Destaques

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Reunião marca reaproximação "respeitosa" entre CFM e Ministério da Saúde

Depois de quase dois anos de relações rompidas, representantes do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Medicina (CFM) reuniram-se hoje (4) para discutir a agenda do ano. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, foi uma reunião importante para uma reaproximação com a entidade, após um rompimento de mais de uma ano e meio.

“[A reunião significa] retomar o diálogo respeitoso, baseado no interesse público, com respeito ao que é papel de cada um”, disse Chioro.

Pouco depois do lançamento do Programa Mais Médicos, ainda com Alexandre Padilha à frente da pasta, as entidades médicas, entre elas o CFM, decidiram se retirar de câmaras e comissões técnicas do governo, incluindo o Conselho Nacional de Saúde. A entidade entendeu, à época, que o programa feria os direitos dos profissionais ao contratar médicos sem revalidação de diploma e reclamou por não ter sido consultada antes do lançamento do Mais Médicos.

Segundo Chioro, que completou um ano de pasta ontem (3), a reunião foi importante para marcar uma reaproximação respeitosa. “Uma coisa é conversar, outra coisa é ter os espaços institucionais, em que se dá regularidade à relação, ocupados, funcionando com normalidade. Isso estava suspenso.”

Chioro disse que hoje mesmo havia representante do CFM na reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS) e que, a partir de agora, eventos de outros conselhos voltarão a ter a presença de representantes da entidade.

Entre os temas abordados, estiveram o aprimoramento das normas de estímulo ao parto normal e ajustes nas regras destinadas a evitar irregularidades relacionadas à prescrição de próteses, denunciadas recentemente pelo programa Fantástico, da Rede Globo.

Para o ministro da Saúde, um dos pontos sugeridos pelo CFM para cessar as irregularidades no caso das próteses, o tabelamento de preços dos produtos, que vai fazer parte da estratégia do governo. No entanto, disse ele, a solução do problema envolve uma ação mais ampla. “Temos problemas na exportação, importação, aquisição, distribuição, nas diretrizes e nos protocolos de indicação clínica de cada um desses procedimentos, na rastreabilidade”, avaliou o ministro, dizendo que não adianta atacar só nos preços.

O grupo de trabalho interministerial criado para regulamentar o setor está recebendo contribuições do setor privado, de entidades médicas e de sociedades de especialistas. “Vamos ouvir todo mundo”, disse o ministro.

Procurado pela Agência Brasil para comentar o assunto, o CFM não se manifestou até a publicação desta matéria.

Aline Leal - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli

0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda