Menções específicas à
Indústria seguem em volume reduzido, na cobertura deste domingo (21). Abordagem
coloca a CNI como fornecedora de subsídios para melhorias em relação a entraves
econômicos enfrentados pelo setor produtivo.
As dificuldades para o
segmento exportador aparecem em destaque na coluna MERCADO ABERTO, da FOLHA DE
S.PAULO, texto revela que, conforme estudo da CNI, “a burocracia obriga os
exportadores brasileiros a tramitarem processos em três ou quatro órgãos diferentes
em média”, posiciona ainda, que “até 20 órgãos interferem nas exportações”.
Entre os gargalos
identificados pela confederação, aponta MERCADO ABERTO, estão a ineficiência e
lentidão do funcionamento da fiscalização sobre as exportações. Segundo a coluna,
“as exportações levam cerca de 13 dias para serem concretizadas no país”.
Lembra ainda que, “em 2012, a
CNI realizou uma pesquisa com 600 empresas e 83% delas afirmaram ter
dificuldade para enviar produtos a outros países”. O cenário futuro, contudo, é
de otimismo, ancorado na expectativa pelo lançamento, até 2017, de um portal na
internet com a unificação de todos os processos relativos à exportação.
“Com o portal, a expectativa é
que as exportações da indústria cresçam 26,5% até 2030 e que o PIB avance 2,5%,
segundo a CNI”, sublinha MERCADO ABERTO.
FOLHA DE S. PAULO
Rejeição a Dilma atinge nível
de Collor pré-impeachment
O ESTADO DE S. PAULO
Governo diz que ‘é abuso’
barrar empresa investigada
O GLOBO
Cardozo rebate Moro e diz que
é ‘descabido’ punir empresas
CORREIO BRAZILIENSE
As receitas das donas de casa
para fugir da crise
Noticiário de interesse do
setor aparece de forma enxuta na pauta dos principais jornais, mas com análises
importantes sobre os rumos da economia e da indústria.
Destaque do dia está em longa
entrevista concedida por Pedro Passos, presidente do Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial), ao jornal O ESTADO DE S. PAULO, que
apresenta uma análise aprofundada sobre o panorama da economia e da indústria
brasileira e das medidas que vêm sendo tomadas para estancar a crise, pelo
governo.
Passos vê de forma natural a
revisão das desonerações sobre as folhas de pagamento que o governo tenta fazer
passar no Congresso. Segundo ele, essa reversão é um “mal necessário”, diante
do fato de as desonerações terem sido ampliadas para tantos setores que
passaram a ir de encontro com a “lógica da competitividade”.
“Nitidamente havia excessos
que beneficiavam uma parte, mas prejudicavam o todo da economia. Precisam ser
revertidos. Dados recentes da própria Receita sobre o Orçamento de 2015
mostraram que os chamados gastos tributários - basicamente as isenções -
representam mais ou menos 5% do PIB”, aponta o empresário.
Sobre o panorama futuro da
indústria, Passos busca analisar os pontos de apoio da indústria para a
retomada. Entre esses pontos, o presidente do Iedi aponta, na entrevista, o
câmbio. “Sem ser usado como instrumento de combate à inflação, o câmbio, já
reposicionado, pode ser um vetor de crescimento para a indústria. O movimento
ainda é tímido, mas alguns setores já estão buscando o comércio exterior”,
analisa, incluindo também a necessidade de uma “simplificação tributária”.
De qualquer maneira, aponta
Passos, o Brasil, essencialmente, “precisa retomar a discussão sobre que
indústria quer ter”.
Outra entrevista que merece
atenção é com o economista José Roberto Mendonça de Barros, na FOLHA DE
S.PAULO, na qual analisa as razões da crise econômica, a partir da economia
real. Ele aponta a queda simultânea de diversos setores da economia, entre eles
o industrial – especialmente o ramo automotivo - como um dos diferenciais da
situação brasileira.
“Poucas vezes na economia
vimos tantos setores piorarem tão fortemente ao mesmo tempo”, analisa. Segundo
Mendonça de Barros, “é preciso colocar na rua ações construtivas que permitam
uma recuperação de demanda no futuro: investimentos em infraestrutura, aumento
de produtividade e uma política comercial que dê suporte à exportação
industrial”.
