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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Novo aliado no tratamento de câncer de ovário

Pacientes em tratamento de câncer de ovário ganham novo aliado
A novidade é um exame diagnóstico que permitirá tratamento individualizado e que será ofertado de maneira pioneira no Brasil pela 1ª Spin-off da Funed

No mês rosa, conhecido pelas ações de conscientização e de cuidado com o câncer nas mulheres, uma boa noticia. Um exame de diagnóstico que identifica o perfil molecular da paciente e que, consequentemente, permite um tratamento individual, com resultados mais efetivos e num intervalo de tempo muito menor. Esse é o serviço que poderá ser ofertado de forma inédita no Brasil pela empresa OncoTag, em parceria com a Funed e a Fundação Biominas.

A ideia nasceu a partir de um projeto de pesquisa realizado por funcionárias da Funed, em 2013, e financiado pelo Programa de Incentivo à Inovação (PII), do Governo de Minas com apoio do Sebrae. “Em parceria com a Faculdade de Medicina da UFMG, avaliamos, na época, como o conhecimento do perfil molecular das pacientes com câncer de ovário é importante para a determinação da efetividade do tratamento quimioterápico. E, a partir dos resultados do projeto, vislumbramos uma oportunidade de desenvolver um exame que pudesse realizar esse diagnóstico das mulheres acometidas por este tipo de tumor”, conta Luciana Maria Silva, pesquisadora da Funed e uma das sócias da empresa.

Luciana explica que, atualmente, no Brasil, pacientes diagnosticadas com câncer de ovário – que é a causa mais comum de morte nas pacientes com câncer ginecológico – contam com duas alternativas de tratamento: a cirurgia para retirada do tumor (citorredução) para os casos de câncer primário, e a quimioterapia para as pacientes com câncer metastático. 

“Hoje, no caso da quimioterapia, não há o conhecimento da biologia do tumor de cada paciente e, por isso, o tratamento é generalizado. São quatro esquemas de tratamento, sendo que as pacientes começam com um e, de acordo com a resposta clínica, passam para outro até que alcance o quarto esquema. Mas, infelizmente, nem todas têm tempo para se beneficiarem do tratamento para o seu tipo de tumor. Muitas das pacientes morrem antes disso”, enfatiza a pesquisadora.

Segundo outra sócia da OncoTag e também pesquisadora da Funed,  Letícia da Conceição Braga, durante o projeto de pesquisa, que deu origem à empresa, ela percebeu que a expectativa máxima de vida das pacientes estudadas foi de 18 meses. Daí a relevância do exame molecular que será ofertado pela OncoTag. “Como qualquer tratamento, a quimioterapia tem efeitos colaterais e muitas pacientes ficam bastante debilitadas ao longo do tempo e não tem a oportunidade de experimentar todos os esquemas de tratamento”.

“Com o exame molecular, será possível aplicar o tratamento individual, sem que a paciente seja submetida a várias  linhas terapêuticas. Existe ganho para a paciente, com possibilidade de sobrevida e melhoria da qualidade de vida; ganho para o Estado, que terá reduzidos os custos com tratamentos; para a Funed que entrará definitivamente na era da farmacogenética e ganho para os pesquisadores, que veem seus projetos se transformando em produtos reais para a sociedade”, comemora  Luciana Maria Silva. Ela, juntamente com a pesquisadora da FunedLetícia Braga e com a pesquisadora visitante Fernanda Coelho, são as responsáveis pela empresa.


A Spin-off e próximos passos

A empresa OncoTag é a primeira spin-off da Funed. Ou seja, é uma empresa que nasceu a partir de um grupo de pesquisadores da Instituição, em parceria com a Faculdade de Medicina da UFMG, visando explorar um novo serviço ou produto de alta tecnologia.

“Estou orgulhoso e muito feliz por ver a materialização de um projeto de pesquisa desenvolvido aqui na Funed e que poderá beneficiar diretamente a população. Sei que teremos grandes desafios ainda, mas já é um enorme aprendizado e a concretização da Funed como Instituto de Ciência e Tecnologia”, comemorou o presidente da Funed, Francisco Antônio Tavares Júnior.

Todo processo de criação e formalização da spin-off já foi realizado. Para isso, a Funed contou com o apoio e assistência técnica da Biominas que, segundo as pesquisadoras, é a mais tradicional incubadora de tecnologia na área de Ciências da Vida em Minas Gerais. “Criamos o instrumento para desenvolvimento do serviço da pesquisa como negócio. Agora vamos trabalhar para viabilizar no menor tempo possível que o negócio esteja disponível no mercado”, afirmou o Diretor Presidente da Biominas, Eduardo Emrich Soares.

Como parte deste processo, será formalizado um termo de parceria com a Funed para compartilhamento do laboratório, uma vez que a empesa será incubada na Fundação, e também um termo de transferência de tecnologia.


Texto: Marina de Castro
Mais informações: Assessoria de Comunicação Social
(31) 3314-4576

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