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quarta-feira, 9 de março de 2016

OMS: Vírus zika afeta tecidos nos cérebros de fetos e de humanos, apontam novas evidências

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, reunida com o Comitê de Emergência sobre o zika e condições neurológicas relacionadas. Foto: OMS

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou em Genebra as conclusões da reunião realizada esta terça-feira (8) pelo Comitê de Emergência sobre o zika e condições associadas ao vírus.

Margaret Chan foi clara: mais pesquisas foram realizadas desde 1o de fevereiro e, agora, é possível concluir que o vírus afeta tecidos no cérebro e também o tronco cerebral de fetos.
Chan confirmou que o zika foi detectado no líquido amniótico e “evidências mostram que o vírus pode atravessar a placenta e infectar o feto”. Segundo ela, desde que o Comitê de Emergência foi criado, várias pesquisas reforçaram a “associação entre a infecção de zika e a ocorrência de malformação congênita e de desordens neurológicas”.

Dr Chan: Zika has been detected in blood, brain tissue, cerebrospinal fluid of foetuses after miscarriage, stillbirth, termination of preg.

A chefe da OMS explica que a distribuição geográfica do vírus está se ampliando e o grupo de risco é cada vez maior. Além da picada do mosquito, outro meio de transmissão são as relações sexuais.

Margaret Chan declarou também que “relatos e investigações de vários países sugerem fortemente que a transmissão sexual de zika é mais comum do que se pensava”.
A transmissão local foi confirmada em 31 países da América Latina e Caribe, mas todas as regiões do mundo reportaram “casos importados” de zika. Ela acredita que mais casos serão registrados.

O vírus também já foi detectado no sangue, no tecido cerebral e no fluído cérebro espinhal de fetos após abortos (naturais ou não) ou em natimortos. A chefe da OMS afirma: a “microcefalia é apenas uma das várias anormalidades associadas à infecção de zika durante a gravidez”.

Brasil é o país mais afetado
Outros casos incluem morte do feto, insuficiência placentária, retardo no crescimento do feto e danos ao sistema nervoso central. Até agora, apenas Brasil e Polinésia Francesa documentaram casos de microcefalia, mas a Colômbia está sob forte vigilância.
O aumento dos pacientes com a Síndrome de Guillain-Barré foi registrado em nove países, sendo que em vários casos houve a confirmação da presença do zika. Muitos pacientes precisam ficar na UTI até 51 dias.

A Síndrome foi detectada em crianças e adolescentes, mas é mais comum em adultos, especialmente homens. A diretora da OMS reconhece que todas as informações são “alarmantes”.

Ela entende a preocupação das grávidas que vivem nos países afetados ou que têm viagem programada para essas nações.

Dr Heymann: Pregnant women should be advised not to travel to areas of ongoing #ZikaVirus outbreaks. This is a recommendation

Segundo Chan, os especialistas do Comitê de Emergência acreditam que “fortes ações de saúde pública não devem esperar uma prova científica definitiva sobre a associação entre zika e desordens neurológicas”. Por isso, o Comitê de Emergência “recomenda à gravidas não viajarem à áreas afetadas pelo surto de zika”.

No caso de mulheres com parceiros vivendo ou viajando para esses países, a recomendação é para o uso de preservativos ou até mesmo “a abstenção de relações sexuais durante a gravidez”. Ao público em geral, não é necessário evitar viagens a países com zika ou comércio com essas nações.

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