A presidente Dilma Rousseff decidiu
reduzir o limite de tolerância da meta de inflação ao fixar o objetivo que será
perseguido pelo Banco Central em 2017.
O CMN (Conselho Monetário Nacional)
anunciou nesta quarta-feira (25) que a meta será de 4,5%, com um limite máximo
de 6%. Para 2016, o governo manteve a regra que tem sido seguida desde 2006,
que é 4,5% com uma margem de até 6,5%.
A decisão foi tomada na manhã desta
quinta-feira (25) pela presidente, que se reuniu com os três ministros que
fazem parte do CMN, Joaquim Levy (Fazenda), Alexandre Tombini (BC) e Nelson
Barbosa (Planejamento), que defenderam a mudança.
A presidente Dilma Rousseff, que decidiu reduzir o limite de
tolerância da meta de inflação
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Também estava presente o ministro
Aloizio Mercadante (Casa Civil), que assim como a presidente estava reticente
em relação à mudança.
A redução do chamado "intervalo da
meta" era defendida pelo Ministério da Fazenda e pelo BC como necessária
para reforçar o compromisso do governo com o controle da inflação, que está
próxima de 8,5% nos últimos 12 meses.
A última vez em que foi fixado um
limite tão baixo foi em 2001, quando o governo FHC (1995-2002) estabeleceu um
teto de 5,25% para 2003. Dois anos depois, no entanto, o governo petista
alterou a meta e elevou o valor máximo para 6,5% naquele ano (o resultado foi
uma inflação de 9,3%).
Em 2002, o limite foi de 5,5%, mas a
inflação ficou em 12,5%. Depois disso, nunca mais o BC encerrou o ano
perseguindo um resultado tão baixo.
O CMN, conselho formado pelo Banco
Central e pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, é o responsável por
fixar a meta. Na prática, trata-se de uma decisão da presidente.
Cabe ao BC buscar o resultado
utilizando a taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano. Quando a
inflação supera o limite fixado, o que ocorreu pela última vez em 2003 e deve
se repetir em 2015, a instituição tem de publicar uma carta pública para se
explicar.
A meta se refere à inflação medida pelo
IPCA (índice de inflação oficial), do IBGE, que está em 8,47% nos 12 meses
encerrados em maio desde ano.
O BC calcula que, com a taxa básica nos
atuais 13,75% ao ano, a inflação ficaria em 9% em 2015 e 4,8% em 2016. Por
isso, a instituição tem sinalizado que deverá aumentar novamente a taxa no
começo de julho.
Com os juros no nível atual, segundo o
BC, os 4,5% só seriam alcançados em meados de 2017, mas a instituição avalia
ser importante antecipar esse resultado para dezembro de 2016.
O sistema de metas de inflação foi
implantado no Brasil em 1999, para substituir a política de câmbio fixo criada
com o Plano Real e abandonada naquele ano
Fonte: Folha, por EDUARDO CUCOLO e
VALDO CRUZ, foto: Roberto Stuckert Filho/PR
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