ESTADÃO, complementando a
agenda de interesse deste domingo, veicula reportagem diferenciada apontando
que a retração do setor automotivo deverá responder, sozinha, por um terço da
queda do PIB neste ano. Estimativa da Tendências Consultoria, de retração de
1,5% no Produto Interno Bruto indica que a queda na produção de veículos
representará 0,5% do bolo.
Em reportagem coordenada, o
jornal paulista avança e aponta que “a rápida deterioração da economia
brasileira provocou uma espécie de ‘tempestade perfeita’ para a indústria
brasileira, em especial para o setor automotivo”.
Essa “tempestade”, aponta o
jornal, com base em entrevista com analistas, é formada pela conjunção de queda
na confiança dos consumidores, inflação elevada e juros altos.
Ainda no ESTADÃO, editorial
econômico afirma que “o cadastro do Ministério do Trabalho (Caged), a pesquisa
sobre emprego e salário na indústria (a Pimes, do IBGE) e os dados mensais da
federação das indústrias (Fiesp) trazem números piores que os esperados e
antecipam o agravamento da recessão, já prevista para este trimestre”.
Texto aponta indicadores da
Fiesp e projeções do Iedi sobre o emprego na indústria e completa que, “para
que a economia e a demanda de trabalhadores se recomponham, o melhor seria um
ajuste fiscal mais rápido”.
Sobre o adiamento da votação
da redução da desoneração da folha de pagamentos na Câmara dos Deputados, FOLHA
DE S. PAULO afirma, em editorial, que, embora o projeto integre o pacote de
ajuste fiscal do governo, as melhores propostas para reaquecer a economia são
as concessões de infraestrutura e avanços em itens como a simplificação de tributos.
Apesar disso, o jornal diz que as perspectiva de retomada do crescimento são
cada vez mais distantes.
O ESTADO DE S. PAULO fala da
responsabilidade direta na presidente Dilma Rousseff no resultado das contas
públicas, analisadas agora pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em tom
crítico, afirma que as irregularidades discutidas na Corte podem resultar no
impeachment da petista.
O GLOBO defende mudanças no
marco regulatório do pré-sal sob o argumento que haveria uma “inércia” no setor
por causa da retração da economia e da falta de interessados em disputar campos
de petróleo.
O jornal elogia projeto de lei
apresentado pelo senador José Serra (PSDB-SP), que retira a obrigação da
Petrobras de ser operadora única dos blocos, e diz que a medida reflete a nova
realidade do país e poderia permitir que a estatal assuma apenas investimentos
compatíveis com sua situação financeira.
MERCADO ABERTO, na FOLHA DE S.
PAULO, dá destaque para casos específicos de empresas que têm encontrado
dificuldades para alavancar suas exportações. Executivos dessas companhias
também apontam a burocracia como principal entrave.
“Hoje, precisamos preencher 12
formulários diferentes [para enviar a mercadoria]. Em muitos casos, esses 12
processos são similares”, afirma ao jornal João Carlos Brega, CEO da Whirpool
na América Latina.
ANCELMO GOIS, em O GLOBO: “O
polo automotivo de Resende, RJ, não escapou, claro, da crise. Como saiu aqui, a
fábrica da Volkswagen acabou com o segundo turno. A PSA Peugeot Citroen
começou, semana passada, férias coletivas de 45 dias. E a Nissan que há menos
de um ano inaugurou sua fábrica em Resende, também entrará em férias coletivas,
semana que vem. Só voltará em julho”.
Abordando a crise econômica e
tentando apontar caminhos para superá-la, BRASIL S/A, no CORREIO BRAZILIENSE,
aponta que “um plano de obsolescência acelerada para facilitar a modernização
das linhas de fabricação da indústria 4.0, baseada na robótica e na
inteligência artificial e no processamento de informações, é também um tema
essencial para oxigenar o setor manufatureiro e resgatar a sua competividade, a
despeito dos impostos e dos custos salariais”.
Do CORREIO, na coluna
BRASÍLIA-DF: “O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, adotou uma nova fórmula de
pressionar os parlamentares a votar os projetos de seu interesse. Na semana
passada, ele enviou a vários congressistas uma mensagem de WhatsApp para fazer
apelos contra o projeto que reduz a desoneração. Ele enviou pelo menos 300
mensagens para dizer que considera a proposta ‘absurda’ e capaz de comprometer
empregos”.
