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sábado, 20 de junho de 2015

Análise de Mídia - 20 de junho de 2015

Operação Lava Jato e panorama econômico - com foco em inflação, emprego e PIB - são itens que se destacam na cobertura deste sábado (20).

Em Economia, abordagens que se associam ao setor fabril são registradas pontualmente na pauta dos principais jornais, que exploram cenário desfavorável enfrentado pelo país.





FOLHA DE S. PAULO
PF prende presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez na Lava Jato

O ESTADO DE S. PAULO
Lava Jato prende presidentes de Odebrecht e Andrade Gutierrez

O GLOBO
Lava- Jato chega no topo das empreiteiras

CORREIO BRAZILIENSE
Prisões e R$ 41,5 bi em contratos sob suspeita


Conjunto de dados econômicos ganha repercussão no noticiário nacional, e a indústria aparece em contextos que tratam do mercado de trabalho e investimentos.

Com dados do Ministério do Trabalho que apontam que maio foi encerrado com um resultado negativo de 115.599 vagas, jornais ressaltam o quadro de crise e chamam a atenção para o fato de a indústria de transformação liderar o ranking de demissões no mês de maio.

FOLHA DE S.PAULO sublinha como sendo o “pior desempenho do mercado de trabalho formal para o mês desde 1992”, e pontua que, desse total, mais da metade das vagas eliminadas (61 mil postos de trabalhos) são referentes ao setor industrial, com demissões em todos os 12 ramos da atividade.

Apresentando o cenário industrial de forma mais detalhada, O ESTADO DE S. PAULO situa que a queda de 5,4% nos postos de trabalho do setor, na comparação com maio do ano passado, representa “o menor nível de pessoal ocupado da série histórica iniciada em 2000”, segundo o IBGE.

Veículo paulista registra a avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) sobre os números do Caged. Segundo o instituto, "a crise no mercado de trabalho da indústria brasileira mudou de patamar" e a "crise do emprego industrial é generalizada e ocorre há um bom tempo".

Em mais uma abordagem de dados negativos, jornais também noticiam a queda no volume de desembolsos do BNDES nos primeiros cinco meses deste ano, com redução de 20% em relação ao registrado no mesmo período de 2014.

Em relação aos aportes para a indústria, apontam a FOLHA e O GLOBO, o recuo foi de 8% - com saldo de R$ 29,8 bilhões.

Previsões sobre o PIB (Produto Interno Bruto) também guardam relação com o setor. Explorando a queda do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de abril (leia mais em ECONOMIA), CORREIO BRAZILIENSE traz a avaliação de especialistas, que indicam que esse cenário reflete a queda da produção industrial, de 1,2%, e de outros ramos.

Complementando a agenda de interesse, FOLHA DE S. PAULO noticia declarações do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) sobre a possibilidade de anúncio do Global Entry, que libera a entrada de visitantes frequentes aos Estados Unidos, como executivos de empresas, durante a visita da presidente Dilma Rousseff ao país, no fim do mês.

"O que pode ser decidido agora é o Global Entry. Mas temos ambição de ir além disso. Vamos ver se a gente consegue dar alguns passos já nessa viagem para incrementar o turismo, facilitar negócios para aproximação cultural, econômica e comercia", disse Mercadante, conforme o jornal.

A reportagem, no entanto, aborda de maneira cética essa possibilidade, indicando que as negociações ainda se estenderão antes que um acordo possa ser anunciado pelos países. “O governo americano não está certo de que haverá tempo para concluir as negociações e anunciar o Global Entry na visita de Dilma a Washington”, anota o jornal paulista.



Editorial econômico em O ESTADO DE S. PAULO afirma que a novidade na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE relativa a abril não é mais uma queda das receitas das empresas do setor, mas a “intensidade do declínio”. Jornal observa que o setor, que representa 70% do PIB, depende do comportamento da indústria, do comércio interno e exterior e da agricultura.

Sobre a visita da comitiva de parlamentares brasileiros à Venezuela, ESTADÃO afirma que se a presidente Dilma Rousseff entende que o episódio “foi ‘uma provocação’, está absolutamente certa”. Para o jornal, o caso expôs o “caráter antidemocrático e truculento do regime chavista e a tibieza cúmplice do governo brasileiro diante dos atentados à liberdade”.

CORREIO BRAZILIENSE também explora o tema, e adiciona: “O Brasil, apesar das repetidas convocações das consciências civilizadas nacionais e estrangeiras, teima em fechar os olhos para a realidade. Até quando? A agressão aos senadores escancarou o faz de conta. A maior potência da América do Sul e uma das 10 maiores do mundo tem de tomar posição”.

