A pauta política associada a repercussões pós-eleitorais continuam impactando diretamente na agenda da indústria nesta quarta-feira (29). Como pano de fundo, jornais exploram conceitos como confiança e credibilidade, posicionando o setor produtivo como um dos agentes que aguardam por definições que poderão impactar a atividade e a tomada de decisões.
Um dos destaques está em O ESTADO DE S. PAULO, que revela: o governo definiu como prioridade para a área econômica até o fim do ano duas medidas de desafogo tributário: a aprovação da unificação e redução das alíquotas do ICMS para operações entre os estados; e a definição do projeto de lei de fusão e simplificação de dois dos principais tributos federais, o PIS e a Cofins.
“Fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, informaram que o anúncio de algumas medidas deve ocorrer antes mesmo da divulgação do novo ministério”, informa o ESTADÃO.
Como ponto de atenção, ESTADÃO expõe que “a indústria deseja desesperadamente” o pacote do governo que prevê a unificação do PIS/Cofins em um único tributo sobre o valor agregado, com alíquotas fixas. “Toda a operação vai gerar créditos tributários. Se o planejamento do governo der certo, entrará plenamente em vigor em 2016.” jornal pontua, contudo, que apesar de a ideia contar com o apoio da indústria, o setor de serviços, que tem uma cadeia produtiva considerada curta, teme que sua operação fique mais cara.
A conjuntura na indústria e dados setoriais reforçam a disposição dos jornais por acompanhar desdobramentos associados à construção civil.
EDITORIAL ECONÔMICO do ESTADÃO relata que a maioria do empresariado do setor consultado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que a atividade do setor, já em nível preocupantemente baixo, deve piorar nos próximos meses.
Já o VALOR ECONÔMICO divulga que o Índice de Confiança da Construção (ICST), calculado pela FGV, teve forte queda no trimestre terminado em outubro, influenciado por avaliações mais negativas quanto ao presente e por uma deterioração nas expectativas. Texto registra que o indicador teve queda de 14,8% na comparação com o mesmo período de 2013, e que no trimestre encerrado em setembro, foi registrado recuo de 12,3% e, em agosto, de 9,9%.
ANTONIO DELFIM NETTO afirma, em sua coluna na FOLHA DE S. PAULO, que o setor revela sinais de desânimo e fraqueza neste fim de 2014. O ex-ministro avalia que para devolver a competitividade ao setor industrial que lhe permita voltar a suprir a demanda interna e reencontrar a externa, é necessário muito mais do que chamamos de "política industrial".
Outro destaque do dia está na coluna assinada por MÔNICA BERGAMO, na FOLHA. Nota informa que uma comitiva de 105 empresários brasileiros dos setores têxtil, madeireiro, de combustíveis e de máquinas agrícolas inicia hoje visita ao Paraguai. Como ponto de atenção, a coluna registra que essa é a terceira missão liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao país vizinho, “que tem atraído investidores com custos trabalhistas 35% menores que no Brasil e energia 70% mais barata”.
Outro item relevante refere-se à formação da nova equipe de governo continua em alta no noticiário, especialmente sobre um novo nome para o comando do Ministério da Fazenda. Mídia nacional especula sobre os candidatos cotados para assumir a pasta e mostra como o mercado financeiro vem reagindo à tentativa da presidente Dilma Rousseff de escolher um nome que tenha mais afinidade com o setor (leia mais em ECONOMIA).
Segundo O ESTADO DE S. PAULO, Dilma pretende escolher o novo ministro da Fazenda antes da reunião de cúpula do G-20, marcada para os dias 15 e 16 de novembro, na Austrália. Já o CORREIO BRAZILIENSE registra que antes de definir os nomes da equipe econômica, Dilma anunciará as medidas para acalmar os mercados e restabelecer a confiança de que o país poderá retomar um ciclo virtuoso ao longo dos próximos quatro anos.
A escolha da equipe de governo também alvo de analises em colunas dos grandes jornais. Em O GLOBO, MÍRIAM LEITÃO afirma que Dilma Rousseff procura executivos para área econômica que tirem um país de grande potencial da estagnação, inflação alta, piora na contabilidade e baixa confiança. "Os pretendentes ao emprego devem ter capacidade de restaurar a credibilidade na administração, e ao mesmo tempo aceitar interferências frequentes sobre a melhor forma de conduzir o trabalho".
Na FOLHA DE S. PAULO, VINICIUS TORRES FREIRE expõe que a temporada de especulação sobre o titular do Ministério da Fazenda parece mais vaporosa que de costume. "O que mais se ouve parece óbvio e genérico: o ministro da Fazenda virá do setor privado, não é dos empresários próximos do governo, provavelmente será do setor financeiro".
CELSO MING, no ESTADÃO, assinala que, se a confiança for restaurada, ficará mais fácil repassar a conta da crise e liderar o País para a virada e avalia que pouco importa a questão ideológica. "Um ministro da Fazenda pode defender a primazia da política social ou, então, pode entender que é preciso ser mais conservador. Mas, para ser eficaz, em nenhum caso pode abandonar a solidez dos fundamentos da economia. O primeiro mandato do presidente Lula foi assim."
