Os novos ministros garantem que darão apoio ao governo interino
Governo interino de Michel Temer repercute diretamente na Câmara dos Deputados. O novo ministério tomou posse, nesta quarta-feira. Dos 24 nomes anunciados, dez são deputados e garantiram que suas bancadas darão apoio à governabilidade. Alguns dos novos ministros eram líderes ou vice-líderes de seus partidos. É o caso do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, que liderava o PMDB na Câmara.
“No momento em que o PMDB tem essa tarefa com o país, eu tenho que me somar aos meus companheiros do PMDB para fazer com que o sucesso desse governo do presidente Temer possa ser o sucesso do país.”
O 1º vice-líder do PMDB, deputado Leonardo Quintão, pretende assumir o comando da maior bancada da Câmara sem disputa. Ele avalia que o partido finalmente está unido em torno do governo interino de Temer.
“Nós temos um prazo muito curto para restabelecer a ordem. Os partidos, na Câmara dos Deputados, vão dar total apoio. Quem não apoiar o povo brasileiro está fadado a ser derrotado nas urnas e toda medida que for enviada ao Congresso será para recuperar o emprego do povo brasileiro.”
Também líderes de seus partidos, os deputados Fernando Coelho Filho, do PSB, e Sarney Filho, do PV, assumiram, respectivamente, os ministérios de Minas e Energia e de Meio Ambiente. No PSB, o vice-líder, deputado Danilo Forte, apresentou as prioridades do partido ao governo interino.
"Inclusive apresentamos uma plataforma focada nas medidas urgentes que precisam ser tomadas para que o Brasil reencontre o seu desenvolvimento; combater o crescimento da inflação e a volta da carestia, e garantir credibilidade para o governo.”
Até bem recentemente, os novos ministros da Educação e Cultura, Mendonça Filho, do DEM, e dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, do PR, também lideravam suas legendas. O PTB emplacou o deputado Ronaldo Nogueira no Ministério do Trabalho. O líder petebista, Jovair Arantes, relator do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, fez questão de levar o apoio do partido a Michel Temer, no Palácio do Planalto.
“Iniciamos esse trabalho na Câmara e hoje temos a posse de um novo governo com a perspectiva de que a gente possa realmente mudar e melhorar o Brasil. Claro que teremos uma tarefa muito árdua.”
O deputado Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco e autor do voto que garantiu a aprovação do pedido de impeachment de Dilma no Plenário da Câmara, é o novo ministro das Cidades e, inicialmente, quer um diagnóstico da pasta para depois pensar em prioridades.
“É tentar voltar ao máximo de uma normalidade, sabendo da grande dificuldade econômica, da falta de recursos e da autorização financeira total feita, nos últimos dias, pelo governo afastado.”
O governo interino de Michel Temer também é integrado pelos deputados Raul Jungmann, do PPS de Pernambuco, como ministro da Defesa; Osmar Terra, do PMDB gaúcho, como ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, e Ricardo Barros, do PP do Paraná, como ministro da Saúde.
Já a nova oposição, composta pelos aliados da presidente Dilma Rousseff, anuncia forte resistência ao governo interino. O vice-líder do PT, deputado Paulo Teixeira, voltou a ressaltar o que chama de falta de legitimidade de Michel Temer na Presidência da República.
"É um governo que sai de uma conspiração, não tem qualquer condição de legitimidade porque não saiu das urnas. É um governo com uma agenda de retrocesso, de tirar direitos.”
Vice-líder do governo Dilma, o deputado Sílvio Costa, do PT do B de Pernambuco, já anunciou que pretende ser o novo líder da Minoria na Câmara.
"Nós estamos vivos. Vou lutar para ser o líder da oposição ao governo Temer: um governo provisório e que não tem a qualificação das urnas.”
Durante a posse dos novos ministros, manifestantes pró-Dilma Rousseff fizeram protesto do lado de fora do Palácio do Planalto, chamando de "golpistas" os integrantes do governo interino. Houve confronto com a Polícia Militar.
Reportagem – José Carlos Oliveira
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