O pequeno João Pedro, de 3
anos de idade, está internado no Hospital Infantil Albert Sabin, da rede
pública do Governo do Estado. Desde os dois anos de idade, Pedro sofre de
convulsões recorrentes. Ele foi diagnosticado com Encefalite de Rasmussen, uma
desordem neurológica rara e progressiva, que se caracteriza principalmente
pelos ataques epiléticos frequentes e severos. Na última quarta-feira, 31, João
Pedro participou de um moderno procedimento cirúrgico para o tratamento da
epilepsia no Hospital Albert Sabin. O hospital, que é referência no atendimento
a crianças e adolescentes com doenças de alta complexidade, fez a primeira
hemisferectomia da unidade. “Trata-se de um tratamento cirúrgico daquela
epilepsia que não responde aos medicamentos”, explica o neurocirurgião
pediátrico Eduardo Jucá.
Logo após a cirurgia, João
Pedro foi encaminhado para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital
Albert Sabin. Ele acordou no dia seguinte e, desde então, não tem apresentado
crises convulsivas e se encontra estável. Segundo a equipe médica, o menino
deve permanecer na UTI por mais alguns dias. Os pais, Maiara e Francisco
Wellington Falcão Castro, afirmam estar impressionados com a melhora do filho.
A avó, Maria do Carmo Vieira Rodrigues, não vê a hora de poder levar o menino
para casa, no Parque Santa Rosa. “Deus é maior e ele vai se recuperar”, diz
Maria.
João Pedro já se encontrava
debilitado, com paralisia parcial no lado direito do corpo e declínio
cognitivo. Por esses motivos, a equipe médica do Albert Sabin avaliou que uma
viagem até São Paulo para realização do procedimento poderia ser ainda mais
desgastante para a criança. “As convulões eram a toda hora, elas não paravam.
Os médicos disseram que somente com a cirurgia, ele poderia melhorar. É difícil,
a gente sabe. Mas a gente tem muita fé”, fala a avó.
De acordo com a diretora geral
do hospital, Marfisa Portela, com o novo procedimento cirúrgico no Albert
Sabin, outras crianças com hemisferectomia terão o atendimento garantido e mais
perto de casa, sem precisar viajar a um outro estado para fazer a cirurgia.
“Poder realizar esse procedimento só torna ainda melhor o tratamento de
excelência que trabalhamos para os nossos pacientes”, afirma.
Hemisferoctomia
Para realizar o procedimento,
foi convidado o neurocirurgião da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (USP), em Ribeirão Preto, Marcelo Volpon. “Existem centros de excelência
no país que realizam a cirurgia já como rotina, uma deles é USP de Ribeirão
Preto. Então, a gente contou com a participação especial do Dr. Marcelo Volpon
para conduzir o procedimento”, ressalta Eduardo Jucá.
“É importante frisar que
Encefalite de Rasmussen é classicamente tratada dessa forma porque afeta toda
uma metade do cérebro. Então, o tratamento é isolar essa metade do restante. O
que se espera conseguir de imediato é a diminuição ou parada das crises
convulsivas. Daí vem o trabalho de reabilitação. A cirurgia é o ponto inicial
do tratamento”, explica Volpon, ressaltando que o tratamento acontece a longo
prazo.
Ao todo, 10 profissionais,
entre neurocirurgiões, enfermeiros, técnicos e anestesista, se envolveram
diretamente na cirurgia. E todo o procedimento, que foi iniciado às 6h e
terminado às 14h40, foi transmitido para a equipe de residentes. “Essa decisão
de fazer a cirurgia aqui acabou com o risco da viagem, o estado de João Pedro
já era difícil. Agora, acredito que podemos nos manter fazendo a
hemisferectomia aqui no Sabin. Foi provado que, em termos de equipamento, o
hospital está preparado”, afirma Eduardo Jucá. Opinião semelhante a apresentada
pelo médico convidado, Marcelo Volpon: “para esse tipo de cirurgia,
particularmente, a gente conseguiu fazer sem nenhum problema”.
Assessora de Comunicação do Hospital Infantil Albert Sabin
Diana Vasconcelos
(85) 3256-1574
imprensa@hias.ce.gov.br
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Fotos: Assessoria de
Comunicação do Hias
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