Ainda sobre o assunto, O GLOBO afirma “orquestrar ou permitir um ataque a parlamentares brasileiros em Caracas extrapola as fronteiras venezuelanas e passa a ter outra dimensão, o de um ato hostil ao Legislativo de outro país”.



CORREIO ECONÔMICO, no CORREIO BRAZILIENSE: “O governo já está convencido de que a esperada recuperação da economia não virá mais neste ano e, muito provavelmente, nem em 2016”. Nota expõe a situação do setor de obras, frente às investigações da Lava Jato, e reforça que a construção é vital para a economia do país.

“É um dos setores que mais emprega, por não precisar de mão de obra tão qualificada. Puxa os investimentos e move boa parte da indústria. Como todas as grandes companhias estão na mira da Justiça, com seus donos e diretores sendo investigados e processados, a paralisia é geral”, publica a coluna do jornal do DF.



Manchete dos principais jornais nacionais, a 14ª fase da operação Lava Jato domina o noticiário do dia. Mídia nacional noticia que a prisão, efetuada ontem pela Polícia Federal, dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo.

Abordagens destacam que tratam-se das duas maiores empreiteiras do país e apontam que elas respondem por centenas de contratos do governo federal e nos estados. Evidenciam ainda que, segundo os procuradores, há provas de que os acusados sabiam do esquema de corrupção que desviou recursos públicos da Petrobras.

O GLOBO avalia ainda que, “ao atingir duas gigantes com atuação mundial, a Lava Jato alcança o topo do cartel que, segundo as investigações, atuou para controlar obras públicas no país nos últimos anos”.

Dentro desse cenário, apuração de bastidor se torna uma característica do noticiário. FOLHA DE S. PAULO relata que, a aliados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “a prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez é uma demonstração de que ele será o próximo alvo da Operação Lava Jato”, e reclamou a inércia da presidente Dilma Rousseff.

O ESTADO DE S. PAULO, por sua vez, expõe que a prisão de executivos trouxe “preocupação ao Palácio do Planalto”. Reportagem indica que apesar da intenção de afastar a presidente do escândalo, o “sentimento é que este processo acaba por desestabilizar o governo”.

Jornais também reservam espaço para a defesa das empresas, que alegam que a prisões são injustificadas, e o debate jurídico em torno da ação da PF.

Segundo a FOLHA, desde o início, em março de 2014, a operação “suscita críticas no meio jurídico” e que o juiz Sergio Moro, responsável pelo caso na Justiça Federal, é o principal alvo. “Critérios e métodos da procuradoria, da Polícia Federal e de tribunais que julgam envolvidos com foro privilegiado também são censurados”.

Merece atenção reportagem em O GLOBO com declarações do vice-presidente da República, Michel Temer, alegando ser necessário encontrar uma solução para salvar as empresas e os empregos. “Só faço uma ponderação: temos que distinguir muito a figura do empresário e a figura da empresa. (...) Se pudéssemos fazer isso, seria útil para a continuidade das atividades dessas grandes empresas e, portanto, para a manutenção dos empregos”, afirma Temer.


Novos dados sobre o panorama nacional sustentam viés negativo empregado pela mídia nas edições deste sábado. Inflação, emprego e previsões sobre o PIB (Produto Interno Bruto) estão entre os itens que ganham repercussão no noticiário.

O ESTADO DE S. PAULO alerta que “um conjunto de dados divulgados ontem mostrou a piora da situação econômica, com o aprofundamento do que os especialistas chamam de estagflação - uma combinação de economia parada com inflação alta”.

Reportagem registra que o IPCA-15, prévia da inflação oficial, avançou 0,99% em junho, maior taxa para o mês desde 1996. Adiciona que o IBC-Br de abril, indicador do Banco Central que antecipa o comportamento do PIB, caiu 0,84% em comparação a março.

Em linha semelhante, O GLOBO expõe que os “indicadores econômicos divulgados ontem surpreenderam negativamente e deixaram clara a situação limite em que se encontra a economia do país”.

Emprego é outro item que está em evidência na pauta do dia. Com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho, que maio foi encerrado com o resultado negativo de 115.599 vagas.

Jornais advertem que esse é pior índice dos últimos 23 anos, e ressaltam que essa é a primeira vez que o mês apresenta resultado negativo.

Em outra frente do noticiário, mídia destaca que os desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tiveram queda de 20% de janeiro a maio deste ano, somando R$ 54,8 bilhões, ante o mesmo período de 2014.

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