Destaques

domingo, 21 de junho de 2015

Análise de Mídia - 21 de junho de 2015

Menções específicas à Indústria seguem em volume reduzido, na cobertura deste domingo (21). Abordagem coloca a CNI como fornecedora de subsídios para melhorias em relação a entraves econômicos enfrentados pelo setor produtivo.

As dificuldades para o segmento exportador aparecem em destaque na coluna MERCADO ABERTO, da FOLHA DE S.PAULO, texto revela que, conforme estudo da CNI, “a burocracia obriga os exportadores brasileiros a tramitarem processos em três ou quatro órgãos diferentes em média”, posiciona ainda, que “até 20 órgãos interferem nas exportações”.

Entre os gargalos identificados pela confederação, aponta MERCADO ABERTO, estão a ineficiência e lentidão do funcionamento da fiscalização sobre as exportações. Segundo a coluna, “as exportações levam cerca de 13 dias para serem concretizadas no país”.

Lembra ainda que, “em 2012, a CNI realizou uma pesquisa com 600 empresas e 83% delas afirmaram ter dificuldade para enviar produtos a outros países”. O cenário futuro, contudo, é de otimismo, ancorado na expectativa pelo lançamento, até 2017, de um portal na internet com a unificação de todos os processos relativos à exportação.

“Com o portal, a expectativa é que as exportações da indústria cresçam 26,5% até 2030 e que o PIB avance 2,5%, segundo a CNI”, sublinha MERCADO ABERTO.


FOLHA DE S. PAULO
Rejeição a Dilma atinge nível de Collor pré-impeachment

O ESTADO DE S. PAULO
Governo diz que ‘é abuso’ barrar empresa investigada

O GLOBO
Cardozo rebate Moro e diz que é ‘descabido’ punir empresas

CORREIO BRAZILIENSE
As receitas das donas de casa para fugir da crise



Noticiário de interesse do setor aparece de forma enxuta na pauta dos principais jornais, mas com análises importantes sobre os rumos da economia e da indústria.

Destaque do dia está em longa entrevista concedida por Pedro Passos, presidente do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), ao jornal O ESTADO DE S. PAULO, que apresenta uma análise aprofundada sobre o panorama da economia e da indústria brasileira e das medidas que vêm sendo tomadas para estancar a crise, pelo governo.

Passos vê de forma natural a revisão das desonerações sobre as folhas de pagamento que o governo tenta fazer passar no Congresso. Segundo ele, essa reversão é um “mal necessário”, diante do fato de as desonerações terem sido ampliadas para tantos setores que passaram a ir de encontro com a “lógica da competitividade”.

“Nitidamente havia excessos que beneficiavam uma parte, mas prejudicavam o todo da economia. Precisam ser revertidos. Dados recentes da própria Receita sobre o Orçamento de 2015 mostraram que os chamados gastos tributários - basicamente as isenções - representam mais ou menos 5% do PIB”, aponta o empresário.

Sobre o panorama futuro da indústria, Passos busca analisar os pontos de apoio da indústria para a retomada. Entre esses pontos, o presidente do Iedi aponta, na entrevista, o câmbio. “Sem ser usado como instrumento de combate à inflação, o câmbio, já reposicionado, pode ser um vetor de crescimento para a indústria. O movimento ainda é tímido, mas alguns setores já estão buscando o comércio exterior”, analisa, incluindo também a necessidade de uma “simplificação tributária”.

De qualquer maneira, aponta Passos, o Brasil, essencialmente, “precisa retomar a discussão sobre que indústria quer ter”.

Outra entrevista que merece atenção é com o economista José Roberto Mendonça de Barros, na FOLHA DE S.PAULO, na qual analisa as razões da crise econômica, a partir da economia real. Ele aponta a queda simultânea de diversos setores da economia, entre eles o industrial – especialmente o ramo automotivo - como um dos diferenciais da situação brasileira.

“Poucas vezes na economia vimos tantos setores piorarem tão fortemente ao mesmo tempo”, analisa. Segundo Mendonça de Barros, “é preciso colocar na rua ações construtivas que permitam uma recuperação de demanda no futuro: investimentos em infraestrutura, aumento de produtividade e uma política comercial que dê suporte à exportação industrial”.

