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domingo, 28 de junho de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

Desdobramentos da operação Lava Jato realinham o noticiário das revistas e voltam a pressionar a pauta de modo a uniformizar a cobertura.

Todos os veículos se dedicam ao tema. Uns mais, outros menos. Grande parte da exposição, porém, está, particularmente, atrelada aos impactos no governo e na imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Principal referência do fim de semana está em VEJA, que detalha em uma sequência de breves reportagens o que disse o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, em sua delação premiada.

Assim como anteciparam os jornais deste sábado (27), o que mais se destaca em VEJA é a lista dos supostos beneficiários do esquema de desvios e irregularidades montado em torno de contratos da Petrobras.

Reportagem de capa de ÉPOCA analisa os fatos políticos dos últimos meses e conclui que eles demonstram que a crise prolongada “é sintoma da ruína de uma era, uma era definida não por Dilma, mas por quem a concebeu politicamente: Lula, o pai”.

Já a capa de ISTOÉ vai além e afirma que o ex-presidente teme a prisão e revela “desespero” ao criticar publicamente o PT.

ISTOÉ DINHEIRO, por sua vez, registra em reportagem de capa os bastidores da semana ligados à operação Lava Jato e elege como referência a Odebrecht.

CARTA CAPITAL adverte em tom de alerta que o combate à corrupção não pode levar à destruição do estado de direito.
Reportagem de CARTA CAPITAL adverte que começa a ser discutido no Senado um projeto do senador José Serra (PSDB-SP), para alterar pontos da lei de partilha sancionada em 2010.

“Políticos, empresários e meios de comunicação contestam ao menos parcialmente o modelo de partilha de produção, aplicável às áreas não concedidas e não cedidas onerosamente no polígono do pré-sal nas bacias de Santos e Campos”, resume a revista.

“Trata-se da maior pressão sobre o regime de exploração do petróleo desde a quebra do monopólio nos anos 1990. A crise econômica, a queda do preço da commodity, o abalo provocado pela corrupção na Petrobras e suas principais fornecedoras e o enfraquecimento político de Dilma Rousseff formam um ambiente propício para a investida”, completa o texto.

Na mesma reportagem, CARTA CAPITAL resume: “a CNI defende a revisão da necessidade de a estatal [Petrobras] ser a operadora de todos os blocos contratados e da obrigatoriedade da participação mínima de 30% nos consórcios para licitações no pré-sal e em outras áreas estratégicas”. 
ANÁLISE SETORIAL
Na cobertura setorial, temas macroeconômicos retomam a influência sobre a pauta e exploram a agenda que marcou a semana.

Um dos itens de maior apelo refere-se à maneira como as revistas analisam o lançamento do Plano Nacional de Exportações.

ISTOÉ DINHEIRO assinala que “a presidente salientou que estimular o comércio exterior é uma das formas de tirar a economia do marasmo”.

Texto indica que, “de uma forma geral, os empresários gostaram do que viram e reconheceram o esforço do ministro do Mdic, Armando Monteiro, em negociar com a equipe econômica. Afinal de contas, em tempos de ajuste fiscal, não está fácil arrancar algum centavo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy”.

“O enfraquecimento da política comercial no governo Dilma, associado ao esfriamento do mercado internacional, explica o desempenho discreto do Brasil comércio exterior”, aponta ISTOÉ DINHEIRO.

Já em A SEMANA, na CARTA CAPITAL, opina que o governo “tenta reverter a onda de notícia ruins com uma agenda positiva, mas só o Plano Safra, dentre os três lançados nas últimas semanas, pode ser considerado um êxito”.

De acordo com a coluna, “o Plano Nacional de Exportações, apesar de conter contribuições positivas para promover comercial mente o país, ampliar o acesso a mercados e aprimorar mecanismos de financiamento, entre outros pontos, foi criticado pelo teor excessivamente burocrático e superficial”.

Em outra frente, NOSSA OPINIÃO, na revista ÉPOCA, adverte que o encontro de Dilma com o presidente americano, Barack Obama, pode marcar o início de uma nova fase nas relações entre os dois países.

“É precisamente no plano econômico que se esperam os principais resultados da visita de Dilma”, indica a coluna. NOSSA OPINIÃO destaca ainda que um dos principais objetivos da visita é dobrar o comércio bilateral.

Abordagens também reposicionam a capacidade de as revistas elaborarem prognósticos associados, principalmente, aos rumos da política econômica.

VEJA se diferencia e em reportagem especial repercute entre 21 especialistas o panorama geral deste ano e questiona se existe uma previsão confiável de quando a economia voltará a crescer e criar empregos.

“A dinâmica atual da economia brasileira está fazendo com que os otimistas se tornem pessimistas e, muitos destes, simplesmente realistas. O mau humor é contagioso”, resume VEJA.

RADAR, na VEJA, informa que “um estudo feito por economistas de uma gestora de investimentos de São Paulo comparando os países que promoveram ajustes fiscais desde a crise de 2008 é muito claro quanto aos resultados alcançados”.

Sobre o mesmo assunto, RADAR completa que, “se o país opta por um ajuste baseado em corte de gastos, a recuperação começa a aparecer em doze meses. Se for por meio do aumento de impostos, a volta do crescimento se dará entre o segundo e o terceiro anos a partir do início do processo. O Brasil está mais para o segundo caso”.

Em tom crítico, ISTOÉ vai além e adverte que, sob o governo Dilma, “o Brasil terá seu pior desempenho econômico desde Fernando Collor”.

Reportagem aponta que “o segundo mandato da presidente destruiu o PIB, aniquilou empregos e espantou investimentos”. Conforme a revista, projeta-se um crescimento médio anual de 0,5%. “É pouco, quase nada, um desperdício do que poderia ter sido e não foi”, avalia.

EXPRESSO, na ÉPOCA, completa a exposição e relata que “Mercadante [Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil] tentou convencer Dilma a rifar o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin no episódio das pedaladas fiscais”.

Na mesma nota, EXPRESSO justifica que “Dilma não gostou, até porque tem grande apreço por Arno, seu antigo conhecido. Ela quer uma saída jurídica em que ninguém fique exposto. Talvez não encontre”.


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