Informações relacionadas ao setor automotivo também aparecem com destaque no noticiário, com enfoque para os benefícios à atividade que podem ser garantidas no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
FOLHA DE S. PAULO informa que a Caixa Econômica Federal e o BancoPan (antigo Panamericano) anunciam juros mais baixos para os financiamentos a pessoas físicas em mais de 8.000 concessionárias do país. Texto avalia que o anuncio visa estimular as vendas de veículos no final deste ano. Na mesma reportagem, FOLHA afirma que o governo já indicou que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, reduzido desde 2012, não deve ser recomposto neste ano.
O ESTADO DE S. PAULO relata que, com vendas em queda e cortes na produção, a indústria automobilística vai pedir à presidente Dilma Rousseff que mantenha inalteradas as alíquotas do IPI para automóveis, que está previstas para serem retomadas integralmente em 1º de janeiro, depois de dois anos de redução.
O GLOBO também relata que a indústria automobilística já se mobiliza para cobrar do "novo governo" a prorrogação do benefício de uma alíquota menor do IPI para veículos em 2015. Segundo o texto, o IPI reduzido para o setor automotivo é considerado fundamental pelos empresários para amenizar o quadro de queda nas vendas de veículos no mercado brasileiro. Texto indica que o presidente da Anfavea, Luiz Moan, já havia indicado que a reeleição da presidente Dilma poderia facilitar as negociações para renovar o benefício.
VALOR ECONÔMICO apresenta as principais expectativas da indústria automobilística para o segundo mandato de Dilma Rousseff. "Embora não haja sinais de que o resultado das eleições do último domingo tenha alterado os planos estratégicos e de investimentos bilionários das montadoras, o setor aguarda os nomes que vão operar a economia no segundo mandato de Dilma".
De volta ao ESTADÃO, reportagem afirma que, além dos impostos elevados e da falta de infraestrutura, o que aflige a indústria automobilística atualmente é um possível racionamento de energia elétrica no próximo ano. Texto relata que em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro essa preocupação se estende também para o abastecimento de água.
Também sobre os efeitos da estiagem, O GLOBO informa que os prejuízos da maior seca em São Paulo nos últimos 80 anos já começam a chegar ao caixa das empresas do estado. Texto relata que ao menos 54 municípios paulistas já decretaram racionamento. Ainda assim, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) não consegue estimar de quanto será o prejuízo da crise para o Produto Interno Bruto (PIB) paulista, atualmente em RS 1,2 trilhão.
Completando a pauta do dia, ESTADÃO pontua que o Índice Serasa Experian de inadimplência das empresas subiu 13,4% em setembro ante o mesmo mês do ano passado, registrando a maior alta anual desde outubro de 2012. Em setembro, em relação a agosto, houve queda de 0,5%. No acumulado de janeiro a setembro de 2014 o indicador sobe 7,4% ante igual período de 2013. O panorama seria consequência do fraco desempenho da atividade econômica, que prejudica a geração de caixa das empresas, e a elevação dos custos. VALOR ECONÔMICO também publica reportagem sobre o assunto.
Ganham espaços nos jornais especulações em torno de nomes que devem compor o governo neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. As primeiras páginas também trazem desdobramentos envolvendo decisões que beneficiam condenados do mensalão. As relações do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional complementam a cobertura que, depois das eleições, é a mais variada e abrangente.
Em tom de alerta e sob perspectiva negativa para o governo, mídia registra que a Câmara dos Deputados aprovou ontem a proposta que susta o decreto da presidente Dilma que regulamenta os conselhos populares. Veículos pontuam que a ação, que previa a obstrução das votações na Casa caso a proposta não fosse apreciada, foi liderada pelo PMDB, partidos da base e da oposição.
Abordagens indicam que o movimento foi capitaneado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Segundo O GLOBO, o peemedebista teria voltado ao Legislativo “com sangue nos olhos”, após perder a eleição para o governo do Rio Grande do Norte, devido ao apoio do PT e do ex-presidente Lula a seu adversário, Robinson Faria (PSD).
Textos expõem, ainda, que a presidente deu um passo atrás sobre a convocação de um plebiscito sobre a reforma política. O movimento presidencial decorre das resistências enfrentadas pelo PMDB sobre o assunto. Assim, Dilma já admite o referendo sobre a reforma. A diferença entre os dois é que o plebiscito consulta a população antes das novas regras serem aprovadas. Já no referendo, a população apenas ratifica ou não as mudanças já aprovadas.
Como ponto de atenção, FOLHA DE S. PAULO publica com exclusividade que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, externou pela primeira vez, a aliados, que será candidato ao Planalto em 2018 e tentará “interferir mais no governo Dilma Rousseff”.
