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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Avaliação biológica de produtos para a saúde - NBR ISO 10993-12 de 08/2016

A preparação de amostras e materiais de referência de produtos para a saúde

A NBR ISO 10993-12 de 08/2016 - Avaliação biológica de produtos para a saúde - Parte 12: Preparação de amostras e materiais de referência especifica requisitos e fornece orientação sobre os procedimentos a serem seguidos na preparação de amostras e seleção de materiais de referência para ensaios de produtos para a saúde em sistemas biológicos, em conformidade com uma ou mais partes da série ISO 10993. Especificamente, esta Parte da NBR ISO 10993 trata de: seleção da amostra de ensaio; seleção das partes representativas de um produto; preparação da amostra de ensaio; controles experimentais; seleção e requisitos para materiais de referência; e preparação dos extratos. Não é aplicável às células vivas, mas pode ser relevante para os materiais ou componentes de produtos combinados contendo células vivas.

A NBR ISO 10993, sob o título geral “Avaliação biológica de produtos para a saúde”, tem previsão de conter as seguintes partes: Parte 1: Avaliação e ensaio dentro de um processo de gerenciamento de risco; Part 2: Animal welfare requirements; Part 3: Tests for genotoxicity, carcinogenicity and reproductive toxicity; Part 4: Selection of tests for interactions with blood; Part 5: Tests for in vitro cytotoxicity; Part 6: Tests for local effects after implantation; Part 7: Ethylene oxide sterilization residuals; Part 9: Framework for identification and quantification of potential degradation products; Part 10: Tests for irritation and skin sensitization; Part 11: Tests for systemic toxicity; Parte 12: Preparação de amostras e materiais de referência; Part 13: Identification and quantification of degradation products from polymeric medical devices; Part 14: Identification and quantification of degradation products from ceramics; Part 15: Identification and quantification of degradation products from metals and alloys; Part 16: Toxicokinetic study design for degradation products and leachables; Part 17: Establishment of allowable limits for leachable substances; Part 18: Chemical characterization of materials; Part 19: Physico-chemical, morphological and topographical characterization of materials; e Part 20: Principles and methods for immunotoxicology testing of medical devices.

Esta Parte 12 da NBR ISO 10993 especifica os métodos de preparação de amostras e fornece requisitos e orientação para a seleção de materiais de referência na avaliação biológica de produtos para a saúde. É importante que os métodos de preparação de amostras sejam apropriados tanto para os métodos de avaliação biológica quanto para os materiais sendo avaliados.

Cada método de ensaio biológico requer a seleção de materiais, extração de solventes e condições. Esta Parte 12 tem como base, sempre que possível, especificações, regulamentações e normas existentes. Ela é periodicamente analisada criticamente e revisada.

Quando da identificação de perigos e estimativa de riscos em relação a produtos para a saúde, os perigos que decorrem de alterações, ou de controle insuficiente dos processos de fabricação, devem ser considerados no projeto e preparação de amostras para ensaio, como descrito na NBR ISO 14971. Deve-se prestar atenção particular aos resíduos, por exemplo, elementos-traço, agentes de limpeza e desinfecção, dos processos de manufatura.

A ISO 10993 descreve vários sistemas de ensaios biológicos diferentes. Portanto, as partes individuais devem ser consultadas para verificar se estes são adequados para sistemas-teste específicos. Os controles experimentais devem ser empregados nas avaliações biológicas para validar o procedimento de ensaio e/ou comparar os resultados entre materiais.

Dependendo do ensaio biológico, controles negativos, brancos e/ou controles positivos devem ser utilizados, conforme for apropriado para o ensaio. O mesmo tipo de controle pode ser aplicável a ensaios diferentes e pode permitir a referência cruzada com outros materiais e métodos de ensaio estabelecidos.

Orientação adicional para a seleção dos controles experimentais é fornecida no Anexo A. O uso de controles positivos para ensaios in vivo pode ser afetado pela regulamentação de bem-estar animal.

A qualificação de um MR é um procedimento que estabelece o valor numérico ou qualitativo da resposta biológica do material sob condições específicas de ensaio, assegurando reprodutibilidade da resposta dentro e/ou entre laboratórios. O intervalo de respostas biológicas associadas ao material deve ser estabelecido por ensaios laboratoriais. Ver também o ABNT ISO Guia 34.

Os fornecedores dos MR devem certificar os materiais. O fornecedor determina a extensão das caracterizações química e física que são realizadas. Os laboratórios individuais que utilizam os MR devem identificar a caracterização biológica necessária para qualificar um MR para um ensaio ou procedimento específico.

Os materiais disponíveis comercialmente podem ser usados como MR, desde que sejam certificados e qualificados. A certificação de um MR é um procedimento que estabelece valores numéricos ou qualitativos da resposta biológica do material sob condições de ensaio específicas. Este processo serve para validar o ensaio do material para uma resposta particular e resulta na emissão de um certificado.

