciado pelo Ministério Público por ocultação de propriedade, uma das modalidades clássicas do crime de lavagem de dinheiro. A denúncia contra o ex-presidente decorre da investigação de fraudes em negócios realizados pela Bancoop, cooperativa habitacional de bancários que deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT. A Bancoop quebrou em 2006 e deixou quase 3000 famílias sem seus imóveis, enquanto viam, inermes, petistas estrelados receber seus apartamentos. Em abril do ano passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Léo Pinheiro, seu amigo do peito condenado a dezesseis anos de prisão no petrolão, a empreiteira assumiu a construção de vários prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João Vaccari Neto, aquele mesmo que, até ser preso pela Operação Lava-Jato, comandou a própria Bancoop e a tesouraria do PT. A OAS assumiu também a reforma do tríplex de 297 metros quadrados no Edifício Solaris, de frente para o mar do Guarujá, pertencente ao ex-presidente Lula e a sua esposa, Marisa Letícia.

A OAS desempenhou ainda o papel de "laranja" de Lula, passando-se por dona do tríplex. A manobra foi cuidadosamente apurada pelos promotores do Ministério Público de São Paulo, que trabalham a apenas quinze minutos de carro da sede do Instituto Lula. Durante seis meses, eles se dedicaram a esquadrinhar a relação entre a OAS e o patrimônio imobiliário dos chefes petistas. Concluíram que o tríplex no Guarujá é a evidência material mais visível da rentável parceria de Lula com os empresários corruptores que hoje respondem por seus crimes diante do juiz Sérgio Moro, que preside a Operação Lava-Jato. Os promotores ouviram testemunhas e obtiveram recibos e contratos que colocam o ex-presidente na posição de ter de explicar na Justiça as razões pelas quais tentou de todas as maneiras negar ser o dono do tríplex. Para os promotores, as negaças de Lula configuram o crime de lavagem de dinheiro.

VEJA teve acesso ao conjunto de documentos que embasam a denúncia a ser oferecida contra Lula pelo MP. Escondidas em meio a formalismos e tecnicalidades, emergem as provas daquilo que o Brasil inteiro já desconfiava: Lula é o verdadeiro dono do tríplex no Guarujá. As visitas do ex-presidente e da ex-primeira-dama ao imóvel estão registradas em depoimentos prestados por funcionários da OAS, moradores e funcionários do Edifício Solaris. A porteira Letícia Rodrigues disse ter visto o ex-presidente e sua esposa no prédio e que a empreiteira providenciava "arranjos florais" para receber os ilustres proprietários. A teimosia dos fatos, mais uma vez, contesta as versões falsas tão diligentemente divulgadas na internet pelos blogueiros oficiais do lulopetismo remunerados com dinheiro dos impostos pagos pelos brasileiros - ou alguém acredita que esses mercenários têm a vontade e a capacidade de ganhar o pão de cada dia com o suor do próprio rosto? Ora, isso é coisa de pésrapados, como o zelador e a porteira do Solaris, que testemunharam sobre as visitas do casal Lula ao seu luxuoso ninho com vista para o Atlântico.

Avaliado em 2,5 milhões de reais, o imóvel tem três quartos, suíte, cinco banheiros, dependência de empregada, sala de estar, sala de TV, varanda gourmet e área de festas com sauna e piscina na cobertura. O tríplex passou por uma ampla reforma, que custou cerca de 800000 reais e incluiu a troca de revestimentos, a modificação de paredes, a instalação de armários e até de um elevador privativo, que custou à OAS quase 70 000 reais. A reforma completa, executada pela construtora Tallento, como revelou VEJA em outubro passado, foi paga pela OAS em três parcelas. Foram cerca de 14000 reais gastos só na pintura das paredes, quase 9 000 reais no encanamento da piscina e outros 30 000 na instalação de uma nova escada entre o l1º e o 2º andares do tríplex. A equipe da reforma ainda renovou o de que de madeira na área da piscina, os acabamentos em gesso, os balcões de granito, colocou novo porcelanato na sauna e instalou armários que custaram 132000 reais. Durante a reforma, coube a Marisa Letícia acompanhar as modificações realizadas no imóvel e o cronograma de execução da obra.

O objetivo dos Lula da Silva era terminar as mudanças a tempo de passar o Natal de 2014 no imóvel. O plano só não foi adiante porque o jornal O Globo publicou trechos da investigação do Ministério Público sobre a Bancoop revelando a existência do tríplex. "Marisa Letícia, esposa de Lula, chegou a frequentar o espaço comum do edifício indagando sobre o salão de festas, piscina e áreas comuns", revelou o zelador do prédio, Afonso Pinheiro, ressaltando que também foi orientado pela OAS a manter tudo isso em segredo. Responsável pelos trabalhos, o promotor Cássio Conserino ouviu quase trinta testemunhas. A VEJA ele disse que a tentativa de ocultar a propriedade do apartamento terá consequências judiciais para o casal Lula da Silva. "As investigações estão avançadas e não há mais dúvida de que o único caminho é a denúncia", disse o promotor (leia a entrevista na pág. 48). Nas próximas semanas, Lula e Marisa, juntamente com o empreiteiro Léo Pinheiro, serão chamados a depor como investigados pelo Ministério Público.

O promotor Cássio Conserino ouviu também depoimentos de testemunhas relacionadas a outra propriedade, um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, usado frequentemente pelos Lula da Silva e, a exemplo do tríplex do Guarujá, reformado com dinheiro da OAS, sob a orientação direta do casal. O sítio está registrado no cartório de imóveis de Atibaia em nome de dois sócios de um dos filhos de Lula. Conserino suspeita fortemente que o sítio se encaixe nos mesmos capítulos que punem a ocultação de patrimônio. Quando deixou o governo, no Fim de 2010, Lula divulgou que levaria parte da mudança presidencial para o "seu" sitio, um recanto de 150000 metros quadrados em Atibaia. Conforme VEJA revelou, o recanto presidencial passou por uma reforma completa paga pela OAS. A propriedade mudou de padrão. As antigas moradias foram modernizadas e ampliadas. No curso das investigações, o Ministério Público interrogou o arquiteto Igenes Irigaray, que comandou parte da reforma do sítio e já prestou serviços a José Carlos Bumlai, outro amigão de Lula preso na Lava-Jato. Encarregado de construir a parte mais luxuosa da propriedade, um anexo de 110 metros quadrados para quatro suites, Irigaray contou ainda que a empresa contratada para fazer o serviço foi a FA Montagem de Estruturas. Na semana passada, VEJA foi até o município de Colorado, no interior do Paraná, para visitar a sede da construtora. Ao chegar ao endereço, encontrou uma casa simples numa rua de chão batido. Os moradores da casa informaram que nunca tinham ouvido falar da empresa. Localizado pelo telefone, o proprietário, Adriano Fernandes dos Anjos, confirmou que, a pedido de Bumlai, realmente cuidou de uma etapa da obra. Ele contou que a mão de obra e os materiais de construção foram fornecidos "por uma empreiteira", mas que ele não sabe precisar se foi mesmo a OAS.

Outro truque clássico de Lula é deixar os companheiros feridos no campo de batalha e seguir em frente como se não tivesse nada com a refrega. Na semana passada, curiosamente a mesma em que exaltou suas próprias virtudes de santo do pau oco, Lula defendeu a libertação imediata de seu ex-braço-direito, José Dirceu, e do tesoureiro Vaccari. Ambos estão em prisão preventiva em Curitiba. Qual seria a razão para essa súbita demonstração de solidariedade por parte do ex-presidente


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