Estima-se que a demanda não
atendida por contracepção no Brasil seja em torno de 6%, atingindo
aproximadamente 3,5 milhões de mulheres.
Além disso, dados de 2006 –
ano em que foi conduzida a última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde
(PNDS) no país – apontam que 28,2% dos nascimentos nos cinco anos anteriores à
pesquisa não haviam sido planejados para aquele momento, e que 17% haviam sido
indesejados.
A maior parte da demanda não
atendida ocorre entre mulheres negras, com baixo nível de escolaridade, e entre
as residentes no Norte e Nordeste.
Representantes da Embaixada do
Japão em visita ao UNFPA. A partir da esquerda: assessora do Departamento de
Assuntos Econômicos da Embaixada, Thiemi Salles; representante do UNFPA no
Brasil, Jaime Nadal; secretário para Assuntos de Saúde, Terutaka Hiros;
ministro Yoshitaka Hoshino; e representante adjunto do UNFPA, Yves Sassenrath.
Foto: UNFPA/Ulisses Bigaton
“A decisão de engravidar deve
ser das mulheres e das famílias. Mas, caso optem por adiar a gravidez, essas
mulheres têm o direito a receber as informações e os contraceptivos necessários
sempre e quando precisem fazer uso deles. São insumos que podem ser encontrados
gratuitamente nas unidades básicas de saúde”, explicou o representante do UNFPA
no Brasil, Jaime Nadal.
“Vamos trabalhar no apoio ao
governo e à sociedade civil para que todas as mulheres interessadas conheçam
esses direitos e possam exercê-los.”
Além do acesso a informação e
insumos, as atividades incluirão ações de educação em saúde e em direitos para
jovens lideranças comunitárias, ações de apoio individual e coletivo entre
mulheres adultas e jovens, casais e famílias em caso de gravidez não planejada,
ou em casos de infecção durante a gravidez, e promoção da corresponsabilidade
masculina no uso do preservativo e na prevenção de gravidez não planejada,
respeito à decisão das mulheres e apoio às mulheres durante todo o processo
reprodutivo – gravidez, parto e pós-parto.
O projeto prevê também a
oferta de informações e materiais de treinamento para profissionais de saúde,
em complementação aos materiais já oferecidos pelo Ministério da Saúde e
secretarias de Saúde.
A parceria com o governo
japonês faz parte do Marco Estratégico de Resposta Global e Plano de Operações
Conjuntas para o Zika, iniciativa liderada pela Organização Pan-Americana de
Saúde (OPAS/OMS) e integrada pelo UNFPA e outras agências da ONU em resposta à
emergência nacional e internacional em saúde pública declarada em função da
epidemia.
No caso do Brasil, o UNFPA
atua em estreita parceria com o Sistema ONU e coordena suas atividades
principalmente com a OPAS/OMS e a ONU Mulheres.
O Brasil é o país mais afetado
pelo zika na América Latina e Caribe, tendo registrado mais de 5,6 mil casos
suspeitos notificados de microcefalia, dos quais 583 foram confirmados e 950
descartados, segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Os
demais casos permanecem em investigação.
A primeira reunião de
coordenação das ações de implementação dos recursos foi realizada na última
quinta-feira (3) no escritório do UNFPA em Brasília e contou com a presença do
ministro da Embaixada do Japão, Yoshitaka Hoshino. Ele estava acompanhado por
Terutaka Hiros, secretário para Assuntos de Saúde, e Thiemi Salles, assessora
econômica do Departamento de Assuntos Econômicos da Embaixada. Eles foram
recebidos pelo representante do UNFPA, Jaime Nadal; e pelo representante
adjunto, Yves Sassenrath.
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