Comitê Internacional elogia
Brasil pelas medidas bem-sucedidas de saúde pública. OMS destaca que a falta de
casos de Zika reafirmou a avaliação de baixo risco no evento
Durante os 17 dias de
competição dos Jogos Olímpicos no Brasil, o Centro Integrado de Operações
Conjuntas da Saúde Nacional (CIOCS), do Ministério da Saúde, registrou 11.235
atendimentos dentro e fora das instalações olímpicas, estádios da competição e
outros locais de grande concentração de turistas. Do total, 10.157 foram
atendimentos clínicos, 932 traumas, 30 atendimentos de doenças de notificação
compulsória e 365 remoções para unidades de saúde. Vale destacar que entre os
atendimentos e agravos notificados, no período da competição foi considerado
mínimo o risco de contrair Zika no Brasil. Foram registrados apenas dois casos
suspeitos, sendo um descartado e um outro inconclusivo. O dado preliminar
confirma que as condições climáticas da época e a mobilização no combate ao
mosquito ajudaram na redução da proliferação do mosquito.
A previsão inicial é de seriam
realizados, durante os Jogos Olímpicos, 22 mil atendimentos médicos dentro das
instalações olímpicas, cerca de duas vezes mais que os jogos de Londres. É
importante reforçar que os números foram bem menores (metade) do que o
esperado. Durante a última edição dos Jogos Olímpicos em Londres 2015, foram
realizados 11.300 atendimentos médicos dentro das instalações olímpicas.
OMS – O
Comitê de Emergência sob o Regulamento Sanitário Internacional felicitou o
Brasil, nesta sexta-feira (02) pela aplicação bem-sucedida de medidas de saúde
pública adequadas durante os Jogos Olímpicos.Durante reunião do Comitê de
Emergência, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltou que, até o momento,
não houve relatos de casos confirmados de vírus Zika, tanto entre atletas como
entre as pessoas que foram ao evento. Segundo a organização, a falta de casos
apoia as conclusões da avaliação dos riscos em relação aos Jogos Olímpicos.
RIO DE JANEIRO – A
cidade concentrou o maior registro. Foram10.343 atendimentos, desde a abertura
da Policlínica na Vila dos Atletas, a partir do dia 24 de julho, até o
encerramento do evento. Os dados foram consolidados por zona olímpica, sendo 6.118
(68,9%) Cluster Barra da Tijuca; 1.349 (15,2%) Cluster Deodoro; 734 (8,3%)
Cluster Maracanã e 675 (7,6%) Cluster Copacabana.
No total de atendimentos
realizados durante as competições, 90% dos casos foram resolvidos no próprio
local, aproximadamente 1,5% dos casos houve necessidade de internação e ou
remoção.
O Centro Integrado de
Operações Conjuntas da Saúde Nacional (CIOCS) registrou ainda os agravos de
notificação compulsória, dentre eles: conjuntivite; acidente com animal
peçonhento; acidente com animal potencialmente transmissor da raiva;
arboviroses; dengue; doença diarreica aguda; malária; meningite; SRAG;
varicela; violência sexual² e Zika. Vale ressaltar que, entre os agravos de
Dengue, foram notificados três casos suspeitos, um descartado e dois
inconclusivos, já entre os casos de Zika, foram registrados dos casos
suspeitos, sendo um descartado e um inconclusivo. Não foram notificados
casos de doenças nas outras cidades sedes.
É importante destacar que em
relação aos casos de agravos inconclusivos, o resultado foi impreciso para o
agente pesquisado e/ou suspeito. Desta forma, não foi identificado o agente
etiológico.
ÓBITOS – Durante
o período dos Jogos Olímpicos, foram registradas seis mortes, sendo quatro
brasileiros e três estrangeiros no Rio de Janeiro. Nas demais cidades sedes da
competição não foram notificados óbitos. As causas das mortes são decorrentes
de violência interpessoal e causas naturais (Infarto Agudo do Miocárdio,
Varizes Esofagianas, Afogamento e Pneumonia em portador de HIV).
Em relação a acidentes do tipo
químico, biológico, radiológico e nuclear, durante o período dos jogos, só
foram notificados dois casos suspeitos. Sendo um no Rio de Janeiro, considerado
evento sem importância, e um em Brasília sem vítimas. Nas outras sedes não
foram relatadas ocorrências.
Foram realizadas 4.846
inspeções em serviços de alimentação durante o período dos Jogos. O objetivo
foi verificar se os estabelecimentos possuíam algum tipo de irregularidade ou
não, e se era relevante. Também foi monitorado no mesmo tempo o abastecimento
de água para consumo.
GUARDIÕES DA SAÚDE - Por
meio do aplicativo Guardiões da Saúde, iniciativa pioneira no mundo em eventos
de massa, o Ministério da Saúde recebeu 5.284 registros de 2,7 mil usuários
relatando a sua condição de saúde (muito bem, bem, mal, muito mal). A análise
dos dados não demonstrou nenhuma situação de alerta em saúde pública.
A ferramenta é destinada a
todos os torcedores brasileiros e estrangeiros que queiram ajudar técnicos do
Sistema Único de Saúde (SUS) a mapear a ocorrência de sintomas similares em
determinadas localidades e, com isso, permitir que seja possível a adoção de
providências necessárias para informar e proteger a população de forma ágil. O
aplicativo está disponível para download, gratuitamente, nas lojas
virtuais Play Store e Apple Store nos idiomas
português, inglês e espanhol. Após a competição, a ferramenta será adaptada
para ser utilizada em outros eventos do país.
CIOCS –
Para monitorar as situações de risco, a demanda por atendimento e vigilância, e
dar respostas coordenadas com as secretarias durante grandes eventos, o
Ministério da Saúde criou, em 2011, o Centro Integrado de Operações Conjuntas
da Saúde. Em operação desde o dia 29 de julho, o centro segue em funcionamento
até o dia 20 de setembro para atender Paralímpicos e monitorar o retorno das
delegações e turistas aos seus países de origem. Durante os 29 dias de operação
são mantidas equipes mobilizadas, em regime de escala, 24 horas. Cerca de 100
profissionais do CIOCS nacional do Governo Federal, das áreas de assistência,
vigilância sanitária, epidemiológicas e saúde suplementar atuaram nas
atividades de campo e de monitoramento.
Por Alexandre Penido, da
Agência Saúde
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