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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Para conselheiros, falta de democracia ameaça SUS

Integrantes do Conselho Nacional de Saúde estiveram ontem na Comissão de Direi- tos Humanos e Legislação Par- ticipativa (CDH) para debater a crise política e ameaças ao Sistema Único de Saúde (SUS), à democracia participativa e ao Estado democrático de direito. O tema faz parte do ciclo de debates Democracia e Direitos Humanos, idealizado pelo senador Paulo Paim (PT- RS), presidente da comissão.

O primeiro a se manifestar foi o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Ferreira dos Santos, que também dirige a Federação Nacional dos Farmacêuticos. Ele chamou a atenção para a vinculação entre o SUS e a democracia.

—FoioSUSqueabriua possibilidade de atendimento à saúde aos 200 milhões de brasileiros. Liquidar a demo- cracia é liquidar o SUS.

O representante da Confe- rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no conse- lho, André Luiz de Oliveira, lamentou que projeto de lei de iniciativa popular destinando 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde esteja parado na Câmara.

— A CNBB já alertava, no nal de 2009, para o enges-

Entre Cleoneide Pinheiro e Ronald Ferreira, Paim cooordena audiência pública

samento do financiamento doSUSefezumapeloporum debate sobre o sistema.

Representante do Ministério da Saúde no conselho, Kátia Souto sustentou a necessidade de rea rmar, neste momento de crise, o direito à saúde para todos com equidade e participação popular.

— O SUS tem di culdades, mas também avanços em po- líticas sociais que ampliaram seu alcance, como o Programa Mais Médicos e a Política Na- cional de Saúde Bucal. Tudo isso está ameaçado quando se ameaça a democracia.

Na condição de conselheira e usuária do SUS, a represen- tante da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), Cleo- neide Paulo Oliveira Pinheiro,

dividiu a angústia quanto à permanência do serviço pú- blico de saúde no país. Esse risco foi reforçado por outra conselheira, Juliana Acosta, representante da Confedera- ção Nacional dos Trabalhado- res na Agricultura (Contag), que chamou a atenção para problemas de terceirização na gestão e precarização do trabalho na saúde.

Paim reforçou o temor dos conselheiros quanto ao des- monte do SUS com mudanças na condução do governo. Mes- mo que a Comissão Especial do Impeachment decida pela admissibilidade do processo de afastamento da presidente da República, Dilma Rousse , o presidente da CDH assegu- rou que o ciclo de debates não será interrompido.

Geraldo Magela/Agência Senado

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