Operação Lava Jato e panorama
econômico - com foco em inflação, emprego e PIB - são itens que se destacam na
cobertura deste sábado (20).
Em Economia, abordagens que se
associam ao setor fabril são registradas pontualmente na pauta dos principais
jornais, que exploram cenário desfavorável enfrentado pelo país.
FOLHA DE S. PAULO
PF prende presidentes da
Odebrecht e da Andrade Gutierrez na Lava Jato
O ESTADO DE S. PAULO
Lava Jato prende presidentes
de Odebrecht e Andrade Gutierrez
O GLOBO
Lava- Jato chega no topo das
empreiteiras
CORREIO BRAZILIENSE
Prisões e R$ 41,5 bi em
contratos sob suspeita
Conjunto de dados econômicos
ganha repercussão no noticiário nacional, e a indústria aparece em contextos
que tratam do mercado de trabalho e investimentos.
Com dados do Ministério do
Trabalho que apontam que maio foi encerrado com um resultado negativo de
115.599 vagas, jornais ressaltam o quadro de crise e chamam a atenção para o
fato de a indústria de transformação liderar o ranking de demissões no mês de
maio.
FOLHA DE S.PAULO sublinha como
sendo o “pior desempenho do mercado de trabalho formal para o mês desde 1992”,
e pontua que, desse total, mais da metade das vagas eliminadas (61 mil postos
de trabalhos) são referentes ao setor industrial, com demissões em todos os 12
ramos da atividade.
Apresentando o cenário
industrial de forma mais detalhada, O ESTADO DE S. PAULO situa que a queda de
5,4% nos postos de trabalho do setor, na comparação com maio do ano passado,
representa “o menor nível de pessoal ocupado da série histórica iniciada em
2000”, segundo o IBGE.
Veículo paulista registra a
avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi)
sobre os números do Caged. Segundo o instituto, "a crise no mercado de
trabalho da indústria brasileira mudou de patamar" e a "crise do
emprego industrial é generalizada e ocorre há um bom tempo".
Em mais uma abordagem de dados
negativos, jornais também noticiam a queda no volume de desembolsos do BNDES
nos primeiros cinco meses deste ano, com redução de 20% em relação ao
registrado no mesmo período de 2014.
Em relação aos aportes para a
indústria, apontam a FOLHA e O GLOBO, o recuo foi de 8% - com saldo de R$ 29,8
bilhões.
Previsões sobre o PIB (Produto
Interno Bruto) também guardam relação com o setor. Explorando a queda do Índice
de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de abril (leia mais em
ECONOMIA), CORREIO BRAZILIENSE traz a avaliação de especialistas, que indicam
que esse cenário reflete a queda da produção industrial, de 1,2%, e de outros
ramos.
Complementando a agenda de
interesse, FOLHA DE S. PAULO noticia declarações do ministro Aloizio Mercadante
(Casa Civil) sobre a possibilidade de anúncio do Global Entry, que libera a
entrada de visitantes frequentes aos Estados Unidos, como executivos de empresas,
durante a visita da presidente Dilma Rousseff ao país, no fim do mês.
"O que pode ser decidido
agora é o Global Entry. Mas temos ambição de ir além disso. Vamos ver se a
gente consegue dar alguns passos já nessa viagem para incrementar o turismo,
facilitar negócios para aproximação cultural, econômica e comercia", disse
Mercadante, conforme o jornal.
A reportagem, no entanto,
aborda de maneira cética essa possibilidade, indicando que as negociações ainda
se estenderão antes que um acordo possa ser anunciado pelos países. “O governo
americano não está certo de que haverá tempo para concluir as negociações e
anunciar o Global Entry na visita de Dilma a Washington”, anota o jornal
paulista.
Editorial econômico em O
ESTADO DE S. PAULO afirma que a novidade na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS)
do IBGE relativa a abril não é mais uma queda das receitas das empresas do
setor, mas a “intensidade do declínio”. Jornal observa que o setor, que
representa 70% do PIB, depende do comportamento da indústria, do comércio
interno e exterior e da agricultura.
Sobre a visita da comitiva de
parlamentares brasileiros à Venezuela, ESTADÃO afirma que se a presidente Dilma
Rousseff entende que o episódio “foi ‘uma provocação’, está absolutamente certa”.
Para o jornal, o caso expôs o “caráter antidemocrático e truculento do regime
chavista e a tibieza cúmplice do governo brasileiro diante dos atentados à
liberdade”.
CORREIO BRAZILIENSE também
explora o tema, e adiciona: “O Brasil, apesar das repetidas convocações das
consciências civilizadas nacionais e estrangeiras, teima em fechar os olhos
para a realidade. Até quando? A agressão aos senadores escancarou o faz de
conta. A maior potência da América do Sul e uma das 10 maiores do mundo tem de
tomar posição”.