A resposta biológica do material deve ser estabelecida por ensaios interlaboratoriais. Os MR ou MRC devem ser utilizados em ensaios biológicos como materiais de controle para demonstrar a adequabilidade de um procedimento em apresentar uma resposta reprodutível, ou seja, positiva e/ou negativa. Qualquer material utilizado desta forma deve ser caracterizado para cada procedimento de ensaio biológico no qual o uso do material é desejado.

Um material caracterizado e depois certificado para um método de ensaio ou resposta de referência, por exemplo, hipersensibilidade tipo tardia, não pode ser utilizado como um MR para outro, por exemplo, citotoxicidade, sem validação adicional. O uso de um MR facilitará a comparabilidade da resposta entre laboratórios e auxiliará na avaliação da reprodutibilidade do desempenho do ensaio dentro de laboratórios individuais.

Para comparação da resposta biológica, é desejável utilizar os MR que tenham um intervalo de respostas, por exemplo, mínima, intermediária ou severa. Os MR utilizados como controles experimentais devem atender aos procedimentos estabelecidos de garantia da qualidade do fabricante e do laboratório de ensaio. Eles devem ser identificados quanto à fonte, fabricante, grau e tipo. Os MR são processados como descrito na Seção 8.

Quando os MR forem utilizados como controles experimentais, devem estar na mesma classe de material que a amostra de ensaio, isto é, polímero, cerâmica, metal, coloide etc. Entretanto, as substâncias químicas puras podem ser utilizadas como controles experimentais em procedimentos de ensaio com base mecânica, como, por exemplo, ensaios de genotoxicidade e imuno-hipersensibilidade tipo tardia.

Os ensaios devem ser realizados no produto final, ou em amostras representativas dos produtos finais, ou em materiais processados da mesma maneira que o produto final (ver NBR ISO 10993-1), ou em extratos apropriados de qualquer um dos anteriores. A escolha da amostra de ensaio deve ser justificada. Nos casos de materiais que são curados in situ, podem ser necessárias amostras de ensaio diferentes, representativas do material curado para comparação com o estado não curado do material.

O mesmo procedimento de seleção do material de ensaio se aplica quando um extrato é requerido. As amostras de ensaio e os MR devem ser manipulados de forma a prevenir contaminações. Quaisquer resíduos dos processos de fabricação devem ser considerados constituintes do produto, porção do produto e seus componentes.

Para orientação adicional sobre o preparo, ver Anexo B. As amostras de ensaio de produtos esterilizados e os MR devem ser manipulados assepticamente, quando for apropriado para o procedimento de ensaio. As amostras de ensaio de um produto que é normalmente fornecido não estéril, mas que requeira esterilização prévia ao uso, devem ser esterilizadas pelo método recomendado pelo fabricante e manipuladas assepticamente, quando for apropriado para o procedimento de ensaio.

Se as amostras de ensaio forem limpas antes da esterilização, a influência do processo e do agente de limpeza deve ser considerada na seleção e manipulação da amostra de ensaio. As amostras de ensaio de produtos que não requeiram ser estéreis no uso, devem ser utilizadas conforme fornecidas e manipuladas assepticamente ao longo da sua preparação.

Se forem requeridas amostras estéreis para um procedimento de ensaio, por exemplo, para o ensaio de citotoxicidade, o efeito dos processos de esterilização ou reesterilização sobre a amostra de ensaio e sobre o MR deve ser considerado. Quando as amostras de ensaio e os MR precisarem ser cortados em pedaços, deve ser considerada a influência das superfícies não expostas previamente, por exemplo, lumens ou superfícies cortadas.

As ferramentas utilizadas para cortar os produtos para a saúde em porções representativas para ensaio devem ser limpas entre os usos para evitar contaminação. Se um produto não puder ser ensaiado como um todo, cada material individual no produto final deve ser proporcionalmente representado na amostra de ensaio.

A amostra de ensaio de produtos com superfícies revestidas deve incluir tanto o material de revestimento quanto o substrato, mesmo se o substrato não tiver nenhum contato com o tecido. A amostra de ensaio deve incluir uma porção representativa do conjunto e/ou do selo, se adesivos, selos de radiofrequência (RF) ou selos de solvente forem utilizados na fabricação de uma porção do produto que entre em contato com o paciente.

Os materiais compostos devem ser ensaiados como materiais acabados. Quando diferentes materiais estiverem presentes em um único produto, o potencial para sinergias e interações deve ser considerado na escolha da amostra de ensaio. A amostra de ensaio deve ser escolhida de forma a maximizar a exposição do sistema-teste aos componentes de um produto que seja reconhecido por ter potencial para uma resposta biológica.

FONTE: Equipe Target


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