ESTADÃO, complementando a agenda de interesse deste domingo, veicula reportagem diferenciada apontando que a retração do setor automotivo deverá responder, sozinha, por um terço da queda do PIB neste ano. Estimativa da Tendências Consultoria, de retração de 1,5% no Produto Interno Bruto indica que a queda na produção de veículos representará 0,5% do bolo.

Em reportagem coordenada, o jornal paulista avança e aponta que “a rápida deterioração da economia brasileira provocou uma espécie de ‘tempestade perfeita’ para a indústria brasileira, em especial para o setor automotivo”.

Essa “tempestade”, aponta o jornal, com base em entrevista com analistas, é formada pela conjunção de queda na confiança dos consumidores, inflação elevada e juros altos.

Ainda no ESTADÃO, editorial econômico afirma que “o cadastro do Ministério do Trabalho (Caged), a pesquisa sobre emprego e salário na indústria (a Pimes, do IBGE) e os dados mensais da federação das indústrias (Fiesp) trazem números piores que os esperados e antecipam o agravamento da recessão, já prevista para este trimestre”.

Texto aponta indicadores da Fiesp e projeções do Iedi sobre o emprego na indústria e completa que, “para que a economia e a demanda de trabalhadores se recomponham, o melhor seria um ajuste fiscal mais rápido”.

Sobre o adiamento da votação da redução da desoneração da folha de pagamentos na Câmara dos Deputados, FOLHA DE S. PAULO afirma, em editorial, que, embora o projeto integre o pacote de ajuste fiscal do governo, as melhores propostas para reaquecer a economia são as concessões de infraestrutura e avanços em itens como a simplificação de tributos. Apesar disso, o jornal diz que as perspectiva de retomada do crescimento são cada vez mais distantes.



O ESTADO DE S. PAULO fala da responsabilidade direta na presidente Dilma Rousseff no resultado das contas públicas, analisadas agora pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em tom crítico, afirma que as irregularidades discutidas na Corte podem resultar no impeachment da petista.

O GLOBO defende mudanças no marco regulatório do pré-sal sob o argumento que haveria uma “inércia” no setor por causa da retração da economia e da falta de interessados em disputar campos de petróleo.

O jornal elogia projeto de lei apresentado pelo senador José Serra (PSDB-SP), que retira a obrigação da Petrobras de ser operadora única dos blocos, e diz que a medida reflete a nova realidade do país e poderia permitir que a estatal assuma apenas investimentos compatíveis com sua situação financeira. 



MERCADO ABERTO, na FOLHA DE S. PAULO, dá destaque para casos específicos de empresas que têm encontrado dificuldades para alavancar suas exportações. Executivos dessas companhias também apontam a burocracia como principal entrave.

“Hoje, precisamos preencher 12 formulários diferentes [para enviar a mercadoria]. Em muitos casos, esses 12 processos são similares”, afirma ao jornal João Carlos Brega, CEO da Whirpool na América Latina.

ANCELMO GOIS, em O GLOBO: “O polo automotivo de Resende, RJ, não escapou, claro, da crise. Como saiu aqui, a fábrica da Volkswagen acabou com o segundo turno. A PSA Peugeot Citroen começou, semana passada, férias coletivas de 45 dias. E a Nissan que há menos de um ano inaugurou sua fábrica em Resende, também entrará em férias coletivas, semana que vem. Só voltará em julho”.

Abordando a crise econômica e tentando apontar caminhos para superá-la, BRASIL S/A, no CORREIO BRAZILIENSE, aponta que “um plano de obsolescência acelerada para facilitar a modernização das linhas de fabricação da indústria 4.0, baseada na robótica e na inteligência artificial e no processamento de informações, é também um tema essencial para oxigenar o setor manufatureiro e resgatar a sua competividade, a despeito dos impostos e dos custos salariais”.

