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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Posicionamento da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) frente às possíveis consequências da infecção pelo vírus Zika (ZIKV), durante os jogos Olímpicos

SBI divulga nota de apoio à realização dos jogos no Rio
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou nesta segunda-feira (13) nota de posicionamento favorável à realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos na cidade do Rio de Janeiro em agosto e setembro deste ano.  
No documento, a sociedade destaca o “notório” trabalho desenvolvido pelas diversas esferas do governo na divulgação transparente de informações e orientações em relação ao vírus Zika. A nota ressalta que, à medida que os conhecimentos foram sendo ampliados, o governo brasileiro também reforçou as ações de assistência e vigilância, tanto no Brasil como na cidade do Rio de janeiro.
A Sociedade destaca ainda que os casos de zika tiveram um pico de transmissão no início de 2015, apresentando, em seguida, um “rápido” decréscimo. Isso se deu não apenas no nordeste, como também na cidade do Rio de Janeiro, explica o documento. Além disso, a nota esclarece que a atividade vetorial do mosquito é “significativamente menor” nos meses em que se realizam os jogos e, por isso, apoiam a realização do evento na cidade do Rio de Janeiro.
INTEGRA DA NOTA:

Realização dos Jogos Olímpicos 2016 na cidade do Rio de Janeiro

Posicionamento da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) frente às possíveis consequências da infecção pelo vírus Zika (ZIKV)

Desde a introdução do vírus Zika (ZIKV) no Brasil, documentada a partir do ano de 2015, e sua rápida disseminação pelo continente americano, toda a comunidade científica, os órgãos de governo ligados à área da Saúde, e os profissionais de saúde do Brasil, vêm fazendo um gigantesco esforço no sentido de elucidar as diversas lacunas de conhecimento acerca do perfil epidemiológico de transmissão do agente, das manifestações clínicas e laboratoriais da doença, e as consequências, até então desconhecidas, nos fetos de gestantes infectadas pelo ZIKV.

Esse trabalho que ainda e cada vez mais mobiliza médicos infectologistas por todo o Brasil, permitiu que hoje houvesse um significativo acúmulo e consolidação de conhecimento inexistente por mais de 60 anos desde a descoberta do ZIKV, em 1947.

Desde o ano de 2015 tanto a comunidade médico-científica brasileira quanto as diversas esferas de governo vem realizando um grande e notório trabalho de divulgação de informações transparentes e conscientização responsável em relação ao ZIKV, com recomendações relacionadas ao controle ambiental do vetor, e à medida que os conhecimentos sobre a infecção placentária, transmissão vertical e os riscos de microcefalia e outras malformações congênitas foram melhor compreendidos, as ações de assistência e vigilância foram sendo significativamente aprimoradas por todo o Brasil, inclusive na cidade do Rio de Janeiro.

O comportamento de um processo epidêmico pode ser previsto e em relação ao ZIKV a experiência nos estados do Nordeste do Brasil mostrou que essa arbovirose apresentou elevada transmissão no início do ano de 2015, com rápido decaimento nas taxas de incidência subsequentes.

No Rio de Janeiro, a epidemia se iniciou de forma paralela aos estados do Nordeste, com identificação da circulação do ZIKV tão próxima ao isolamento realizado na Bahia, com comportamento semelhante ao observado na região nordeste.

Baseado no longo período de experiência em relação à dengue sabe-se que a atividade vetorial é significativamente menor nos meses que incluem o da realização dos Jogos, e as medidas de prevenção da transmissão para várias arboviroses (dengue, Chikungunya e ZIKV) são conhecidas e incluem proteção individual por meio de repelentes e ações de controle vetorial nos locais onde deverão ocorrer os Jogos Olímpicos.

Diante do exposto, consideramos pela realização dos Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, com a observância às medidas de proteção individual por parte dos atletas e participantes, e das ações de vigilância e controle por parte das autoridades sanitárias.

São Paulo, 10 de junho de 2016.
Antonio Carlos Bandeira
Coordenador do Comitê de Arboviroses
Sociedade Brasileira de Infectologia
Sergio Cimerman
Presidente
Sociedade Brasileira de Infectologia

Anexo:

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