Ainda sobre o assunto, O GLOBO
afirma “orquestrar ou permitir um ataque a parlamentares brasileiros em Caracas
extrapola as fronteiras venezuelanas e passa a ter outra dimensão, o de um ato
hostil ao Legislativo de outro país”.
CORREIO ECONÔMICO, no CORREIO
BRAZILIENSE: “O governo já está convencido de que a esperada recuperação da
economia não virá mais neste ano e, muito provavelmente, nem em 2016”. Nota
expõe a situação do setor de obras, frente às investigações da Lava Jato, e reforça
que a construção é vital para a economia do país.
“É um dos setores que mais
emprega, por não precisar de mão de obra tão qualificada. Puxa os investimentos
e move boa parte da indústria. Como todas as grandes companhias estão na mira
da Justiça, com seus donos e diretores sendo investigados e processados, a
paralisia é geral”, publica a coluna do jornal do DF.
Manchete dos principais
jornais nacionais, a 14ª fase da operação Lava Jato domina o noticiário do dia.
Mídia nacional noticia que a prisão, efetuada ontem pela Polícia Federal, dos
presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio
Azevedo.
Abordagens destacam que
tratam-se das duas maiores empreiteiras do país e apontam que elas respondem
por centenas de contratos do governo federal e nos estados. Evidenciam ainda
que, segundo os procuradores, há provas de que os acusados sabiam do esquema de
corrupção que desviou recursos públicos da Petrobras.
O GLOBO avalia ainda que, “ao
atingir duas gigantes com atuação mundial, a Lava Jato alcança o topo do cartel
que, segundo as investigações, atuou para controlar obras públicas no país nos
últimos anos”.
Dentro desse cenário, apuração
de bastidor se torna uma característica do noticiário. FOLHA DE S. PAULO relata
que, a aliados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “a prisão
dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez é uma demonstração de que
ele será o próximo alvo da Operação Lava Jato”, e reclamou a inércia da
presidente Dilma Rousseff.
O ESTADO DE S. PAULO, por sua
vez, expõe que a prisão de executivos trouxe “preocupação ao Palácio do
Planalto”. Reportagem indica que apesar da intenção de afastar a presidente do
escândalo, o “sentimento é que este processo acaba por desestabilizar o governo”.
Jornais também reservam espaço
para a defesa das empresas, que alegam que a prisões são injustificadas, e o
debate jurídico em torno da ação da PF.
Segundo a FOLHA, desde o
início, em março de 2014, a operação “suscita críticas no meio jurídico” e que
o juiz Sergio Moro, responsável pelo caso na Justiça Federal, é o principal
alvo. “Critérios e métodos da procuradoria, da Polícia Federal e de tribunais
que julgam envolvidos com foro privilegiado também são censurados”.
Merece atenção reportagem em O
GLOBO com declarações do vice-presidente da República, Michel Temer, alegando
ser necessário encontrar uma solução para salvar as empresas e os empregos. “Só
faço uma ponderação: temos que distinguir muito a figura do empresário e a
figura da empresa. (...) Se pudéssemos fazer isso, seria útil para a
continuidade das atividades dessas grandes empresas e, portanto, para a
manutenção dos empregos”, afirma Temer.
Novos dados sobre o panorama
nacional sustentam viés negativo empregado pela mídia nas edições deste sábado.
Inflação, emprego e previsões sobre o PIB (Produto Interno Bruto) estão entre
os itens que ganham repercussão no noticiário.
O ESTADO DE S. PAULO alerta
que “um conjunto de dados divulgados ontem mostrou a piora da situação econômica,
com o aprofundamento do que os especialistas chamam de estagflação - uma
combinação de economia parada com inflação alta”.
Reportagem registra que o
IPCA-15, prévia da inflação oficial, avançou 0,99% em junho, maior taxa para o
mês desde 1996. Adiciona que o IBC-Br de abril, indicador do Banco Central que
antecipa o comportamento do PIB, caiu 0,84% em comparação a março.
Em linha semelhante, O GLOBO
expõe que os “indicadores econômicos divulgados ontem surpreenderam
negativamente e deixaram clara a situação limite em que se encontra a economia
do país”.
Emprego é outro item que está
em evidência na pauta do dia. Com dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho, que maio foi
encerrado com o resultado negativo de 115.599 vagas.
Jornais advertem que esse é
pior índice dos últimos 23 anos, e ressaltam que essa é a primeira vez que o
mês apresenta resultado negativo.
Em outra frente do noticiário,
mídia destaca que os desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) tiveram queda de 20% de janeiro a maio deste ano, somando
R$ 54,8 bilhões, ante o mesmo período de 2014.
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