Do CORREIO, na coluna BRASÍLIA-DF: “O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, adotou uma nova fórmula de pressionar os parlamentares a votar os projetos de seu interesse. Na semana passada, ele enviou a vários congressistas uma mensagem de WhatsApp para fazer apelos contra o projeto que reduz a desoneração. Ele enviou pelo menos 300 mensagens para dizer que considera a proposta ‘absurda’ e capaz de comprometer empregos”.



Operação Lava Jato segue no centro do noticiário político, mas outros temas de relevância são identificados na agenda dos principais jornais.

Explorando a 14ª fase da ação da Polícia Federal, que resultou na prisão preventiva de executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, cobertura detalha os próximos passos da força-tarefa para identificar três empresas que seriam usadas para pagamento de propinas, com envolvimento com essas duas empreiteiras, e o adiamento dos depoimentos.

Entre as abordagens sobre o assunto, jornais trazem declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em resposta ao juiz Sérgio Moro, para quem a inclusão das construtoras alvo da investigação no programa de concessões lançado pela presidente Dilma Rousseff representa risco de continuidade do esquema de corrupção.

Assunto é manchete em O ESTADO DE S. PAULO e O GLOBO. Veículos destacam que para Cardozo impedir as construtoras nas licitações seria um “abuso de poder” e seria “descabido” propor tal restrição antes do fim das investigações.

Mídia nacional também reserva espaço para divulgação da nova pesquisa Datafolha sobre a aprovação presidencial. Em um novo recorde da série do instituto, levantamento indica que Dilma Rousseff é avaliada como ruim ou péssima por 65% do eleitorado.

FOLHA DE S. PAULO, em manchete, compara que essa taxa de reprovação, no histórico de pesquisas nacionais de avaliação presidencial do Datafolha, “só não é pior que os 68% de ruim e péssimo alcançados pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello em setembro de 1992, poucos dias antes de seu impeachment”.

Em texto correlato, FOLHA descreve que em uma simulação eleitoral o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem 35% das intenções de voto, “o que lhe garante a liderança da corrida com dez pontos de vantagem sobre o ex-presidente Lula (PT)”.

Noticiário também evidencia declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante um evento em São Paulo no dia 18 com dirigentes religiosos, como publicado ontem em O GLOBO. Reproduzindo informação do jornal carioca, reportagens ressaltam que Lula disse, no evento, que tanto ele quanto a presidente Dilma estão “no volume morto”.

Ainda merece atenção a entrevista do ministro José Antonio Dias Toffoli, presidente do TSE, à FOLHA DE S. PAULO, “responsável por um voto contrário ao financiamento privado das campanhas – em julgamento ainda não finalizado no Supremo”. Nela, ele defende “janela do troca-troca e limite de R$ 1 milhão” para doação de empresas a campanha eleitoral.

Também vale registrar a entrevista do ex-governador do Rio Grande do Sul, ex-ministro da Justiça, da Educação e da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e ex-presidente do PT, Tarso Genro, ao CORREIO BRAZILIENSE.

Com fortes críticas ao partido e à política econômica, Genro afirma que o congresso do PT em Salvador “foi limitado” e diz que a sigla tem dificuldade “em admitir os próprios erros”.




De forma bastante diferenciada, cadernos econômicos diversificam pauta do dia e dão um tom mais qualificado ao debate sobre o panorama nacional. Com perspectivas sobre alguns importantes ramos de atividade, mídia reforça previsões negativas.

FOLHA DE S. PAULO destaca a crise hídrica em um dos maiores polos produtivos do Nordeste vivem há meses. “Em colapso, ou à beira dele, 2 milhões de pessoas em um raio ampliado. E toda uma cadeia têxtil que abastece o maior centro comercial do ramo da América Latina.”

Em outra frente do noticiário, O GLOBO reserva amplo espaço para esmiuçar a Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE. Conforme os dados inéditos, “quase cinco milhões de trabalhadores (4,948 milhões) se acidentaram no Brasil em um ano, entre 2012 e 2013”. Reportagem expõe que o número é “seis vezes maior que a única estatística oficial de que o Brasil dispunha até então”.

Ainda em O GLOBO, edição deste domingo publica entrevista com José Juan Ruiz, economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIB), que analisa o baixo crescimento da América Latina.

0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda