Recurso
faz parte de ação integrada entre os ministérios da Saúde; Educação e Ciência e
Tecnologia. O Objetivo é incentivar estudos para a descoberta de novas
tecnologias
Para
incentivar estudos que contribuam na prevenção, diagnóstico e tratamento de
infecções causadas pelo vírus Zika e doenças correlacionadas, o Governo Federal
lançou nesta quinta-feira (02) edital que prevê recursos R$ 65 milhões para
pesquisas nesta área. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, participou do
lançamento do edital em Brasília. O edital é uma parceria dos entre os
ministérios da Saúde; Educação; e da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações.
Do
montante total, R$ 20 milhões faz parte do orçamento do Ministério da Saúde, R$
15 milhões do Ministério Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) e
R$ 30 milhões do Ministério da educação (MEC). O recurso faz parte das ações do
Eixo de Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa do Plano Nacional de
Enfrentamento ao Aedes aegypti e à Microcefalia, lançado pelo Governo Federal
em dezembro de 2015.
A
expectativa é que esses estudos promovam a descoberta de novas tecnologias e
insumos estratégicos com ênfase para o vírus Zika. “O nosso objetivo é
encontrar tecnologias e mecanismos para combater o mosquito. É a nossa
prioridade porque atacar o vetor é mais eficiente, porque senão vamos ter que
produzir vacinas para cada doença nova que aparecer,” afirmou o ministro da
Saúde, Ricardo Barros.
INSCRIÇÃO
- O pesquisador interessado em participar do edital deve encaminhar o projeto
pelo site do CNPq (http://cnpq.br) juntamente com o Formulário de Propostas
online, disponível na Plataforma Carlos Chagas. O projeto deve estar inserido
dentro de uma das nove linhas temáticas de pesquisas relacionadas ao vírus
Zika. São elas: desenvolvimento de novas tecnologias diagnósticas;
desenvolvimento e avaliação de repelentes e de imunobiológicos; inovação em
gestão de serviços em saúde; imunologia e virologia; epidemiologia e vigilância
em saúde; estratégias para controle de vetores; desenvolvimento de tecnologias
sociais e inovação em educação ambiental e sanitária, além de Fisiopatologia e
clínica. Os estudos devem ser concluídos dentro do prazo de 48 meses.
As
propostas passarão por cinco etapas de análises por especialistas e consultores
do Capes, CNPq e do Departamento de Ciência e Tecnologia e da Secretaria de
Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Os resultados e a contratação das
pesquisas serão realizados no início do segundo semestre. Os projetos serão
financiados dentro de três faixas de recursos: até R$ 500 mi, de R$ 500 mil até
R$ 1,5 milhão e de R$ 1,5 milhão até R$ 2,5 milhões.
OLIMPÍADAS
– Durante o evento, o ministro da Saúde reafirmou que o Brasil está preparado
para a realização dos Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro em agosto de
2016. “Todas as medidas já foram tomadas. Não há nenhum risco maior para a
propagação do vírus Zika nas olimpíadas,” assegurou Ricardo Barros.
O
vírus Zika está presente em 60 países do mundo, incluindo o Brasil, cuja
população representa apenas 15% das pessoas expostas ao vírus. Além disso, o período
em que serão realizadas as Olimpíadas no Brasil é considerado não endêmico para
transmissão de doenças causadas pelo Aedes aegypti, como Zika, dengue e
chikungunya. “A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret
Chan, já confirmou que virá aos jogos Olímpico, isso é um simbolismo da
segurança deste período de baixa a transmissão do Zika”, completou.
Dentre
as ações implementadas para garantir assistência à saúde no período dos jogos,
está a contratação de 2.500 profissionais de saúde temporários, entre médicos,
enfermeiros, técnicos em enfermagem e outras áreas par reforçar o atendimento
nos hospitais federais do estado e apoiar os 130 leitos de retaguarda que serão
abertos na rede federal, além das 146 ambulâncias que estarão disponíveis para
cobertura da população durante o período das competições.
PESQUISAS
– Até o momento, o Ministério da Saúde já se comprometeu com cerca de R$ 130
milhões para o desenvolvimento de vacinas, soros e estudos científicos para as
doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Também
foram liberados R$ 11,6 milhões para o desenvolvimento de vacina contra o vírus
Zika pela Fiocruz. Do total, cerca de R$ 6 milhões (US$ 1,5 milhão) serão
destinados para projetos de cooperação bilateral para pesquisas sobre o vírus
Zika e microcefalia entre a Fiocruz e o National Institutes of Health (NIH). Os
outros R$ 5,6 milhões serão para o desenvolvimento da vacina contra o vírus
Zika.
Outra
pesquisa para a vacina contra Zika está em desenvolvimento pelo Instituto
Evandro Chagas (IEC) em parceria com a Universidade Medical Branch do Texas,
Estados Unidos. Os testes pré-clínicos (em primatas e camundongos) foram
antecipados e serão realizados já em novembro deste ano. O estudo conta com o
investimento de R$ 10 milhões.
Para
financiamento da terceira e última fase da pesquisa clínica da vacina contra a
dengue do Instituto Butantan, o Ministério da Saúde investirá R$ 100 milhões
nos próximos dois anos para o desenvolvimento do estudo. Também serão
investidos por parte do Ministério da Saúde mais R$ 8,5 milhões no
desenvolvimento de soro contra o vírus Zika.
RENEZIKA
- O ministério, também, lançou a Rede Nacional de Especialistas em Zika e
doenças correlatas – Renezika, com o objetivo de formular e discutir as
pesquisas e o desenvolvimento tecnológico no combate ao mosquito Aedes aegypti.
A
Renezika será formada por gestores da saúde, pesquisadores e representantes da
sociedade civil, que ficarão responsáveis por formular e discutir ações e
políticas para o enfrentamento ao Zika e às doenças relacionadas ao vírus. A
expectativa é que os membros da Rede enriqueçam os debates e decisões para um
melhor entendimento das doenças e aprimoramento da assistência às vítimas do
Zika.
Por
Victor Maciel
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