Operação Lava Jato segue no
centro do noticiário político, mas outros temas de relevância são identificados
na agenda dos principais jornais.
Explorando a 14ª fase da ação
da Polícia Federal, que resultou na prisão preventiva de executivos da
Odebrecht e da Andrade Gutierrez, cobertura detalha os próximos passos da
força-tarefa para identificar três empresas que seriam usadas para pagamento de
propinas, com envolvimento com essas duas empreiteiras, e o adiamento dos
depoimentos.
Entre as abordagens sobre o
assunto, jornais trazem declarações do ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, em resposta ao juiz Sérgio Moro, para quem a inclusão das construtoras
alvo da investigação no programa de concessões lançado pela presidente Dilma
Rousseff representa risco de continuidade do esquema de corrupção.
Assunto é manchete em O ESTADO
DE S. PAULO e O GLOBO. Veículos destacam que para Cardozo impedir as
construtoras nas licitações seria um “abuso de poder” e seria “descabido”
propor tal restrição antes do fim das investigações.
Mídia nacional também reserva
espaço para divulgação da nova pesquisa Datafolha sobre a aprovação
presidencial. Em um novo recorde da série do instituto, levantamento indica que
Dilma Rousseff é avaliada como ruim ou péssima por 65% do eleitorado.
FOLHA DE S. PAULO, em
manchete, compara que essa taxa de reprovação, no histórico de pesquisas
nacionais de avaliação presidencial do Datafolha, “só não é pior que os 68% de
ruim e péssimo alcançados pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello em
setembro de 1992, poucos dias antes de seu impeachment”.
Em texto correlato, FOLHA
descreve que em uma simulação eleitoral o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem 35%
das intenções de voto, “o que lhe garante a liderança da corrida com dez pontos
de vantagem sobre o ex-presidente Lula (PT)”.
Noticiário também evidencia
declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante um evento em
São Paulo no dia 18 com dirigentes religiosos, como publicado ontem em O GLOBO.
Reproduzindo informação do jornal carioca, reportagens ressaltam que Lula
disse, no evento, que tanto ele quanto a presidente Dilma estão “no volume
morto”.
Ainda merece atenção a
entrevista do ministro José Antonio Dias Toffoli, presidente do TSE, à FOLHA DE
S. PAULO, “responsável por um voto contrário ao financiamento privado das
campanhas – em julgamento ainda não finalizado no Supremo”. Nela, ele defende
“janela do troca-troca e limite de R$ 1 milhão” para doação de empresas a
campanha eleitoral.
Também vale registrar a
entrevista do ex-governador do Rio Grande do Sul, ex-ministro da Justiça, da
Educação e da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e ex-presidente do
PT, Tarso Genro, ao CORREIO BRAZILIENSE.
Com fortes críticas ao partido
e à política econômica, Genro afirma que o congresso do PT em Salvador “foi
limitado” e diz que a sigla tem dificuldade “em admitir os próprios erros”.
De forma bastante
diferenciada, cadernos econômicos diversificam pauta do dia e dão um tom mais
qualificado ao debate sobre o panorama nacional. Com perspectivas sobre alguns
importantes ramos de atividade, mídia reforça previsões negativas.
FOLHA DE S. PAULO destaca a
crise hídrica em um dos maiores polos produtivos do Nordeste vivem há meses.
“Em colapso, ou à beira dele, 2 milhões de pessoas em um raio ampliado. E toda
uma cadeia têxtil que abastece o maior centro comercial do ramo da América
Latina.”
Em outra frente do noticiário,
O GLOBO reserva amplo espaço para esmiuçar a Pesquisa Nacional de Saúde, do
IBGE. Conforme os dados inéditos, “quase cinco milhões de trabalhadores (4,948
milhões) se acidentaram no Brasil em um ano, entre 2012 e 2013”. Reportagem
expõe que o número é “seis vezes maior que a única estatística oficial de que o
Brasil dispunha até então”.
Ainda em O GLOBO, edição deste
domingo publica entrevista com José Juan Ruiz, economista-chefe do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BIB), que analisa o baixo crescimento da
América Latina.
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