As informações, segundo a FOLHA, foram confirmadas por diversos interlocutores consultados pelo jornal. A reportagem relata que, internamente, o PT já trata a candidatura de Lula como algo oficial. “O petista terá 73 anos em 2018, e aliados ponderam que uma série de variáveis pode fazer com que mude de opinião mais à frente.” O jornal destaca, ainda, que em entrevista ontem, Dilma disse que “o que o Lula quiser ser, eu apoiarei”.
Em outra frente do noticiário, o mensalão volta à tona com a manifestação da Justiça italiana que decidiu ontem negar extradição e libertar o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. No Brasil, o ex-executivo foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por envolvimento no esquema, mas fugiu para a Itália antes de ser detido e acabou preso em Modena em fevereiro. A justiça brasileira vai recorrer.
No contexto do caso Pizzolato, jornais registram também que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o ex-ministro José Dirceu a cumprir pena em regime domiciliar. O petista foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão no processo do mensalão. A decisão foi do ministro Luís Roberto Barroso.
Ações que visam a retomada da expansão econômica e a reação do mercado financeiro quanto aos rumos da cena política conferem peso especial à agenda do dia. Embora menos analítica, cobertura pontua questões factuais que despertam discussões e elevam o nível técnico da maior parte das abordagens.
Mídia afirma que o mercado “deu um voto de confiança” ao governo e renovou as expectativas em torno das mudanças que possivelmente serão efetuadas pela presidente Dilma. Ontem, informações são de que os mercados reagiram.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 3,62% e retornou ao patamar pré-eleição – um dia antes, ela encerrou o dia em queda de 2,77%. Já o dólar comercial caiu 1,94% frente ao real, afastando-se das máximas desde 2008 e devolvendo boa parte da forte alta de anteontem: a divisa terminou o dia cotada a R$ 2,474.
O movimento positivo, destaca O GLOBO, acompanha a “expectativa de que o governo anuncie nomes mais alinhados com o mercado financeiro para a pasta da Fazenda”.
As especulações sobre um novo nome para liderar a equipe econômica do governo federal repercutem. Com destaque, O GLOBO expõe que a “bolsa de apostas só aumenta” e que dois novos nomes surgem no cenário: o do presidente da Vale, Murilo Ferreira, e do governador da Bahia, Jaques Wagner. Eles se juntam aos nomes do ex-secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, o do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
FOLHA DE S. PAULO observa a influência das discussões em torno do nome do novo ministro para a Fazenda sobre o mercado. A alta da bolsa, um dia depois de experimentar um pregão extremamente negativo, e a queda do dólar após registrar uma de suas maiores altas, são movimentos que estão em análise. Segundo a reportagem, a “mudança de ventos se deve ao rumor de que o filósofo Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, poderia ser convidado para a Fazenda. Uma das poucas pessoas do mercado com quem Dilma manteve contato durante seu governo, Trabuco é nome dos sonhos dos investidores”.
A agenda de infraestrutura também está em alta na pauta do dia. Principal destaque do caderno econômico do ESTADÃO revela que o “governo deve continuar a buscar o setor privado para obras de infraestrutura no segundo mandato de Dilma Rousseff, com novas concessões de aeroportos e rodovias, concretização do programa de ferrovias e portos e um elemento novo: a aposta nas Parcerias Público-Privadas (PPPs)”.
Também com foco no mercado, mídia nacional volta sua atenções para a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. A expectativa é que a taxa básica de juros (Selic) seja mantida nos atuais 11% ao ano, segundo economistas.
O GLOBO escreve sobre relações internacionais e opina que “é essencial ao Brasil retomar, em sua plenitude, as relações com os Estados Unidos, abaladas pelos chavistas de Brasília, pelos antiamericanistas do Planalto e, é bom lembrar, pela atitude de Washington de espionar todo mundo, inclusive os celulares de Dilma e assessores, algo que levou a presidente a cancelar, com razão, uma visita de Estado aos EUA”.
Ainda em O GLOBO, texto opinativo centra forças na discussão que começa a ganhar forças sobre ajustes na condução da Economia e registra em tom crítico que a presidente Dilma Rousseff “não pode levar a sério o ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando ele diz que a vitória eleitoral reflete o apoio da “população” à condução da economia”.
CORREIO BRAZILIENSE escreve que “reconhecer a perda de credibilidade da atual equipe econômica e anunciar a escalação do novo time é um dos sinais inadiáveis, dependendo, é claro, do perfil dos indicados”. No contexto das especulações sobre a montagem da nova equipe que formará o governo Dilma, jornal do DF afirma que afirma que é urgente refazer o pacto com a austeridade fiscal.
VALOR ECONÔMICO analisa o recente relatório recente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre o estado ruim de conservação das rodovias: segundo a entidade, desde 2013 aumentou em 15,6% o número de pontos críticos nas rodovias, com pontes caídas, buracos e trechos desmoronados. Texto ressalta que os investimentos efetivamente realizados nas estradas federais caíram 21,7% no último ano.
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