Todos os dias 6 mil pessoas
são infectadas pelo vírus HIV mas apenas com investimentos será possível acabar
com a doença em 15 anos, afirma Michel Sidibé em entrevista à Revista G7G20.
A AIDS ainda prejudica a produtividade, sufoca o crescimento
local e nacional e ofusca as perspectivas de verdadeiramente inclusivas. O
alerta é do diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids (UNAIDS), Michel Sidibé, em entrevista publicada pela edição de setembro da Revista G7G20.
A publicação online é parceria
entre grupos de pesquisa G7 e G20 da Munk School of Global Affairs, da
Universidade de Toronto, no Canadá.
De acordo com Sidibé, 17
milhões de pessoas vivendo com HIV em terapia antirretroviral, um aumento de
cerca de um terço, enquanto as mortes caíram na mesma proporção nas regiões
mais afetadas, na África. Ainda assim, ele considera que o efeito paralisante
da doença ainda é sentido em todas as regiões.
“Os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) incluem uma meta ousada, mas viável, para
acabar com a epidemia de AIDS até 2030. O nosso sucesso no alcance desta meta
depende inteiramente do que fizermos hoje”, afirmou, lembrando que é necessário
mais investimentos nos próximos cinco anos.
Sidibé disse que o fato de os
membros da ONU terem aprovado recentemente uma declaração política sobre o fim
da doença aponta que o caminho está dado. “A declaração nos coloca em um
caminho mais rápido para acabar com a AIDS dentro de 15 anos. Ela pede por
investimentos anuais de pelo menos 26 bilhões de dólares até 2020. Se
seguirmos o roteiro estabelecido pela Declaração, vamos acabar com essa
epidemia”, avaliou.
Ao lembrar que todos os dias 6
mil pessoas são infectadas pelo HIV, o diretor executivo afirmou que os países
do G20 precisam colaborar para atingir a meta proposta. “A AIDS continua a ser
a maior causa de morte de mulheres em idade reprodutiva e a segunda maior entre
adolescentes. Temos as ferramentas e o conhecimento científico necessários para
acabar com a AIDS. Se nós os desperdiçarmos, o mundo não perdoará o nosso
fracasso. Essa pode ser a nossa última chance”, alertou.
Na entrevista, ele relatou o
exemplo da África do Sul, que integrou à resposta à doença ao sistema nacional
de saúde. “É um exemplo brilhante de como a liderança política pode ajudar a
salvar vidas e a construir programas de saúde sustentáveis e integrados,
abrindo o caminho para a cobertura de saúde universal e para o objetivo de
segurança em saúde para todos”, avaliou.
A íntegra de entrevista, em
inglês, está disponível a partir da página 180 da publicação: http://www.g7g20.com/eBooks/G20_China_web.pdf
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